Três Vassouras escrita por Amanda
Notas iniciais do capítulo
Olá terráqueos, espero que gostem!
Rose chegara da casa dos avós cansada, jogou-se juntamente com o embrulho que Luke lhe enviara, na cama. Acariciou a coruja de pelúcia ao seu lado e lembrou-se do bilhete que viera junto. Procurou-o pelos cobertores, revirando a cama, quase tirando o colchão do lugar, até que o encontrou caído em cima do tapete fofo. Suspirou aliviada.
“Feliz Natal minha ruiva,
Sinto sua falta e estou esperando suas entediantes cartas. A coruja se chama Scorp.
Com carinho, Scorpius.”
Rose riu do bilhete e abriu o embrulho que o amigo lhe mandara. Obviamente um livro grosso e trouxa, um exemplar completo com todos os contos de Sherlock Holmes. Rose ficou encantada, a capa era marrom com detalhes em dourado, a fita marca-página vermelha acentuava a cor entre as páginas amareladas e grossas.
—Ah Luke, eu te amo! —Abraçou o livro.
—Luke? Achei que fosse o Malfoy! —Hermione estava na porta, olhando para a filha.
—Ele é meu amigo, e olha o livro que ele me deu! —Mostrou para a mãe impressionada que lhe desejou boa noite e fechou a porta de seu quarto.
Rose deixou o livro perto da coruja e sentou-se à sua escrivaninha, o pergaminho já posicionado ao lado da pena e tinteiro.
“Feliz Natal,
Não adianta frisar seu nome, continuarei lhe chamando de Malfoy. Agradeço a coruja, mesmo que tenhamos combinado: nada de presentes. Mas, confesso que não fui honesta, pois sabia que você também não seria. Espero que goste do livro, é aquele que você guarda dentro do seu malão, perto do meu cachecol. Parece gostar bastante dele, e bem, eu consegui um exemplar autografado e com anotações.
As minhas cartas são entediantes? Não sou eu que sempre inicia uma com a frase: eu sinto saudades! Muito clichê.
Com carinho, Rose Weasley”
Amarrou o pergaminho na patinha alaranjada de Hades, sua amada coruja. Entregou-lhe juntamente o pacote em papel pardo amarrado com barbante branco.
—Scorpius Malfoy! —A coruja parecia ter assentido, e logo levantava voo.
Rose aproveitou a noite de insônia para escrever uma carta de agradecimento a Luke, aproveitando para enviar o presente que comprara para o amigo.
E daquela forma, amável e cheia de saudade, o feriado passou. Tanto Rose como Scorpius e Luke, conseguiu encher no mínimo uma gaveta com todas as cartas trocadas.
E novamente, estavam todos na plataforma 9 ¾ . Os cachecóis enrolados nos pescoços, alguns, cobrindo a ponta dos narizes vermelhos. Últimos abraços, antes das férias de verão. Rose acenou da janela da portinhola para os pais, enquanto o trem com um solavanco forçado começava a sair da paisagem cinza da cidade e a entrar na verde dos campos. Livre, era assim que a ruiva sentia-se, em fim poderia ver Scorpius. O vira na estação, junto de seu pai que acenou para Hermione, um tanto cúmplice.
—Rose! —Luke a abraçara, tirando seus pés do chão. —Senti sua falta!
—Eu também. —A ruiva o apertou, vendo por cima de seu ombro, que mais atrás estava Scorpius, escorado em uma cabine, fez um sinal delicado com a cabeça e entrou. Rose separou-se de Luke. —Estou indo comprar alguns doces, Alvo está na terceira cabine!
—Até logo. —O moreno seguiu até a cabine indicada, enquanto Rose entrava na cabine onde estava o namorado. Mal fechara a portinhola, e já fora surpreendia com um beijo.
—Hey, alguém pode ver. —Certificou-se de que não havia ninguém no corredor, fechou as cortinas e trancou a cabine, jogando-se nos braços do garoto em seguida. —Senti tanto a sua falta.
—Depois eu é que sou clichê, não é? —Scorpius ri e volta a tocar os lábios da namorada, apertando-os contra o seu sem pudor algum.
Os campos passavam pela janela rapidamente. Rose estava deitada sobre o banco enquanto Scorpius sentara no chão, para poder entrelaçar seus dedos aos da namorada. E passaram a viagem inteira daquela forma, a ruiva lendo o livro que ganhara de Luke enquanto Scorpius lia o que ganhara de Rose.
—Rose? —Chamou a namorada que se sentou, como um incentivo para que continuasse. —Você contou para sua mãe, sobre nós?
—Sim, e ela disse que nos apoiaria. —Sorriu com a ideia. Mas percebeu o sorriso meio duvidoso se Scorpius. —O que foi?
—Eu contei para o meu pai. —Falou de olhos fechados.
—E o que ele disse? —Perguntou curiosa, porém, apreensiva.
—Bem, primeiro ele achou que era brincadeira minha. —Falava. —Depois ele surtou, dizendo que você era uma Weasley e saiu de casa.
—Foi tão ruim assim? —Rose tinha uma careta de desagrado no rosto, não achou que fosse tão difícil assim.
Scorpius olhou-a e negou.
—Quando ele voltou a situação ficou estranha. —Sentou-se ao lado de Rose, brincando com seus dedos enquanto prosseguia. —Ele me fez sentar e escuta-lo, pediu isso centenas de vezes antes de começar. Ele... Ele disse que não foi sensato no começo, e que daria apoio para nós dois, que eu pedisse a ele tudo o que precisasse. Queria te conhecer, mas expliquei que não estávamos bem em relação aos nossos pais. Pediu para cuidar de você e para ser gentil. —Riu nervoso. —Depois de todo esse apoio ele... —Riu. —Começou a falar de como eu deveria ser responsável e cuidadoso com você, e que não queria ser avô tão cedo.
Rose arregalou os olhos e ruborizou, tomando um vermelho mais forte do que o próprio Expresso Hogwarts. Scorpius riu ainda mais alto e abraçou Rose de lado.
—Você sabe que eu não faria nada que não quisesse. —Beijou sua bochecha ainda corada. —O que importa é que temos dois aliados. Agora seu pai...
—Também estou com medo, ele já pediu explicações quando o Hugo comentou que eu havia feito trabalhos com você e com o Luke.
Scorpius apertou-a ainda mais.
—Não se preocupe, nunca vou te deixar, lembra? —Rose assentiu com um largo sorriso.
—Nunca!
Com os dedos entrelaçados, permaneceram o restante da viagem naquela posição. Abraçados e entrelaçados. Rose com a cabeça afundada no ombro do garoto, enquanto o mesmo acariciava seu cabelo agora liso. Surpreendeu-se ao ver a ruiva com os cabelos alisados, em vez dos cachos. Gostou da mudança —repentina— da namorada. Deslizando os dedos pelas mechas avermelhadas, percebeu que Rose dormira em seu ombro. Aconchegou-a melhor e adormeceu abraçado à garota.
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