Por Violetta #

_Lá, lá, lá, lá, lá – cantava Mel, enquanto eu e Camila estávamos a observando. Ela estava uma graça. Mel estava com três aninhos e seus cabelinhos enrolados ruivos, estavam soltos, batendo no ombro dela. A única diferença dela e da Camila era que Mel tinha cabelos totalmente enrolados e volumosos, já os de Camila eram apenas ondulados. Os olhos dela eram negros como os de seu pai, Broduey.

_Que lindo Mel! – disse Camila a pegando e sentando-a no sofá. – Está cantando belissimamente! Um dia você vai ser uma grande cantora! – riu Camila.

_Quelo ser igual a tia Vilu, mamãe – disse ela me olhando carinhosamente.

_Você não vai ser igual á mim pequena... – falei acariciando-lhe o cabelo. – Será muito melhor! A mais perfeita cantora! – continuei e a mesma abriu um encantador sorriso, e assim me abraçando.

Depois dessa pequena conversa, ouvimos a porta se abri e assim revelando um homem. Broduey. Mel correu até ele e abraçou as pernas do pai. O mesmo sorriu e pegou a filha nos braços. Logos os dois saíram da sala, deixando eu e a Cami, sozinhas...

_Acho que já vou indo Cami – disse levantando-me do sofá e pegando minha bolsa.

_Ainda está cedo amiga...

_Eu sei, mas eu quero preparar o almoço para o León, daqui a pouco ele chega do trabalho, e eu quero fazer uma surpresinha á ele... León foi a melhor coisa que me aconteceu... – suspirei.

_Ai amiga... Você tem tanta paixão por ele, que é muito lindo de se vê...

_Não é paixão... Eu simplesmente o amo, ele é tudo na minha vida. – falei e a mesma sorriu.

Nos despedimos e então eu sai da casa da Camila. Entrei no carro e senti um mal estar me atingir, respirei fundo e fechei os olhos tentando me acalmar. Logo passou e eu fui para a minha casa tranquilamente. Cheguei e assim que eu entrei encontrei León sentado no sofá assistindo algo na televisão. Estranhei o fato dele te chegado bem mais cedo do que de costume.

_Amor? O que faz aqui está hora? – perguntei surpresa fechando a porta.

_Queria vir logo para casa, para poder ficar mais tempo com você, lhe fazendo companhia, estes dias você está ficando muito sozinha, e te ver triste, é uma coisa horrível pra mim. – disse se levantando e se aproximando de mim.

_Você não existe... – sorri.

_Sim existo... E por isso que estou aqui, amor... – disse acariciando novamente o meu rosto.

Outra vez, senti um mal estar, me dando uma dor de cabeça terrível... Senti um apito soar em minha cabeça, me dando uma agonia horrível. Fechei meus olhos e senti meu coração acelerar. Uma tontura me atingiu e segurei fortemente no ombro de León. Senti sua mão enlaçar minha cintura me dando firmeza. Tinha a sensação de que eu iria desmoronar.

_Violetta! – chamou León, e pelo visto preocupado.

Abri meus olhos, e pude ver tudo embaçado, não conseguia entender o que estava se passando, apenas me sentia mal, horrivelmente mal. Tirei uma de minhas mãos do ombro de meu marido, e levei-a até a minha cabeça, onde latejava.

_León... – murmurei. – Me leve ao quarto, por favor... – pedi.

Sem esperar, ele me pegou em seu colo, e rapidamente correu para o quarto. Chegando lá, me deitou cuidadosamente na cama, e me arrumou direito ali. Sentou ao meu lado, e acariciou meu cabelo, sorri com tamanho cuidado. Ele entrelaçou sua mão na minha e com a outra ficou acariciando meu rosto.

_Obrigado... – disse num tom quase inaudível, mas sorrindo.

_O que está acontecendo com você? – perguntou calmo, mas sua expressão estava preocupada e um pouco assustada.

_Não sei... Mas eu vou melhorar, daqui a pouco passa. – falei um pouco rouca.

_Vou te levar ao médico.

_Não tem necessidade. – disse séria tentando falar no mesmo tom que ele.

_Violetta! Tudo pra você não tem necessidade! Você não está se agüentando em pé, e não quer ir ao hospital, porque não tem necessidade?! Faça mil favores, né! – falou um pouco irritado.

_Faça o que quiser León... – suspirei.

_Odeio te ver assim, amor... – disse voltando ao tom calmo de antes. – Tem que entender que pra mim tudo de ruim que acontece com você, e três vezes pior pra mim, me faz mal te ver assim...

_Tá bom, León, eu já entendi. – falei. – Chame a Francesca aqui, preciso falar com ela. – falei me sentando. – Está vendo! Já estou bem! – disse dando um sorriso e León balançou a cabeça negativamente.

_Vou Ligar para a Francesca – disse saindo do quarto sem dar a mínima para mim. Haja paciência!

Levantei da cama devagar, mas assim que fiquei de pé, senti um enjôo, muito forte, forte mesmo, sem esperar muito, corri para o banheiro e lá eu... Vocês sabem... Depois de um tempo lá, sentei-me no chão gelado, eu estava tremendo.

_Violetta... – escutei a voz de León, e logo a sua imagem apareceu na porta do banheiro, com uma expressão assustadíssima.

_Sai León... Você não precisa ver isso, por favor, saia... – falei me levantando com dificuldade, segurando na pia que ali existia. Senti ele me ajudar, e me colocando de pé. O olhei e ele estava ainda assustado.

_Não vou te deixar sozinha... – suspirou.

_León... – disse fraca. – Você acha que eu estou normal?

_Não sei Vilu, não sei... – disse ele um pouco triste.

_Você acha que eu...

_Tenho as minhas suspeitas, amor. – disse ele com uma expressão mais calma em seu rosto angelical.

_E do que você suspeita? – perguntei me apoiando em seu ombro.

_Pode ser uma coisa boa – disse com um sorriso estranho nos lábios. O olhei confusa. Ele apenas riu, e depois levou sua mão até a minha barriga. – Acho que existe alguém aí. – falou com um sorriso carinhoso.

_León... Você acha... – ele me cortou.

_Eu tenho quase certeza... – León disse segurando minha mão firme.

_Não pode ser... – disse quase sem ar. – León eu não estou me sentindo bem, preciso pensar.

_Pensar no que? – perguntou-me. – Amor... Se é o que eu estou pensando, você, senhora Vargas, não precisa pensar em nada, era o que tanto queria, então pronto! Apenas aproveite o momento, e quero ver um sorriso nessa sua boca. – disse me olhando com carinho.

_Eu te amo, muito, muito! – falei o abraçando, e o mesmo me apertou com força. – Não sei o que seria de mim sem você...

...