==== 6 Meses Depois ====

Paulina como todas as noites desde que recebeu aquela ultima carta com a fita negra sentou-se na varanda do quarto que um Dia seu grande amor ocupou tudo estava do mesmo jeito que ele havia deixado.

Paulina apenas se sentava naquela varanda e esperava, pelo que? Ou por quem? Nunca soube responder a essas perguntas, mas apenas ficava ali aguardando alguma coisa que nunca soube explicar, apenas ficava ali com um sorriso sonhador nos lábios relembrando seus momentos ao lado de Carlos Daniel, relembrando de quando foi feliz.

Haviam se passado 6 meses desde a morte de Carlos Daniel, e a dor de sua perda nunca diminuiu, Paulina apenas sentava-se na varanda e ficava olhando enquanto as lágrimas de saudades rolavam por seu rosto ate que estivesse cansada demais para conseguir continuar ali e adormecesse.

– Senhora Bracho? Chamou Cacilda enquanto abriu as cortinas da enorme janela do quarto. – Bom Dia! Disse sorrindo quando Paulina a olhou ainda sonolenta. – como se sente essa manhã? Perguntou com preocupação.

– Me sinto bem Cacilda! Disse enquanto sentava-se preguiçosamente.

– Quer que tragam o Café aqui no quarto? Perguntou sorrindo.

– Sim Obrigada! Disse forçando um sorriso agradecido a senhora que se dedicava em cuidar dela.

Cacilda saiu do Quarto deixando Paulina sozinha... Paulina sempre tinha os pensamentos distantes e ao ser acordada por Cacilda a chamando pelo sobrenome de seu Marido lhe trouxe lembranças dolorosas.

=== Inicio do Flash Back ===

Paulina foi encaminhada ate o grande escritório e um juiz o mesmo juiz que há apenas alguns meses leu o testamento do Rei, Aquilo mais parecia um dejavu para paulina.

– Senhorita Martins! Disse o Juiz lhe oferecendo um pequeno sorriso. – Meus sentimentos pelo ocorrido.

–Obrigada! Disse Paulina com apenas um fio de voz e tomou seu lugar ficando em silencio.

O Juiz a olhou por apenas um instante e com cuidado começou a abrir o envelope onde continha um testamento.

– Quando ele fez esse testamento? Perguntou Paulina quebrando o silencio que se fazia naquela sala.

– Um dia antes de sua Viagem! Disse seriamente.

Paulina apenas engoliu em seco e abaixou à cabeça tentando conter as lágrimas que ameaçavam transbordar, de alguma forma ele já sabia que não voltaria.

Paulina ouvia o Juiz ler o testamento sem conseguir registrar uma palavra se quer do que ele dizia, sua voz era longe, sua mente estava em algum lugar pensado com Carlos Daniel...

–Senhorita Martins? Chamou o Juiz. – Senhorita... Esta me ouvindo? Perguntou o juiz tocando suas mãos por cima da mesa e ganhando sua atenção.

– Hã? Disse o olhando confusa.

– A senhorita vai assinar? Perguntou lhe mostrando o papel a sua frente.

– O que é isso? Perguntou Paulina confusa já que não tinha ouvido uma palavra se quer que o juiz disse.

–é uma certidão de casamento senhorita! Disse seriamente.

– certidão de Casamento? Perguntou sem acreditar enquanto corria os olhos pela folha. – ele pode fazer isso? Perguntou enquanto passava seus dedos pela assinatura de Carlos Daniel.

– Ele era o Príncipe senhorita! Disse lhe oferecendo um sorriso. – e talvez essa tenha sido a única forma de garantir a senhorita todos os direitos possíveis.

Paulina ficou em silencio, pensativa...

– A senhorita não é obrigada a assinar! Disse a olhando. - Não ficara desamparada, ele deixou tudo preparado caso à senhorita se negasse a se tornar esposa de um homem morto! Disse pensativo.

Ao ouvir as palavras do Juiz, Paulina não pode mais conter as lágrimas que derramaram próximas a folha...

– ele disse que quando voltasse iríamos nos casar! Disse Paulina o olhando.

O juiz nada disse apenas esperou em silencio pela decisão de Paulina... Depois de alguns minutos em soluçando descontroladamente e chorando tanto a ponto de ficar sem ar, Paulina estendeu a mão ate a caneta em cima da mesa e com Mão tremulas assinou a certidão de Casamento se tornando a Senhora Bracho e Princesa daquele reino. Mas o titulo ou a fortuna que herdaria pouco a importava naquele momento. Aquela talvez fosse uma forma de esta perto dele.

– ele vai ter o nome do Pai! Disse Paulina ao terminar de assinar a certidão e pela primeira vez sorrindo desde a morte de Carlos Daniel.

Há apenas alguns dias antes de leitura do testamento Paulina havia sofrido um desmaio preocupando Cacilda que não saia de seu lado e que insistiu que ela fosse examinada por um medico. E a gravidez foi constatada.

O juiz apenas lhe deu os parabéns, a noticia do herdeiro do príncipe imediatamente foi espalhada pelo reino, uma forma de acalmar o povo... Uma forma de dar ao povo esperança.

Com a saída do juiz Paulina ficou naquele escritório por horas, e um sorriso triste em seus lábios enquanto sua mão acariciava seu ventre sem indicio nenhum de uma vida sendo formada ali...

==== Fim do Flash Back ====

Cacilda entrou com a bandeja de café da manhã de Paulina a tirando de seus devaneios, e Rapidamente Paulina secou as lágrimas não querendo deixar à senhora preocupada com ela novamente e com um pouco de dificuldades pela barriga de 6 meses sentou-se na cama acariciando sua barriga.

– tem que se alimentar muito bem senhora! Observou Cacilda a olhando. – a senhora esta um pouco pálida! Disse a olhando.

– Não se preocupe Cacilda! Disse forçando um sorriso agradecido por sua preocupação. – Não é nada!

– Tem que se cuidar senhora! Advertiu calmamente.

– Estou me cuidando! Disse enquanto tomava seu suco.

– Mas essa tristeza esta lhe fazendo muito mal! Disse cautelosa.

– Eu não posso evitar me sentir infeliz, Cacilda! Disse com um só em sua garganta. – pode me deixar sozinha um pouco? Pediu enquanto segurava as lágrimas.

– sim senhora! Disse indo em direção a porta.

Com a saída de Cacilda Paulina se sentiu a vontade para derramar suas lágrimas sem se preocupar com os olhares de terceiros.

– Apenas você me da forças para continuar filho! Disse Paulina em meio às lágrimas enquanto acariciava seu ventre. – Apenas por você ainda estou de pé! Concluiu olhando pela janela e observando o céu.

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– Olha ele esta acordando novamente! Disse Um homem forte de Cabelos cumpridos e olhos negros.

– Já perdi as contas de quantas vezes ele acordou e desmaiou! Rebateu outro homem dando de ombros enquanto continuava a cuidar de um dos integrantes do Grupo ferido em combate.

– O que esta Acontecendo aqui? Perguntou Uma das lideres os olhando seriamente.

– Ele esta acordando novamente! Disse o homem a olhando e sorrindo.

A líder se aproximou da cama onde um homem já barbudo encontrava-se jogado em meio aos lençóis...

– Olá! Disse lhe oferecendo um sorriso quando o homem finalmente abriu os olhos.

O Homem pareceu confuso por apenas um instantes e então seu rosto se iluminou...

– P-Paulina! Disse olhando a mulher a sua frente e lhe oferecendo um fraco sorriso. – Minha Paulina...

– sinto decepcioná-lo depois de tudo que Passou, mas não sou sua Paulina! Disse lhe sorrindo divertida.

– Paulina! Repetiu confuso.

– Me chamo Paola! Explicou. – sou irmã gêmea da sua Paulina, você é o Carlos Daniel, não é? Perguntou.

– S-sim! Disse a olhando com curiosidade, Paola era idêntica a Paulina e a confusão preenchia sua mente. – Onde estou? Perguntou finalmente sem desviar o olhar de Paola que sorria.

– estamos em acampamento subterrâneo! Disse o olhando.

– Acampamento subterrâneo? Perguntou confuso.

–sim, aqui estão todos os rebeldes que desertores! Explicou. – somos a parte boa do que era são os Rebeldes!

– não entendo! Disse forçando se a se sentar e fazendo uma careta quando seu corpo foi atingido pela dor.

– Bom... Éramos todos do mesmo grupo! Disse pensativa. – Éramos dos Rebeldes, mas quando descobrimos que não tínhamos os mesmos ideais o grupo acabou se dividindo em dois! Disse dando de ombros.

– Existem dois Grupos Rebeldes? Perguntou surpreso.

– Sim, mas estamos do lado do Reino! Disse sorrindo.

– Mas vocês invadiram o Castelo! Rebateu Carlos Daniel a olhando seriamente.

– Se vocês tivessem prestado mais atenção teriam percebido que estávamos ajudando e não tentando matá-los! Disse seriamente. – seus soldados é quem tentou nos matar!

– Porque não disseram? A questionou seriamente.

– Vocês teriam nos escutado? Perguntou o olhando com uma sobrancelha erguida e um sorriso de canto de boca.

– Há quanto tempo estou desacordado? Perguntou evitando responder sua pergunta.

– Há 6 meses mais ou menos! Disse dando de ombros.

– Estou tanto tempo assim desacordado? Perguntou surpreso.

– Sim, mas agora chega de perguntas você precisa descansar! Disse se levantando. – Ainda não esta totalmente recuperado! Depois respondo tudo que quiser saber!

– não posso ficar aqui! Disse a olhando. – tenho que voltar para casa, tenho que voltar para minha Paulina! Disse preocupado.

– Te ajudaremos a voltar, mas primeiro precisa estar forte o bastante para conseguir se manter de pé! Concluiu o olhando enquanto se encaminhava ate a saída.

Carlos Daniel não tinha argumentos, não se sentia bem, mal conseguia se manter sentado que dirá de pé. Todo seu corpo doía... Mas seus pensamentos logo correram dali para o castelo pensado na angustia que Paulina provavelmente estava sentindo pensado que ele esta morto, e ao pensar em sua Paulina lembrou-se de Paola, já sabia que Paulina tinha uma irmã, mas não sabia que eram gêmeas e que sua irmã fazia Parte dos rebeldes. Tantas coisas aconteceram enquanto esteve desacordado, como estaria Paulina? Estaria sofrendo por ele? Perguntava-se enquanto seu coração a cada instante se enchia de saudades...

==== castelo ====

Como todos os dias paulina sentava-se na varanda mergulhada em suas tristezas, mas naquela tarde foi diferente, não se sentia triste... Passou horas acariciando sua barrica e conversando com seu bebê... Contando a ele como seu pai era como ele iria amá-lo se estivesse ali...

– é tão bom vê-la sorrindo dessa forma! Disse Cacilda enquanto entrava com uma bandeja para Paulina.

– estava Pensando em coisas boas! Disse lhe oferecendo um sorriso.

– Pois é assim que deve ser todos os dias! Disse lhe entregando um copo de suco. – apenas lembranças que lhe tragam felicidade.

– Tem razão Cacilda! Disse a olhando. – Não sei... De repente me sinto mais feliz, meu coração me diz que algo de muito bom logo vai acontecer! Disse enquanto colocava a Mão no Peito e olhava o horizonte pensativa.

Cacilda a olhou com curiosidade, mas logo teve de se retirar a deixando sozinha...

=== Acampamento Subterrâneo===

– Quando vão me dizer exatamente o que ouve? Perguntou Carlos Daniel impaciente.

– Já pedimos que Paola venha! Disse Um Rebelde dando de ombros. – ela ira explicar tudo que quiser saber.

– Não tenho tempo para explicações... Preciso voltar para Casa, Paulina esta me esperando! Explicava enquanto se forçava a ficar de pé.

– Aonde pensa que vai? Perguntou Paola entrando no quarto e o vendo de pé.

– Vou para Casa! Explicou se desvencilhando dela e seguindo ate a saída.

– Não esta totalmente curado ainda! Explicou enquanto o seguia. – Mas não posso obrigá-lo a ficar aqui! Disse o olhando. – Vou com você!

Carlos Daniel nada disse apenas assentiu em concordância e ficou esperando que Paola se preparasse para seguirem viagem... A viagem ate o castelo seria longa e dolorosa com tanto machucados, mas Paulina pensava que ele estava morto todo esse tempo e não podia permitir que ela continuasse pensado assim.

==== Castelo ====

O sol já se punha do horizonte e Paulina como em todas as noite permanecia na Varanda esperando... Uma espera que para ela parecia nunca ter fim, mas seu coração sempre lhe dizia, para não desistir...

– Não Pode ser! Ofegou levantando-se e seguindo ate a grade de proteção da varanda de seu quarto. – Carlos Daniel! Disse seu nome quase que como um sussurro enquanto seus olhos se enchiam de lagrimas e seu coração batia acelerado no peito. – Carlos Daniel! Disse novamente sem acreditar em seus olhos.

Com dificuldades Paulina correu ate a porta de seu quarto e seguiu correndo ofegante pelos longos corredores e desceu as escadas...

Quando as enormes portas se abriram revelando o imenso jardim Paulina pode ver seu amado adentrando em um cavalo pelos portões... E seguiu em sua direção, ele estava diferente, mas era ele...

– CARLOS DANIEL! Gritou correndo em sua direção.

Ela o viu sorrir e desmontar do Cavalo vindo em sua direção, estava mancando, estava sujo, cabelos cumpridos...

Seu coração estava tão cheio de felicidade... Quando um estouro alto preencheu aquele momento. E então Paulina viu Carlos Daniel Parar de repente a olhando... E levando uma mão tremula ate o estomago e a levantando cheia de sangue. Paulina Parou também e olhou tudo aquilo sem poder acreditar, a felicidade estava tão perto. Apenas a alguns passos de distancia, depois de todo o sofrimento que teve...

Carlos Daniel caiu de joelhos e Paulina saiu de sua inércia e correu ate ele, pouco se importando de onde veio o tiro que mais uma vez estava tirando seu amado dela...

– Carlos Daniel meu amor! Disse se ajoelhando a seu lado e acariciando seu rosto Pálido.

– Paulina! Disse erguendo a mão e tocando o rosto de Paulina.

Foi a única Palavra que saiu dos lábios dele antes de seus olhos perder o brilho e sua mão cair ao lado de seu corpo, sem vida.

– CARLOS DANIEL! O Chamou enquanto o balançava em desespero. – Por favor, você não pode me deixar de novo! Pedia em meio aos soluços.

– Não me deixe não me deixe... Dizia Paulina enquanto sentava-se a seu lado colocando sua cabeça sobre seu colo. – Não me deixe...