Simplesmente Complicado escrita por Samy Ogawa


Capítulo 22
Irmãos.


Notas iniciais do capítulo

I'm back!!!!!

Queria pedir aquelas desculpas enormes pra quem acompanhava a fic e percebeu que eu parei por um tempão. Foi mal... Mas eu disse que iria voltar ÒuÓ

Agora que eu estou na faculdade e minha vida ta mais tranquila ( mentira), quero muito voltar a escrever, e seria muio legal se vocês continuassem aqui. Se é que ainda tem alguém que lê isso aqui.

Queria também agradecer ao Mac Redwed, a AmyAruha e a Foxxy por terem favoritado a fic enquanto eu não estava, valeu mesmo :3

Espero que gostem o/



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O táxi nos deixou na porta da mansão Aruha. Bem... Eu tinha meus privilégios.

Jin e eu saímos do carro cambaleando de sono, Dio foi na frente para abrir a porta e girou a chave empurrando-a para dentro. Jin e eu nos entreolhamos e à passos lentos, subimos os pequenos degraus e entramos. Nessa hora, uma sensação calorosa de conforto por estar em casa de novo fez minha mente ir parar em outro lugar. Tudo voltou como se fosse uma explosão, e meu coração apertou. Eu sentia falta daquele lugar.

– Amy? Você ta bem? – perguntou Jin apoiando a mão em meu ombro, ele sabia exatamente como eu me sentia.

Assenti com a cabeça, aquela não era a hora certa pra isso. Jin apertou meus ombros e foi levar suas malas.

– Vocês que se virem com a mala de vocês – resmungou Dio com desdém entrando na cozinha – Já que tive que voltar, vou comer alguma coisa – e desapareceu pela cozinha

Suspirei balançando a cabeça. Me inclinei para pegar a bagagem e quando ergui minha mão para pegar a alça, uma mão apareceu em baixo da minha e pegou a mala em meu lugar. Levantei o rosto e me deparei com Azin, que sorria para mim enquanto pegava o resto das bagagens.

– Olhaaaa – ele largou as malas e abriu os braços - Se não é a minha rosada!

– AZIN!!!

Abri um belo de um sorriso e o abracei o mais forte que pude.

– Que saudade gigantesca! Como você ta?

– Eu to ótimo – disse empolgado, e me deu uma cutucada – Desde quando você ficou tão gata hein?

– Ahhhh deixa disso Azin – dei uma empurrada de leve, nós rimos – A faculdade de medicina também está te fazendo um bem danado sabia?

Azin deu um sorriso e acenou com a cabeça para irmos subindo as escadas.

– Não sei do que você está falando – chegamos em frente ao meu quarto e ele deixou as malas em frente à minha porta – Eu sempre fui um partidão.

– Já entendi de onde vem toda a humildade do Jin.....

Como se fossem travesseiros, chutei as malas para dentro do quarto e fechei a porta.

– Ainda não sei do que você esta falando – continuou Azin se fazendo de desentendido. Estreitei os olhos para ele e ficamos com aquele sorrisinho descendo as escadas.

Quando chegamos ao andar de baixo, Jin já havia levado suas malas para o quarto de hóspedes e Dio estava estirado no sofá jogando um jogo qualquer no ps4 dele. Tentei chama-lo para ajudar na cozinha, e ele apenas abanou a mão e continuou atirando nos inimigos da tela da TV.

– Francamente, o Dio continua viciado nesse vídeo game idiota. Uma hora os olhos dele vão explodir de tanto olhar pra tela – suspirei indo para a cozinha. Arrastei o banquinho da bancada e me sentei. Em cima da mesa já haviam alguns pães preparados, apenas os peguei e comecei a comer

– Seus pais não param muito em casa, então o Dio ta fazendo tudo o que quer ultimamente – emendou Azin pegando outro banquinho e sentando na minha frente.

Pensei um pouco a respeito e ofereci os pães à Azin, que recusou educadamente.

– Não acredito que meus pais continuam ausentes depois de tudo – apoiei meu braço na bancada e apertei a testa com dois dedos – Acho que eles nunca irão mudar

– Ah, bem – ele se espreguiçou - Sua mãe não para em casa, fica perambulando pelas casas das amigas tentando mostrar como tudo está sob controle. Você a conhece – deu de ombros – Passa horas cuidando de bolos ao invés de dar atenção pro Dio. Acho que ele não tem muito o que fazer né?

Minha cabeça fulminou, quando eles iriam aprender que essas coisas não valiam absolutamente nada? Dio estava crescendo, e eles estavam perdendo isso.

– E o seu pai eu não preciso nem dizer né?

– Esse eu já tenho uma ideia – bufei, rolei o pãozinho na bancada e apoiei minha mão em baixo do queixo – Ele foi sempre assim, e nunca vai mudar.

Azin se inclinou um pouco na cadeira e refletiu, colocando as mãos atrás da cabeça.

– Talvez não agora, mas um dia quem sabe ele perceba que existe um mundo fora daquele escritório, e enxergar que a família dele é muito mais importante que um simples status – disse em suave tom, com aquele jeito que só ele conseguia. Pegou uma mecha do meu cabelo e depois a soltou – Vai ficar tudo bem, eu sei que vai.

Sorri para ele, eu adorava a forma de como ele enxergava as coisas. Às vezes, não importava o quão ruim a situação pudesse ser, se Azin estivesse lá para ajudar, tudo estaria bem. Afinal, ele era o irmão do Jin, e de parecidos tinham tudo.

– Mas sabe Azin, eu fico tão preocupada com o Dio, ele ta naquela fase de “Eu sou maior que o mundo e nada pode me deter” – fiz uma pausa – E eu tenho medo de que ele se machuque por uma besteira que ele pode querer aprontar.

Azin me observava. Respirei fundo e continuei.

– Não há ninguém nessa casa que o aconselhe, absolutamente ninguém, ele esta sozinho. E eu onde estou? Do outro lado do país sendo uma irmã egoísta que largou o irmão desamparado – bati minha mão na bancada e percebi que minha voz começou a sair esganiçada

Senti uma mão por cima das minhas e olhei pra frente. Azin, com toda a sua ternura, deu um sorriso para mim e me fez ficar insanamente tranquila com toda aquela sua calma.

– Amy, o Dio sabe se virar. Ele pode estar meio sozinho por aqui, mas ele é inteligente e você sabe disso, de todas as vezes que ele se meteu em confusão, ele resolveu tudo na mais brilhante forma possível. O garoto é um gênio. Mimado mas um gênio

Concordei com a cabeça. Ele continuou.

– E eu sempre estarei aqui por ele.

– Nisso ele tem uma baita sorte

– Tem mesmo – piscou ele, e eu ri – E Amy, não se culpe por ter saído de casa, você foi atrás do seu sonho quando ninguém mais acreditava nele, e isso te faz uma pessoa corajosa, tudo o que você deixou para trás vai ser em pró do que você vai trazer no futuro. E eu tenho a absoluta certeza que ele vai ser tão maravilhoso como você sonhou.

Abri um sorriso, fiquei com vontade de levantar e dar-lhe um abraço, mas das outras vezes que fiz isso, Azin ficou tão estático que chegou a assustar. Talvez ele não estivesse acostumado a isso, e eu preferia não força-lo. Me contive bravamente.

– Você é totalmente incrível – balancei a cabeça, inconformada.

– Eu... - Ele foi responder, mas em questão de segundos foi detido por Jin, que chegou do nada por trás e fez uma chave de braço em seu pescoço.

– Como assim você chega aqui e nem me fala nada, seu medicozinho ingrato – grunhiu – Seu irmão do coração não significa mais nada pra você? Vou pegar seus gibis e jogar na sarjeta.

Azin fez um movimento que eu nem sei falar qual é e jogou Jin no chão.

– Se você relar um dedo nos meus gibis eu jogo todos os seus CDs na floresta.

– Vai pegar pesado então? É isso? – saiu rolando pelo chão como em filmes de agente secreto.

– Cai dentro cara, paga pra ver – saiu rolando também

– Que cena mais ridícula. – minha expressão mudou para uma de tédio que surgiu divinamente.

Os dois me fuzilaram com o olhar e eu mostrei a língua de volta. Logo depois eles se levantaram e se jogaram um no outro, como se fossem dois macacos. Segurei a risada.

– O tempo te fez um mal do inferno hein Jin

– E essa trancinha aqui hein Azin? Virou maricas e nem me disse nada... Que falta de consideração.

Jin e Azin se adoravam, eram os irmãos mais grudados que eu já tinha visto, onde um estava o outro ia junto. Tanto é que, quando éramos crianças, os dois adoravam se juntar pra evaporar com a minha paciência. E até hoje, mesmo com toda aquela comparação que seus pais fazem, são melhores amigos. Afinal, o que mais eu poderia esperar de gêmeos?

– Senti sua falta, cara – falou Azin, por fim, pondo a mão no ombro do irmão. – Quase não nos falamos depois que saímos de casa.

– Quem dera se você tivesse ido junto, essa menina da um trabalho dos infernos –Jin fez uma cara de pobre coitado - Não aguento.

– EU? – apontei para mim com aquele carão de indignação.

– Você mesma, minha querida – deu aquele sorrisinho.

– Sou eu quem se mete em enrascadas toda semana então? – Coloquei as mãos na cintura

– Obvio.

– Ah é???

Jin alargou ainda mais o sorriso. Bufei e lancei um olhar provocativo.

– Quer contar pro Azin do seu casamento ou eu conto?

– QUE? – os dois entraram em choque juntos

– Boa sorte – sorri para ele. - Jinzinho.

Jin ficou petrificado enquanto Azin tomou uma forma insanamente neutra e encarou o ruivo.

– Que negócio de casamento é esse?

– Eu... Eu...

Peguei os amendoins que estavam em cima da mesa e comecei a assistir a discórdia que eu havia plantado.

Jin estava vermelho.

Azin trocou o olhar neutro por um totalmente infantil e abriu aquele sorriso de gato Félix.

– Então quer dizer que o Jin ta virando um homenzinhoooo – cantarolou pegando sua bochecha e girando de um lado para o outro – Mas que tomatinho mais fofo você é!

– Vá te ferrar Azin – grunhiu Jin tirando a mão de Azin de sua bochecha. Ela estava completamente vermelha.

– Não to acreditando que a pobre criança vá se casar – disse Azin fazendo um bico – Coitada da garota – fez um ar dramático e trágico e, colocou as mãos na boca - Ela é cega?

– Já tomou seu remédio de chatice hoje hein Azin? – falou Jin com uma veia saltando de sua testa

– Essa juventude de hoje em dia... – colocou os dedos no queixo com aquela reflexão de sabedoria

– Você tem a mesma idade que eu seu maldito – sua veia saltou ainda mais

– Sou mais velho – ele lançou aquele sorrisinho provocativo

Agora parecia que a veia tinha tomado vida, junto com o punho fechado de Jin.

– Estou apenas dizendo que não entendo como essa garota resolveu se casar com você – disse Azin levantando as duas palmas das mãos para cima e dando de ombros, ainda com aquele seu ar de ancião.

Jin levantou uma sobrancelha, era sua vez.

– Você só ta me dizendo isso porque a garota que você tava afim te deu um pé na bunda enquanto eu estou para me casar – provocou de volta com aquele seu ar de triunfo. Ele havia acertado em cheio. Azin ficou mais vermelho que o cabelo do Jin.

– Tch. – bufou Azin de lado.

– Hahahahah – sorriu Jin vitorioso.

– Vá se morrer Jin.

Azin percebeu o que tinha falado. Os dois se olharam. Jin apertou os olhos e caiu.

– HAHAHAHAHAH VÁ SE MORRER

– CALADO! – Azin estava mais vermelho ainda

– PFFDSSHAHGA- Engasguei com os amendoins de tão alto que eu estava rindo. Jin já havia caído no chão e estava rolando enquanto apertava a barriga.

Jin não parava de rir, ele ria tanto que sua risada não possuía nem intervalos. Eu já estava com as bochechas doendo, respirei fundo para tentar tomar fôlego. Jin se contorcia feito uma lagarta e, quando parava, voltava a rir escandalosamente de novo. Azin segurou a risada por alguns minutos e caiu no chão rolando de rir também.

Suas risadas eram iguais.

E passamos a rir tudo de novo.

Depois de uns 10 minutos rindo, ambos estávamos com as barrigas doloridas e com os olhos cheios de lágrimas. Ainda com umas risadinhas em alguns momentos

–O cara não sabe nem falar direito – disse Jin por fim, rindo.

– Fica na sua – respondeu quando lançou um olhar mortal

Jin riu de novo.

Azin deu uma tomada de fôlego e se sentou no banquinho. Esticou os braços e olhou para Jin. Que estava sentado no chão.

– E então, quem vai ser a minha futura cunhada?

Jin ficou em silêncio. Eu arregalei os olhos e prendi a respiração.

– Jin? – Azin estreitou os olhos

Cruzei os dedos e comecei a torcer mentalmente pra que o ruivo não dissesse nada.

Não diga. Não diga. Não diga. Não diga. Pelo amor de Deus. Não diga.

– Jin. – aquele olhar sombrio sinistro de novo – Cds. Quem é?

Droga!

Jin apontou para mim.

Azin arregalou os olhos.

Me preparei para sair correndo.

– A AMY? VOCÊ CORROMPEU A AMY? – gritou estupefato, derrubando a cadeira no chão

– NÃO! – gritei, havia levado um susto com a reação repentina e furiosa de Azin.

– Como você ousou tocar na Amy seu maldito desgraçado? – rosnou correndo até o ruivo e levantou-o pela gola da camisa.

Jin se debateu e eu comecei a abanar os braços para tenta-los fazer parar.

– Me larga, cara. – grunhiu Jin se soltando e jogando Azin pra longe, ele também havia se surpreendido com sua raiva repentina – Eu não encostei um dedo na Amy, e mesmo se eu o fizesse, isso não teria nada a ver com você.

– Jin, você não ta ajudando! – retruquei desesperada, me levantando bruscamente da cadeira.

– Você sabe que isso é errado – rugiu irritado, e totalmente incomodado. Bateu o punho forte na parede – Tínhamos um trato!

Jin recuou um pouco mas voltou a encara-lo.

– Isso aconteceu quando éramos crianças Azin – esticou a gola da camiseta e girou o pescoço, totalmente cansado – O trato já era.

Azin ficou em silêncio por alguns minutos. Eu e Jin não ousamos falar nada. Os dois estavam claramente incomodados, e aquela sensação de estar no meio daquilo, também era incômoda.

O silêncio permaneceu por alguns minutos, até que Azin, por fim, suspirou e resolveu quebrar aquilo.

– E desde quando vocês estão juntos? – perguntou coçando a cabeça, olhando pro lado

– Aconteceu nesse mês – respondeu Jin, que já tinha abaixado o tom de voz – Cara, foi mal não ter te contado.

– Eu sempre soube que isso iria acontecer um dia – disse Azin dando de ombros e abrindo um sorriso curto para nós – Só fiquei meio chocado pela noticia repentina.

Isso não iria acontecer se o Jin não fosse um idiota pra me colocar em uma enrascada dessa. Resmunguei na minha cabeça.

– Mas ainda seremos os mesmos de sempre – sorri um pouco dando um abraço na cintura de Azin

– Tenho certeza que sim – sorriu ele passando a mão no meu cabelo, bem devagar. Ouvi um suspiro bem discreto e sua mão parou por alguns segundos. Ergui meu rosto para vê-lo e ele piscou, continuando a passar a mão no meu cabelo.

O clima ainda continuava pesado.

– Amy, se importa se eu conversar com o Azin por alguns instantes? – perguntou Jin

Virei-me para ele, e pude perceber que ele estava preocupado.

– Sem problemas – assenti dando um aceno para os dois, e sai da cozinha o mais rápido que pude.

Segui em direção ao quintal, tudo o que eu mais queria naquela hora era sentir o vento um pouquinho. Não gostava da ideia de um clima ruim entre eles. Então se tivessem que se revolver, que levassem o tempo que fosse preciso.

Fui andando pela grama e, no meio do caminho, avistei a casa da árvore que tínhamos há anos. Ela ficava bem rente a uma cerca que dava para outra mansão vizinha. Era na casa da árvore que eu e Jin fazíamos nossos planos pra deixar a minha mãe louca. Coloquei a mão em cima da testa para amenizar a luz do sol e percebi uma garota de cabelos rosados lá dentro, estreitei os olhos para ver melhor e vi que Dio também estava lá. Espertinhos...

– Incrível – sorri balançando a cabeça.

– O amor é lindo, não é? – disse uma voz feminina próxima a mim.

Abaixei minha mão e virei meu rosto para a direção da voz. E lá estava ela, apoiada na certa com aqueles cabelos lisos escorridos jogados de lado, com aquele sorriso cínico que me dava nos nervos.

– Oi querida, como vai? – pegou seus cabelos e os amarrou em um belo e perfeito coque – Que coincidência maravilhosa.

Isso SÓ PODE ser PIADA.


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Notas finais do capítulo

Eu to bem enferrujada, o capítulo ficou bem pequeno, e o final foi bem previsível;
Pelo menos eu acho que foi...

Vou fazer essas duas pegarem fogo ÒuÓ