É um novo dia. Por entre a esguia janela da casa de banho, entram os raios de sol, tentando penetrar a leve névoa, lá no topo do céu.

Os pássaros fazem questão de se fazerem ouvir, portanto piam o mais que conseguem.

O espelho, meio esverdeado nas pontas mas limpo no centro, reflete uns longos e ondulados cabelos loiros, que mais parecem fios de ouro. Olhos profundos e brilhantes, castanhos esverdeados. O rosto de Hayley.

De manhã, é isto que Hayley faz sempre. Arranja-se em frente do espelho, rodeada de tudo e mais alguma coisa que a possa meter bonita. No entanto não é vaidosa, mesmo que tenha razões para isso.

–Hayley, estas bem? Normalmente não demoras tanto tempo! -Ouve, por trás da porta fechada-

–Sim, sim. Está tudo bem. Entra! -Responde ela-

A porta abre-se. Como o espelho estava mesmo perto da entrada, qualquer pessoa que entre lá já esta a frente do espelho após um passo dado. Estavam agora os dois, lado a lado. Hayley, e Clark, o seu irmão gémeo.

Não eram iguais, mas tinham as suas parecenças de irmãos normais. Clark tinha cabelo normal, loiro e olhos azuis. Clark era mais alto que Hayley, pelo que esta lhe dava pelo final do nariz, perto dos olhos.

–Já viste?! Estamos estão crescidos! - Começou Clark, com ar de... Saudades - Até parece que foi a semana passada que tínhamos 12 anos e ainda vivíamos felizes com os tios. Agora, olha... Temos 18 anos... Agora percebo porque é que os adultos se estão sempre a queixar!

Hayley mantém-se calada e afirma com a cabeça. Um ambiente deprimente infiltra-se no ar que os rodeia, mas é interrompido por uma sugestão de comida vinda de Clark. Já eram 11:00am e ainda não tinham comido.

Ambos saíram da casa de banho, seguiram pelo hall e foram dar á sala principal, que estava ligada á cozinha, mas separada por um balcão e pelos cheiros distintos entre a comida e o tecido dos tapetes.

Clark dirigiu-se para o centro da cozinha, preparando duas sandes com nutella, enquanto Hayley sentou-se num banco, no lado de fora do balcão.

Ambos meteram a conversa em dia. Cada um achava interessante o que o outro dizia, faziam piadas... O habitual. Entretanto, o telemóvel de Hayley toca.

*Chamada de Telemóvel*

Hayley- Estou?!

X- Estou Sim?! Bom Dia. Estou a falar com?!

Hayley- Hayley Chadwick. E o senhor quem é?

X- Peço desculpa. É engano. Eu queria falar com o senhor Clark Chadwick.

Hayley- Não! Espere! Ele esta mesmo aqui. Vou passar a chamada. Um momento!

Hayley mete o telemóvel em alta-voz, pois tinha curiosidade em saber do que se trata a conversa, e diz ao irmão que é para ele.

Clark- Sim, estou aqui. Que se passa?

O senhor não respondeu mais.. No meio daquela distração, Hayley e Clark estão os dois especados a olhar para o telemóvel, lado a lado.

Por trás deles, sentem uma respiração ofegante, mas não têm tempo de reagir. Alguém lhes mete um saco de batatas na cabeça, o que os fez desmaiar, graças aos químicos que continham. Foram arrastados para o quintal deles, onde Hayley deixou o telemóvel cair. Daí, no outro lado da linha, vinha um riso, potêncialmente maléfico do homem que lhes ligou. Era tudo um plano.