A Caçadora - A Supremacia escrita por jduarte
Notas iniciais do capítulo
Oi pessoas!! Obrigada pelos reviews lindos do último capítulo e espero que gostem desse!
Beijooos,
Ju!
Um bip contínuo apitava em meu ouvido, me deixando levemente irritada. Merda, pensei agoniada. Minha garganta estava seca e tudo o que eu precisava era de algo para beber.
– Água. – tentei dizer enquanto abria os olhos devagar.
Minha visão estava embaçada, mas ainda assim conseguia visualizar que havia pessoas perto de mim.
– Ela acordou. – ouvi uma voz nada familiar murmurar perto de mim.
Meu braço esquerdo formigava levemente. Pisquei os olhos tentando me focar em algo e vi a cabeleira escura e sedosa vir em minha direção e a pessoa se jogar em meus braços.
– Eu pensei que você nunca mais fosse acordar! – ouvi a voz de minha melhor amiga praticamente estourar meus ouvidos.
Tentei abraça-la, mas meus braços pareciam dormentes.
A pressão de seu corpo me sufocando, desapareceu, e pude olhar tudo com mais clareza. Eu estava deitada em um leito dentro de um quarto simples e iluminado à meia-luz, que deixava meus olhos mais confortáveis. Minha cabeça girou quando vi alguns balões perto de um sofá de couro, que diziam: “Fique melhor logo!” e um até mesmo: “É uma menina!”.
Claire percebeu que eu olhava demais para o balão com as últimas inscrições e arrumou a franja, sussurrando:
– Os de “Fique boa” tinham acabado.
Me esforcei para dar o melhor sorriso, e vasculhei novamente o quarto desconhecido.
Uma coberta preta e fofinha e um travesseiro estavam jogados e bagunçados em cima do sofá, assim como uma pequena mala que estava apoiada também em cima dele. Alguém tinha passado a noite ali?
– Água. – sussurrei, colocando a mão direita na garganta, tentando indicar de que a sede chegava a queimar.
Claire se apressou para arranjar um copo cheio de água gelada e eu não me importei de perguntar onde diabos ela tinha o arrumado. Só bebi como se fosse a última coisa que eu iria fazer.
Vi uma enfermeira fazendo algumas anotações em uma grande papelada e quando me pegou a encarando, sorriu de leve. Ela não deveria ter mais do que cinquenta anos, e tinha linhas de expressão por todo o rosto.
– Onde estou? – perguntei com a voz parecendo um fiasco.
A enfermeira se preocupou em responder já que Claire parecia ter entrado em um estado catatônico.
– Hospital Presbiteriano de Nova Iorque, querida. – ela disse e abriu a porta, saindo do quarto.
– Claire. – a chamei uma vez e seus olhos passaram para me analisar, rapidamente. – Cadê Polux?
Seu semblante pareceu triste de repente e meu coração afundou no peito. Olhei para a mão esquerda e percebi que não tinha mais o anel de noivado comigo.
– O que fizeram com meu anel? – perguntei com a voz mais elevada.
Tateei o dedo e tentei me levantar da cama. Tubos se prendiam em minha mão esquerda – o que explicava a sensação de formigamento – e eu não conseguia me movimentar direito. Mais tubos estavam em meu nariz e tudo o que eu conseguia pensar era em como aquela coisa incomodava.
Quando Claire foi abrir a boca para me responder, a porta se abriu, revelando a única pessoa que eu clamava por ver.
– Jason. – estiquei a mão livre o chamando.
Pude ver seus olhos marejando e ele correu em minha direção, tocando meu rosto com cuidado, trançando todas as partes de minha bochecha e beijando minha testa, fungando fortemente.
– Você realmente está aqui. – ele disse com a voz afetada. – Pensei que fosse te perder para sempre. Eu não sei o que faria sem você.
Puxei-o para se deitar num pedaço do leito e abracei seu corpo, sentindo suas costas tremerem com cada choro que ele dava. Observei Claire sair de fininho, como se para não interromper nosso momento, e acariciei os cabelos de meu irmão.
– O que aconteceu? – perguntei depois de sua choradeira ter passado.
Sua cabeça se levantou de meu peito e ele enxugou os vestígios de lágrimas das bochechas.
– Você não se lembra de nada?
Balancei a cabeça negativamente.
Eu tinha acabado de acordar e tudo o que as pessoas me diziam era que pensavam que iriam me perder. Eu realmente não estava entendendo nada!
– Depois que vocês saíram de casa, eu e Edward fomos até a empresa e ele disse que não poderia ficar mais ali, que pertencia à Manhattan, e que só tinha ido para Sleepy Hollow a pedido de Fitch. – eu escutava tudo com atenção, tentando não perder nenhum detalhe. – Fitch e ele brigaram, e... bem, não foi uma coisa muito bonita de se assistir. – seu corpo estremeceu levemente.
Lembrei-me de que Edward era um metamorfo, e isso me preocupava já que ele tinha o temperamento esquentado e poderia se transformar enquanto brigava com Fitch. E só com esse pensamento minha mente começou a formar imagens de um lobo destroçando o rosto de Fitch.
O bip ficou mais rápido.
– E? – tentei insistir.
Jason engoliu seco.
– Recebi uma ligação no telefone dizendo que vocês tinham sofrido um acidente de carro e que estavam internados nesse hospital. – sua voz ficou baixa.
Me aconcheguei mais ainda no travesseiro e me virei para ver as horas em um relógio que estava preso na parede. Era 3:22 da manhã, mas eu não estava cansada, pelo contrário. Parecia ter adrenalina até demais percorrendo minhas veias. Um celular estava do lado do leito, e eu não hesitei em pegar para conferir se o horário não estava errado. E de fato, não estava. Bufei e foi quando percebi que a data estava errada. Hoje não era dia 07 de Dezembro. Ainda era Halloween, no máximo.
– Jason, que dia é hoje?
Ele pareceu estar em dúvida entre responder ou não.
– Dia 07.
E meu coração acelerou assim como o bip que parecia ter praticamente quebrado com tantos barulhos.
– Não pode ser - sussurrei me sentando na cama, obrigando meu irmão à acompanhar meu movimento.
– Helena... - ele me chamou.
Seus olhos vacilaram entre mim e o lençol cobrindo minhas pernas, enquanto ele limpava algumas lágrimas e engolia seco por diversas vezes, parecendo decidir entre me contar ou não sobre o que estava lhe incomodando.
– ...você ficou um mês em coma.
Meus olhos lacrimejaram e acabaram por trasbordar.
– E onde está Polux? – minha voz falhou, denunciando que eu não estava nem um pouco preparada mentalmente para a resposta.
Jason abaixou a cabeça e eu implorei com a voz um tanto quanto afetada.
– Por favor, Jason, onde está Polux?
Ele me encarou com círculos escuros ao redor dos olhos que eu só havia notado naquele momento, e respirou fundo, enfiando minha cabeça em seu peito, me abraçando fortemente.
– Sinto muito, Lena. – ele disse baixo, por entre meu cabelo.
Um tremor por causa das lágrimas fazia o bip se mesclar com meu choro alto e dor.
– Sinto muito mesmo. Eles disseram que não conseguiram fazer nada para salvá-lo.
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Continua?