A Caçadora - A Supremacia escrita por jduarte


Capítulo 3
Notícias Ruins - £


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!! Obrigada pelos reviews lindos do último capítulo e espero que gostem desse!
Beijooos,
Ju!



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Um bip contínuo apitava em meu ouvido, me deixando levemente irritada. Merda, pensei agoniada. Minha garganta estava seca e tudo o que eu precisava era de algo para beber.

– Água. – tentei dizer enquanto abria os olhos devagar.

Minha visão estava embaçada, mas ainda assim conseguia visualizar que havia pessoas perto de mim.

– Ela acordou. – ouvi uma voz nada familiar murmurar perto de mim.

Meu braço esquerdo formigava levemente. Pisquei os olhos tentando me focar em algo e vi a cabeleira escura e sedosa vir em minha direção e a pessoa se jogar em meus braços.

– Eu pensei que você nunca mais fosse acordar! – ouvi a voz de minha melhor amiga praticamente estourar meus ouvidos.

Tentei abraça-la, mas meus braços pareciam dormentes.

A pressão de seu corpo me sufocando, desapareceu, e pude olhar tudo com mais clareza. Eu estava deitada em um leito dentro de um quarto simples e iluminado à meia-luz, que deixava meus olhos mais confortáveis. Minha cabeça girou quando vi alguns balões perto de um sofá de couro, que diziam: “Fique melhor logo!” e um até mesmo: “É uma menina!”.

Claire percebeu que eu olhava demais para o balão com as últimas inscrições e arrumou a franja, sussurrando:

– Os de “Fique boa” tinham acabado.

Me esforcei para dar o melhor sorriso, e vasculhei novamente o quarto desconhecido.

Uma coberta preta e fofinha e um travesseiro estavam jogados e bagunçados em cima do sofá, assim como uma pequena mala que estava apoiada também em cima dele. Alguém tinha passado a noite ali?

– Água. – sussurrei, colocando a mão direita na garganta, tentando indicar de que a sede chegava a queimar.

Claire se apressou para arranjar um copo cheio de água gelada e eu não me importei de perguntar onde diabos ela tinha o arrumado. Só bebi como se fosse a última coisa que eu iria fazer.

Vi uma enfermeira fazendo algumas anotações em uma grande papelada e quando me pegou a encarando, sorriu de leve. Ela não deveria ter mais do que cinquenta anos, e tinha linhas de expressão por todo o rosto.

– Onde estou? – perguntei com a voz parecendo um fiasco.

A enfermeira se preocupou em responder já que Claire parecia ter entrado em um estado catatônico.

– Hospital Presbiteriano de Nova Iorque, querida. – ela disse e abriu a porta, saindo do quarto.

– Claire. – a chamei uma vez e seus olhos passaram para me analisar, rapidamente. – Cadê Polux?

Seu semblante pareceu triste de repente e meu coração afundou no peito. Olhei para a mão esquerda e percebi que não tinha mais o anel de noivado comigo.

– O que fizeram com meu anel? – perguntei com a voz mais elevada.

Tateei o dedo e tentei me levantar da cama. Tubos se prendiam em minha mão esquerda – o que explicava a sensação de formigamento – e eu não conseguia me movimentar direito. Mais tubos estavam em meu nariz e tudo o que eu conseguia pensar era em como aquela coisa incomodava.

Quando Claire foi abrir a boca para me responder, a porta se abriu, revelando a única pessoa que eu clamava por ver.

– Jason. – estiquei a mão livre o chamando.

Pude ver seus olhos marejando e ele correu em minha direção, tocando meu rosto com cuidado, trançando todas as partes de minha bochecha e beijando minha testa, fungando fortemente.

– Você realmente está aqui. – ele disse com a voz afetada. – Pensei que fosse te perder para sempre. Eu não sei o que faria sem você.

Puxei-o para se deitar num pedaço do leito e abracei seu corpo, sentindo suas costas tremerem com cada choro que ele dava. Observei Claire sair de fininho, como se para não interromper nosso momento, e acariciei os cabelos de meu irmão.

– O que aconteceu? – perguntei depois de sua choradeira ter passado.

Sua cabeça se levantou de meu peito e ele enxugou os vestígios de lágrimas das bochechas.

– Você não se lembra de nada?

Balancei a cabeça negativamente.

Eu tinha acabado de acordar e tudo o que as pessoas me diziam era que pensavam que iriam me perder. Eu realmente não estava entendendo nada!

– Depois que vocês saíram de casa, eu e Edward fomos até a empresa e ele disse que não poderia ficar mais ali, que pertencia à Manhattan, e que só tinha ido para Sleepy Hollow a pedido de Fitch. – eu escutava tudo com atenção, tentando não perder nenhum detalhe. – Fitch e ele brigaram, e... bem, não foi uma coisa muito bonita de se assistir. – seu corpo estremeceu levemente.

Lembrei-me de que Edward era um metamorfo, e isso me preocupava já que ele tinha o temperamento esquentado e poderia se transformar enquanto brigava com Fitch. E só com esse pensamento minha mente começou a formar imagens de um lobo destroçando o rosto de Fitch.

O bip ficou mais rápido.

– E? – tentei insistir.

Jason engoliu seco.

– Recebi uma ligação no telefone dizendo que vocês tinham sofrido um acidente de carro e que estavam internados nesse hospital. – sua voz ficou baixa.

Me aconcheguei mais ainda no travesseiro e me virei para ver as horas em um relógio que estava preso na parede. Era 3:22 da manhã, mas eu não estava cansada, pelo contrário. Parecia ter adrenalina até demais percorrendo minhas veias. Um celular estava do lado do leito, e eu não hesitei em pegar para conferir se o horário não estava errado. E de fato, não estava. Bufei e foi quando percebi que a data estava errada. Hoje não era dia 07 de Dezembro. Ainda era Halloween, no máximo.

– Jason, que dia é hoje?

Ele pareceu estar em dúvida entre responder ou não.

– Dia 07.

E meu coração acelerou assim como o bip que parecia ter praticamente quebrado com tantos barulhos.

– Não pode ser - sussurrei me sentando na cama, obrigando meu irmão à acompanhar meu movimento.

– Helena... - ele me chamou.

Seus olhos vacilaram entre mim e o lençol cobrindo minhas pernas, enquanto ele limpava algumas lágrimas e engolia seco por diversas vezes, parecendo decidir entre me contar ou não sobre o que estava lhe incomodando.

– ...você ficou um mês em coma.

Meus olhos lacrimejaram e acabaram por trasbordar.

– E onde está Polux? – minha voz falhou, denunciando que eu não estava nem um pouco preparada mentalmente para a resposta.

Jason abaixou a cabeça e eu implorei com a voz um tanto quanto afetada.

– Por favor, Jason, onde está Polux?

Ele me encarou com círculos escuros ao redor dos olhos que eu só havia notado naquele momento, e respirou fundo, enfiando minha cabeça em seu peito, me abraçando fortemente.

– Sinto muito, Lena. – ele disse baixo, por entre meu cabelo.

Um tremor por causa das lágrimas fazia o bip se mesclar com meu choro alto e dor.

– Sinto muito mesmo. Eles disseram que não conseguiram fazer nada para salvá-lo.


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Notas finais do capítulo

Continua?



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