O feriado de natal e ano novo passou com velocidade, e logo estavam todos na plataforma, esperando que o trem apitasse, avisando o inicio da longa viagem.

—Vou sentir saudades querida! —Hermione beijara a filha pela décima vez nos últimos minutos.

—Eu sei! —Rose agradeceu à Mérlin pelo maquinista, que apitava enquanto andava até o maquinário.

—Até logo querida! —Hermione abanava enquanto Ronald segurava sua cintura quase que de forma possessiva.

Rose passava pelas cabines lotadas, à procura de uma vazia, só parou quando Hugo lhe gritou mais a frente, indicando um lugar. Sentou-se na janela, seu lugar costumeiro. Durante a viagem, sentia-se inquieta no banco estofado.

—Alguém quer alguma coisa? —Levantou-se em um salto, abrindo a porta da pequena, porém confortável cabine.

—Dois sapos de chocolate! —Hugo lhe entregou alguns sicles.

—Uma tortinha para mim! —Tiago lhe entregou alguns nuques, que achara no fundo de seu bolso.

A ruiva rumou até o carrinho de doces, encheu os bolsos e pagou a senhorinha de avental colorido e voz aveludada. Durante o trajeto de volta, correu os olhos pelos Sonserinos de nariz em pé.

—Procurando alguém cabeça de fósforo? —Alicia levantava-se pomposamente, com a cabeça erguida e nariz empinado. Era engraçado como o apelido pronunciado por Scorpius era mais suave e de alguma forma, carinhosa. Já quando saia pelos lábios avermelhados —pelo batom— de Alicia, pareciam espinhos venenosos.

—Não te diz respeito! —Respondeu friamente, lançando os espinhos que recebera, de volta.

—Ora sua filha de sangue-ruim! —Empunhou a varinha firme, em direção ao rosto da ruiva. —Esqueceu que está no meio dos Sonserinos?

Luke Zabini segurou o punho da loira e abaixou-o.

—Cuidado com a boca Scoults! —Preveniu a garota boquiaberta. —Vamos Rose! —Puxou a ruiva surpresa para o corredor.

—Defendendo uma Grifinória Zabini? —A loira gritou estupefata. —Isso é traição.

O garoto moreno apenas caminhava ao lado da ruiva quieta.

—Por que estava lá? —Quebrou o silêncio desconfortável.

—Fui comprar doces! —Mostrou as embalagens no bolso.

—Não podia esperar o carrinho passar pela sua cabine? —Percebeu a vermelhidão no rosto da ruiva cabisbaixa. —Scorpius volta amanhã de noite, teve alguns problemas.

Rose sorriu ainda com a cabeça baixa e assentiu timidamente.

—Obrigada Zabini! —Despediu-se.

—Luke! —Falou rapidamente.

—O quê? —Rose encarou-o.

—Pode me chamar de Luke! —A Grifinória assentiu e entrou em seu vagão.

—Quase fui atrás de você! —Tiago abria a tortinha, Rose sorriu fraco e voltou a sua atenção para a verde paisagem.

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Minerva levantou-se, ajeitou a longa capa verde esmeralda e tossiu para liberar a garganta.

—Sejam bem vindos! —Segurou as mãos. —Espero que tenham tido um ótimo Natal e inicio de um novo ano.

Aconteceram alguns burburinhos entre os alunos.

—Gostaria de pedir para que os Monitores chefes se dirijam para a sala de reuniões após o jantar! —Olhou para os alunos, todos em absoluto silêncio. —Bom jantar a todos.

Após limpar seu prato —quase vazio— Rose levantou-se decidida.

—Por que essa reunião? —Tiago servia-se de um farto pudim.

—Depois eu explico! —Acenou e saiu andando ao lado dos Monitores chefes da Lufa-Lufa e Corvinal.

Minerva os esperava em pé na ponta da mesa redonda.

—O que quero falar é bem rápido, os monitores da Lufa-Lufa e Corvinal, estão dispensados da monitoria. Apenas quero que anotem os alunos que foram pegos fora da cama. —Ambos assentiram e com um sinal da professora saíram da sala. —Senhorita Weasley, sente-se, por favor!

Rose obedeceu de bom grado, suas pernas balançavam animadamente.

—O que tenho a dizer para a senhorita é de grande importância. —Olhou para a ruiva. —Você e o senhor Malfoy, serão os monitores chefes a partir de agora. Como eu havia anunciado antes, será mais tempo de trabalho, mas creio que conseguirão conciliar tudo. —Rose assentiu. —A primeira ronda será amanhã à noite.

—Mas professora, o Malfoy só chega amanhã!

—Vejo que já foi informada! —Minerva sorriu. Um sorriso considerado de satisfação. —Venha comigo, irei lhe mostrar seu novo Salão Comunal.

Rose estava animado, sempre ouvira falar do Salão Comunal dos Monitores chefes, e agora mais do que nunca estava ansiosa. Minerva levou-a até o sexto andar, parou na frente de um quadro com um enorme dragão avermelhado.

—A senha é verde galês, senhorita! —Minerva lhe entregou um pergaminho com os possíveis horários e normas. —Seus pertences já estão no seu quarto, visitantes são permitidos até o toque de recolher e devo ressaltar que são extremamente proibidas visitas intimas nos quartos!

—Sim senhora, passarei as regras para o Malfoy assim que o ver! —Minerva sorriu e saiu pelo corredor escuro.

A Grifinória sorriu para o majestoso dragão e proferiu a senha, o animal balançou a calda e cuspiu fogo, Rose achando que as chamas lhe atingiriam cobriu o rosto, encolhendo-se. Mas tudo que aconteceu foi a movimentação do quadro que se abriu. Aliviada, entrou no Salão. Era bastante espaçoso, havia uma mesa redonda no canto, junto de um quadro para recados perto da porta. No outro lado a lareira aquecia o ambiente, o sofá e poltronas na cor marrom, deixavam a sala mais aconchegante, em uma portinha no canto ficava o banheiro. No andar de cima, subindo as escadas centralizada escolhia-se a direita para a porta com o ilustre símbolo da Grifinória ou esquerda,para o majestoso brasão da Sonserina. Rumou até a sua porta e ado entrar passou os dedos pelo leão em alto relevo, o quarto não era muito diferente do andar de baixo, a mobília toda em um tom de marrom escuro, uma cama com cobertores e colchas em vermelho escarlate com detalhes em dourado. Sua mala estava no canto, juntamente com a sua vassoura.

Jogou-se na cama e se aconchegou na escuridão do quarto, adormecendo logo em seguida.

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Como sempre, foi a primeira a entrar no Salão Principal para o café da manhã. Era uma bela manhã de terça-feira, a neve começava a cessar, os flocos grossos já não caiam mais, mas ainda teriam muito tempo de frio constante e gelo nas escadas.

—Ah olá Rose! —Tiago sorria com grandes olheiras arroxeadas. —Onde se meteu ontem à noite? Fiquei te esperando por horas.

—Desculpa. —Colocou sua mão sobre a do rapaz. —Minerva me levou no salão Comunal dos monitores, dormi lá essa noite.

Tiago assentiu e bebeu alguns goles de seu suco de abóbora.