Eu estava no banheiro terminando de me arrumar para dormir quando Henry começou a conversar comigo:

–Como foi o final de semana?

–Foi bom. Eu me diverti bastante.

–E vocês fizeram alguma coisa de importante?

–Nada de mais. Fomos ao shopping hoje comprar algumas coisas, mas foi só isso. –Eu não queria contar o que eu tinha comprado.

–Interessante...

–Posso saber o motivo de tanta curiosidade? –Quando sai do banheiro vi Henry segurando a lingerie que eu tinha comprado. A minha vontade foi de sumir, eu estava com muita vergonha.

–Adoro vermelho, sabia? –Ele falou enquanto levantava a lingerie e a observava.

–Devolve isso Henry.

–Não. Você comprou pra usar certo? Então use. –Meu coração começou a bater forte, ele queria mesmo fazer aquilo e ainda mais agora. Eu não estava preparada.

–Quem disse que eu comprei pra você ver? Agora devolve. –Fui na direção dele para tentar pegar de volta mas ele esticou os braços para cima de modo que eu não alcançasse.

–Anã! –Ele falou debochando de mim.

–Devolve Henry!

–Pega. –Eu ficava na ponta dos pés mas era inútil, ele é bem mais alto que eu.

Parti para a agressão física então. Empurrei Henry de modo que ele caiu na cama. Aproveitei para pegar a lingerie de volta.

–Consegui! –Falei.

–Eu também. –Olhei para fita-lo e notei que eu estava em cima dele. Uma posição um tanto quanto constrangedora.

Não sei o que eu em mim mas a vontade que eu tinha de beija-lo era enorme. Joguei a lingerie longe e o beijei com a maior intensidade que eu podia.

Senti as mãos de Henry começarem a explorar cada parte do fino tecido da minha camisola roxa. Em cada lugar que ele tocava era algo novo que eu sentia. Eu podia ouvir a respiração dele, na mesma sintonia que a minha. Ele começou a beijar o meu pescoço de um modo delicado, Henry não deixava nem um centímetro do meu corpo escapar de seus beijos.

Minha camisola já estava no chão, por sorte me restou um sutiã e uma calcinha preta, nada sexy ou sedutor, mas eu não ligava pra isso.

Henry era quem estava por cima agora. Suas mãos se encontrar com as minhas e nossos olhares estavam fixos um no outro.

–Eu te amo. –Ele disse com uma voz baixa e sedutora.

–Eu também te amo. –Respondi um pouco ofegante.

Nossos lábios se encontraram de novo. Henry estava sentado e havia me encaixado nele. Senti quando ele abriu o fecho do meu sutiã apenas com uma mão, a outra estava acariciando meu rosto.

E então o meu paraíso foi interrompido com o meu celular tocando. A principio não ligamos, mas era difícil me concentrar com aquela musica.

Peguei meu celular que estava no criado-mudo e vi que era o numero do Samuel. Henry não iria gostar de saber que era ele, mas o garoto já tinha ligado três vezes. Então atendi.

–Alô. –Eu estava sentada na cama com um lençol cobrindo a parte de cima do meu corpo que estava nua.

–Margot? Tudo bem?

–Tudo e você? –Henry estava deitado com a cabeça nas minhas pernas.

–To bem. Estou ligando pra avisar que vai rolar uma festa pra todo mundo da faculdade. Festa de Halloween. Você vem certo?

–Ah claro. Vou falar com o Henry pra ver se ele também quer ir.

–Certo. Amanhã eu te passo as coisas certinho.

–Tudo bem. –Henry estava me olhando com uma carinha tão fofa.

–É... então tá. Até amanhã.

–Tchau.

–Ah Margot. Eu estou com saudades. –E então a ligação caiu.

–Ir aonde? –Henry perguntou.

–Festa de Halloween. Quer ir?

–Claro! Bebida de graça e vai ser a sua primeira festa também. Tenho que estar presente.

–Pretende me embebedar?

–Talvez. –Henry virou o rosto e começou a dar beijos na minha barriga, o que me fez sentir cocegas.

Ele me puxou e nos deitamos lado a lado. Eu tinha um pouco de vergonha de estar nua na frente dele, mas Henry me olhava e sorria de modo como se ele gostasse de cada coisa que via.

Não foi nessa noite que a tal coisa aconteceu, mas chegamos bem perto. Eu estava feliz, dormir abraçada com ele me faz sentir segura e protegida, como se nada no mundo pudesse me afetar.

Na manhã seguinte fomos para a faculdade como todos os outros dias. Alguns dos amigos de Henry vieram correndo perguntar se ele estava bem. Eu me despedi e fui para a minha sala.

Quando entrei no prédio senti alguém me puxar pelo braço.

–Desculpas! Eu estava gritando seu nome mas você não me olhou. –Era o Samuel.

–Foi mal, estou com a cabeça longe hoje. –E eu realmente estava. Só conseguia lembrar da noite passada e em como eu gostaria de nunca mais ter saído daquela cama.

–Sem problemas. Sobre a festa, você vai mesmo?

–Sim. Eu e o Henry.

–Certo. A festa é a fantasia, claro, e vai ser na minha casa. Depois te passo o endereço por mensagem.

–Por mim tudo bem.

–Ei, você vai almoçar sozinha hoje?

–Não. Costumo comer com a Brenda e o Alex. –O sorriso dele se desfez na hora. –Se quiser pode almoçar com a gente.

–Tudo bem. A gente se vê no almoço então. –Ele me deu um beijo no rosto e saiu andando.

Senti algo quente onde os lábios dele tinham tocado. E o mais estranho era que algo em mim tinha gostado da sensação.

Entrei na sala e Alex e Brenda já estavam nos mesmos lugares de sempre.

–Você vai na festa thuca? –Alex perguntou.

–Sim e vocês?

–Sim, precisamos de fantasias. –Brenda falou.

–isso é o de menos. Preciso é de muitos caras gatos lá isso sim! –Alex falou sorrindo.

O professor entrou na sala e o silencio tomou conta. EU estava com um pouco de vergonha de contar pra eles sobre a noite passada mas eu queria muito contar tudo pra eles, afinal de contas eles são meu melhores amigos.

–Ah, um amigo meu vai almoçar com a gente hoje, tudo bem? –Falei baixinho.

–Ele é gay? –Alex perguntou.

–Não.

–Droga Margot! Você devia pensar mais no seu amigo aqui. –O professor deu um tapa na mesa e nos olhou bravo, ficamos em silencio para prestar atenção na aula de história da moda.