A love of porcelain escrita por Cherry Bomb


Capítulo 29
Humanos complicados




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Alex, Brenda e eu estávamos sentados esperando o Samuel chegar.

–Acho que eu vou de branca de neve. –Disse Alex.

–Ah claro. Vai ser o mais lindo da festa. –Brenda falou com ironia.

–Amor se você não tem esse corpinho sexy que eu tenho, não posso fazer nada. Invejosa. –Até que Alex estava certo. Ele fazia academia então o seu corpo é bem malhado e seus glúteos são maiores que o da Brenda.

Enquanto eles dois discutiam sobre quem tem mais bunda, fiquei lembrando da noite passada e comparando com quando eu estava perto do Samuel. Hoje mais cedo, quando ele me deu o beijo no rosto, eu senti a mesma coisa que sinto quando Henry beija o meu rosto, e isso me deixou um pouco preocupada.

–Oi gato! –Levantei o rosto para ver com que Alex tinha falado, e era o Samuel.

–Gente esse é o Samuel. –Falei sorrindo. –Esses são Brenda e Alex.

–Oi. –O rosto da Brenda estava todo vermelho. Ela olhava para o Samuel e depois desviava o olhar quando ele a olhava.

–Prazer em conhece-los. –Samuel falou e se sentou ao meu lado. –Vocês também vão na festa?

–Vamos sim. Estávamos justamente falando sobre as fantasias que vamos usar. –Falei.

–E o que decidiram?

–Acho que vou de Coringa. –Alex falou.

–Eu ainda não sei. –Brenda não falava olhando para o Samuel.

–Eu também não sei. –Respondi- E você?

–Acho que vou de V de vingança.

–Esse filme é muito legal. –Alex e Samuel começaram a conversar sobre os filmes que deram origem as suas fantasias.

Achei melhor ver se a Brenda estava bem, uma hora seu rosto estava claro como sempre e do nada ficava vermelho de novo.

–Brenda, está tudo bem? –Falei baixinho.

–Está sim. É só que ele é muito bonito. –Ela ficava olhando para a saia de babados e sorria do nada.

–Está falando do Samuel?

–Shiiiiii Margot! Vai que ele escuta. Mas estou falando dele sim. –Ela estava igual as meninas que eu via em filmes de romance.

Será que ela está gostando do Samuel de um jeito romântico? E se for isso, eu tenho que ajudar? É incrível, quando eu penso que já entendi tudo sobre os humanos, uma nova coisa surge e eu fico sem saber o que fazer.

–Eu preciso voltar pra sala. Depois a gente se fala então. –Samuel levantou eu pegou a sua mochila. –Foi um prazer conhece-los, tchau. Tchau Margot. –Acho que com esse sorriso Samuel poderia conseguir a paz mundial.

–Menina que bofé escândalo.

–Samuel é bem legal. –Falei.

–Não tchuca, ele é tudo de bom. Tão educadinho, fofo, inteligente, mas não é gay! Olha estou começando a ficar chateado com essa palhaçada de não ter homens pra mim nessa faculdade. –Alex colocou a mão no rosto da Brenda e começou a rir. –Mas acho que alguém aqui gostou do fato dele ser hetero.

–Para com isso Alex! –Ela tirou a mão dele e ficou com o rosto ainda mais vermelho.

Terminamos de comer e voltamos para a sala. Tínhamos prova então estávamos sentados em fileiras, eu fiquei atrás da Brenda. Quando a prova terminou vi que ela tinha desenhado alguma coisa na mesa. Me estiquei mais pra ver e notei que ela tinha feito um coração com a letra S.

Quando saímos da sala Alex e Brenda tinham combinado de ir comprar as fantasias, mas eu achei melhor ir pra casa e fazer a minha própria fantasia junto com a do Henry.

Fiquei encostada no carro dele esperando. De longe eu já conseguia ver ele vindo na minha direção. Quando ele ergueu o rosto e me viu um lindo sorriso surgiu em seu rosto. Sempre achei lindo o modo como o vendo balança o cabelo enorme dele, aquela cena me fez perder o ar.

–Oi estranha. –Ele falou antes de me dar um selinho.

–Oi cabeludo. –Sorri e depois aninhei minha cabeça em seu peito.

Os amigos dele estavam formando um semicírculo envolta da gente. Engraçado o modo como todos eles se parecem. Cabelos grandes, pele clara, olhos claros. Deve ser porque moramos na Finlândia, aqui é o lugar onde mais tem cabeludos.

–Ei Margot, você vai na festa né? –Eu já até conhecia aquela voz, Angelina.

–Vou sim. Por que ? –Queria entender qual o problema dela em relação a roupas. Os peitos dela praticamente saltam das blusas.

–Porque eu quero fazer um tratado de paz. Henry é meu amigo e eu não quero uma guerra com a namorada dele. –A voz dela estava mais fina do que o normal.

–Legal da sua parte Angel. –Henry falou, fazendo com que ela desse um pulinho de alegria e seus enormes peitos pulassem juntos. Todos da roda olharam, mas não consegui ver se o Henry tinha feito o mesmo.

–A gente se vê na festa então! –Angelina se virou e saiu saltitante. Todos os meninos da roda ainda estavam babando por ela.

–Bom pessoal eu também vou indo. Vamos amor. –Henry deu um beijo no topo da minha cabeça e apertou a mão dos amigos.

Entrei em silencio no carro. Ele chamando ela de “Angel”, aquilo tinha me tirado do sério, ela tem nome, será que é tão difícil pronunciar o nome dela?

Chegamos em casa e eu subi direto para o meu quarto. Não adiantava eu ficar brava, era comigo que Henry passava a maior parte do tempo e era comigo com quem ele dormia, Angelina é apenas uma praga que quer atrapalhar, mas eu não vou deixar.

–Vamos fantasiados do que? –Henry falou enquanto se jogava na cama.

–Do que você quer ir? Posso fazer qualquer fantasia, é só escolher.

–Que tal o vara do V de vingança?

–Samuel já vai assim.

–E como é que você sabe como o Samuel vai Margot? –Sempre quando ele diz meu nome no final da frase é porque está bravo.

–Do mesmo jeito que você faz com a Angel. Conversando. –Nós não falamos mais nada.

Henry ficou deitado na cama e eu fiquei costurando nossas fantasias. Durante a aula Alex tinha me dado um tipo de pó fácil, segundo ele aquele funcionava muito bem e que iria tirar todo o desenho da caveira no meu rosto. Infelizmente eu iria ficar ainda mais branca, por isso eu só poderia usar na festa.

Mas no fundo eu queria que ele me fizesse parecer como todo mundo, viva.


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