Olhei para Matthew confusa.

— Mas eu pensei... — murmurei olhando-o fixamente.

Ele colocou o próprio dedo indicador sobre meus lábios e sorriu.

— Pensou errado — Matt murmurou.

Eu fiquei extasiada.

E então, ele me beijou.

— E-eu preciso ir, desculpa — falei, e pulei do banco de carona.

— Ei Kath! — Matt me chamou, e saiu do carro atrás de mim.

— O que foi Matt? — falei, e virei-me.

Ele me deu outro beijo, mas só que dessa vez com mais intensidade.

— Eu estou falando sério — ele disse, olhando em meus olhos.

— Tá bom, mas eu estou muito cansada hoje. Amanhã nós falamos sobre isso, por favor — pedi.

— Tudo bem, boa noite — ele se despediu de mim e caminhou até o carro.





Entrei no apartamento — agora eu tenho uma chave! —, e encontrei James recostado em uma das poltronas da sala. Ele estava com aquele sorriso safado, de canto de boca.

— Estava com o viadinho do seu amigo? — James murmurou para mim.

— Qual amigo? — perguntei dissimulando.

— Matthew.

— Ah sim — balbuciei. — Eu estava sim, algum problema?

— Eu vi daqui de cima vocês se beijando — James disse, rindo.

Suspirei e revirei meus olhos.

— Aliás, se comendo né — James se levantou e foi até mim.

— Você é tão idiota.

— Mas quanto mais idiota, mais você gosta... — James disse e me agarrou pela minha cintura. — É assim que você gosta, não é maninha?

— Não é a minha preferência, mas é só o que aparece.

James me beijou ferozmente.




Quando dei por mim nós já estávamos na cama despidos. E completamente excitados. Desejando, ardentemente, um ao outro.

— Aí que merda — murmurei.

— Ah, o que foi agora?

— Eu estou me contradizendo de novo.

Ele se curvou e me prensou contra a cama, olhou nos meus olhos e perguntou:

— Diz na minha cara que você não me quer, diz pra mim que você não me deseja! Me diz... — ele suspirou. — Você sempre quer se enganar, isso está explícito Katherine!

Virei meu rosto, James voltou meu rosto para que eu olhasse pra ele.

— Me diz! Eu quero ouvir de sua boca! — ele repetiu.

Revirei os meus olhos.

— E você está esperando o quê? — perguntei.

Ele me deu um sorriso perverso e me penetrou com força.

Meu gemido ecoou por todo o quarto.

— Assim que eu gosto — James murmurou e sorriu.





Depois de chegarmos ao nosso máximo — o que demorou muito! —, separamos-nos e James olhou para mim ofegando, e disse empolgado:

— Nossa, como eu te amo!

Contive meu sorriso, e virei meu rosto. Levantei-me da cama, enrolei-me no lençol e fui em direção à janela.

Observei todo o grande movimento de Nova Iorque, mesmo de noite. E notei o quanto aquela cidade era bonita.

Senti mãos envolverem minha cintura de um jeito sensual. James aninhou sua cabeça em meu ombro e suspirou.

— O que foi gata? — ele me perguntou, dando um beijo no meu pescoço.

— Nada James, só fique longe de mim! — falei, tirando as suas mãos de minha cintura e saindo de perto da janela.

Caminhei com calma até o banheiro, e me olhei no espelho. Cabelos bagunçados, batom borrado... Lavei meu rosto.

Tirei o lençol que estava cobrindo o meu corpo, e me deitei novamente em silêncio.









Passei mais de quatro dias ignorando Matthew e suas eternas mensagens. Ele deve ter me convidado para sair de novo, umas trinta e nove vezes. Eu estava muito indecisa, entre ficar entre o cara que eu transava todas as noites e ficar com o meu melhor amigo. Eis a questão.

James abriu a porta do quarto furioso, com os olhos azuis chamuscando.

— Que mensagens são essas? — ele me perguntou e mostrou-me o celular.

— Que mensagens? — perguntei confusa, peguei o celular de sua mão e estreitei meus olhos.

Eram as mensagens de Matt.

— São as mensagens daquele viadinho, não é? — James perguntou-me.

— E o que que tem?

— Não é para você ficar trocando mensagens com ele! — exigiu James, agarrou em meus dois pulsos, e apertando-os com força e perguntou: — VOCÊ É MINHA! ENTENDEU?

— Para! Está me machucando — resmunguei.

James demorou a me soltar, mas soltou.

— Você entendeu o que eu disse? — ele me perguntou novamente, olhando bem nos meus olhos.

— Eu não sou sua! — falei. — Na verdade, nós não somos nada! Nem irmãos somos!

James riu sarcasticamente.

— Como não somos nada?! Somos namorados! — James disse de um modo autoritário.

— E quem te disse isso meu querido? — indaguei, e me levantei da poltrona para enfrenta-lo.

— Nós transamos todos os dias! Então, eu determinei isso agora!

— E desde quando você manda ou desmanda em mim?

— Desde que você entrou aqui, até porque você é menor de idade!

— Ah, mas você não manda em mim mesmo! Mas não mesmo! Nós não temos nada! Nenhum relacionamento! Se nós realmente temos alguma relação, a base dela é o sexo, porque não fazemos nada a mais do que sexo! — retruquei, furiosa.

— Ah, vai se foder Katherine! O que eu mais tenho desejado nessas últimas duas semanas é que essa merda acabe logo! — James declarou e saiu marchando para fora do quarto.

Essas palavras acabaram comigo.

Eu estava rezando para ir embora logo.

Abri uma fresta da porta e comecei a ouvir Nicholas discutindo com James:

— Eu não quero que você fique gritando com ela por idiotice! — impôs Nicholas.

James bufou e disse:

— Você não entende cara. Então, não enche, falou?

James se levantou para sair do apartamento, porém foi impedido por Nicholas, este agarrou nos dois ombros de James e disse:

— Desse jeito você está agindo como um moleque, James. Ou será que você sempre foi isso mesmo mas nunca transpareceu?

James ficou calado.

— Eu ouvi tudo o que você disse para ela. E eu achei um absurdo!

James continuou quieto.

— E a Katherine pode ser tudo! Mas ela não merece isso. E pelo visto você não a merece — Nicholas finalizou e soltou James.

Ele saiu do apartamento, e bateu a porta brutalmente.

Caminhei à entrada do apartamento, e Nicholas me perguntou:

— Para onde você está indo?

— Atrás de James.

— Depois do show todo que ele deu com você, ainda acha apropriado? — Nicholas indagou-me.

— Acho — repliquei, e saí do apartamento.

Olhei pela longa extensão do corredor, e finalmente encontrei-o sentado na beira da escada.

Aproximei-me dele. James estava com as duas mãos apoiadas sobre o rosto.

— Me desculpa — ele disse, com a voz embargada, como se tivesse acabado de chorar. Mas chorar não fazia muito o gênero de James.

— Só não faça novamente.

— Tá, tudo bem. Eu prometo.

— Espero que cumpra dessa vez.

Ficamos mudo.

— Tira a porra da sua mão do rosto! — ordenei. Ele discordou com a cabeça.

— Eu sou um idiota Katherine!

— Tudo bem, eu sei disso — falei, e dei um fraco sorriso.

Sentei-me ao seu lado. E peguei uma das suas mãos e segurei-a.

— Essa marca e-eu q-que f-fiz? — ele me perguntou, olhando para o meu pulso, ainda de cabeça baixa.

— Sim, até porque eu não fico me apertando para me marcar. Se você quiser me marcar, marque-me com um chupão, e não com um hematoma.

— Me desculpa, sou um idiota mesmo.

— Você só tem que aprender que eu não sou um fantoche, eu tenho sentimentos James. E acredite que tem um monte desses rodando por minha cabeça.

Voltei para o apartamento, deixando James para trás.











Caroles havia me prometido buscar-me de noite, e eu já estava pronta para sair. E ela tinha me dito que era para eu me arrumar bem bonita, que seria uma surpresa.

— Caroles! Cadê você? — perguntei, assim que ela atendeu o telefone.

— Estou como uma baleia orca, encalhada no trânsito — ela de repente parou de falar, e gritou: — SAI DA MINHA FRENTE PORRA! Eu já estou indo Kath!

— Tudo bem, tudo bem. Vou te esperar lá em baixo. — Sendo assim, finalizei a ligação.

Respirei fundo para passar por um lugar no qual evitei transitar durante todo o dia: a sala de estar.

Nicholas e James estavam assistindo a um jogo de Baseball. E Melissa estava em uma eterna missão de ganhar a atenção de Nicholas.

Eles estavam tão concentrados que eu passei pela sala, abri a porta e sai. Ninguém percebeu.





Quando eu entrei no carro de Caroles, que caiu a ficha que eu teria que ver o Matt.

— Kath — Caroles chamou-me.

— Diga.

— Matt, quando veio te trazer em casa, te disse alguma coisa?

E então me lembrei do que ele havia me dito naquela noite: Eu acho que estou apaixonado por você.

— Não. Eu só agradeci por ele ter me levado em casa, e me despedi. Somente.

— Tudo bem — Caroles balbuciou.



Quando chegamos à casa de Caroles, Matt e Josh já estavam acomodados dentro da casa de Caroles.

Entrei junto à dona da casa, eu estava super sem graça.

— Oi Kath! — Joshua disse quando me viu.

— Oi! — murmurei. E logo lancei meu olhar para Matthew, que estava sentado em um puff ao lado da televisão.

Ele deu um aceno para mim, balancei a cabeça levemente.

E então, de repente, senti o clima ficar pesado. E Caroles começou a bater palmas, dizendo:

— Ei galera! Vamos dar uma animada, porque eu não quero acordar atrasada amanhã e ver que a minha noite anterior foi uma grande merda! E eu não estou afim de acordar decepcionada!

Joshua encarou Matt com os olhos estreitos, enquanto Matt olhava para mim e eu olhava para Caroles. Ela olhava para todos nós.

— Ih galera, qual foi? — indagou-nos Caroles.

— Matthew, venha um instante aqui na cozinha comigo, por favor — obsecrou Joshua.

— Claro! — replicou Matt, ainda observando-me.

— Agora!

— Tá, tá. Já estou lá! — Matt retrucou, caminhando com pressa à cozinha.

Sentei, envergonhada, no sofá. Caroles sentou-se ao meu lado, e colocou sua mão sobre minha perna.

— Está tudo bem mesmo? — ela me fez a mesma pergunta novamente.

— Estou, só que... Ah quer saber! Quer um copo de água?

— Não — Caroles murmurou.

— Pois eu vou — falei e fui em direção à cozinha.



Fui diminuindo a velocidade de acordo que a minha distância da cozinha, diminuía. Fiquei escondida, e ouvi a conversa dos dois:

— Como você tem coragem de dizer que está apaixonado por ela? — Joshua perguntou para Matt.

— Dizendo, mas você sabe que eu não estou apaixonado, não é?

— Eu sei cara, mas as coisas não funcionam assim!

Tinha uma larga e extensa bancada de granito dividindo os dois, que estavam se olhando fixamente.

— Você sabe o que eu quero dela, não sabe? — Matthew perguntou sorrindo maliciosamente.

Àquela altura meus olhos já estavam cheios de água.

Será que ninguém me ama de verdade?

Joshua bufou e disse:

— É, infelizmente eu sei no que você está interessado! — Josh fez uma pausa e passou a mão dentre os cabelos negros. — Mas ela tem sentimentos Matthew!

— Mas ela tem peitos Joshua! — Matt deu um sorriso.

Joshua revirou os olhos, não muito satisfeito. E Matthew completou:

— Nisso que eu estou interessado.

(...)