Digital Bonds escrita por Tio Raí


Capítulo 6
2.1 - Nada mais lindo que uma Reviravolta


Notas iniciais do capítulo

Obrigado por voltar aqui e continuar lendo. O primeiro capitulo da nova Saga (2). E também o primeiro capitulo que não foi publicado no Domingo. Espero que gostem do inicio da nova saga, prometo que não irá decepciona-los ;)
Boa Leitura.



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Todos nós somos humanos. Todos nós já erramos alguma vez. Você alguma vez já se arrependeu de ter feito alguma coisa com alguém? Já houve algum momento que você ficou tão envergonhado que não conseguiu pedir desculpas? Não tenha medo.

A maior benção do mundo é o perdão. Peça desculpas a todos que você magoou. Você verá que o brilho nos olhos deles será muito mais forte do que qualquer estrela no céu. O perdão move montanhas.

I

Um lindo sol da manhã bem lá no alto do céu. Uma cheirosa brisa marítima levantava os cabelos e pelos de cada um que estivesse ali. A folhagem das árvores frutíferas daquele lugar balançava majestosamente. No chão, a grama era fina e confortável. Havia dois adolescentes deitados, dormindo e roncando nela. Uma garota pequena com uma blusa de coloração vermelha e uma saia jeans, e um garoto de camisa azul e calça também jeans. Pareciam estar sonhando com comida pela forma de como babavam. E felizmente, aqueles não eram os únicos a estar naquele lugar, o grande topo de uma ilha cercada por mar.

Havia três outros adolescentes em pé, estes eram Ray, o garoto de verde e com um humor inabalável; Jasmine, a garota de vestido, corajosa e emocional; e Rannyson, o menino de roxo, inteligente e descontraído. Aqueles eram os mais despertos da equipe. E junto deles estavam os Digimons novatos que eles haviam se conectado. Os dois coelhos gêmeos, Lopmon e Terriermon, e a raiz falante Palmon. E junto das pessoas-que-acordam-cedo, havia outro Digimon. Um pequeno anfíbio peludo com um moicano muito maneiro de cor laranja. Ele tinha grandes olhos vermelhos e sua pelugem tinha uma coloração verde. Estava com um grande sorriso estampado na cara. Por quê? Ninguém sabia.

– Sejam bem vindos! – Falava aquele Digimon, pulando de alegria.

– Porque tanta animação em ter a gente aqui? – Perguntou Ray, levantando os braços.

– Ah, vocês não sabem? – Disse Lopmon, olhando para trás. – A Village Area era a única área que não havia entrado no caos.

– Como assim Lopmon? – Perguntava Jasmine, com um pequeno olhar de confusão.

– Eu já havia contado que Seraphimon agora estava no controle de todo o mundo Digital, e impôs regras e limites estúpidos. Com isso ele também colocou o exército dele para conquistar cada uma das áreas, e, bem – hesitou Lopmon – A nossa era a única que ainda tinha o portal fechado.

– Então nós abrimos o caminho para Seraphimon destruir a Village Area? – Perguntava Ray, com raiva e arrependimento por terem feito o portal se abrir.

– Não é bem assim. – Interrompia o anfíbio que agora estava sério, mas não soltava o sorriso – Eles não destroem a área. Apenas viram os chefões do lugar. Tipo, se eles pegarem vocês aqui, vão acabar com vocês.

– Ah, agora que você avisa. – Rannyson dizia, enquanto se virava para trás. – Acordem belas adormecidas!

– Por isso eu vim aqui me encontrar com vocês. – Disse o pequeno Digimon verde. – Preciso levar vocês para um lugar seguro. Ou senão já era.

E assim, as outras crianças e seus Digimons começaram a tentar acordar os que estavam dormindo. Pareciam mais que estavam mortos. Até que Ray deu um chute nas costas de Jullie e Terriermon pulou em cima da barriga de Kyosuke. Os dois acordaram e começaram a gritar e xingar com todas as forças que tinham como se estivessem acordados a milhares de anos. Como uma pessoa pode dormir tanto e ainda ser tão rabugenta?

– Para onde você vai nos levar? – Perguntou Ray.

– Vamos para o nosso pequeno forte, uma vilazinha lá em baixo. – Respondeu o pequeno anfíbio.

– E você tem certeza que esse lugar é seguro? – Perguntava Palmon, preocupada.

– Absoluta. – Respondeu. O pequeno grupo começou a se movimentar finalmente, atravessaram algumas árvores e encontraram um caminho que ia para baixo. E aquele lugar onde eles estavam, de uma vista celeste, podia se ver claramente: Aquele lugar era um santuário.

– Você ainda não se apresentou. – Disse Rannyson ao pequeno guia.

– Meu nome é Betamon. Prazer em conhecer todos vocês.

II

E sob uma estrada de terra, descendo uma montanha estavam as crianças que haviam sido enviadas para o mundo digital. Ali estavam três garotos, duas garotas e três Digimons, sendo guiados por um pequeno anfíbio hiperativo. O destino deles era ao forte que havia sido montado pelos Digimons que ainda estavam livres das mãos de Seraphimon. Embora todos eles só pudessem ir até o estágio Child, talvez juntos eles pudessem ter alguma esperança.

Em meio à caminhada, os meninos não conseguiram se calar, e acabaram iniciando uma conversa.

– Então, Betamon – Ray puxava assunto – Como andam as coisas nessa área?

– Aqui está tudo bem, no meu dizer. Não há nada de muito grave acontecendo. O exército de Seraphimon não habita a terra. – Respondeu.

– Como assim “não habita a terra”? – Perguntava Jasmine.

– A maior parte é feita de guerreiros aquáticos. Nada que possa nos atacar diretamente.

– Então não precisamos perder tempo aqui, vamos logo ao portal. – Dizia Kyosuke.

– Acho que isso não é a melhor ideia. – Dizia Rannyson diretamente ao garoto de azul.

– Bom, para vocês conseguirem uma luta contra Seraphimon precisarão conquistar essa área, né. – Disse Betamon.

– Conquistar? Eu não sabia dessa história não. – Indagava Lopmon.

– Não se lembram do “Village Area: Conquered”? – Perguntou Ray.

– Mas ganhamos aquilo abrindo o portal, como iremos fazer se este já está aberto? – Perguntava Jullie, com as mãos na cabeça.

– O portal não fica constantemente aberto. – Disse Betamon, baixinho.

– Você não explica as coisas direito, cara. – Reclamou Kyosuke, em um tom alto e rude.

– Não vai nos dizer como abrir o portal? – Perguntou Jullie, também em voz alta.

– Eu sei que você sabe, por que não nos diz? – Terriermon salta para a frente de Betamon, e o encara com força. O pequeno esverdeado hesita e fala:

– Porque vocês querem ir embora?

– Precisamos alcançar Seraphimon o mais rápido possível. – Dizia Rannyson.

– Mas, vocês não veem?! – Gritou Betamon. – Nós precisamos de ajuda. De que adianta conquistar o território se ele continua nas mãos de Seraphimon!? Ele vai voltar e vai tomar a posse novamente.

– Nossa. – Disse Jullie.

– Não chora, carinha. – Jasmine se abaixa e acaricia a cabeça do pequeno anfíbio.

– E aí? – Rannyson olha para Ray e os dois fazem as decisões apenas com olhares. Visivelmente, aqueles eram ambas as metades do cérebro da equipe. Embora o garoto de verde hesite um pouco antes de falar, ele fala, depois de suspirar:

– Vamos lá galera. – O pequenino de olhos vermelhos dilata suas pupilas de surpresa, eles não iriam o ajudar. Até que a surpresa se duplicou. – Temos um exercito para derrotar.

– Sério mesmo? – Perguntou Betamon, com faíscas nos olhos.

– Não temos nada a perder. – Disse o líder da equipe, seguindo em frente, deixando os outros para trás. Lopmon vai correndo atrás seguindo o seu mestre e os outros também começam a seguir. Com passos curtos e preguiçosos, todos voltam a caminhar em direção ao prometido forte que Betamon tanto falava. E como qualquer caminhada daquele grupo, podiam-se notar várias características carismáticas dos seus integrantes: Kyosuke estava sempre reclamando de algo, como desta vez, estava reclamando de como eles iriam derrotar um exercito sem ao menos saber lutar com esses “troços”, Terriermon o olhava com desgosto toda vez que ele os chamava assim. Jullie estava segurando nos ombros de Rannyson e de Jasmine, dizendo constantemente que estava com fome e que não comia desde ontem à tarde, se é que houve mesmo essa tarde. O tempo era muito diferente no mundo digital. Rannyson estava dando uma olhada no digital device de Jasmine, enquanto ela mesma cantava alguma música que ninguém sabia cantar, e Palmon, com sua super alto-estima, dançava ao ouvir a sua mestre cantando. Ray olhava para trás e via que aqueles eram os verdadeiros amigos dele. Até mesmo quando era pra ficar preso num mundo completamente novo e se tornar o novo salvador do mundo, eles estavam com ele. Lopmon olhava para Ray com muita admiração. “Então isso é uma grande amizade?”

III

– Chegamos! – Gritou o pequeno girino verde, correndo para a frente do grupo. Eles haviam finalmente chegado no “Forte dos Rebeldes”, que era como Betamon o chamava. O pequeno Digimon os deixou passarem a sua frente e verem com os seus próprios olhos o seu “pequeno” forte.

– Menino, isso é uma cidade! – Gritou Kyosuke.

– Eu disse que não era? – Perguntou.

– Você disse “pequeno forte”! – Disse Jullie.

– Ah, me desculpem. – O Digimonzinho deu uma risadinha e apenas isso foi necessário para saber que aquilo era realmente sério. O Forte dos Rebeldes era algo imenso. Ocupava quase toda a extensão da ilha. O exercito realmente deveria estar fora da ilha, porque, 100% da ilha está na posse dos Digimons bondosos.

A “vilazinha” era enorme. Tinha várias ruas e cada uma tinha pequenos tipos de estabelecimentos lá. Parecia que eles estavam vivendo muito bem lá. Houve sempre uma grande curiosidade sobre os mercados no mundo Digital: Eles não eram feitos por Digimons nativos da área. Rumores diziam que eles eram feitos por Digimons devotos a Seraphimon, que receberam o poder de viajar entre áreas para vender suas mercadorias. Outros diziam que eles vivam em uma área chamada “Shopping Area” e o que se via deles era apenas uma ilusão feita pelos aparelhos que existiam lá. Bom, ninguém nunca havia arranjado coragem o suficiente para pergunta-los. Diziam que os que perguntassem seriam punidos gravemente. O mundo digital tinha suas lendas também.

– Vamos passear, vamos! – Dizia Jasmine, segurando a mão de Jullie e a levando para um caminho que seguia para a esquerda.

– Kyosuke, vamos com elas. Quero conhecer a cidade também! – Terriermon, desistindo da sua personalidade rabugenta, sai correndo atrás das garotas junto com Palmon, deixando Kyosuke para trás. O garoto também desiste de ficar esperando e vai atrás.

– Esperem seus cretinos! – Gritava ele.

O caminho para entrar na cidade consistia em duas ruas, uma à esquerda e outra à direita. A da esquerda era mais clara e movimentada que a da direita, o que os levou a andarem por lá. O da esquerda foi preferível por Betamon, dizendo ele de que era o caminho que eles deviam seguir para chegar ao “centro da rebeldia”. Seguiram com ele Ray, Rannyson e Lopmon. Estes eram os mais interessados em saber o que havia de acontecer por lá agora. O resto estava ocupado demais se divertindo e comprando coisas-que-grudam-no-seu-braço-magicamente.

– Então, vamos ao quartel general, certo? – Perguntava Rannyson, com a mão no queixo.

– Quero mostrar a vocês o que vocês terão que enfrentar aqui. – Dizia Betamon, baixo e claro.

– Vocês acham que a gente pode vencer apenas no nível Child? – Perguntava Lopmon, em cima da cabeça de Ray, balançando as grandes orelhas. O pobre mestre estava com a sua cabeça extremamente pesada.

– Se nos juntarmos, talvez até dê certo. – Respondeu o girino, sem muita certeza nas suas próprias palavras. E aquilo não era nem um pouco aconchegante.

IV

A cidade era barulhenta e movimentada. Nada de silêncio ou sigilo, que eram grandes características de um forte. Era uma cidade normal, ou melhor, uma cidade normal muito barulhenta. As casas tinham uma coloração variada, com todas as cores do arco-íris e suas fusões e difusões. O chão era de um tipo de pedra muito dura e marrom, não se importando de que tipo era. No meio daquele monte de mercados, Kyosuke foi mais uma vez para um e começou a falar:

– Você não saberia como retirar essa porcaria do meu pulso?

– Não sei bem dizer nem o que seria isso. – Respondeu o Digimon, que tinha uma aparência estranha de gato selvagem roxo. – Não me dou bem com itens do tipo data.

– Tipo data? O que diabo é que tu tá dizendo? – Gritava Kyosuke.

– Eu acho que entendi! – Disse Terriermon, pulando para os ombros do seu mestre. – Existem três tipos de Digimon: Vaccine (Vacina), Data e Vírus. Eu sou do tipo Data, por exemplo.

– Eu também! – Disse Palmon, levantando o seu braço feito de raízes.

– Eu sou especializado em itens do tipo Vírus, não posso ajudar vocês crianças. – Dizia o vendedor “es-rox-eado”. Ele olhava para os Chosen Children com um olhar malvado e de nojo, acho que Kyosuke não passou uma imagem muito boa deles de primeira vista.

– Okay, vamos embora, vamos procurar por alguém que possa nos ajudar. – Disse Jullie, desrespeitando o vendedor.

O grupo voltou a andar pela rua, e de repente, Terriermon parou e olhou para trás. Todos eles pararam e ficaram juntos. Kyosuke levantou o seu Digivice para a área do peito, pronto para dar ordens ao seu Digimon caso alguma coisa acontecesse.

– O que foi que houve Terriermon? – Perguntou Jasmine, preocupada com a parada instantânea deles.

– Tem alguma coisa muito errada aqui. – Respondeu o coelho branco.

E de repente, tudo sumiu. Digimons, casas, mercados, tudo. Restou apenas um grande nada cercado de árvores. O chão havia deixado de ser pedra, havia voltado a ser areia, como o caminho que haviam trilhado. Tudo havia sumido, não havia mais um Digimon sequer lá. A não ser...

– PITFALL!

Esse foi mandamento. Abriu-se um buraco no chão e todos eles caíram.

V

E uma grande onda de vento destruiu toda a cidade, e deixou Ray, Rannyson e Lopmon apavorados. Tudo havia sido apagado. E agora eles estavam no meio de uma floresta, sem nada para guia-los.

– Mas já? – Disse Betamon, baixo demais para alguém escutar.

– O que foi isso Betamon? – Perguntou Ray, alto e claro.

– Desculpem pessoal. Não tenho escolha.

E assim tudo se apagou ali. Nenhum deles via mais nado.

“Betamon...

Traidor.”


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Notas finais do capítulo

Opa. Agora damos razão ao título do capitulo. O que será que aconteceu com a cidade? Porque será que Betamon traiu os seus amigos? O que realmente está por trás da Island Area? Como descobrir, continue lendo. :D
Até a próxima amiguinhos. Não esqueçam de comentar.



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