Apenas uma História escrita por Story Dreams VC
Notas iniciais do capítulo
Demorei? Magina
Mas continuei u.u
espero que gostem :3
DOIS ANOS DEPOIS
– Jane... Jaaane... JAAANE!
A garota acordou de um salto, caindo da cama. Levantou-se enquanto resmungava irritada. Esfregou os olhos para se acostumar com a luz da manhã e se deparou com um filhote de husky negro sem sua cama, que abanava rapidamente o rabo.
– Eu te odeio Dorian. Muito – Ela resmungou revirando os olhos – Você vive mudando de forma. Por que não vira um humano e faz sua própria comida?
– Você sabe muito bem que não posso Jane – Dorian, o cachorro, falou.
– Sim sim. Aquele papo de “humanos são a criação favorita de Deus. Virar eles é a mesma coisa que desejar uma tortura pior que o próprio inferno” – Ela bufou – Não acredito nisso mesmo.
– É irônico acreditar em demônios e não acreditar em Deus – Dorian falou enquanto tomava a forma de um gato e começava a se espreguiçar.
– Acredito no que vejo. Estou vendo você, um demônio chato e preguiçoso que vai ficar com fome, porque eu quero dormir – Dizendo isso se jogou novamente na cama, fazendo Dorian saltar rapidamente para não ser esmagado.
– Mas Jane...
– Nada de “Jane” – Ela falou enquanto se cobria – Nós dois dormimos muito tarde ontem.
– Isso porque você achou que o demônio da história da Bela Adormecida fosse a Fada Madrinha – Disse Dorian em tom sério – Eu sei que você quer vingança mas...
– E eu também sei que ela é uma das mais perigosas – Jane suspirou – Não tem como você entender...
– Eu sou um tipo de demônio que se alimenta da dor, Jane – Dorian disse com a voz séria – Eu senti a mesma dor que você sentiu. Vi o que você viu. Vi os corpos de seus pais, o sangue na sala...
– Já entendi Dorian! Cale a boca – Gritou Jane, fazendo os pelos do demônio em forma de gato se eriçarem – Desculpe... Eu... Só não gosto de lembrar disso.
– Nós vamos acha-la. Se você não se tacar da janela só porque o demônio voa. Se eu não virasse rápido um pássaro...
– Você consegue ser mais chato que uma mãe Dorian – Jane se levantou da cama e se espreguiçou – Vamos, precisamos comer.
O clima na mesa estava tenso e silencioso, exceto pelo barulho das dentadas de Dorian na comida.
– Você sabe que não podemos ficar muito tempo por aqui, não é? – Dorian quebrou o silencio quando terminou de comer – Eles vão achar nosso rastro muito rápido dessa vez.
Ela deu um suspiro preocupado, terminou de mastigar a comida e então olhou sério para Dorian.
– Ouvi boatos de que existe outro invocador por aqui – Ela parou quando viu o olhar surpreso de Dorian, assentindo – Estava pensando em acha-lo.
– Mas por que?
– Eu fiquei lendo um pouco ontem aqueles livros que roubamos da torre do demônio – Ela deu um sorriso vitorioso – E lá dizia uma forma muito fácil de achar e exterminar o demônio que queremos.
– E você ainda não explicou o porquê de precisar de outro invocador... – Ele disse em um tom debochado, fazendo Jane o olhar irritada.
– Eu preciso de cinco. Existe um ritual...
– Não! – Dorian a cortou imediatamente – Nem pense em fazer isso.
– Me dê um motivo bom para me impedir – Ela ergueu as sobrancelhas irritada – E você nem me deixou terminar!
Ele miou irritado e fez um sinal com a pata para ela prosseguir. E ela deu um sorriso maldoso.
– Eu simplesmente vou imitar os meus amiguinhos do CFC. Eu irei fazer um exorcismo.
–x-
– CFC? – A senhora resmungou ao olhar o homem de cabelos negros espetados e olhos castanhos. Ele usava um macacão azul com um CFC desenhado em amarelo no peito
– Sim minha senhora, aquele gás do ar condicionado... – Ele explicou pela milésima vez – Não lembra que a senhora estava com problema no ar condicionado?
– Sim – Ela disse simplesmente. Como não disse mais nada, o homem suspirou.
– Poderia deixar eu entrar para eu checar?
– Não – Ela deu um sorriso maldoso.
– Eu faço a consulta de graça...
A mulher imediatamente se virou para o lado, deixando o homem passar. Ele ficou tentando a olhar para os céus e gritar um grande Aleluia, mas apenas agradeceu e adentrou na casa. A mulher o guiou até onde estava o ar condicionado com defeito.
– O gás pode ser nocivo a senhora, então... – Antes de ele terminar a frase, ela já tinha ido embora do aposento com uma risadinha enjoada. Ele revirou os olhos estressado – Humanos.
– Você também é um Dean – Disse uma voz feminina. A janela havia sido aberta, e de lá entrava uma mulher loira de olhos cinzentos.
– Não como esses – Ele apontou para o corredor onde a velha tinha desaparecido – Me dê as ferramentas Lindsay.
Ela jogou uma bolsa verde para ele, que a abriu, tirando um livro com capa de couro e com uma língua estranha estampada em letras douradas. Abriu o livro em uma página, começando a recitar o estranho idioma, de olhos fechado, demonstrando o quanto estava concentrado.
Um fraco círculo luminoso foi formado no chão a sua volta, fazendo Lindsay se afastar. A luminosidade do círculo foi aumentando, até que o ar condicionado começou a sacudir.
– Te achamos ferinha – Dean deu um sorriso vitorioso.
– Dean... –Lindsay o chamou, se afastando um pouco mais – Isso não...
De repente o ar condicionado explodiu e de lá saiu voando uma sombra negra com risada esganiçada. A sombra começou a girar muito rapidamente em volta do círculo, conforme a sua luz aumentava, e Dean começou a tentar uma maneira de parar o encantamento.
– Droga, DROGA – Ele folheava o livro em busca de algo, mas antes de conseguir, uma explosão de luz aconteceu.
A sombra aumentou o volume das risadas, e desapareceu pela janela. Quando a luminosidade voltou ao normal, Lindsay achou Dean preso com cordas azuis brilhantes, desmaiado. Ela revirou os olhos e andou até onde estava, e começou a carrega-lo com esforço.
– Mago idiota – Ela resmungou enquanto eles saltavam da janela.
A sombra já havia se distanciado o bastante e então parou no meio de uma clareira, parando ao lado de um garoto loiro de olhos azuis como gelo. Ele, ao perceber a presença da sombra, sorriu.
– Você conseguiu Mat – Ele disse enquanto a sombra se transformava em uma raposa negra.
– Eu sei que sou demais – A raposa riu.
– Isso vai atrasa-los – Ele se levantou do tronco caído em que estava sentado e começou a andar, sendo seguido pela sombra.
– Para onde exatamente estamos indo?
– Nós? Estamos indo o Kansas meu amigo. Estamos indo para a cidade dos demônios.
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