Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 55
Bolas de neve




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/447471/chapter/55

Scorpius como um legitimo Sonserino e garoto brincalhão, acordou cedo, recolheu do parapeito de sua janela uma boa quantidade de neve, fazendo algumas bolinhas. Vestiu o gorro e ainda de pijama, foi até o quarto da namorada, abrindo a porta silenciosamente. Posicionou-se estrategicamente atrás da poltrona e segurou a bola de neve entre os dedos, o que a fez derreter levemente. E com força, lançou contra Rose.

A ruiva, acertada no braço, sentiu a neve entrar em sua blusa, congelando seu corpo e fazendo-a estremecer. A segunda passou raspando sobre sua cabeça, deixando alguns flocos nos cachos ruivos. Antes que fosse acertada por uma terceira levantou o cobertor, o que impediu as bolinhas.

—Você ficou maluco? —Gritou abaixando a coberta assim que percebeu a inexistência e mais bolas de neve. Scorpius dobrava-se de rir ao lado da cadeira estofada. Levantou-se apressado quando viu Rose com o rosto furioso e a varinha em mãos. Correu, escorregando no tapete, que serviu de obstáculo para Rose minutos depois. —Eu vou te matar Malfoy!

Scorpius descia as escadas às pressas, cuidando para não cair.

—Não acha que já está na hora de me chamar pelo o primeiro nome? —Gritou saltando para perto da lareira.

—Seu covarde! —Rose estava vermelha, com os cabelos bagunçados e cobertos de neve, os lábios arroxeados pelo frio que invadiu sua roupa. —Se eu ficar doente a culpa será sua!

Virou-se furiosa, com as mãos grudadas ao corpo, tentando aquecer-se falhamente.

—Arrume suas malas, e me dê ouvidos uma vez na vida, não me espere para o café da manhã! —Bateu com força a porta de seu quarto, consequentemente, fazendo com que a árvore da natal estremecesse.

Scorpius obedeceu Rose, e sentou-se ao lado de Luke na mesa da Sonserina. Alvo parecia dormir sobre a mesa de madeira.

—Cadê a Rose? Vocês sempre descem juntos. —Comentou Luke, meio desanimado com seu mingau.

—Eu joguei bolas de neve e acho que tem a possibilidade dela ter ficado um pouco... Irritada. —Falou com indiferença.

—Um pouco? Ela vai te matar! —Luke encarou-o. —Boa sorte.

—Obrigado!

E após o reforçado café da manhã, os alunos foram até Hogsmeade, onde embarcaram no Expresso Hogwarts.

Os Weasley e Potter sentaram-se todos em uma única cabine. Logo, Luke e Scorpius juntaram-se aos amigos. Com o espaço apertado e limitado, alguns se sentaram no chão, e sobrou para Rose sentar-se entre as pernas de Scorpius. Discretamente o loiro acariciava a nuca da ruiva, tomando cuidado para não chamar atenção de ninguém. Após algumas horas de conversas dissimuladas e sem nexo, o trem parou e um por um saiu da cabine. Rose avisou os pais com um sinal que pegaria os malões, e foi o que fez. Atrás de pilastras largas — quadradas, procurava seu malão. Foi puxada pela cintura, chocando-se ao corpo de Scorpius com brutalidade.

—Me desculpa por hoje de manhã! —O rapaz beijou o maxilar da garota, abraçando-a.

—Tudo bem. —Rose virou-se, ficando de frente para o garoto, encarando seus olhos. —Eu vou sentir saudades.

—Por isso, vamos aproveitar nossos últimos minutos, antes que alguém venha aqui e... —Foi interrompido.

—Você fala de mais. —Rose o beijou. Era arriscado, a qualquer momento alguém podia aparecer e descobri-los. Mas valia o risco.

Scorpius colou a namorada na parede, aprofundando ainda mais o beijo. Não durou muito mais que poucos segundos, encostaram suas testas e aspiraram seus perfumes, com os narizes —avermelhados— tocaram-se carinhosamente.

—Me escreva, se não eu te azaro. —Rose sussurrou entre os lábios do loiro, com um leve sorriso. —Até logo.

Scorpius segurou a pequena mão de Rose até que a distancia os separasse por completo. Como uma dolorosa despedida. A ruiva deu uma ultima olhada para trás e viu o Sonserino movimentar os lábios em “irei escrever”.

Abraçou os pais, e durante o caminho, contou tudo o que já fizera naquele ano, omitindo a história sobre Scorpius. Hugo não se intrometeu e não contou sobre as amizades da irmã, seu pai já havia encrencado ao saber da aproximação do Sonserino, garoto cujo, no primeiro ano de Rose, proibiu-a de interagir.

—Posso entrar? —Hermione batia na porta com tanta delicadeza que o som era quase inaudível.

—Claro, mãe! —Rose deixara o livro de lado, sem antes marcar a página com a embalagem da barra de cereal que comia.

—Você me contou nas cartas que estava com um garoto, e que quando seu pai soubesse estaria em apuros. —Rose assentiu ruborizada. —Suspeito que ele seja um Sonserino.

Rose assentiu novamente, sentindo seu rosto ainda mais corado.

—E tenho fortes suspeitas de que ele seja loiro, jogue como artilheiro e se chame Malfoy. —Hermione riu, a filha havia ficado mais vermelha que os próprios cabelos. —Eu já imaginava.

—C-Como? —Foi o que conseguiu perguntar.

—Daquela vez que fui te visitar na Ala Hospitalar - Tomou fôlego. —, Madame Pomfrey comentou que ele estava sendo bastante atencioso com você, e até pelo o que me contou. Era só questão de tempo.

—O papai vai me matar! —Cobriu o rosto com as mãos.

—Não vai não, mas quando estiverem prontos, prepare o Scorpius para possíveis gritos e varinhas. —Hermione riu. —Não vai ser fácil, mas estou do seu lado. Agora durma!

Beijou a testa da filha e saiu o quarto.

Rose jogou-se na cama, adormecendo em seguida.

O campo era florido, muito parecido com os jardins de Hogwarts. Rose estava com Scorpius ao seu lado, andavam de mãos dadas e sorrisos furtivos no rosto. Mais a diante, um casal, claramente mais velhos, andavam na direção dos jovens. Ao aproximarem-se, percebeu que se tratava de Ronald e Hermione, felizes e sorridentes, até o ruivo fixar o olhar azul nas mãos da filha. Prontamente apontou a varinha para o loiro. Hermione tentava segurar o marido pelos ombros, enquanto Rose, uma verdadeira Grifinória, demonstrando coragem, colocava-se na frente do namorado como um escudo.

“É filho de um ex-comensal.”

“Doninha júnior.”

As palavras passavam pela mente de Rose, que se sentindo mal, caiu de joelhos. Ronald aproveitando que o loiro estava desprovido de defesa estuporou o garoto.

Ofegante, Rose sentou-se na cama, empurrando os cobertores para longe. Andou de um lado para o outro, a mão na testa, demonstrando que pensava em alguma alternativa não suicida. Constatou pelo barulho de papeis rasgados, que era manhã de natal. Calçou as pantufas de coelho e desceu as escadas, encontrando Hugo, com papeis ao seu redor, enquanto Hermione cozinhava algo e Ronald bebia uma xícara de café quente.

—Feliz Natal Rose! —Hugo abraçou a irmã.

Após o café da manhã, repleto de doces natalinos e deliciosas comidas, Rose foi para seu quarto, arrumar-se para o almoço na Toca. Tomara seu banho em tempo record, vestiu meia calça de lã, grossa para conter o frio. Uma delicada bota marrom, e um vestido quente de mangas longas. Estava prestes a sair do quarto quando uma coruja entrou voando, e soltou sobre a sua cama um embrulho de papel pardo.

—Vamos Rose! —Hermione gritou do andar de baixo.

—Já vou! —Retrucou enquanto rasgava o papel. Um coruja de pelúcia, muito parecida com a sua. Na perna da pelúcia, um bilhete enrolado. Deixou-o sobre a cama, prometendo que o leria na volta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até logo terráqueos.