Onde estou? Estou sentada na minha cama. O que é isso que estou segurando? É um ursinho de pelúcia branco acinzentado, mas está todo costurado, como se tivesse sido rasgado e alguém consertou. De onde esse ursinho veio? O que está acontecendo? Estou tonta. Tive um sonho e me lembro dele, me lembro de muitos detalhes:

Eu estava dormindo e acordei com um barulho muito fraco, na verdade tão fraco que acho que só eu ouvi. Quando abri os olhos levei um susto, então alguém tapou minha boca, uma mulher, ela sorriu e disse que se eu não fizesse barulho ela tirava a mão da minha boca. Eu balancei a cabeça em sinal de sim e ela retirou a mão. Sentei e respirei fundo. Foi então que percebi dois homens atrás dela: um mais alto e usava um jaleco branco onde suas mãos estavam enterradas nos bolsos. O outro usava uma jaqueta preta e me encarava com um sorriso sinistro. Seus rostos estavam escondidos na sombra da noite, deixando difícil de ver-los. Voltei o olhar para a mulher, ela usava uma capa preta e o cabelo preso em duas marias-chiquinhas. Eu tinha a impressão de que essas pessoas eram familiares, mas não sabia de onde.

— Desculpe. Sei que é estranho pessoas entrarem assim no seu quarto – a mulher falava baixinho como se não quisesse acordar o resto da casa –, ainda mais no meio da noite...

— Estranho? – eu interrompi – Só entranho?

— Por favor, não se assuste, não queremos fazer nenhum mal.

— Acho que já é tarde para pedir que ela não se assuste. – o homem de jaleco branco aproximou-se ficando em frente à janela onde a luz da lua pôde iluminar seu rosto melhor. Ele aparentava ser mais velho que os outros dois, usava óculos e tinha cabelos de cor cinza quase prata. Ele deu mais um passo em minha direção e eu recuei para longe até encostar as costas na parede, então ele parou – Meu nome é FrankenStein, – ele tirou uma das mãos do bolso e apontou para os outros – este é Soul Eater Evans e esta é Maka Albarn Evans. Queremos te fazer um convite.

Meu mundo caiu. Eu conheço esses nomes, mas... Não, isso é impossível! Essas pessoas têm os mesmos nomes dos personagens do meu mangá preferido, Soul Eater, mas eles são mais velhos. Não pode ser... Isso! Devem ser de um grupo de ladrões malucos.

— Esse não pode ser o verdadeiro nome de vocês. Quem são vocês e o que vocês querem? – tomei cuidado para não falar muito alto

— Por que você diz isso? – a mulher perguntou

— Por que esses são os nomes de três dos personagens do meu mangá favorito.

— Personagens de um mangá?

— Sim, ele conta a história de manipuladores e suas armas e a luta deles contra bruxas e um grande inimigo chamado de Kishin e... – eles se entreolharam espantados enquanto eu falava – E... Não importa a história porque vocês devem conhecer já que dizem ter esses nomes.

— Soul...

— Entendi. – o homem de jaqueta preta estendeu a mão para a mulher e ela segurou seu braço. O homem começou a brilhar e seu corpo a mudar de forma até que já não parecia mais com um humano, mas sim como uma foice.

— Não sei quem escreveu esse mangá ou como ele sabe sobre nossa história – a mulher fez um movimento e segurou firme o homem, quer dizer, foice –, mas esses são nossos verdadeiros nomes e nossa batalha contra o Kishin aconteceu há dezesseis anos.

De repente a mulher estava com um semblante sério. Ao ver uma coisa como essa era difícil não acreditar neles, era difícil não acreditar que os personagens do meu mangá preferido existiam de verdade. O homem de jaqueta preta, quer dizer, Soul se transformara na minha frente. A batalha ter acontecido 16 anos atrás explica o fato dessas pessoas que estavam na minha frente serem mais velhas.

— O.K., está bem, eu acho que acredito em vocês. Por que estão aqui?

— A magia está cada vez mais evoluindo – o professor Stein começou a explicar – Com a nossa ajuda elas aprimoraram os feitiços de invocação de portais, podendo criar portais de levam de uma dimensão para outra.

— Um grupo pequeno, com os melhores artesãos e armas, foi enviado para buscar uma alma especial neste mundo. – continuou Soul

— Nós estamos te observando há alguns dias. – Maka sentou ao meu lado na cama – Natasha, você tem essa alma especial, uma alma pura, capaz de muita coisa.

— Espera! Isso... Não é... Como? – olhei para Maka confusa e ela sorriu

— Por acaso você não quer voltar com a gente para Death City, para o nosso mundo?