Eu havia aceitado ficar no lugar de Rose, por amor. Eu amo aquela mulher, minha ruivinha, e por amá-la decidi ficar em seu lugar. Não me perdoaria se acontecesse algo a ela. Eu queria ficar um pouco sozinho, pensar em tudo que tá acontecendo.

Mas na casa dos Weasley não se tem sossego, a cada minuto entreva alguém pela porta, o Sr. e a Sra. Potter foram os primeiros da família a chegarem, e pra minha sorte Albus veio junto.

– Scorpius! - Ele veio e sentou-se ao meu lado no sofá. - Iai, cara?

Fiz o leve aceno com a cabeça.

– Já to sabendo da ligação, que merda, né cara? - Por um segundo eu quis desabar ali mesmo, mas eu fui homem o suficiente para concordar com o Potter.

– Que merda Potter. - Falei quase inaudível.

– Cara, você precisa de ajuda. Eu posso ajudar, se você quiser.

– Ajudar em quê? - E pela primeira vez, levantei minha cabeça para olhá-lo.

– No lance do resgate. - Ele olhou para os lados se certificando de que não tinha ninguém olhando. - Qual é, Scorpius? Eu sou seu amigo, e vou te ajudar no que puder.

– E eu também! - A pequena Potter se sentou ao meu lado.

Eu e Albus nos viramos para encará-la. Ela deu os ombros.

– Quem te chamou na conversa? - Foi Al quem falou.

– Eu não preciso que ninguém me chame na conversa idiota. - Ela deu língua pra ele e começou a me encarar.

– Hey, nem me olhe. Você é uma criança, nem devia tá metida nisso. - Falei levantando as mãos.

– Criança? Me poupe Scorpius! - Ela revirou os olhos. - Eu já tenho quinze anos, e se duvidar, tenho mais maturidade que meu irmãozinho.

– Ah, dar o fora pirralha! - Al indicou a cozinha.

– Então tá, não querem que eu ajude, então eu vou atrapalhar. - Ela levantou-se. - Mãaaaee!

Eu e Albus nos levantamos de um pulo do sofá. O Potter voou em cima de Lily e tampou sua boca com uma das mãos.

– Tá doida? Cala essa boca. - Ele continuou segurando-a. - Vem! - E saimos da sala.

***

Fomos para o quarto de Rose, lá estava mais calma para se discutir um plano. Sentei em sua cama, Lily fez o mesmo. Al se jogou na poltrona.

Eu não queria a irmã de Al metida nisso, ela era um criança, nem aparatava ainda. Mas entre ela dedurar a gente e participar do plano calada, eu prefiro ela dentro.

– Na boa, no que é mesmo que você vai ajudar? - Al a encarava com escárnio no rosto.

– Eu posso descobrir o endereço do local onde Rose está. - Ela sorriu para o irmão e se virou para mim. - Eu andei investigando. E descobri dois possíveis locais de onde Lysander possa ter levado Rose.

– Ok Lily, minha atenção é toda sua. - Falei.

– Os Scamander's tem duas casas fora a que eles moram, uma no sul do capital, que pertence a família do Rolf, e a outra é a antiga residencia dos Lovegood's, onde Luna morava quando era jovem. - Ela fez um pausa. - Lysander, particularmente, adora a casa dos Lovegood's.

– Você tá querendo me dizer que ele a levou para lá? - Perguntei.

– Provavelmente. Só se sabe indo até lá. - Ela tinha um sorriso no canto dos lábios.

– Partiu? - Me virei para Albus, que até agora não tinha dito nada.

– Agora! - Ele levantou de supetão.

– Levem isso. - Ela entregou um saco.

– Que tem aqui dentro?

– Poção polissuco. - Troquei olhares com o Potter que também não entendera nada. - Ah, como vocês são lerdos. Eu peguei fios de cabelos do Lorcan, um de vocês vai ter que se passar por ele. Agora vão!

Fomos até a sacada de Rose e aparatamos lá mesmo.

***

Quando chegamos ao terreno, logo avistamos a casa dos Lovegood's, que sempre ficava vazia, já que o Sr. Lovegood morrera a alguns anos e Luna morava com o marido.

– Eu me passo por Lorcan, sou melhor em atuação. - Al disse e eu concordei com a cabeça. - E você, coloca a capa.

Joguei a capa de invisibilidade por cima da minha cabeça.

– Agora eu tomo isso. - E então ele virou o vidro contendo a poção.

Passado-se alguns minutos, bem diante de mim se encontrava a cópia perfeita de Lorcan Scamander. Ele saiu caminhando rumo a porta da casa e eu logo em seu encalço.

Se Rose estiver mesmo lá dentro eu não sei o que irei fazer com esse inútil. Se estiver, tomara que não tenha feito nada com ela, ou eu não responderei por mim. Perdido em meus pensamentos, tombei em Al que parara porque chegamos até a porta.

Al bateu uma vez, nenhuma resposta. Bateu outra vez, nada. Bateu uma terceira e uma voz respondeu.

– Quem é?

Lysander. Maldito-infeliz ele está com ela aí dentro.

***

Tive que contar até dez, silenciosamente para não derrubar aquela porta e espancar aquele maldito. Sentia minhas veias pulsando a cada número que eu contava.

– Lysander, sou eu, Lorcan.

Ouvi um baralho de tilintar e a porta se abriu, e bem diante de mim estava o próprio: Lysander.

– Como descobriu que eu estava aqui? – Ele barrou Albus na porta mesmo.

– Ah, qual é? Sou seu irmão, quem te conhece melhor do que eu? – Albus falou imitando o sarcasmo de Lorcan.

– Tá legal, entra ai. – E adentrou a casa deixando Al para trás.

– E você, quietinho, tá Scorpius? – Sussurrou quase inaldivelmente para mim.

***

A casa era estranha, afinal foi de um Lovegood, quem mais poderia ter um gosto tão estranho. Mas eu não tenho nada contra Luna, só contra os filhinhos dela.

Lysander estava estranho, parecia meio desconfiado, levou Al até a cozinha. E subiu, eu o segui. Ele parou em frente uma porta. “É ai que ele está mantendo Rose trancada”.

Ele abriu a tal porta e adentrou o quarto escuro, e eu em seu encalço. Ele acendou as luzes com um aceno da varinha, é ele era bom nisso, e com as luzes acesas eu pude ver, lá se estava Rose, desacordada na cama.

Meu estinto foi correr para buscá-la, mas eu tinha que ter cuidado. Fiquei onde estava, sem me mexer.

–Lorcan, vem aqui, quero que veja uma coisa! – O idiota gritou para Albus.

Albus subiu aos tropeços a escada para ver o que era. Entrou no quarto arfando, e parou de chofre na porta quando viu a cena: Rose desacordada na cama. Ele ficou em choque.

– Lysander, o que fez?

– Ela só está dormindo... – Ele se encontrava de costas para Al. – Scorpius Malfoy. – Pelo modo como ele falou deu pra perceber que ele tinha os dentes cerrados.

Mas ele não consegue me ver, que pohha é essa? Então eu entendi, ele achava que Al era eu.

– Vo-Você, tá maluco irmão? – Albus gaguejava.

– Est...

– Cave Inimicun. – Conjurei uma barreira protetora num sussurro.

–... tupore. – O feitiço não atingiu Al, ricocheteou e por pouco não atingiu o infeliz.

– Mas que merda é essa? – Ele parecia intrigado.

– Isso sou eu impedindo você! – Arranquei a capa de cima de mim.

Lysander pareceu surpreso ao me ver, olhou de Lorcan, que era Al, pra mim.

– Você, não é você?

– Não cara, eu sou Albus. – Al sacou a varinha. – Duas contra um, quem começa primeiro? Ah, havia esquecido, agora é minha vez. Everte Statum!

Lysander foi arremessado como uma bola pelo feitiço. Eu corri para onde Rose se encontrava. Ela estava respirando, só estava desmaiada.

– Ennervate. – Rose parecia que tinha morrido e ressucitado, acordou sobressaltada.

– Scorpius... – Meu nome saiu um sussurro daquela boca.

– Amor, vamos, temos pouco tempo. – Falei ajudando-a a se levantar.

– Que está acontecendo? – Rose perguntou ao ver Albus empunhando a varinha e Lysander se levantando do outro lado do quarto.

– Sem tempo para perguntas amor, vem comigo.

Ela assentiu, e saimos do quarto, Al logo atrás. Quando estavamos quase nos ultimos degraus da escada, um raio vermelho passou raspando por nossas cabeças.

– Vocês não vão escapar assim tão fácil! – Lysander vinha correndo.

Rose e eu corremos a mais rápido que podiamos, quando chegamos a porta, demos de cara com o outro irmão Scamander.

– Lorcan, socorro, por favor! – Rose falou.

– Que é isso? – Ele ignorou Rose quando viu Al e seu irmão travando uma batalha. A varinha dele já estava em suas mãos. – Saiam da minha frente. – Empurrou Rose por cima de mim e correu para ajudar o irmão.

– Rose! – Era Dominique quem gritou.

Pera, que pohha toda é essa? Como esse povo sabia que estariamos aqui?

–Domi, ajuda ela. - Saquei a varinha e parti pro duelo com os Scamander.

***

Al tinha um corte monstro em seu braço, que sangrava muito por sinal, mas ele ainda estava duelando com Lysander, este tinha um galo bem feio na testa.

Eu duelava com o mais velho, ele era mais forte, sabia mais feitiços do que eu. A briga estava ficando feia, e nós estavamos perdendo. Al tava pálido como papel, ia acabar tendo uma hemorragia.

–Puta que pariu! – Era a voz de Luke, não pude me virar para ver, mas era ele. – Depulso! – Arremessou uma cadeira em Lysander. – Sai Al, eu assumo daqui!

Al caiu em unissono no chão, seu braço tava sangrando ainda mais.

–Nicke, ajuda seu primo aqui, ele tá muito machucado! – Luke gritou para Dominique.

– Descendo! – Fiz o lustre cai em cima de Lorcan. Me virei para ver Al, o que foi tempo suficiente para Lysander me atingir.

– Crucio! – Naquele minuto eu senti como se mil facas tivessem entrando no meu corpo. Urrei de dor.

P.O.V Narrador.

– Nãaaaao! – Rose gritou.

– Eu vou ter que matar todos você agora, inclusive você Rose! – Os olhos de Lysander tinham um cemblante de loucura. – Odeio todos vocês. Eu não queria ter que fazer aquilo, mas você é a culpada Rose Weasley. Eu só queria o seu amor, mas você não me quis, preferiu esse idiota! Agora vai vê-lo morrer, cada um dos seus amigos! – Naquela mesma hora, Lorcan foi levantando-se, machucado, mas ainda estável. – Querido irmão, quer me ajudar? Cuida da loirinha Weasley e do namoradinho dela, que eu cuido do Malfoy e da Rose, afinal o Potter já vai morrer mesmo. Fiz quesão de feri-lo bem gravemente, vai sangrar até a morte.

– Não, Lysander, por favor... – Rose estava chorando.

– Crucio! – Scorpius que se encontrava no chão, urrou mais uma vez de dor. – Quer mesmo que ele morra assim? Torturado? ENTÃO CALA JÁ A BOCA. – Ele gritou.

– Por-Favor Lysander! – Rose suplicava.

– Crucio! – Mas uma vez Scorpius gritou.

Rose caiu no choro, ela não estava suportando ver aquilo, era mais que torturante, e o pior é que ela não podia fazer nada. Albus estava sangrando muito ao seu lado, já tinha uma poça onde seu braço estava, e ele se encontrava desacordado. Lorcan havia conjurado cordas e amarrado Luke e estava com Dominique nas mãos.

–Quer ver o que eu faço com sua prima veela? Essa putinha! – Quando ele disse aquilo, Luke se debateu na cadeira de raiva e de vontade de socar a cara de Lysander. – Defodio. – Dominique deu um grito alucinante, mas aparentemente não havia acontecido nada a ela. – Rasge a blusa dessa vadia irmão!

Lorcan o fez, arrebentou a blusa de Dominique, revelando um entalhe em sua barriga, muito profundo.

–Agora é seu amiguinho Luke! – Quando ele foi se encaminhando na direção de Zabine, sentiu seu corpo errigecer. – Que merda é essa? – Lysander não conseguia dar um passo a frente. – Rose?

Rose balançou a cabeça em negatividade.

–Não é ela. Sou eu! – Harry apareceu na porta. Pareceu um pouco transtornado com a cena que se deparou: Sua sobrinha só de sutiã com um furo que não sangrava na pele, o namorado dela amarrado, o filho do seu ex-arqui-inimigo encolhido no chão, sua outra sobrinha jogada no chão ao lado de seu filho que a essa altura estava da cor de uma vela. – Gina, ajuda alí. Eu e Rony cuidamos desses moleques.

E assim o fez, Lorcan nem lutou, largou Dominique no chão e se entregou. Rony conjurou algemas e prendeu os irmãos Scamander. Harry soltou Luke e conjurou uma blusa para Dominique. E Gina cuidou do ferimento de Al, estancou o sangue e fechou a abertura do corte, mas ele iria para o hospital de bruxos, junto com Dominique. Rose e Scorpius não estavam machucados, então foram direto pra casa. Os Scamander, foram levados para o Ministério da Magia, para serem julgados.