Falsa Realidade escrita por mazegates
– Não, você não vai correr agora, Minho. – Newt diz fechando a passagem – Os fedelhos estão descansando neste mesmo prédio, ninguém vai incomodá-los até acordarem. Isso é uma ordem.
– Newt, é minha irmã! Você não ouviu!? Eu tenho uma irmã! Eu tenho... Por favor, Newt! – O asiático exclama.
– Não, Minho, iremos ouvir o resto e discutir os planos, amanhã de manhã você pode conversar com a trolha.
Minho senta resmungando no banco, ao lado da cama de Bruna, segurando sua mão. A garota olha das mãos para os olhos do asiático e sorri escondido.
– Bom, minha memória está cada vez menos nítida, mas eu contei tudo para os novatos, depois o melhor é conversarmos com eles – Teresa diz sorrindo para Minho.
A sala fica em silêncio, até que o loiro o quebra:
– Muito bem, Teresa, fique descansando nesse quarto junto à Bruna, chamaremos socorristas para cuidar de você. Thomas, chame o Chuck e mais alguns aguadeiros para ficar de guarda, não quero ninguém atrapalhe o descanso das duas – disse olhando para o Minho – logo após, quero que vá correr junto ao senhor esquentadinho um pouco, quem sabe vocês descobrem o que aconteceu com os verdugos.
– Ah! Acabo de me lembrar, as máquinas x21pM14, eram controladas diretamente da sala a qual eu destruí, logo essas armas estão tendo panes, talvez isso responda a sua... O que foi? – Pergunta Teresa, percebendo os olhares estranhos dos garotos, principalmente os de Newt.
– Hã... o que seria essa máquina “x números 14” – Indaga Thomas.
– Ah, esqueci de comentar, o nome oficial do que vocês chamam de verdugos, é esse.
– Quem foi o idiota que criou um labirinto incrível e deu um nome tão idi....
– Você Tom... – Teresa ri ao dizer.
– Foi? Eu fui um idiota então.
– Acho que nem apagando sua memória mudou isso. – Minho solta gargalhando e sai da Sede correndo.
Todos na sala começam a rir, Thomas olha enrubescido para Teresa e sai correndo atrás do outro corredor:
– Seu cara de mértila filho de uma Gally!
Os risos cessam. Teresa, Bruna e Newt se entreolham, estava nítido que o líder desconfiava das duas, mas ainda assim, preferiu não falar nada, limitando-se a apenas acenar com a cabeça e sair da sala.
– Bom descanso, fedelhas. – E então fecha a porta.
Newt vai direto ao quarto de Alby, e senta ao seu lado esperando esperançosamente que seu melhor amigo acordasse, então começa a contar tudo que está ocorrendo.
– Então Al, o que eu faço? Eu não sei posso confiar nos fedelhos, principalmente naquelas duas, algo está muito solto. Aquela Teresa diz estar perdendo a memória, mas se lembra de coisas tão específicas... Acorda logo, você faz muita falta. Não sei se posso fazer por muito tempo o que eu prometi.
::: Flashback :::
Estavam os dois, Alby e Newt, sentados no chão da clareira, olhando para o labirinto. Newt estava com a perna enfaixada, ainda ensanguentada.
– Eu não acredito que você tentou se matar Newton, foi querer fazer jus ao seu nome e brincar de macã? Você foi completamente idiota e egoísta...
– Pare de falar assim, Alby, eu não sou tão forte como vocês, eu não aguento essa vida, eu me sinto como se fosse um ratinho de laboratório.
– De tantos exemplos pra dar, você tinha que dar a de um ratinho de laboratório? Realmente você não tem mais salvação Newton.
– Por que você está me chamando assim?
– Assim como?
– “Newton”, você nunca me chamou pelo meu nome completo.
– Porque você nunca me decepcionou para eu chegar a esse ponto! Poxa, cara, nós chegamos aqui praticamente juntos! Desde o começo, o meu melhor amigo, e você faz isso. Nós prometemos que sairíamos disso aqui, nós gravamos naquela pedra – Alby aponta para uma parede ao fundo, próximo do Campo-Santo. – Você esqueceu de todas as promessas, você esqueceu de mim!
– Eu não sou forte Alby! Eu não aguento mais tudo isso, três trolhos já morreram, MEU IRMÃO MORREU DIVIDIDO AO MEIO! MINHA ÚNICA FAMÍLIA. E AGORA EU SEQUER POSSO CONTINUAR A CORRER EU...
Alby o interrompe, abraçando-o.
– Pode chorar Newt... Eu queria que você tivesse feito isso antes de ter acabado com sua perna...
– Desculpa Alby...
– Chega de desculpas, olhe para esse mundo que nos foi imposto, uma desculpa pode ser a morte de mais alguém, escute isso, será nossa promessa, a partir de hoje, você será o vice-líder, e caso minha ausência ocorra, caberá a você a proteção dos nossos trolhos, nós todos somos uma família agora. Quero que me prometa isso, se eu faltar, você irá me substituir.
– Porque você está falando isso? Você está pensando em se ma...
– Um de nós precisa ser forte. Eu não vou me matar. Mas essa mértila de lugar é algo improvável, nenhum de nós podemos saber o que acontecerá amanhã. Mas a única coisa que tenho certeza é que nunca mais deixarei que sua vida corra risco antes da minha. Prometa-me que me substituíra.
– Mas por...
– Newton! Prometa-me!
– Eu prometo.
– Eu acredito em você, e eu não quero nunca mais vê-lo desistindo da vida, posso parecer rude e agressivo, mas zelo por quem é importante pra mim. Nunca hesite em chorar comigo. Antes um choro de medo do que um choro de perda.
::: Flashback :::
– Eu sei que você vai cumprir. – Alby acorda.
Indo em direção ao labirinto, Thomas puxa o asiático para uma conversa:
– Minho, sei que é estranho o que vou falar...
– Eu já sei, aquela ligação, certo? Você e ela. Eu e a Bruna.
– Isso! Eu não lembro da Teresa, mas eu sinto como se meu passado pertencesse à ela.
– Exatamente o que eu sinto. Você e ela... Ah não, esquece, devo estar ficando louco.
– Eu entendi.
– N-n-não! Eu não ia perguntar aquilo, ia perguntar outra coisa!!! – Minho exclamara, achando que o amigo havia entendido outro sentido.
– Eu entendi o que você ia perguntar, Cara de Mértila! É a telepatia não é?
– Então vocês também...
– Sim.
Eles se entreolham pensativos, então Minho toca no ombro de Thomas.
– Vamos logo, trolhento, só temos 3 horas até o anoitecer.
E então entram no labirinto.
Passados alguns minutos após a saída de Newt, Teresa já deitada, olhando para o teto pergunta:
– Você ainda se lembra de tudo, certo, Bruna?
– Sim, sou um asteroide, esqueceu?
– Sim, você é um asteroide.
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