The First and the last escrita por Kethy


Capítulo 10
Adeus, odeio essa palavra




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Suas mãos estavam sobre meu rosto o choque térmico era o mesmo de quando eu estava no calor, mesmo que incomodasse eu queria mais. Suas mãos desceram até tocar a barra de meu moletom, e percorrerem meu abdome e peito. Um arrepio percorreu meu corpo, sua língua pediu permissão e eu a concedi sem nem pensar direito.

Ele cessou o beijo e se afastou minimamente arfando levemente. Esqueci-me que humanos precisam respirar, ele sorriu, e seus lábios estavam rosados, pensei que talvez eu o tivesse queimado. Sua mão subiu mais e começou a acariciar meu mamilo, um arrepio ainda maior que o primeiro, subiu por meu corpo.

–Hiccup... argh... Eu... – tentava formar uma frase, mas minha voz falhava.

– Jack, eu te amo. – disse ao cravar os dentes em meu pescoço.

–Hic... arh...- fui empurrado até me deitar. – Pare... Por favor.

Ele deixou meu pescoço e fixou seus olhos nos meus, seu rosto estava vermelho, seus olhos tremeluziam. Senti as lágrimas caírem sobre minha bochecha. Ele estava apoiado com as mãos ao lado da minha cabeça. Me ergui com os cotovelos.

–Hiccup, por que você está chorando? – indaguei ao limpar as lágrimas que escorriam.

–Me perdoe Jack. – disse entre os soluços. – Eu não queria lhe forçar a nada, me desculpe.

As lágrimas voltaram a descer descontroladas, ele apertou os olhos. “Eu desisto”. Lhe dei um beijo na testa.

–Eu também te amo Hiccup. – ele arregalou os olhos e as lágrimas cessaram.

~On~

Há dois anos eu vim até essa ilha.

O inverno era rigoroso, perfeito para mim, apesar da vila ser composta por brutamontes mal encarados, algo ali me chamava atenção. Um dia eu que eu patinava em um lago, vi um homem enorme se aproximar, ele era ruivo e carregava um serrote. Ele ia pescar com o filho, mas este não estava dando a mínima para o pai, que já preparava o gelo. Ele andava com um caderninho e vasculhava arbustos e rochas.

–Hiccup, não tem trolls aqui. – dizia o pai ao revirar os olhos.

–Gobber disse que tinha. – insistia o garoto ao se afastar ainda mais.

Desde aquele diz eu passei a observá-lo, ele sempre era ridicularizado pelos demais jovens da ilha. Eu sempre desejei poder falar comigo, mas não tinha coragem de me aproximar, eu tinha medo. Ele não poderia me ver não é mesmo? O inverno acabou e havia chegado minha hora de partir, eu descobri que me apaixonei pelo garoto.

~Off~

Ele voltou a me beijar. O interrompi, e me sentei.

Seu sorriso de realização era um dos mais lindos que eu já havia visto. O abracei.

–O que foi Jack? – indagou ele retribuindo o abraço.

– Hiccup... Eu não existo... Como você pode amar alguém que não existe? – indaguei receoso encharcando seu ombro com lágrimas geladas.

– Jack você está aqui, eu estou te vendo e te tocando. – ele me apertou de leve. – Você definitivamente existe.

– Você não entende... – tentei me soltar, mas ele não deixou.

– Não Jack, você quem não entende. – ele parecia nervoso. – Já se passaram dois anos, eu não me esqueci de você, agora que eu o tenho, não vou deixar você ir. – senti suas lágrimas. – Por favor Jack, fique comigo.

– Você possui Astrid. – retruquei.

– Mas eu não quero Astrid, eu quero você, eu termino com ela nesse exato momento se você quiser. – ele se afastou olhando para mim com os orbes já um pouco avermelhados.

Eu deveria acreditar nele? De fato eu existia para ele, mas... Por que minha vida era feita de ‘mas’, quando é que isso iria mudar?

–Sim, agora. – ele sorriu e o beijei novamente.

– Eu te amo. – disse ele.

“Mas todos nós sabemos o único e absoluto destino dos mortais.”

~*~

100 anos depois...

Aquele dia sem dúvida era o pior do ano inteiro, eu o odiava com todas as minhas forças, mas ele era necessário. Necessário para que eu jamais ousasse me apaixonar outra vez. Voava até o lugar devagar, eu fazia o máximo para adiar aquele encontro, que só eu tinha que comparecer. Mas inevitavelmente àquela hora chegava.

Na pequena ilha nevava pesadamente, nevar assim era minha culpa, a tristeza não era reprimida naquele diz. As ruínas da aldeia prevaleciam, encobertas por anos e anos de neve, nem um sinal de vida se encontrava. Nem mesmo em mim havia algum sinal de vida. No topo de uma colina havia um mini cemitério, para os antepassados, o mesmo estava maltratado pelo tempo. Assim que toquei no chão a neve parou de cair.

O portão só possuía um lado, a outra já se havia perdido há muito tempo. Caminhei vagarosamente até as duas lapides de pedra clara. Poderiam até se misturar com a neve, se não fossem as inscrições em ambas. Direcionei-me a mais recente. Que não era tão recente assim.

“O maior herói viking que já existiu.Hiccup Haddock Horrendous III”

Como de costume as lágrimas começaram a rolar, e o vento a minha volta a rodopiar.

–Oh Hiccup. – comecei soluçando. – Se queria ficar comigo, por que me deixou? Por que os humanos têm que viver tão pouco?

Coloquei a mão no bolso do casaco e de lá retirei um papel. Hiccup me dera ele quando ainda era novo, me fez prometer que o leria uma vez por ano para ele.

–“Jack... – comecei engolindo as lágrimas que insistiam em me deixar. – Quero que prometa, que mesmo depois que eu me for, nós continuaremos a ser um só. Um dia, eu tenho certeza de que nos veremos outra vez.”

Dobrei o papel e o guardei, eu me sentei escorando na lápide, em seguida olhei para o céu completamente branco. As lágrimas caiam mais pesadas, queria que elas pudessem levar a dor consigo, mas isso não aconteceria. A dor tinha de ser sentida, para que eu me lembrasse de jamais amar outra vez, até por que eu ainda amava Hiccup.

–Espero que nos encontremos logo.


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Notas finais do capítulo

Se eu demorei pra caramba? É claro foram uns dois meses.
Mas ela foi finalizada lol
Adeus