Priston Tale escrita por Yokichan


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Menines, comentem ;*
PS: personagens de Priston usam munição infinita. q



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Battle Castle é um lugar terrível para os despreparados. Para guerreiros dispostos a dar a vida por Priston, não passa de uma brincadeira perigosa. BC, como é conhecido o território de treinamento e competição pelos guerreiros do continente, não tem juiz, não tem regras, muito menos um limite. Aparentemente, um longo campo com montanhas derradeiras e ruínas de um campo de batalha, o local é como a ilusão da morte. Recebe-se o golpe fatal, cabeças voam, sangue é jorrado. No entanto, a alma é imortal dentro do território de Battle Castle. Devido à aquisição de Resurrections, que são espécies de pergaminhos místicos, o guerreiro pode reviver após ser derrotado. Os céus escuros baixam sobre a aurora dos campos tingidos pelo rubro que um dia fora vital.

 

 

         Lady Die POV On.

 

 

         Eu nunca fora uma mulher vaidosa e fútil, mas naquele dia, estava me sentindo especialmente atrativa em minha recém adquirida Frenesi Armor. Muito mais do que pedaços de metal adornados em um azul reluzente, aquela armadura sempre fora o meu desejo desde que nasci para ser uma Atalanta da elite de Priston. Felizmente, eu a havia ganhado em uma aposta. Oh, como apostas sujas me eram agradáveis.

 

         "Eu realmente queria aquela armadura que cobria o corpo orgulhoso de minha companheira de raça, de minha rival naquela batalha. Sim, Atalantas podem lutar contra Atalantas. Além do mais, decidi que a Frenesi ficaria muito melhor em mim do que nela. Pobre coitada, não soube o que estava fazendo ao aceitar minha aposta.

 

- Se eu vencer, pegarei sua armadura. Se você vencer, lhe darei minha lança. - fora o que eu propusera, prevendo a vitória

 

- Hum, uma Herege Javelin. Bela lança. Certo, ficarei com ela, já que insiste. - e ela caíra em minha armadilha, em minha fúria."

 

         Um lampejo de luz dourada transportou meu corpo para a cena caótica de Battle Castle. Eu era uma vencedora nata, uma guerreira, uma predadora letal. Ninguém podia com a minha lança, com a minha força e precisão, afinal, eu não era ninguém abaixo da elite. Eu era Lady Die, e o nome falava por mim.

         Surgi ao lado de uma barraca de tecido roxo, atado por cordas, onde uma mulher a qual eu nunca vira o rosto vendia os pergaminhos de ressurreição. Um lugar propício para o meu início de diversão. Eu não precisava de mais de um pergaminho, apenas o comprava por precaução, pois ninguém ali era tolo o bastante para entrar em um duelo sem um Resurrection. Com minha Inferna Javelin (Lança Infernal) nas costas, sobre a bela Frenesi azulada, dirigi-me calmamente até a entrada da barraca. Não precisei entrar, pois Shellby estava em frente a porta com seu costumeiro gorro púrpuro sobre os cabelos e um manto da mesma cor que cobria todo o seu corpo. Ela era uma mulher misteriosa, com seu rosto desconhecido encoberto pelas sombras da longa aba do gorro escuro, embora todos soubessem que seu nome era Shellby, e que vendia os pergaminhos da vida.

 

- Um Resurection, Shellby. - pedi sem olhar para ela enquanto tirava algumas moedas douradas do compartimento da Frenesi

 

- Ora, se preparando para fazer vítimas novamente, Lady Die? - Shellby brincou, estendendo-me um pergaminho fechado

 

- Não há nada melhor para se fazer hoje, não é? - devolvi a ironia, trocando o dinheiro pelo pergaminho

 

- Hum. - ela apenas murmurou divertida, recuando um passo e adentrando a barraca escura

 

         Guardei o pergaminho na armadura e me virei para o cenário em que eu seria a personagem principal assim que passasse pelas bandeiras que sinalizavam a área de combate. O gramado sangrento estava repleto de inúteis, e eu não estava com vontade de matá-los naquele momento. Busquei cautelosamente com meu olhar dourado por um espaço mais reservado, onde eu pudesse encontrar alguém à minha altura, se aquilo fosse possível. Ao pé de uma montanha mais afastada do tumulto, avistei dois lutadores em um duelo voraz. Faíscas riscavam o ar pesado quando os sons de lâminas se chocando chegaram aos meus ouvidos. Meus olhos e boca se tornaram um risco estreito em minha face corada. Das guerreiras mulheres de Priston, eu era a que tinha a pele mais escura, porém, não chegava a ser negra ou mulata. Também não tinha inveja da pele pálida como giz das Sacerdotisas, aquele branco impecável parecia mórbido e nojento.

         Enquanto caminhava rumo aos dois lutadores, tirei minha lança avermelhada das costas e bati com o cabo dela no chão, eriçando em mim a vontade de lutar. Rasas faíscas de energia iluminavam o gramado quando minha lança o batia, seguidamente. No meu outro braço, um escudo oval e negro, meu Mortal Shield. Por todo o meu corpo, sinais de que eu havia nascido para guerrear: botas, luvas, braceletes de metal. Ao redor de minha cabeça, enfeitando meus cabelos verdes e curtos que mal tocavam os ombros, uma coroa que mal parecia coroa, e sim um elo prateado de metal agressivo. Tudo em mim soava agressividade e força. Podia sentir todos os músculos de meu corpo se agitando em minha sutil corrida até a base da montanha, e aquilo era eletrizante. Ao erguer o braço que segurava a lança para o céu, meus corpo todo tremeu de ansiedade e explodiu em uma quantidade sutil de energia dourada.

 

- Windy! - meus lábios murmuraram com fúria, e senti que pela lança em minha mão corria a pura energia de minha raça

 

         A considerável explosão de energia não tinha sido mero efeito para avisar que eu estava chegando. O poder de alcance e velocidade de minha lança havia sido triplicado, de modo que minha Inferna Javelin irradiava poder. Eu sabia o que ela queria, eu entendia, pois era também o meu desejo. Minha lança queria um corpo para perfurar, assim como meu espírito de guerreira.

         Quando entrei na área de combate do BC, ultrapassando as bandeiras, notei que os mais fracos se calaram, abrindo caminho para meu corpo sedento. Murmúrios com meu nome banhado por medo e respeito me fizeram abrir um tênue sorriso, esbanjando sarcasmo. Enfim, ao atravessar aquele campo de amotinados, parei próxima ao pé da montanha. O par a duelar era feito de um Fighter e um Mech. Pobre Mech, sendo nocauteado pela força bruta de um Fighter arrasador e impiedoso. O sorriso vil na feição mestiça e carrancuda do FS me interessou, de tal modo que todo o meu corpo pediu para lutar contra ele. Adrenalina era o que me movia naquele momento. O Mech de longos cabelos louros cambaleou para trás, caindo de costas no chão terroso e defendendo o corpo com um escudo, que ao receber o golpe furioso do Fighter, se partiu ao meio. Ele estava derrotado, não havia mais forças em seu olhar para resistir contra a máquina imperdoável que lhe atacava. Enfim, o Mech irradiou uma quantidade de energia esverdeada pelo corpo, e eu soube que ele havia usado uma técnica de absorção física, que absorvia o dano recebido não deixando-o receber todo o impacto. Aquilo pareceu o fim do duelo.

 

- Não desista, Alec! - o Fighter gritou, pronto para um golpe furioso e fatal, mas eu decidi que derramamento de sangue não era preciso naquele momento, enojaria meus olhos

 

- Basta. - minha voz saiu poderosa no momento em que uma lança incandescente atingiu o chão, queimando no espaço entre o Fighter surpreso e o Mech caído ao chão

 

- Javelin Fire. - Alec, o Mech, murmurou aliviado, erguendo-se com esforço do chão

 

- Quem ousa intrometer-se? - os olhos castanhos e raivosos do Fighter voaram na minha direção, desejando dilacerar-me

 

         Nossos olhos se chocaram com o estrondo de nossas almas. Senti como se estivesse diante de uma besta demoníaca, incapaz de compreender qualquer coisa além da luta e da morte. Seria lastimável, se a expressão no rosto do Fighter não tivesse me incentivado. Era um homem realmente forte, talvez o mais forte que eu havia visto, pela aparência de seu corpo e de seu olhar. Os cabelos castanhos e rasos balançavam suavemente com a brisa pesarosa do Battle Castle, ao contrário de seu rosto, que bufava agitado. Os ombros musculosos pareciam duas rochas, seguidas de rochas menores ao longo dos braços, até chegar nas mãos grandes e fortes, como duas algemas incapazes de serem violadas. O corpo inteiro seguia a mesma estrutura agressiva e poderosa, o que não deixava de ser convidativo aos meus olhos. Uma capa de tecido escuro cobria seu peito e costas nuas, presa por um broche dourado e circular que me pareceu ouro perfeito. Era um Fighter de elite, certamente. Meus olhos jamais se enganavam diante de um guerreiro de elite. O Mech suspirou cabisbaixo e tirou a garra metálica da mão, analisando-a. Pareceu insatisfeito com o estado de sua arma, mas um sorriso pesaroso escondeu seu lamento interior.

 

- Lute comigo. - eu propus ao mirar minha grandiosa lança vermelha na direção do Fighter, que apenas sorriu cruelmente

 

- Bom, parece que minha garra precisará de reparos. - Alec constatou, mirando seu olhar conformado para o Fighter - Ainda não lhe venci, Murdoc, mas foi uma luta interessante. Nos vemos por aí. - e despediu-se com um breve aceno ao dar as costas

 

- Hã, um fraco como você jamais me vencerá, Alec. - o Fighter riu, lançando um olhar divertido para o Mech que já se afastava

 

- Ei, seu cretino! Não me ignore. - eu urrei, arremessando a lança novamente contra Murdoc

 

         Peculiarmente, ele apenas virou o rosto na minha direção e segurou a lança com uma única mão, partindo-a ao meio. Meus olhos estreitaram-se terrivelmente, enquanto minha mente buscava por uma resposta para tamanha força daquele homem. Era verdade que ele era um Fighter, e tal raça é a superior em força bruta, dentre todas as outras classes, mas ele parecia anormalmente forte. Seria essa a verdadeira força de um Fighter?

 

 

         Lady Die POV Off. Murdoc POV On.

 

         Com a outra mão, eu peguei a lança que ainda queimava encravada no chão ao meu lado, e a tirei do solo com um movimento muito fácil. As chamas não me queimavam, pois eu era resistente ao fogo, uma habilidade muito conveniente. As chamas se apagaram debaixo de minha mão firme, e o que restou da lança se desfez em poeira ao cair ao chão. Sorri para a Atalanta à minha frente, demonstrando o quão eu era superior à ela. Eu era um Fighter de elite que jamais havia sido vencido em uma batalha, e gargalhei internamente ao lembrar do desafio que aquela guerreira havia me feito breves momentos antes. Mal sabia ela o quanto sairia arrependida daquele duelo. Com um suspiro interessado, guardei meu machado reluzente nas costas. Cruzei os braços e escorei as costas em uma rocha na base daquela montanha, encarando curiosamente minha rival. Meus olhos não podiam negar que aquela Atalanta era certamente a mais bela entre todas.

 

- Então, quer lutar. - comentei com aquele meu sorriso vil enquanto analisava melhor a figura daquela mulher

 

- O que foi? Vai recusar? - ela me desafiou com um espírito competitivo que apenas eu sabia como fazer, era o que eu pensava

 

- Seria indelicadeza minha, suponho. - brinquei sutilmente, pois elegância não era algo que eu prezava

 

- Ora, vejo que há um cérebro aí além de músculos. - ela riu tão baixo que eu apenas pude sentir seu tom zombeteiro pelo olhar

 

- Você tem uma língua afiada. Talvez sua lança não seja tão afiada quanto suas palavras. - fora minha vez de provocar

 

- Quer experimentar? - ela perguntou, inclinando levemente a cabeça de lado; aquilo foi lascivo

 

- Não antes de saber seu nome, minha dama. - eu brinquei com as palavras novamente, encarando-a

 

- Lady Die. Mais alguma coisa? - ela avançou um passo na minha direção, erguendo as sobrancelhas

 

- Por enquanto não. - respondi com escárnio

 

         Se aquela luta não fosse inevitável, eu certamente continuaria a trocar palavras com aquela mulher por um bom tempo. Pela primeira vez em muito tempo, ela fora a única capaz de me prender em uma conversa do nível que mais me agradava. Escárnio, agressão indireta, diversão, mistério. Lady Die acabara de me conceder tudo o que eu mais prezava em uma sutil conversa. Quase lamentei por ter que desferir minha brutal força contra ela, quase, pois acima de tudo eu era um Fighter.

         Não hesitante, peguei meu monstruoso Zecram Axe (Machado de Zecram) e o empunhei em uma única mão. Uma arma extremamente pesada para qualquer outro guerreiro, mas incrivelmente leve para mim. Começaria a talvez mais interessante luta de minha vida, e o mais peculiar era o fato de que eu não tinha sede de sangue, de vitória, mas sim sede de curiosidade. Eu queria saber do que Lady Die era realmente capaz.

 

- Ladrão de Almas. - ela murmurou, e instantaneamente seu rosto ganhou um brilho ganancioso

 

         A lança que ela segurava encantou-se com uma habilidade que eu já conhecia por ter lutado com outras Atalantas anteriormente. Se Lady Die me atingisse com um raspão mínimo daquela lâmina na ponta de sua Inferna Javelin, absorveria uma grande quantidade de minha energia vital, o que me custaria alguns preciosos vidros de HP.

         Rapidamente, tão rapidamente que eu mal pude perceber aquele movimento, ela saltou para cima de mim com uma agilidade impressionante e arremessou sua lança na minha direção. Eu sorri, imaginando por que motivo ela estaria sendo tola em me atacar diretamente se poderia promover aquele golpe em maior distância. Facilmente bloqueei a lança voraz com meu Phoenix Shield (Escudo da Fênix) dourado e ergui o braço para o alto. Aproveitando que Lady Die ainda estava no ar, minha mão se fechou fortemente ao redor do tornozelo dela protegido pela bota dourada. O metal da bota entortou com a força de meu punho, e violentamente eu arremessei o corpo da Atalanta para longe, na direção oposta. Ela se recompôs antes de cair, pousando suavemente agachada no solo terroso. Sorrimos, no mesmo instante, e aquilo bastou para que eu soubesse que ela era tão forte quanto eu.

         De onde estava agachada, a alguma distância de mim, ela começou uma sequência de arremessos de lança. As lanças cortavam o ar furiosamente, adquirindo um brilho dourado e poderoso, mas meu machado era tão forte quanto aquelas lanças, e eu repelia-as com golpes certeiros antes que as lâminas me acertassem. Daquele modo, ela jamais me acertaria, e eu sabia que Lady Die entendia aquele fato. Eu apenas queria acabar logo com aquilo para podermos conversar um pouco mais. Uma atitude convencida, era a minha marca. Golpeei o chão com o Zecram, e usando minha habilidade para intensificar o ataque, peculiarmente chamada Fúria, uma explosão poderosa de energia rubra como o fogo infernal emanou de todo o meu corpo. O chão começou a se partir violentamente em uma rachadura profunda e larga que destruía o solo em direção à Lady Die. Ela não hesitou em saltar agilmente para um dos lados da rachadura caótica, que havia provocado um sutil terremoto no local. Retirei meu machado do chão à tempo de impedir o próximo ataque. Aquela Atalanta não estava brincando.

 

- Inferno de Vahalla! - pude ouvir a voz dela se aproximar furiosamente enquanto sentia que o poder destrutivo do ataque dela havia se elevado ao máximo - Revenge! - ela gritou, e eu notei a imagem de Lady Die se aproximar rapidamente de mim

 

- Rápido. - eu comentei pasmo, surpreso por presenciar tal agilidade e precisão vindos de uma Atalanta jovem

 

         Quase não tive tempo para me proteger com o escudo, pois a precisão daquele ataque fora além de minhas expectativas. Eu conhecia há tempos o Revenge, o ataque mais poderoso de uma Atalanta, que consistia em uma série de ataques muito rápidos, no entanto, aquela habilidade nunca tinha sido executada tão perfeitamente como eu presenciara naquele momento. Pela primeira vez, senti que poderia perder se ficasse descuidado. Lady Die começou a sequência de ataques múltiplos e velozes enquanto eu me defendia com o Phoenix Shield, mas uma brecha em minha defesa possibilitou que minha rival me acertasse. Com um pé, ela chutou precisamente meu joelho, fazendo-me mover as atenções para a perna atingida, como se duvidasse que uma Atalanta havia mesmo me tocado. Seguidamente, ela golpeou com a mão livre meu escudo para o lado, jogando-o para longe, e assim a incrível lança de Lady Die perfurou o meu braço com uma velocidade e força inigualável. Franzi o cenho, pasmo, e desferi meu punho rochoso contra o estômago daquela guerreira, arremessando-a para longe.

 

- Você é... Interessante. - disse quase em um grunhido de fúria ao tirar a lança de meu braço ferido

 

- Você ainda não viu nada, Murdoc. - ela prometeu, como se jamais voltasse atrás com suas palavras

 

         Eu estava decidido a acabar com aquele duelo rapidamente, mais do que nunca. Com o braço ileso empunhei o Zecram Axe e parti para cima de Lady Die, que me aguardava em posição de ataque com a lança sobre o ombro, mirando na minha direção. Ela arremessou sua arma uma, duas, três vezes, mas eu desviei das lanças, fazendo com que elas nada encontrassem pelo caminho até atingirem a rocha metros atrás de mim. Ela colocou o escudo em frente ao corpo na tentativa de bloquear o meu ataque, mas a minha força ultrapassou aquela barreira facilmente. Com o primeiro golpe da sequência de três que eu mais gostava de usar em um duelo, o Destroyer, eu lancei o escudo da Atalanta para longe, que ficou vulnerável aos dois restantes golpes. Aquilo seria mortal, mas eu não pararia até achar que valeria muito a pena poupar aquela vida. Ela desviou do segundo golpe, que passou raspando por seu peito, mas não conseguiu escapar do terceiro e derradeiro corte de meu Zecram. A lâmina do machado provocou um profundo e longo risco na pele de seu braço, que só não o cortou totalmente pela proteção do bracelete resistente que ela usava.

         Ela tombou, caindo violentamente contra o solo. Meus pulmões bufavam, e a dor que aquela lança havia provocado em meu braço ainda latejava. Enfim, estava tudo acabado. Guardei o machado nas costas, e só então percebi o volume de guerreiros que estavam a observar abismados o meu duelo. Aqueles murmúrios exasperados me deixavam irritado, de modo que ao perceberam meu olhar insano, todos afastaram-se rapidamente.

 

        

         Murdoc POV Off. Lady Die POV On.

 

        

         Com o corpo estirado ao chão, eu não conseguia entender como alguém poderia ter tanta força. Duvidei até mesmo de que Murdoc não fosse totalmente humano, mas sim um mestiço de demônio ou algo do tipo. Ele havia me derrotado apenas com um golpe certeiro, e eu mal conseguia mover o corpo. A dor era intensa, insana, como se estivesse se espalhando pelo meu corpo assim como o sangue que escorria pelo chão.

 

- Maldito... - murmurei sôfrega, notando que minha lança estava caída a pouca distância de mim; pensei em continuar

 

- Já chega, você perdeu, Lady Die. - vi quando o pé dele pisou sobre minha lança no chão, ordenando para que eu parasse

 

- Por hoje, eu perdi. - concordei sem me conformar, tentando ao menos erguer o tronco para que pudesse sentar

 

- Deixe-me ajudá-la. - ele estendeu a mão para mim e me ergueu pelos ombros, agachando-se ao meu lado

 

- Tire suas mãos de mim. - pedi irritada, movendo o rosto para o lado oposto

 

- Ora, não seja tão arredia. Foi apenas uma batalha, ainda há a guerra pela frente. - ele disse irônico, e eu senti que ele me olhava

 

- Olhe o que você fez. Estão todos olhando. Não podia ser menos chamativo? - encarei-o agressiva

 

- Hum, na verdade não. - ele sorriu com escárnio, olhando ao redor

 

- Isso é o que dá lutar com um Fighter. - lamentei, tentando levantar-me com o apoio do braço ileso

 

- Se arrependeu? - ele indagou intrigado, erguendo-me do chão com apenas uma mão

 

- Já disse para não tocar em mim. - não pude controlar o impulso de desferir um sutil tapa na mão grande dele - É claro que não me arrependi. Não há nada que eu tema nesse mundo. - prometi orgulhosa e convencida

 

- Então nos encontraremos em breve, eu presumo. Pois há uma coisa em que sou igual à você. - ele disse diante de meu corpo com o sorriso mais lascivo que pôde - Não há nada que eu tema nesse mundo. - ele fez suas as minhas palavras

 

- Ótimo. Passar bem, Murdoc. - juntei as forças que tinha e passei pelo corpo grande dele, totalmente presunçosa

 

         Bati ligeiramente o pé no chão e minha lança vôou para cima, de modo que eu a peguei com o braço ileso e continuei meu trote apressado para longe dali. Queria sair logo daquele Battle Castle, queria me ver livre das risadas zombeteiras daquele maldito Fighter, queria sair do alcance daqueles olhares imundos que se perguntavam como eu havia sido derrotada daquela maneira. E na verdade, o que eu mais queria era poder ter forças para voltar e acabar com Murdoc, mas resolvi deixar aquele acerto de contas para uma ocasião mais apropriada. No final daquele dia, minha Frenesi Armor não tinha dado sorte.


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