Céu Selvagem escrita por Ariadene Caillot


Capítulo 12
O Festival se inicia


Notas iniciais do capítulo

Olá gente. Tudo bem? Bem eu estava com muito do capitulo 12 escrito já, mas eu estava tão estressada que achei que o capitulo não havia ficado legal e o reescrevi, já que o capitulo 11 não havia me agradado muito. Só que eu me empolguei tanto que deu quase 8 mil palavras O.õ Então dividi o capítulo em 2. ^^ aushua

Aproveitem a leitura com um bônus de 2 capítulos juntos para vocês ^^



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–Espera que acreditaremos em você? Um covarde que estava controlando pessoas normais para lutar contra nós!?

–Gokudera-kun, acalme-se!

–Precisei agir discretamente, jovem. A muitos acontecimentos que se sucedem vinculados a sua família.

Já era tarde da noite. Patrícia havia sumido e seus amigos haviam procurado ela em toda parte, mas sem sucesso. Resolveram deixar as garotas em casa e conversar com Basílio, em uma lanchonete, menos Yamamoto que continuou a procura-la.

–Huf! Você não merece nem um minuto de nosso tempo a meu ver.

–O seu braço direito é bem rígido, Décimo Vongola.

–Eu o entendo até certo ponto. Mas, Basilio-kun o que afinal quer conversar conosco?

–Já ouviram falar da família mafiosa Céu Selvagem?

–Não! Talvez Reborn saiba.

–Entendo, abram os olhos, pois eu soube de planos caóticos advindo desta família direcionados a Vongola.

–Como sabe?

–Tenho os meus contatos. – Tsuna conseguia enxergar o sorriso sarcástico de Basílio, era uma das poucas coisas que apareciam em seu rosto.

–O que estariam planejando?- pergunta Gokudera.

–Não sei detalhadamente, mas é um ataque que irá mudar a Vongola e destruí-la.

–Ehhhh será que mandaram misseis!? – Comenta Ryohei.

–Não acho que chegariam a este ponto.- Falou Basílio tentando segurar o riso.

–Por que está nos avisando?

–Gostaria de uma aliança entre nós. Meu grupo tem um sério interesse em derrotar essa família.

–Por qual motivo?

–Não estamos concordando com o caminho que a família está escolhendo. Mas não temos poder o suficiente para enfrenta-los.

–Teríamos que analisar.

–Entendo. Mas por fim, era apenas isso. Estou me retirando.

–O que!? Mas mal conversamos!

–Estou cansado garoto! Eu ficarei no Japão por algum tempo, ainda poderemos conversar. Pense na minha proposta. – e assim Basílio segue o seu caminho.

–Cara estranho décimo.

–Mas... De certa forma, senti que podemos confiar nele.

–Mas décimo, ele te atacou e agora vem com essa história de aliança?

–Gokudera-kun, que eu lembre, você fez quase a mesma coisa. – comentava Tsuna rindo.

–Décimo eu...eu...

–Não precisa se desculpar.

–O que iremos fazer? – perguntava Ryohei.

–Podemos tirar uma ideia com Reborn, ele deve saber com certeza!

Mais tarde...

–Família Céu Selvagem é uma família italiana. Nunca tiveram lá grande influência no mundo da máfia.

–Então está explicado porque nunca ouvimos falar dela.- comenta Gokudera.

–O que você sabe sobre, Reborn?

–Bem, as últimas noticias foram que o chefe dele morreu há pouco tempo atrás em um acidente, enquanto voltava de uma viagem. Foi um assunto que chamou atenção, pois todos que estavam com ele morreram. Não faço ideia de quem está liderando está família agora.

–Ele não possuiu herdeiros?

–Não sei. Céu Selvagem é uma família que sempre foi excluía e ninguém quer saber nada sobre ela.

–O que faremos?

–Tentarei localizar este homem novamente e obter mais informações. Quanto a vocês, melhor começarem a treinar intensamente.

–Menos o décimo, é claro.

Reborn contorceu os lábios, mas, ele tinha que dar continuidade a mentira -Sim, menos Tsuna.

–Então ele pareceu seu o legitimo chefe?

–Sim mestre. Ele possuiu até guardiões ao seu redor e senti uma grande energia nele. Cielo não possuía estas características.

–Conseguiu formar uma aliança?

–Coloquei as cartas na mesa, na sei qual vão escolher. Mas eles agora sabem sobre as intenções da família. E como está sua situação?

–Da mesma forma. Adelina continua a me desprezar, tenho certeza que a planos para me descartar ao concluir o que ela pretende.

–E quanto a Claudio?

–Não está muito bem de saúde. Coincidências?

–Dela podemos esperar de tudo. Mas não entendo qual proveito aquele rapaz está conseguindo desta situação.

–Enfim, aguarde a decisão da Vongola e agiremos.

–Sim mestre.

A semana passou, os treinamentos ficavam mais pesados e duros, mas os rapazes seriam compensados no final de semana, por que, naquele sábado a noite seria o encontro do grupo de amigos para o festival. O tão sonhado momento de Yamamoto jurava que finalmente iria se declarar para sua loira amada a qualquer custo. Havia combinado de encontrar os amigos em uma praça perto dali, mas antes, iria buscar Patrícia em casa.

Tirando a festa de casamento, Yamamoto nunca demorou tanto na vida para ficar pronto. Comprou roupas novas e um perfume que fazia qualquer mulher seguir seu rastro. O cabelo estava arrepiado com gel, os tênis brilhavam, mas sem ganhar do brilho entusiasmado no olhar dele.

Havia até comprado um presente para ela, um belo colar prata de lua. Era uma forma de se redimir por tê-la assustado com seus poderes e para anima-la, já que a loira estava forçando os sorrisos nestes últimos dias. Ela havia chegado ao ponto de não provocar mais Gokudera, recusava a sair de casa e estava um pouco afastada de Yamamoto. O grupo concluiu que ela devia estar assustada com a luta e assim, deram tempo e espaço para ela se acostumar. Eles haviam explicado por cima sobre a situação, o porquê de terem poderes e entre outras coisas, e pelas ações dela, estava complicado para ela aceitar.

Saiu alegre pelas ruas do mesmo jeito quando ele tinha um campeonato. E em pouco tempo havia chegado a casa dela. A campainha parecia ter cantado algo suave quando ele a tocou e seu coração aqueceu quando viu a moça saindo. Ela estava em um belo quimono rosa estampada com flores sakura. Seu cabelo estava preso em um rabo lateral e em suas mãos carregava uma bolsa de mão. Ele viu as bochechas dela corarem ao encontrar com o olhar dele. Ela desceu devagar as escadas, tropeçou e se não fosse por ele a ter segurado, teria beijado o chão.

–Obrigada. Não estou acostumada com essas roupas. – agradecia ela olhando o chão. Sentia o rosto queimar e não queria que ele a visse assim.

–Hahaha, de nada. Você... está bonita.

–Você também. –ela se afasta um pouco e enrolava uma mecha de cabelo nos dedos.

–Eh...ah! Comprei uma coisa para você.

–Ehhh, sério!?

–Sim. Tome. - ele entrega um pequeno embrulho azul metálico com uma bela fita branca.

Patrícia abre e quase chora ao ver um colar lindo como aquele. Agradeceu e o colocou imediatamente no pescoço.

–Eu...ainda estou surpresa por você ter poderes. –comentava ela repentinamente. - Nunca imaginaria.

–Ah.. hehehe desculpa pelo susto.

–Eu, eu sempre achei que tinha algo escondido no grupo.

–É perigoso se envolver nesses assuntos. Achamos melhor deixa-la de fora.

–Eu sei. Falaram isso diversas vezes.

–Hahaha. Agora você não ficará mais de fora dos assuntos.

Ela apenas sorriu.

–Você está bem?

–Sim.

–Parece... desanimada. É sobre o grupo?

–Não! Demorou para cair a ficha, mas estou aceitando. É que algumas coisas aconteceram com a minha família. Só isso.

–É grave.

–Não.

Pelo tom que ela respondeu, Yamamoto percebeu que ela estava mentindo. Um forte nervosismo começou a tomar conta do seu coração.

–Você... vai ter que voltar? – ela o responde com olhar tristonho. –Mas...mas...

–Não se preocupe. Não foi nada decidido ainda.

–Você está triste, então significa...

–Estou apreensiva. É diferente.

–Então vamos nos divertir! Hahaha. – ela o responde com um sorriso.

–Haru! Já terminou de se vestir? Gokudera-kun chegou há meia hora!- falava a mãe dela na porta do seu quarto.

–Haru não consegue acertar o penteado e o quimono!!!

–Filha sente-se.- Haru senta na cama e sua mãe começa a arrumar o seu cabelo. Por que está tão nervosa?

–Haru não sabe!!! Gokudera-kun vai ficar brabo por Haru atrasar!

–Ele e seu pai estão distraídos com os assuntos deles. Não se preocupe. Agora, vamos dar um jeito!

–Estou tão animada pelos fogos!!! – comenta Kyoko para Hana.

–Eu também. Mas estou curiosa para o ver Ryohei-kun conseguir um panda para mim nos jogos.

–Conseguirei o maior Panda ao extremo.

–Tsuna-kun, não consegue pegar um para mim?

–Cla..claro, Kyoko-chan.

–Hahaha, somos uma dupla extrema Tsuna!!!

–É...”Nem que eu jogue pelo resto da minha vida, nunca conseguirei um.”

–Olhem, Patricia-chan e Yamamoto-kun!

Todos se cumprimentam.

–Então só falta Gokudera e Haru-chan.

–Haru-chan avisou que vai se atrasar. – comenta Kyoko.

–Gokudera-kun foi busca-la?

–Sim, ele já está na casa dela.

–Patricia-chan, que bom que veio! Estávamos apreensivos.

–Não perderia por nada o festival.

–Pensei que ia nos abandonar!- Kyoko a abraça. Patrícia permanece em silêncio.

Minutos depois, o grupo escutava alguém praguejar, logo conseguiram identificar a voz de Gokudera e Haru.

–Como que você não conseguiu se arrumar antes? Tivemos que vir correndo!

–Gokudera-kun não entende as necessidades das garotas.

–Necessidades!?

–Claro! Temos que estar bonitas para essas ocasiões e leva tempo para se aprontarmos.

–Hum, então você deve ser uma ogra sem maquiagem!

–O QUÊÊÊÊÊ!? Gokudera-kun você é um insensível!!!- ela apertava a bochecha dele.

–Isso dói sua maluca!

–É para aprender a lição.

–Por que eu não me surpreendo mais com esses dois? – era uma pergunta retórica da Hana.

–Tão fofos juntos! – afirmava Kyoko.

“Fofos?” – pensava Tsuna sem entender qual o sentido daquilo ser fofo.

–Enfim, finalmente chegaram!!!- Ryohei abraça os dois.

–Ei ei ei, cabeça de grama! Pare com isso!

–Hahaha. Yamamoto ria, mas havia algo estranho. Patrícia não havia comentado nada e nem provocado Gokudera. Hayato também havia estranhado, ele já esperava o típico olhar convencido para ele, de como ela tinha razão sobre os sentimentos de ambos, mas o que ele viu ali, foi o olhar de uma garota frágil e insegura. Ela escondia-se atrás de Yamamoto, como se o rapaz fosse alguma armadura. O que havia acontecido com a Patrícia que ambos conheciam?

–Pessoal, antes de irmos, eu queria dar algo para vocês.- comenta a loira.

–Hum! E o quê seria? – perguntava Kyoko.

–Essas pulseiras!- Eram pulseiras grossas de prata lisa. A jovem distribuiu para cada um.

–Obrigada!!!

–É linda!!! Mas por quê?

–É uma pulseira da amizade. Vejam eu também tenho uma!- ela deixa a manga do quimono cair para trás deixando a reluzente pulseira amostra.

Todos agradeceram e seguiram o caminho. Os dois casais ficaram para trás e os amigos solteiros guiavam o caminho. Yamamoto não parava de comentar como o festival deveria ser legal e quais atividades poderiam ser executadas, era uma tentativa de animar a Loira. Gokudera já estava com vontade de dar um soco na cara dele, para ver se ele calava a boca, mas, aquela era a noite dele tentar avançar com Patrícia, só daquela vez ele deixaria passar.

Hayato foi surpreendido quando Haru puxou seu braço para se afastarem um pouco dos dois amigos. Começou a falar em tom baixo apenas para o rapaz escuta-la.

–O que houve com a Patricia-chan?

–Desde o que daquela luta ela ficou estranha.

–Será que Patrícia - chan não quer mais andar conosco?

–Não sei dizer o que se passa pela mente dela. No colégio ela está um pouco afastada de Yamamoto e de mim.

–Patrícia - chan vai cortar relações conosco. - falava Haru deprimida.

–Huf! Se ela gosta realmente do Yamamoto, ela não vai se importar com isso.

–Haru espera! – ela aperta o braço de Gokudera.

Enfim chegam ao festival. Estava iluminado, animado e colorido. Havia música por toda a parte, o cheiro de comida estava delicioso e as brincadeiras pareciam tão divertidas. As meninas se juntaram em um grupo e correram para os stands de jogos. Tsuna e Ryohei foram para o tira-os-alvos, para tentarem conseguir os pandas para as namoradas.

Yamamoto e Gokudera disfarçaram que estavam fazendo algo, mas na verdade estavam conversando. O jovem guardião da chuva estava quase aflito.

–O que você quer Yamamoto?- perguntava já sabendo a resposta.

–A Patricia-chan... eu não tenho mais chance com ela.

–Já falei para parar de ser idiota!

–Não é isso Gokudera...a possibilidade dela voltar para a Itália.

–O que!?-aquilo o pegou de surpresa. Yamamoto sorriu triste para o amigo.

–Ela não pediu segredo, mas não conte a ninguém.

Hayato sentiu uma grande amargura. Ele nunca havia parado para pensar que um dia, a loirinha teria que voltar para a Itália. Agora tudo fazia sentido em ela estar tão deprimida.

–Se eu fosse você, eu aproveitaria esses dias com ela.

–Mas... ela vai embora.

–Você não gosta dela!? Isso não importa!!! Deixe de ser um bundão e se declare.

–Gokudera...

–Vamos disfarçar e ir até as meninas, você convida a Patrícia - chan para andar pelo festival e já sabe o que fazer!

Yamamoto engoliu em seco e concordou com a cabeça.

Dito e feito, os garotos se aproximaram das quatro meninas, elas estavam olhando algumas máscaras, Hana já estava com uma máscara vermelha em mãos. Patrícia estava com uma azul, passava os dedos delicadamente pelos detalhes dela, pelo sua expressão, ela estava admirada com o que via no festival. Yamamoto chegou discretamente ao lado da garota, Gokudera ficou ao lado dele, fingindo estar observando o entorno, mas com os ouvidos bem atentos.

–Máscara legal! Hehehe. – comentava Yamamoto para a loira.

–Oh? Ah! Yamamoto-kun!- ela pela primeira naquela noite sorriu de verdade. O fato levantou o astral do rapaz.

–Então... Quer dar uma volta por aí?

–Achei que não ia me convidar. –ela prende a mascara na bolsa e rapidamente passa o braço dela no dele.- Vamos!

–Hahaha! Ei, Gokudera! Não quer vir junto?

–O quê!?- a surpresa pela tamanha idiotice dele foi tanta, que Gokudera não conseguiu esconder.

–Haru!!! Venha andar conosco.- falou Patricia.

A morena olhou assustada. Ela realmente tinha ouvido aquilo? Olhava para Gokudera que estava mais surpreso que ela naquela situação. Avisou que depois encontraria as meninas e se dispôs ao lado do amigo e assim começaram a andar. Kyoko e Hana riram achando muito divertida aquela situação, comentaram entre elas que algo com certeza sairia de algum deles.

–Me lembre de bater nele depois. – falava o jovem guardião da tempestade para Haru.

–Haru não entende mais nada.

–Aquele idiota não consegue ficar sozinho com a garota que gosta.

–Haru achou que o convite de Yamamoto-kun foi espontâneo.

–Isso o torna duplamente idiota. - Haru ria.- Vamos aproveitar algo desse festival.

Caminharam e jogaram pelos stands. Explicaram muitas coisas da cultura japonesa para Patrícia e ela estava fascinada, e isso tirou o desanimo dela. Gokudera, apesar de estranhar a loira estar diferente, era divertido ter uma folga das provocações.

Ele e Yamamoto conseguiram três bonecos de pelúcia a pedidos das garotas. Haru escolheu um sapo, um ursinho e um leão; a loira pegou um pônei, um ursinho e peixinho, e sobrou para os rapazes carregarem, mas ganharam vários salgados como recompensa.

Em um momento as garotas sentaram e os rapazes foram pegar refrigerantes para o grupo. Haru aproveitou o momento para sanar sua curiosidade.

–Patricia-chan!

–Sim?

–Haru pensou que a Patricia-chan talvez quisesse ficar sozinha com Yamamoto-kun.

Ela sorriu para Haru.- Gokudera-kun contou que gosto do Yamamoto-kun?

–Não!!!- a morena não conseguiu disfarçar a mentira. Patrícia ria.

–Eu gosto dele, mas, eu queria aproveitar o festival com vocês um pouco.

–Por que isso soou triste?

Patrícia encostou a cabeça no ombro da Haru e entrelaçou seu braço no dela. – Eu vou embora Haru.

–O que!?

–Aconteceu algo com os meus pais e eu vou ter que voltar para a Itália! Eu...eu estou triste... Eu queria tentar disfarçar isso hoje, mas é difícil...-ela estava com voz de choro.- Não, eu não vou chorar!

–Quando você vai embora?

–...logo! Nossa! Como esses rapazes chamam atenção. – Haru percebeu que Patrícia queria mudar de assunto. - Não concorda?- ela apontou para os dois. Ambos estavam encostados no stand esperando as bebidas vire e eram o centro das atenções. As garotas passavam sorridentes, mexiam os cabelos, piscavam, riam para chamar a atenção deles. Yamamoto nem sequer viu isso acontecer, Gokudera observava com olhar de canto para as garotas, Patrícia sabia o quanto ele achava aquilo fútil.

–Você decidiu sobre o Gokudera-kun?-perguntou a loira repentinamente.

–Como assim?

–Não banque a boba amiga.

–Não.

–Pelo jeito não vou ver vocês juntos quando eu for embora. Hum... Os fogos de artificio não são algo para casais?

–Amigos podem comtemplar juntos também.

–Temos dois casais aqui. Eu e Yamamoto com certeza também vamos ver sozinhos os fogos, sobrou vocês dois. Aproveite para tornar este festival especial. –ela sorria de forma maliciosa.

–Ehhhh!!!- ela fica vermelha e a loira ri.

–Vou te dar um conselho!

–Mais um conselho de amor?

–Não. Um conselho que vai valer muito para você. Então me escute com atenção! – ela pega a mão da Haru nas suas. - Se uma pessoa que você confia muito falar coisas absurdas repentinamente, mesmo que você se magoe naquele momento, não acredite no que ela disse. Pode não ter saído do coração dela, mas, para proteger quem ama ela teve que o fazer.

–Mas como vou saber se é verdade ou não?

–Confie no seu coração! Ele saberá como essa pessoa é de verdade. E se sua mente não concordar com o seu coração, investigue os fatos até achar a verdade.

– Por que está me dizendo isso?

–Porque posso não estar por perto para te proteger. - ela abraça Haru. - Saiba, você é uma amiga muito, muito especial para mim. – ela fala no ouvido da morena e a abraça mais forte, Haru responde com outro. Elas se afastam e sorriem.

–Olá meninas! Aqui estão as bebidas. -fala Gokudera.

–Obrigada.

–Você parece ter se animado Patricia-chan.- comenta Yamamoto.

–Sim! Estou melhor.

Após tomarem os refrigerantes, as garotas puxarem os rapazes para dançar. Mas desta vez, foi à hora de Yamamoto ensinar a Patrícia a dançar, ela demorou um pouco, mas logo pegou os passos. Ela viu no meio do público, Kyoko tentando dançar com o atrapalhado do Tsuna e riu.

A hora dos fogos de artificio estava chegando e os casais começaram a se afastar. Yamamoto e Patrícia não desgrudavam de Gokudera e Haru, até que o guardião da tempestade teve uma ideia repentina, ele apenas piscou para Haru e disse em alto e bom som:

–Chega, eu vou sentar!- falava ele já sentando em um banco.

–Mas você vai ficar sozinho!- Haru piscou de volta para ele.

–Não tem problema!

–Haru não vai deixar Gokudera-kun sozinho! – ela senta ao lado dele.

–Vá com eles! Você veio aqui para se divertir.

–Mas festivais não são para ficar sozinhos!- ela cruza os braços.

–Ta, garota estupida! Fique me fazendo companhia então.

–Então nós dois vamos andando!- afirmou a loira antes que Yamamoto decide-se ficar sentado com eles.

– Hahaha! Vamos Patrícia!

–Sim!- ela sorria e gesticulou os lábios onde Gokudera pode entender “Obrigado” e saiu andando enganchada no guardião da chuva.

–Aquele idiota não percebe as coisas mesmo.

Haru ria. - Gokudera-kun cupido casamenteiro voltou à ação!

–Pare com essa merda!

Haru ria. - Por que Gokudera-kun não abre uma tenda de cupido no festival? Ia ser muito lucrativo.

Ele a olha incrédulo. - Nem vou te responder!

Ela ri. - Daqui a pouco vai começar os fogos de artificio e a Haru conhece um lugar lindo para vê-los! Acompanha a Haru?

–Que outra opção eu tenho?- falava o rapaz afirmando e se pondo em pé. Haru pega em uma de suas mãos e o puxa correndo até o lugar.

Era um morro, onde se podia ver todo o festival. O rapaz ficou deslumbrado. A lua parecia tão perto e as estrelas tão brilhantes. Lá embaixo viam-se as pessoas caminhando e as luzes enfeitando o lugar. Ao fundo escutava as músicas. Os dois sentaram no chão a espera dos fogos.

–O que achou Gokudera-kun?

–Nada mal. Nada mal.

Haru ria, a face do rapaz demonstrava uma grande empolgação, mas obvio que nunca admitiria.

–Os pais da Haru sempre a traziam aqui para ver os fogos.

–Devia ser legal. - a expressão dele se fecha.

–Haru tocou em um assunto ruim?

–Não Haru, apesar de tudo, tive momentos bons com a minha família.

–Gokudera-kun... Eu sei que o seu relacionamento com sua família é meio louco, mas pode sempre contar com a minha. Meus pais adoram o Gokudera-kun.

–Eles gostam de um delinquente?- Gokudera falava em tom de brincadeira.

–Gokudera-kun é uma boa pessoa. Mamãe acha você muito gentil.

–Não esperava por isso. – ele ria, surpreendendo a garota. Podia-se contar nos dedos às vezes que Gokudera ria normalmente, sem ser para enfatizar suas brincadeiras sarcásticas ou para deixar claro o seu orgulhoso.

–Haru também acha Gokudera-kun incrível. E você com certeza vai ser um ótimo Braço direito do décimo. - ela ria.

–Você também é uma boa garota! – as bochechas da Haru ficaram vermelhas. Não acreditava estar ouvindo um elogio do senhor reclamão e parece que ele não se deu conta do que falou, apenas continuou rindo. E foi aí que os fogos se deram inicio.

O rapaz observava maravilhado os fogos, ele tinha um carinho especial por eles, graças ao Tsuna. Nunca esqueceria que na batalha do anel da tempestade, Tsuna lhe disse que ver os fogos não teria graça se ele não estivesse mais ali. Nunca havia ouvido tamanho prova de amizade como aquela.

Já Haru, ao invés de observar os fogos ela olhava para o rapaz. A cada tempo que conhecia mais e mais Gokudera, ela se surpreendia com ele. Por estar apaixonada antes por Tsuna, ela nunca se deu o luxo de prestar atenção em Gokudera e o porquê de todos os seus amigos terem um carinho enorme por ele. Às vezes pensava, que se ele larga-se essa parte rebelde, ele se tornaria ainda mais encantador, mas desistiu ao perceber que essa era a parte favorita dela. Às vezes ela ficava imaginado ele dez anos depois, como queria tê-lo visto quando viajaram para o futuro.

Naquele momento ela sentiu o desejo de aproximar fisicamente dele. Como estavam sentados quase colados, não era difícil realizar seu desejo, mas queria fazer algo um pouco mais ousado. Ela encostou-se a seu braço. Sentiu o perfume agradável que Gokudera usava, a fragrância que sempre a relaxava. Com a outra mão, entrelaçou os dedos com os dele, não demorou muito para ele fazer o mesmo.

Gokudera observa as ações de Haru com as bochechas vermelhas. Procurava não pensar no assunto e prestar atenção nos fogos, mas estava bem difícil de se realizar. Haru exalava um perfume doce, sua pele macia e quente encostava em seu braço de forma aconchegante, e não estava nada ruim estar de mão dadas com ela. Seu coração estava disparado.

–Você cheira bem, Gokudera-kun.

–Err... você também. – ela se aconchega ainda mais no braço dele.

–Está ruim ficar assim?

–...não...- falava ele envergonhado. Ele tentava disfarçar em olhar para a morena.

–Tem problemas se Haru e Gokudera-kun ficarem aqui por um tempo?

–Não... não tem...

Por momentos pensou em algo mais atrevido, roubar-lhe um beijo, mas Hayato barrou logo de inicio. Enquanto Yamamoto era lerdo, Gokudera era inseguro. Talvez se Haru não tivesse gostado tanto de Tsuna, seria mais fácil para arriscar.

“Maldito medo”- pensou ele.

Referia-se ao medo dela de magoar ele. Haru sempre dizia que não sabia o que sentia por Tsuna, mas era fato que ela enfrentava o convívio com o rapaz muito bem agora. Suas crises e carências sumiram e fazia muito tempo que Tsuna deixou de fazer parte das imaginações românticas de Haru.

Já o rapaz de cabelos pratas, ultimamente estava muito presente até nos sonhos dela. Mas ambos eram distintos. Enquanto Tsuna era algo romântico e fofo, Gokudera era algo atrevido, fervoroso, com um romance mais apimentado. Afinal, essa era a imagem que ambos transmitiam para ela.

Haru sem pensar, agarrou a manga da camiseta do rapaz ao chegar a essa conclusão. Gokudera a olha tentando entender o que se passava pela mente dela.

“Gokudera-kun também é gentil e fofo...mas...por que ele faz Haru pensar assim?”

Ela foi tomada pelo espanto quando percebeu a mão quente do jovem em sua face. Sentia a respiração dele tocando como uma pluma em sua pele e seus olhos brilhava para os dela.

–Haru...- falou o nome dela baixinho que fez sua pele arrepiar-se.

Ela não tinha dúvidas do que ele iria fazer. O rapaz aproximava vagarosamente, olhando em seus olhos. Quanto a ela estava estática. Tomada subitamente pelo medo, o empurrou e presenciou a expressão de ódio de Gokudera.

–Eu desisto de você! – afirma ele amargurado.

Aquela seria uma longa noite ...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e bora ler o capítulo 13 o



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