Após Tom derrotar o grande Golem de Pedra, todos voltaram até o vilarejo dos guardiões. Porém muitos estavam machucados, e mais ainda estava Tuandil. Quando o Golem o segurou, não chegou a quebrar seus ossos, mas eles foram fraturados e trincados, assim Tuandil mal podia se mover.

No caminho até o vilarejo, Glorick perguntou sobre o povo anão que vivia pelas cidades, e os guardiões responderam que todos haviam deixados as suas casas e voltado para o mar. E não sabia quando iriam retornar, e isso desanimou um pouco Glorick.

Ao chegarem na casa de Eremon, colocaram Tuandil sobre uma cama, havia vários hematomas pelo seu corpo. Então logo começou a ser tratado. Paladim perguntou há Eremon quanto tempo demoraria para Tuandil se recuperar, e ele respondeu que levaria em torno de duas ou três semanas. - Droga, isso é muito tempo, iremos nos atrasar. – disse Paladim para si mesmo.

Duhash entrou no quarto que estavam. - Como ele está senhor? – Ele perguntou a Eremon.

— Ele ficará bem, só precisa repousar – respondeu ele.

— Ele lhe entregou o pergaminho para o senhor lê-lo? – perguntou Duhash em seguida.

— Pergaminho? – se questionou Eremon.

— É verdade. – disse Tuandil deitado na cama – Está em meu bolso, por favor, pegue-o, Tom.

Tom levou sua mão até o bolso de Tuandil e pegou o pergaminho. E assim o entregou na mão de Eremon que o abriu.

— Isso é impossível. – disse ele.

— O que está escrito ai? – perguntou Tuandil.

— Eu não sei como isso seria possível, é uma magia muito grande para um homem mortal como Eithor realizar. Nem mesmo elfos ou os Maiar¹ conseguiriam realizar tal proeza. – dizia Eremon assustado com o escrito.

— Que magia é essa? – perguntou Tom.

— É uma magia negra muito antiga, e com ela, Eithor pretende trazer Sauron de volta. - Respondeu Eremon.

Assim todos ficaram espantados. E os Guardiões que andavam em volta pararam suas tarefas para escutar, pois escutaram a palavra "Sauron". E assim começaram a comentar um com o outro sobre o escutado.

— Isso seria possível? – Perguntou Glorick.

— Eu espero que não. – disse Eremon. – Ou a Terra-Média encontrará as trevas novamente.

— Mas Sauron foi destruído, e com ele o Anel, é impossível tal coisa acontecer. – disse Tuandil.

— Não tão impossível assim. – disse Eremon – Sauron não era um Maiar qualquer, ele conhecia muitas magias poderosas, e talvez se algum vestígio de sua existência ainda existir, e se alguém com tais poderes, que eu acho impossível que alguém tenha, queira ajudá-lo, isso seria possível.

— Explique melhor isso. – disse Paladim.

— Pois bem. É como se todo o poder que foi colocado no Um Anel, fosse colocado no próprio espírito de Sairon. – Dizia Eremon, mas todos foram interrompidos por um Guardião baixo e jovem entrando no quarto.

— Senhor, orcs estão invadindo a nossa casa! – disse o Guardião.

Assim deixaram o quarto, e apenas Tuandil ficou lá junto a Duhash. Ao saírem pela porta, perceberam centenas de orcs parados em frente, provavelmente os mesmos que Tuandil avistou da última vez, e também os mesmo que passaram pelo pelo Caminho Verde. E os guardiões rapidamente se colocaram em postos para atacá-los a qualquer momento. Então Eremon gritou a eles.

— O que fazem em nossa casa, orcs? – gritou Eremon.

— Queremos o herdeiro. – disse um Orc Uruk-Hai.

— Herdeiro? – se perguntou Eremon.

— O Herdeiro de Gondor foi encontrado. – disse Tom baixinho para Eremon.

— E ele está aqui? – perguntou Eremon para Tom.

— Não, creio que os orcs seguiram a pista errada. Nesse momento ele deve estar bem longe. – disse Tom.

— Entendo, então que assim seja. – disse Eremon.

Ele respirou fundo e gritou a todos. - Homens, vamos mostrar para esses orcs porque somos chamados de Guardiões! – gritava ele retirando sua espada. – Adiante!

Assim muitos Guardiões começaram a aparecer no telhado da casa com Arco e Flechas, e outros se posicionaram em frente à Eremon com suas espadas. - Ataquem! – disse Eremon.

Assim uma chuva de Flechas voou sobre os Orcs que estavam despreparados, e os homens correram em direção ao exército. Eram cerca de quarenta Guardiões contra trezentos Orcs. E Glorick e os Hobbits não ficaram parados. Glorick com apenas um machado e os Hobbits com suas espadas, foram junto aos Guardiões. E assim a batalha não demorou muito para terminar. Muitos orcs acabaram fugindo, pois viram que estavam sendo massacrados, e se algum conseguiu fugir com vida da Floresta das Trevas, deve ter ido até Eithor contar que os Guardiões estavam entrando na guerra. Nenhum Guardião caiu durante a batalha naquela tarde.

Logo depois da batalha acabar, Eremon se aproximou de Tom e disse. - Quando Tuandil acordar nós iremos partir encontrar o herdeiro, e montar um exército.

Os olhos de Tom brilharam ao escutar isso.

Eithor tem que ser derrotado antes que consiga o que planeja. – dizia Eremon. – Teremos um bom tempo para reunirmos todos os Guardiões da Terra-Média. Eles chegarão aqui depois de amanhã, será um dos dias marcados para nos encontrarmos.

Por hora tiveram que aguardar e enquanto Tuandil se recuperava, o dia da Reunião com os Guardiões chegou. Então o grande salão da casa ficou lotado, a mesa cheia de homens aparentemente habilidosos, e todos cobertos com mantos cinzentos ou azuis. Alguns tiveram que permanecer em pé, pois não havia lugares o suficiente. Todos conversavam, até que Eremon, com sua voz alta e poderosa começou a falar, e assim se fez silêncio.

— Todos vocês, um dia à muito tempo, a senhora Galadriel disse que enquanto os homens existissem, as trevas não desancariam, e a nossa existência seria necessária. Depois de milhares de anos, um novo inimigo surgiu na escuridão. Eithor venceu Gondor e dominou o reino. Nós não temos muito haver com cidades ou reinos, vocês sabem. Mas o nosso dever é proteger a Terra-Média; e Eithor planeja de alguma forma, fazer algo que nos levaria as sombras novamente. Ele planeja trazer Sauron de volta.

Assim os homens quebraram o silencio e começaram a conversar entre si, alguns assustados e outros indignados, dizendo que isso era impossível.

— Silêncio!!! – Gritou Eremon – Sim, parece ser algo impossível, mas não vamos ignorar isso. Temos que proteger a Terra-Média com nossas vidas, então juntos iremos enfrentar esse novo inimigo.

Ninguém mais discordou, e assim todos se uniram e aceitaram que iriam entrar nessa guerra.

— Mas não acha que somos um número muito pequeno para irmos à guerra assim? – perguntou Thereor, o moreno.

— Nossos amigos juntos ao herdeiro, foram até Rohan pedir ajuda a eles. – disse Glorick.

— Rohan? – disse um Guardião que estava sentado, um homem baixo e velho, com um rosto rabugento. – Eu duvido que aquele rei covarde seja de muita utilidade. – disse o velho.

E isso desanimou um pouco Glorick e os outros.

— Talvez Rohan nos ajude. – disse Eremon. – Ou talvez não. Mas é certo que em Lórien conseguiremos ajuda.

— Lórien? - perguntou Gloirck. – Quem estaria em Lórien para nos ajudar?

— Elfos. – respondeu Eremon.

— Ainda existem elfos na Terra-Média? – perguntaram Glorick e os Hobbits.

— Sim. – respondeu Eremon. – Eu sou um meio-elfo, caso não saibam.

Eles se chocaram quando ele disse isso. A Existência de elfos era magnífica para eles, e se maravilharam ao descobrirem que Eremon era um meio-elfo.

— Pois bem. – disse Eremon. – Partiremos assim que Tuandil estiver recuperado, primeiramente iremos até Lórien, e depois para Rohan. E assim encerro esta reunião.

Eremon se levantou da mesa e deixou a todos sozinhos, enquanto conversavam entre si. Até este ponto estava tudo decidido, mas até Tuandil recuperar-se, eles com toda certeza já estariam bem atrasados para encontrar seus amigos em Rohan.