–Eu te amo -digo me soltando de Peeta- Eu te amo! –grito. Ele começa a rir- Ah, o que foi? Deixa eu dizer que te amo.

–Eu te amo! –ele grita me imitando. Começamos a rir juntos, mesmo rindo eu o beijo e nos jogamos no sofá.

O beijo começa a ficar mais intenso. Peeta me abraça pela cintura e estamos cada vez mais conectados. As coisas começam a ficar mais intensas e o sofá acaba ficando pequeno de modo que caímos no chão.

–Má ideia –diz Peeta dando um sorriso envergonhado. Nos levantamos. Dou uma olhada na casa e lembro que o quarto de Peeta é lá em cima. Meus olhos ficam vidrados na escada- Tudo bem Katniss?

–Ah, que? Sim, tudo- Sorrio para ele, seguro sua mão e vou puxando-o em direção à escada. Ele percebe.

–Katniss, você tem certeza que...-interrompo.

–Tenho. Muita -sorrio para ele, que retribui.

Nunca havia estado no quarto de Peeta antes, é um lugar amplo com uma enorme janela ao lado da cama de casal. A luz da lua invade o lugar fazendo um cenário perfeito. O brilho reflete nos olhos azuis apaixonantes de Peeta. Não consigo esperar e o beijo, ele envolve seus braços em mim. Eu o empurro para cama, não paramos de nos beijar, tiro sua camisa com voracidade e as coisas começam a ficar cada vez mais quentes.

Passei a noite mais perfeita da minha vida e acordei sem nenhum pesadelo para atrapalhar, sinto o calor dos braços de Peeta me abraçando e tenho vontade de jamais sair dali.

–Sem pesadelos? –pergunta ele.

–Nenhum, deve ser você aqui –sorrio. Peeta parece contente, enfim, parece que eu consegui concertar as coisas.

Peeta se levanta e diz que vai assar alguns pães de queijo. Desde o dia do flashback eu estou com vontade de comer esses pães de queijo. Enfim ele me chama. Como sempre já está tudo perfeitamente arrumado e tudo tem um gosto maravilhoso. Digo a Peeta que preciso ir em casa pegar algumas coisas e saio.

Respiro o a da manhã fria, escorrego meus pés pela neve, aproveito tudo, estou simplesmente radiante de felicidade. Tenho Peeta de volta, tudo está bem outra vez.

Ao chegar em casa pego apenas as coisas mais importantes e as coisas que costumava usar para caçar. A floresta do doze está revivendo aos poucos e sinto que logo vou poder voltar a caçar. Alguém entra pela porta.

–O que você está fazendo aqui? –digo irritada.

–Só vim pedir desculpas –diz Gale.

–Então peça.

–Desculpe por ter te deixado irritada.

–Você não está se esquecendo de nada?

–Não vou pedir desculpas por ter insultado Peeta. Katniss, eu te amo, você sabe disso, não vou desistir de você tão fácil.

Nesse momento noto Peeta à porta. Há quanto tempo ele está ali? O que será que ele ouviu? Mas que droga!

–Peeta...-sussurro um pouco mais alto do que o normal – o que.. O que você está fazendo aqui?

–Eu vim trazer o seu anel, depois de tudo, eu me esqueci de entregar.

–Anel?-Gale fica irritado –Então é isso Catnip? Você vai se casar com esse otário?

–Vou sim – Gale sai, dando fortes e rápidos passos, então parece que perdi meu amigo- Gale! –grito alto para que ele possa ouvir, mas ele ignora. Me volto para Peeta que está sentando em uma cadeira.

–De novo Katniss? Quantas vezes você vai arrumar uma desculpa para deixar Gale te beijar, dizer que te ama?

–Peeta, não aconteceu nada entre nós dois! –eu grito.

–Não até onde eu vi! –ele revida o grito e sai deixando o anel na mesa.

Não tinha percebido o quão lindo era o anel. É realmente maravilhoso, dourado com uma pedra que lembra muito a pérola que ganhei de Peeta na arena. Saio correndo de casa, preciso pedir desculpas a ele, dizer que foi tudo um mal entendido.

Ao chegar a sua casa, grito seu nome, mas ele não está. Vou à rua procurá-lo, corro em direção à antiga padaria e no momento que vou atravessar a rua um carro da Capital em alta velocidade me atinge em cheio.

Acordo no pequeno hospital do Distrito Doze. O hospital não tem muitas tecnologias, mas é um avanço enorme para o Doze.

Não há ninguém no meu quarto além de mim e vários aparelhos ligados a mim. Uma enfermeira entra e quando peço informações ela me responde que fui atropelada por um carro em alta velocidade e a mulher que dirigia me trouxe para cá. Eu levei uma batida forte na cabeça e fiquei em coma por uma semana, as visitas não foram autorizadas até o momento, mas ela diz que como eu acordei não há problema nenhum em deixar as pessoas me verem.

Minha mãe é a primeira a entrar, ela pergunta sobre meu estado. Digo que estou bem apenas com dor de cabeça. Então sou surpreendida pela visita seguinte; Effie e Haymitch entram de mãos dadas.

–Vocês dois? –digo rindo.

–Ah, cala a boca –revida Haymitch rindo também.

Eles passaram para ver como eu estava, Effie foi quem me atropelou e está super culpada, digo a ela que está tudo bem e foi só um susto. Ela demora a aceitar, mas no fim se convence. Sou liberada do hospital e sinto falta de uma pessoa; Peeta. Ele não veio me ver, talvez ainda esteja chateado de mais com o que aconteceu.

Chego à Aldeia dos Vitoriosos e dou de cara com Peeta sentado em um banco abaixo de uma árvore. Sem necessidade de explicações corremos um ao encontro do outro e nos abraçamos o mais forte possível. Peeta beija meu pescoço por cima de meu cabelo e sussurra:

–Eles não me deixaram te ver, nem sei se eu conseguiria, eu tive tanto medo de te perder.

Eu sei que já passou, que não corro mais riscos, mas fico com medo da possibilidade de morrer, de perder Peeta.

–Eu te amo, me desculpa –digo.

Peeta me beija e entramos em sua casa de mãos dadas. Quando a noite chega, não quero sair de perto de Peeta então dormimos juntos e seus braços, sua presença, levam para longe os pesadelos.

Quando acordo tateio o lado de Peeta na cama, mas ele não está mais ali, o cheiro de pão me denuncia que ele já está na cozinha. Levanto e fico meio tonta, mas continuo andando. Ao chegar na cozinha, a visão dos pães me deixa enjoada e o cheiro me faz sair correndo. Na pia do banheiro dou adeus à janta de ontem.