O Número 51 escrita por Ian
Após imenso tempo inconsciente, Clark finalmente acorda, mas de olhos bem abertos, não vê nada. Mas isso é fácil de saber porquê! Ainda tem o saco de batatas na cabeça.
Abana enforecidamente a cabeça, o que fez com que o saco saísse. Olhou em volta.
Aquele nausiabundo cheiro a meias suadas desconcertava-o. (Ele já podia ter cheirado isso, mas com o saco na cabeça, nem reparou) Em seu redor estavam paredes metálicas, reforçadas com arcos também de metal, aparafusados. No fundo, estavam sacos de ginastica. Devia de ser isso que causava o cheiro.
Tudo isto demonstrava o talento de Clark, pois a sala não estava propriamente iluminada.
Á sua esquerda estava Hayley, estendida no chão com as mãos amarradas atrás das costas e com o saco De rede de batatas debruçado sobre a sua cabeça e cara, tal como ele antes tinha.
Preocupado, ainda pensou em gritar, na esperança de acordar a irmã, mas receava que alguém fosse atraído pelos berros e fosse lá ter e lhes fizesse mal.
"Mas pensando bem, posso chamar alguém até aqui e fingir que preciso de beber água urgentemente, depois fugo. É uma exelente ideia!" -Pensou Ele-
–HEEEY! Alguém?
Uns momentos passaram....
O coração de Clark palpitou quando ouviu passos. Era como uma resposta para o seu chamamento.
Uma voz cavernosa ecuou sobre o gélido metal que forrava as paredes:
–O que foi?
–Preciso de ir á casa de banho! Se não me deixar ir, vai ter de limpar o que eu fizer aqui no chão.... -Chantageou Clark-
O planeado era pedir água, mas achou que esta desculpa era mais credível, além de que para lhe dar água, nem precisava de o desamarrar.
O seu plano funcionara. O homem puxou-o pelo peito para o levantar, virou-o bruscamente e desamarrou-o. Finalmente, quando se viu livre, deu um murro desconcertantemente forte, que levou o homem ao chão.
Clark até abanou a mão, para aliviar a dor. O impacto tinha sido tão grande que era difícil de acreditar que Hayley ainda não acordara com o barulho. Deviam mesmo ter mesmo produtos fortes naquele saco. Era preocupante.
Andou silenciosamente para junto da irmã. Desamarrou-a e tirou-lhe o saco da cabeça. Após umas estaladas e uns murmúrios aos seus ouvidos, Hayley acorda. Teve a mesma reação que Clark. Olhou em volta, inspecionou aquilo tudo.
–Agora não há tempo para explicar! Anda! -Gritou Clark- Levanta a irmã do chão e segue em frente.
Encosta-se á parede e vai apalpando-a para ver se encontra um puxador de uma porta ou pelo menos um interrupetor.
Um inspiro de surpresa liberta-se da boca. As suas mãos doridas tinham encontrado um puxador!
–Pronta para voltar para casa? -Perguntou retoricamente Clark-
Com toda a convicção, empurra a porta há medira que empurra o puxador para baixo. A pequena sala metalizada é iluminada rápida e fortemente. Clark sente-se puxado para baixo com uma intensidade tremenda!
Quando os olhos de ambos recuperaram da ofuscação, Clark vê um vasto enorme de azul, quer olhasse para cima, quer olhasse para baixo. O ar fresco sabia-lhe bem na cara, no entanto este tentava empurra-lo para baixo.
A gravidade fazia cada vez mais força e os braços não preparados de Clark começavam a ceder. Não tardava Clark era arrastado pelos céus.
–Fecha a porta rápido!! - Grita Hayley, tentando afastar-se o mais depressa possível da "porta sugadora"-
Clark tenta responder-lhe, mas o som era abafado pelo vento.
Fez todos os esforços que o seu mero corpo humano conseguia produzir para fechar a porta. Até meteu o pé na parede ao lado da porta para o empurrar para trás. Valeu a pena. O som do trinco da porta foi mais forte e aliviante que qualquer som que o vento poderia produzir.
–O QUE É QUE FOI AQUILO? -pergunta Hayley, muito assustada-
Clark responde, olhando para a porta
–Fomos arrastados para dentro de um avião! E como se não bastasse, estamos a voar por cima do oceano!
Clark diz isto de forma calma, mas o pânico já se começava a alastrar por todos os cantos do seu corpo.
A respiração ofegante já estava a surgir, mas uma mão rigida pousou em cima do ombro de Clark. Virou-o bruscamente e deu-lhe um murro na cara. Estendido no chão, Clark olhou pelo canto do olho. Era o homem que viera ter com ele para o libertar para ir a casa de banho. Aparentemente, ele "acordou".
Hayley sente a presença do homem ao pé dela, e tinha razão. Como Hayley era teoricamente mais fraca e frágil que Clark, este limitou-se a atira-la contra a parede e a amarra-la. Tanto as pernas como os pulsos. Depois, voltou-se de novo a Clark.
Com Clark estendido no chão, a espernear-se com dores, era tudo muito mais fácil para o homem. Este deu-lhe um pontapé no estomago, seguido de outro e outro. Clark sentia-se a desfalecer. A dor era tão imensa que já nem tinha consciência.
Depois de inúmeros pontapés no estomago, o homem saca do seu punhal que tinha num compartimento do seu cinto e espeta-o sinistramente na parte superior do braço direito de Clark. Depois de espetada, arrasta a faca até o seu cotovelo, fazendo um grave e forte corte profundo no seu braço.
Aí, sussura ao ouvido de Clark:
–Não limpo as tuas necessidades, mas já o teu sangue é outra história!
Depois afasta-se e á medida que anda, dá uma gargalhada maléfica, arrepiante.
Clark gemia de dor, ali estendido no chão, mas mentalizou-se que ficar ali a queixar-se não resolvia nada.
Então, com a faca que o homem deixou para trás, rasgou a camisola, tirou-a por completo e embrulhou-a em torno do braço, estancando o sangue, pois se não fizesse nada, ele simplesmente morreria ali por esvasiamento de sangue.
Enquanto toda a ação aconteceu e acontecia, Hayley estava ali no canto, ás escuras, sem saber o que se passava. Tudo o que ouvia eram as lamúrias do irmão.
–CLARK? Clark, estás bem?! - Grita Hayley, assustada e desconfortada-
–Claro! Até porque..... uma pessoa sente-se maravilhosamente bem quando é esfaqueada! - geme Clark, ironicamente, cheio de dores-
Hayley fica mesmo chocada. "Porque é que isto nos está a acontecer? O que se passa? O que fizemos?!" -Pensa ela.
Seguindo estes pensamentos, veio uma vontade enorme de se soltar. Ainda maior que antes.
Hayley começa a rossar as mãos, uma na outra, tentando soltar-se, mas a corda continua intácta. Ela sente a sua pele a ser queimada. Até solta um berro abafado quando sente a corda esfarrapada a rasgar-lhe a pele, bruscamente.
Tentar libertar-se era impossível.
O tempo passava. Cada um dos irmãos sofria, cada um á sua maneira.
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Um clarão preenche o vazio escuro da sala do avião. A porta que quase os levou á morte estava agora aberta.
Por lá, entrou um homem de fato preto e gravata ridiculamente vermelha. Tinha óculos de sol escuros e uma escuta. Tinha cara de mau, no entanto, talvez não o fosse.
Pega em Hayley, devagar e corta-lhe a corda dos pulsos e das pernas cuidadosamente. De seguida, coloca-lhe um penso no lugar da ferida.
Depois faz o mesmo com o irmão.
Quem era aquele?
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