Lunatic Girl escrita por mitesm


Capítulo 23
Capitulo 23 - Descobertas, vestidos e casamento.


Notas iniciais do capítulo

ULTIMO CAPÍTULO!!! Espero que gostem!



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Um fato: Eu nunca vou me casar.

Por quê? É MUITO TRABALHO!

E olha que eu nem participei abertamente da organização do casamento da Nicole. Serio, eu só recebi uma ordem até agora e eu já estou ficando louca! Como meus pais falaram que eu era muito pesada para levarem até a minha cama eu acabei dormindo no sofá - e acordei com dor nas costas - e eu não tive a chance de enrolar na cama por mais alguns minutos.

Minha mãe chegou toda “sou uma organizadora de casamento” e me expulsou da sala e me mandou tomar banho e ficar pronta para sair a qualquer minuto e disse para não atrapalhar os outros! MINHA PRÓPRIA MÃE! E sabe o que ela me respondeu?

“- Alicezinha eu sei a filha que eu tenho.” – e ela ainda teve a AUDACIA de apertar minhas bochechas quando disse isso!

Mas enfim! Estou pronta apenas esperando que me entreguem a droga do meu vestido e enquanto eu espero estou TENTANDO usar o computador.

– QUE DROGA DE INTERNET! Pudim, você anda baixando pornô ucraniano ilegal? TARTARUGO, SE EU DESCOBRIR...

– Por que o Pudim baixaria pornô ucraniano ilegal? Além de ser impossível, porque ele faria isso?

– QUER ME MATAR DO CORAÇÃO SEU FEDESMUNGO! – É... É o Fernando... De novo.

– Seria bom se eu conseguisse. – o trouxa deu um sorrisinho de lado. Vou desmaiar.

– Para seu sofrimento, eu continuo aqui coiso! Alias você não deveria estar ajudando o Artur a se arrumar?

– Eu tentei ensina-lo a por a gravata, mas ele se estressou por não conseguir, me chamou de uns nomes feios e me expulsou do quarto. – GRANDE IRMÃO! _ Daqui a pouco ele vai aparecer no meu quarto e pedir para que eu simplesmente faça o nó de uma vez.

– O Artur é advogado certo?

– Ah... Sim. – Fernando me respondeu incerto.

– Então ele não deveria saber fazer nó em gravata? – não faz sentido um advogado não saber fazer nós.

– Ele sabe dar nós, mas os simples né tosca! – trasgo me deu um peteleco.

– Existem outros tipos de nós? - Meu Pai... Estou perdida.

– Eu não ouvi isso... – tão tá... Não falamos mais nada e eu voltei a mexer no meu notebook.

– FERNANDOOO! - a voz do Artur deu o ar da graça.

– Não disse? – Fernando falou e saiu do quarto me deixando sozinha com a minha tartaruga pura sedução.

– Pudim para de me encarar! ASSIM EU GAMO! - UI!

– Alice! Vamos para o salão! – dona Lucia apareceu na porta do meu quarto e me deu uma dica. - Sugiro que leve algo para se distrair, vai demorar lá no salão. – VALEU PELA DICA! Catei minha bolsa grande e coloquei meu notebook, o carregador do notebook, meu celular, o cabo USB (vai que acaba a bateria do celular e eu já carrego no notebook), coloquei meus fones de ouvido, e para completar o meu livro. O que? Gosto de estar preparada contra o tedio. Pura ironia, porque eu normalmente esqueço tudo o que eu posso esquecer!

Desci as escadas saltitando. Estou feliz! Minha irmã vai se casar, eu vou ser tia, tenho uma amiga da minha idade, ganhei um amigo também, eu já não brigo tanto com o Fernan-

Fernando... Não está tudo realmente certo. Não sei se devo dizer como eu sinto, mas é provável que ele me de um fora bonito! Prefiro ficar na minha e sofrer em silencio.

Entrei no carro que já estava cheio: Minha mãe, Dona Lucia, Vó Silvia, Nicole e eu. Seguimos até o salão e logo que descemos do carro uns funcionários do salão pegaram a Nicole e já a levaram até um canto que a vó Silvia chamou de “canto das noivas”.

Minha mãe disse para eu ficar sentada e esperar minha vez e eu fui na recepção e pedi senha do wifi. Sentei em uma daquelas poltronas e fiquei mexendo no meu celular até gritam meu nome.

– ALICE! – EITA! - Alice! A van que estava trazendo o vestido da Nicole bateu em outro carro e você vai com a dona Silvia até lá pegar o vestido de noiva da Nicole! – eu sabia que alguma coisa ia acontecer...

– Vamos Alice. – vó Silvia e eu fomos até o carro .

– Fica muito longe daqui vó?

– Sinto lhe informar que é no outro lado da cidade. – O QUE? Olhei para a vó Silvia sem acreditar. PAQFB: Pra chegar ao outro lado da cidade demora uns 15 minutos em dias normais e a saída para as praias é naquela direção, mas hoje é VESPERA DE FERIADO! TA TODO MUNDO QUERENDO IR PARA A PORRA DAS PRAIAS! A Nicole vai nos matar la la la la.

– MAS É VESPERA DE FERIADO!

– Eu sei! Não se preocupe que eu conheço um atalho.

30 minutos depois.

– Que atalho legal esse né vó? OUCH! – acabei de bater a cabeça no teto do carro. O “atalho” da vó Silvia é pela parte rural da cidade que é tudo estrada de chão batido cheia, repito, CHEIA DE BURACOS! Estou com dó do amortecedor desse carro.

– Cala boca Alice, nós poderíamos estar em um congestionamento agora, olha ali! A estrada. – vó Silvia entrou na estrada a 120k/h e deu uma freada tão brusca que meu nariz bateu no vidro. OUCH²!

– Nós estamos em um congestionamento vó. – eu recebi um olhar tão mortal da minha avó postiça que eu preferia sentir a ira da Nicole a aquele olhar. - Ok, não esta mais aqui quem falou.

– Alice! É o carro do Nélson aquele? EI! E A VAN DO VESTIDO TAMBÉM! - o carro do seu Nélson estava com a frente amassada e a van estava com o lado direito amassado também. Resumindo: Seu Nélson bateu na van do vestido e vice versa. Vó Silvia parou o carro do lado e nós descemos.

– O que aconteceu? – perguntei assim que cheguei até eles e o seu Nélson respondeu.

– A van do vestido bateu em nós quando nós estávamos indo pegar as roupas e eles ligaram para Lucia e ela disse que ia mandar alguém para buscar nós.

– AHH Até que enfim vocês chegaram! – um cara como cabelo pintado de azul chegou até a vó Silvia. - Venham pegar os vestidos! – seguimos o cara até a van e pegamos o vestido da Nicole, um que estava escrito “dama de honra” que logicamente era o meu e mais um que estava escrito noivo, levamos até o carro que eu e a vó Silvia estávamos. Eu já estava começando a ficar perdida, mas o Fernando (que estava no carro com o seu Nélson) foi tentando me orientar e pelo menos eu não atrapalhei.

Entramos eu, a vó Silvia, o Fernando e o afeminado de cabelo azul no carro, mas o transito estava péssimo até mesmo para pegar o retorno.

– Alice, Fernando e Martim vocês vão naquele taxi na outra rua. - Vó Silvia nos empurrou até a outra rua que não estava congestionada e nos empurrou de novo até o taxi que estava parado. AHH então o nome do de cabelo azul era Martim! Martim me colocou no banco da frente junto com um dos vestidos, mas o Fernando interrompeu.

– Se quer que esses vestidos cheguem intactos não deixe nas mãos dela. – Martim concordou e pegou os vestidos de volta me deixando com cara de traseiro. No banco de trás Fernando e Martim seguravam os vestidos e o terno.

– Vão antes que Nicole mate alguém! – vó Silvia disse

– Para onde vamos? – eu conheço esse taxista! E O TAXISTA DE ONTEM QUE SE METEU NA MINHA CONVERSA COM A NICKS! - Ah não! – é... Parece que ele me reconheceu também.

– Oi de novo! – dei um sorriso.

– Sobreviveu de ontem? – não, sou um zumbi e por isso estou aqui na sua frente.

– QUEREM QUE A NICOLE MATE ALGUEM? VAI! VAI! VAI! - Fernando gritou e o cara do taxi, assustado, arrancou e perguntou:

– Para onde?

– O Salão Shiwa da rua XV. – o Martim falou.

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– Eu mereço! – bati minha cabeça na janela. - Vamos chegar atrasados. –bati mais uma vez. - Nicole vai nos matar. – bati de novo. - Ela vai se atrasar na cerimonia. – mais uma batida. - O Artur vai achar que ela o deixou no altar. – vou quebrar o vidro da janela de tanta batida. - A Nicole orgulhosa nunca mais vai olhar na cara do Artur. – esta começando a doer minha cabeça. - Ela vai cuidar do bebê sozinha e por isso vai parar de trabalhar. - estou com hemorragia interna. - Vou ter que largar a escola e começar a trabalhar para ajuda-la. – me levem para o hospital. - Ela vai nos culpar por tudo isso, MEU PAI ESTAMOS FODIDOS!

– ALICE! DEIXA DE TANTO DRAMA! É SÓ UM CONGESTIONAMENTO! – essa já é a segunda vez que o Fernando grita hoje. Viu como a porra é seria?

– Ela esta certa, estamos fodidos! Eu provavelmente vou perder o emprego, vou perder minha casa, vou ter que virar dançarino em uma balada gay para pagar o kitnet que eu consegui com um amigo! SENHOR NÃO! – o Martim é bem mais dramático que eu.

– Mais um dramático não... – Fernando se lamentou e colocou a mão no rosto.

– Não se preocupe, eu conheço um atalho. – o taxista disse.

– Otimo! – Fernando se animou. Por que eu sinto que vai dar problemas?

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– Por que nosso taxista tinha que ser tão burro? – perguntei para Deus.

– HEY! – Conrado, nosso taxista (demorou para descobrir o nome dele), reclamou.

– POR QUÊ? – perguntei de novo. O senhor taxista inteligente pegou um atalho que nos levou até o PRINCIPAL PONTO DE CONGESTIONAMENTO DA CIDADE que por sinal estava congestionado.

– Aquele não é os fundos do salão? – Martim perguntou apontando para um prédio azul e branco. ERA O SALÃO!

– FERNANDO! PAGA O CONRADO! – desci correndo com o Martim com os vestidos até a frente do salão e chegamos esbaforidos. - SAI DA FRENTE! SAI DA FRENTE! VESTIDO DE NOIVA PASSANDO! – encontramos com a minha mãe parada na recepção.

– PARA ONDE? – Martim perguntou?

– SOBE AS ESCADAS! – minha mãe disse de volta e nós três subimos as escadas correndo.

– ATÉ QUE ENFIM! ALICE EU VOU TE MATAR! ERA SÓ BUSCAR UM VESTIDO! NÃO ERA PARA DEMORAR TANTO! – Nicole começou a gritar no meu ouvido.

– Alice. – Martim virou para mim assustado. - O terno... do Artur...

– O que tem o terno? – Martim levantou o terno e eu gelei. Eu posso não ter morrido pelas mãos da Nicole, mas vou morrer pelas mãos do Artur.

– Merda, CORRE!! – Voltamos para a entrada correndo e encontramos Fernando abrindo a porta para entrar.

– Mas o que? – Ele perguntar, mas eu não respondi.

– VOLTA PARA O TAXI! – eu, Martim e Fernando voltamos correndo até a rua a tempo de entrar no taxi do Conrado que estava parado no semáforo. - Conrado! Vamos para casa AGORA! - gritei com o pobre do Conrado.

– A mesma casa de ontem? – ele perguntou assustado.

– Exato!

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– Entregues!

– Espera aqui que nós já voltamos!- Martim falou para o Conrado e nós três corremos para dentro da casa dos Barbosa e encontramos Rodrigão falando no telefone com um Artur andando de um lado para o outro nervoso.

– FINALMENTE FERNANDO! É TÃO DIFICIL PEGAR UM TERNO? CADE O PAI? O QUE A ALICE ESTA FAZENDO AQUI? QUEM É ESSE CARA DE CABELO AZUL?

– Martim, prazer. – Martim se apresentou.

– Oi Artur e Rodrigo, Tchau Artur e Rodrigo e Fernando! – arrastei o Martim de volta para o taxi.

– Conrado, agora para o salão de novo!

– Você viu que gato aquele do lado do Artur? – Martim me perguntou.

– É meu padrasto.

– OOOOOPS, foi mal!

– Tudo bem.

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Quando finalmente chegamos no salão a vó Silvia já tinha chegado e explicado uma parte para elas e eu e o Martim explicamos a outra e a Nicks disse um “bom trabalho” e me mandaram sentar e esperar minha vez.

– Alice...? – uma funcionaria do salão me chamou e eu a segui, ela me fez sentar e outra mulher começou a lavar meu cabelo. Depois me levaram até uma cadeira e começaram a cuidar do meu cabelo, pelo visto a Nicole já tinha pré programado o meu penteado, mas eu não me importei!

Quando eu estava finalmente pronta me levaram para um quartinho e minha mãe colocou o vestido em mim. A Nicole tem DEFINITIVAMENTE bom gosto! O vestido era perfeito, mas que saudades das minhas camisetas, calças de moletom...

– Alice. – minha mãe apareceu atrás de mim no espelho e ficou com uma cara de choro.

– Mãe, não! Não chore. – fui ate ela abraça-la

– Com-o vo-ocê quer-r-r que eu nã-ão chore? Minha-as prince-sinhas cresceram muito rápido! – vish ela começou a soluçar.

– Mãe, não esquenta! Eu vou sempre ser sua criança. – falei para deixar ela feliz.

– CRENDEUS! Alice, você vai crescer e eu não quero nem saber. – Tão tá... Depois dessa ela saiu, mas voltou e disse: - Termine de se arrumar logo, vou trazer seu lanche e dai você vai escovar os dentes por que nós já estamos indo para a cerimonia então coma rápido.

Depois ela voltou com um lanche e a minha escova de dente e uma pasta de dente para eu escovar depois. Quando eu estava abrindo o lanche para comer mina mão jogou uma toalha em cima de mim e disse um “coloca isso em cima do vestido senão faz sujeira” e depois ela reclama que nós crescemos rápido demais... ELA ME TRATA COMO UMA CRIANÇA!

Comi sem nenhum problema, tirando o fato que a toalha ficou imunda. Escovei os entes, passei aquele batom que minha mãe tinha deixado e coloquei os sapatos. Quando chegamos na casa de campo não tão afastada em que seria a cerimonia, todo mundo que eu conhecia, e algumas pessoas que eu não fazia ideia de quem eram estavam lá. Acho que até o Dany veio para a cerimônia. Ta, sem exageros, Dany não veio.

Mas ta(?), eu já quase cai de cara num arranjo de flores quando vi o Fernando todo gostoso de terno. E cai aqui entre nós, o Artur não estava muito atrás não.Eu e o Fernando ficamos de pé em uma salinha do lado do salão em que será a cerimonia esperando a nossa vez de entrar.

Eu era a dama de honra e só depois que eu descobri que o Fernando era o pajem. Mas depois que eu fui descobri o que era pajem. Que legal, vou ter que entrar com o Fernando.Quando a vó Silvia chegou e nos avisou:

– Quando entrarem todos os padrinhos, vocês entram. – fizemos um ok e a vó completou. - Fernando, não deixe a Alice cair. – Fernando concordou e eu fiquei com cara de traseiro pela segunda vez no dia.

– Nem mesmo de salto você consegue ficar mais alta o que eu heim? – Fernando começou a me irritar e eu só mostrei o dedo feio todo decorado que fizeram no salão.

– Olhe! Os padrinhos já entraram. É a nossa vez. – apontei e ele fez sinal para que eu enganchar no dele e nós entramos, quase tropecei umas duas vezes, mas chegamos até o altar em segurança.

– Quando vai começar Fernando? -Olhei para ele. Estávamos em pé, no altar. A Nicole estava demorando para entrar, comparando com toda a pressa que ela teve mais cedo. Hunf!

– Espera ai que eu vou pegar minha bola de cristal. - Ele falou e eu fiz cara feia pra ele.

– Você é um cavalo, nem conversa comigo. - Olhei para ele tipo: “Sou Diva e não dou autógrafo!” (?).

– O que você quer conversar? -Perguntou e eu sorri vitoriosa.

– Você já pode finalmente me contar do porque de você ter me jogado água naquele dia? – Não tinha nada para falar, vamos lavar a roupa suja.

– Ainda não, mas quem sabe até o final dessa noite eu te conte. - Foi só ele responder que aquela música começou a tocar. Marcha nupcial é o nome dela.

– Eu gosto dessa música.

– Ta, agora fica quieta. - Fernando grosso! Vou me vingar.

– Sua voz esta mais fina que o normal Fernando, tomou hormônio feminino? - Ele deu uma cutucada no meu pescoço que me fez pular e tampar a boca para não gritar. - Espera só a gente chegar em casa, o chinelo será o melhor amigo do seu bumbum!

– Presta atenção, Alice! - Depois de toda aquela frescura de ficar andando passinho por passinho, meu padrasto entregou Nicole para Artur e foi se sentar. A barriga de Nicole nem estava grande como ela estava com medo de parecer uma melancia.

O padre começou a falar uns bangs e eu liguei o automático pra nem escutar. E assim passaram-se algumas horinhas, o padre falando, Nicole e mamães chorando e eu olhando pra cara do Fernando tentando adivinhar se ele estava prestando atenção ou não até que ele me mandou parar de olhar.

– Artur Andrade Barbosa, você aceita Nicole Pinheiro Carvalho como sua legítima esposa? - Comecei a prestar atenção, porque aquilo queria dizer que estava acabando né? É eu sei... Pinheiro, Carvalho... EU SEI NÃO PRECISA RIR! SOMOS PLANTAS TA LEGAL?

– Aceito. - Artur respondeu.

– Nicole Pinheiro Carvalho... - O padre continuou. TEMOS SOBRENOMES ESTRANHOS E DAI? Sou eu que tenho que conviver com isso para o resto da vida.

– Ei Alice! - Fernando me chamou baixinho no meio do baguio!

– O que?

– Toma... - Ele me entregou uma caixinha.

– Que é isso? - Ele pegou de volta e abriu, dentro tinha um anel, muito bonito e caro que eu provavelmente vou perder num futuro não tão distante. - É lindo.

– Me dá sua mão. - Dei uma mão para ele.

– A outra. - Troquei as mãos e ele colocou no meu dedo bem a tempo do padre falar “Eu vos declaro marido e mulher”. Ele não pode fazer isso, não se quiser que eu não tenha um ataque do miocárdio catastrófico.

– Ah? – Fiz cara de que não entendi e fiquei encarando ele na cara de pau. Ele chegou até a minha orelha e disse:

– Eu te amo. – Adeus mundo, adeus vida. Depois dessa, ele ficou com um sorrisinho na cara e ficou olhando para os recém-casados enquanto eu fiquei com aquela cara de tosca corada.

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Vou me matar no orkut, no twitter, no facebook, quem sabe no tumblr (acho que não) e vou me mudar para a Patagônia… Suicídio social, colega! Tendência!

Droga, ele fica tramando essas coisas românticas ai! Tem certeza de que ele não é um ET vindo de Marte que quer me confundir?

*FICHA CAINDO; FICHA CAINDO; FICHA CAINDO; FICHA CAINDO; FICHA CAINDO; FICHA CAINDO; FICHA CAINDO; FICHA CAINDO; FICHA CAINDO; FICHA CAINDO (o buraco é fundo...);FICHA CAINDO; FICHA CAINDO; FICHA CAINDO *

O FERNANDO ME AMA! SJKADVNJAKSCVAMNSJKDVSAKVNJVNADJNCJSADCNJSAV! EU NÃO ACREDITO! VOU TER UM ATAQUE!

Até mais vida cruel! Vou para a Patagônia!

Ok, respira Alice. Processa essa ideia... O Fernando te ama. OK! Viu como é fácil se você vai devagar com as coisas?! Respira de novo Alice!

Eu estou hiper ventilando!

Bem, eu estou trancada em um banheiro em um outro salão maior que vai ser a festa tentando processar tudo o que aconteceu agora a pouco.

Flash Back on

– Vamos?- Fernando me perguntou e estendeu o braço para que saíssemos como era a regra, nós levantamos e fomos para a entrada do salão com nossos saquinhos de arroz.

– A Nicole disse que vai comer a gente viva se jogarmos arroz com muita força nela. – Bia me lembrou (ela estava do meu lado) para que eu não morresse e ela ficasse sem amiga, mas eu não conseguia processar nada além do que aconteceu ali no altar.

– E eu nem ia fazer isso... – Foi tudo o que eu consegui falar e ela coçou a cabeça. Os recém-casados começaram a descer as escadas e receber o arroz na cara. Meu padrasto tacava seu arroz com muita força em Artur, é a raiva -q.

E eu lá, errando minhas tentativas de tacar o treco na Nicole. Mas tudo bem, eu supero. É tudo culpa do fato de eu estar zonza ainda.

– Vamos para a festa. - Fernando disse.

– Eu vou com você. - Mateus disse.

– Ta, né? Vou com você, Alice. - Bia falou. - Mateus não quer ir comigo. - Ela disse pra mim.

– Ta né. Vamos Bia! - Peguei ela e fui para longe do Fernando e fui até meu padrasto que chorava. - Calma Rodrigão, ela já estava grávida mesmo. - Eu disse isso e ele começou a chorar mais ainda. - Ok, isso não ajudou muito.

– Querido, pare de chorar. Pense que sua filha esta feliz. - Minha mãe dava leves tapinhas em seu ombro. Ele não parou. - Pare de chorar que eu te recompenso hoje à noite. - Ele parou e entrou seguiu para o outro salão e eu fique tipo “Eu queria ser criança para não entender o que ela quis dizer” e a Bia tipo “Seus pais são diferentes... É”.

Flash Back Off

Estou com medo de encarar o Fernando agora! EU PRECISO DA NICOLE! Abri a porta do banheiro e espiei para ver se eu a acho por mais que eu não a chame seria bom saber que ela esta perto... OLHA A BIA ALI!

– BIA! – gritei em um tom baixo e ela virou na minha direção e veio até mim.

– O que? – a puxei para dentro do banheiro antes mesmo que ela terminasse a frase.

– O Fernando disse que me ama. – terminei de falar e ela começou a ter um ataque.

– AWN! FINALMENTE!

– COMO ASSIM FINALMENTE?

– Finalmente ele disse para você que te ama. – ela falou como se não fosse nada.

– VOCÊ JÁ SABIA? – ela me encarou. - Esquece, eu esqueci que você era X-Men. Quem mais sabia?

– O Mateus, Nicole, Artur, seu Nélson, dona Lucia, tia Sonia e vó Silvia.

– TUDO MUNDO?

– Praticamente, só você e o tio Rodrigo não sabiam. Tio Rodrigo ainda não sabe, eu acho. – todo mundo sabia menos eu? Estou me sentindo excluída. - Já estão namorando?

– O que? Não!

– Por que não? Não me diga que você não... – fiz uma careta. - ALICE EU NÃO ACREDITO!

– Eu demorei para processar o fato de que ele me ama! Dá um desconto! – ela continuou me ofendendo e uma hora ela parou.

– O que você ainda esta fazendo aqui? – não entendi a pergunta então não falei nada. - VAI ATRAS DELE SUA ANTA! – nisso ela me despachou banheiro a fora. Ela tem razão! É melhor eu falar com ele de uma vez, vai que ele pensa que eu não o amo também né?

Comecei a procura-lo e o encontrei falando com o Mateus. Fui até eles, mas fui impedida – isso daqui não é futebol não gente!

– Alicezinhaaaaaaaaaaaa!!! - Opa... Essa voz não me trás boas lembranças!

– É a Alicezinha? Como ela cresceu!!! Será que deixou de ser delinquente? - É... Essa voz também não me trás boas lembranças.

– Tias!!! Eu estava morrendo de saudades de vocês! - Minha mãe correu para abraçar elas. Oh God, não! Diga que não!

– Sonia, querida, ainda não se divorciou desse mentecapto?- God, você é malvado.

– Quem são elas? - Beatriz perguntou (ela magicamente apareceu do meu lado, acho que foi quando viu que eu empaquei).

– São as tias da minha mãe... E o pesadelo para qualquer criança que se traumatiza fácil. - Eu não tinha coragem de me virar para olhar para elas.

– Acho que eu sou uma adolescente que se traumatiza fácil. - Bia disse.

– Eu também.

– ALICE!!! LEMBRA DA MARIANGELA E DA MARIA? – Elas tem nomes parecidos e a Maria venho antes.

Ahhh vai ser uma LONGAAAAA noite...

25 minutos depois

Consegui me livrar delas e fui procurar o Fernando, ele estava na mesma posição que eu deixei. Ele não se mexe não? Sempre desconfiei que ele era um robô!

– Fernando, eu posso falar com você? – tentei fazer com que minha voz não parecesse tremida, mas não deu muito certo e eu acabei gaguejando.

– Claro! – ele abriu um sorriso. É, virar um zumbi não ajudou muita coisa, eu acabei morrendo de novo. Mateus entendeu o recado e saiu de perto. - Vamos para um lugar mais reservado? – acho que fiz uma cara muito estranha, pois ele completou. - Eu quis dizer o jardim Alice.

– AHH! Claro! Vamos. – andamos até o quintal e sentamos em um banco na frente de um pequeno chafariz.

– Então... – ele começou. Tomei coragem e falei de uma vez.

– Eutambémteamo... –acho que falei muito baixo, pois ele fez uma cara muito estranha.

– Ah? – ele quer me matar, só pode.

– EU TAMBÉM TE AMO OK? ENTENDEU AGORA? – Meu Pai! Como eu sou idiota. - Ahh... er... desculpa por ter gritado...

– É serio isso? – ele perguntou de pé no meu lado. Eu levantei também.

– Sobre te amar? Ahh sim é serio. – eu mal terminei de falar e Fernando me abraçou.

– SUA IDIOTA! Achei que você não me amava!

– Pois eu amo. – deixei a ofensa passar... DESSA VEZ! Fernando não parou de me abraçar e me beijou. - Ok eu TENHO que perguntar isso!

– Perguntar o que? – me deixe terminar e talvez você entenda!

– Fernando, por que raios você me ama? – o coiso riu. – Isso é uma pergunta séria OK?

– Por que você é a única que me faz rir por coisas bestas, por que você foi a única que já se vestiu de robim quando eu era o batman mesmo contra a sua vontade – é eu já fiz isso, mas faz tempo filho! - Você foi a única que teve coragem de colocar lesmas e minhocas na minha cama. – ele deu uma pequena pausa porque viu minha cara de choro, mas logo continuou:

– A única que se aventurou no quarto das tranqueiras para conseguir andadores para mim quando eu estava machucado. A única que me arrastou para enfrentar o Senhor Sanir e Samir. A única que lutou com a viúva do Senhor Samir. A única que brigou com o Dany. – mais uma pausa e continuou:

– A única que já deu banho no Anúbis ao meu lado. A única que tem uma tartaruga chamada Pudim e um pato chamado Pafúncio. A única que quando joga Mortal Kombat escolhe o Sub-Zero. A única que pede um bolo de jujubas azuis como sobremesa no Natal. A única em muitas coisas, mas principalmente, você foi a única a pegar meu coração e nunca mais devolver.

Eu não tinha palavras, só tinha lagrimas. E eram lágrimas de alegria.

Ignorei tudo e me joguei sobre o Fernando. De corpo e alma.

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Bia nos achou e disse que tínhamos de voltar. Lembre-me de mata-la depois ta? Custa nos deixar sozinho para o resto da vida?

Voltamos até o salão até de mãos dadas e logo na primeira encontramos meus pais... MERDA! Se o Rodrigo começar de escândalo vai estragar o casamento então com o resto de coragem que ainda tinha, eu catei ele e a mamãe e levei os dois para o jardim com o Fernando no meu encalço. E como eu amo muito a minha irmã eu fiz uma coisa idiota que ia doer no meu lombo mais tarde... Novamente.

– RODRIGO, EU AMO O FERNANDO! – agora a merda esta feita.

– E eu a amo também. – Fernando isso do meu lado dando um sorriso, eu quase dou um sorriso de volta, mas eu lembrei da existência dos meus pais.

– PARO DE PALHAÇADA AQUI! Que historia é essa? – Rodrigo, eu já expliquei Rodrigo...

– Rodrigo! Eu sei que você entendeu. Eles se amam, um dia a Alice ia ter que crescer assim como a Nicole cresceu, ou você prefere que a Alice fuja assim como a Nicole fugiu? – minha mãe tomou nosso partido.

– Isso nunca! Quase perdi uma, imagina se eu perco a outra também? – Rodrigo disse como se isso fosse uma loucura. Caralho, eu amo o Rodrigão demais.

– Filha eu estou orgulhosa de você. Você realmente amadureceu! Parabéns. – FINALMENTE EU AMADURECI! YAY! VAMOS COMEMORAR COM TODDYNHO!

– Fernando, faça a Srta. Delinquente sofrer... E EU TE DOU UMAS BIFAS RAPÁ! – Rodrigo deu uma de macho e deixou meu namorado assustado.

– Agora que tá todo mundo de bem com a vida, vamos voltar para a festa porque eu preciso falar com a Lucia sobre o próximo casamento! - minha mãe disse toda animada.

– De quem?

– Da Alice com o Fernando é claro! – Eu engasguei com a própria saliva, Fernando deu umas batidas para eu respirar de volta e o Rodrigão quase deu um chilique... De novo.

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– O dia foi difícil! – Fernando falou enquanto nós caminhávamos para o parquinho que tinha perto de casa. Nicole e Artur partiram em lua-de-mel imediatamente (EITA FOGO), vó Silvia já tinha ido embora, a Livia eu nem vi (OBRIGADA POR ISSO) e o resto dos convidados foram embora sem maiores acontecimentos. Quando nós chegamos em casa, nenhum de nós dois estava com sono (É 5:47 DA MANHÃ, VOCÊ QUER QUE EU FIQUE COM SONO AGORA?) decidimos ir até aquele parquinho que tinha perto de casa. Mas antes eu logicamente dei comida para o Pudim. Coitado, nem pode comer bolo.

– Nem me diga, nunca mais uso saltos tão altos... – Fernando deu uma risada.

– Nunca me deixe sozinho com o Martim, no banco de trás ele não parava de mandar olhares indiscretos. – Foi minha vez de rir. Chegamos no parque e eu fui subindo em um brinquedo que tinha em formato de pinguim.

– Eu sou a rainha do mundo! – falei alto, mas não tanto para que possa acordar alguém. Quando eu notei algo brilhando no meu dedo, era a aliança que o Fernando tinha me dado naquela hora do altar. Quando ele subiu do meu lado eu perguntei. - Fernando, o que significa essa aliança?

– Significa que nós estamos juntos, ou seja, você é minha. – carneiro, nem olhou na minha cara para responder. Agora eu quero que ele faça um pedido formal (por mais que eu tenha achado a melhor coisa do mundo o que ele fez).

– Fernando, o que você acha pedidos formais de namoro?- Indiretas diretas são comigo mesmo.

– Não tenho nada contra.

– Você faria um pedido formal desses a alguém?

– Provavelmente.

– Certo. - Cadê um negócio pra eu tacar na cara dele? - Por que provavelmente?

– Porque sim. - Fiquei olhando para ele que estava com um sorriso na cara.

– Você pediria em namoro um homem? - Eu só estou falando em pedidos de namoro. Porque ele não me pede logo?

– Não.

– Você pediria em namoro a Carmen?

– Se ela fosse mais nova.

– Você tem mau gosto.

– Não.

– Não foi uma pergunta. – ficamos em silencio. - Você pediria a Veronica em namoro se eu não tivesse falado que te amava?

– Sim. Eu estava carente quando você não me respondeu de primeira.

– No cu. É aonde você enfia a Veronica ta? - Ele olhou pra mim e eu olhei para ele. Ficamos nos olhando. - O que você quer?

– Oi?

– O QUE VOCÊ QUER? É engraçado me ver desesperada?

– Não sei do que está falando.

– Até parece que o gênio Barbosa não consegue entender o que eu estou falando. - Falei em um tom irônico. - Escuta se não quer me pedir em namoro formal ok que peço. – Ele começou a rir. - Continue a rir e eu vou voar no seu pescoço e apertar sua goela até você vomitar as batatas que você comeu.

– Alice, você ainda esta pensando nisso? Depois do meu discurso eu estava achando que já estamos namorando. - Ai ele começou a rir de novo e eu fiquei com cara de bunda.

– Mas você não pediu! Como eu vou saber o que se passa na sua mente indiferente? -Ele então pegou um caderno do paletó e rabiscou algumas coisas. Me mostrou. Era um desenho. - O que é isso?

– Um coração flechado e duas pessoas. Qual é dá muito bem de entender! -Eu neguei com a cabeça e ele então escreveu em outra folha. - Dessa vez tem legenda pra você entender. Alice Pinheiro Carvalho, agora esta namorando comigo.

– AHHH!!! QUE BONITINHO!!! Como você sabe que eu quero? - Comecei a pular. Ele me olhou com uma cara que não precisou nem responder. - Ok Não precisa responder. Quero beijo!

– Aonde?

– No pé. -Respondi revirando os olhos. - É claro que é na boca. - Fiquei na ponta dos pés para alcançar sua boca. O infeliz é mais alto do que eu. - Eu amo você criatura!

– Eu também te amo , coisa lilás! - Beijei ele de novo. Acho que estou viciada.

– Seu drogado! Pare de me viciar. - Eu disse roubando mais um selinho dele.

– Eu não… - não deixei ele falar, e dei mais um beijo. - Vamos para casa, já são 6:13 e o sol já esta nascendo.

– Espere só mais um pouquinho! Não estou preparada para aguentar o mundo ainda, esta bom assim, é igual a um sonho bom!

– Como assim aguentar o mundo?

– Agora que somos namorados, vou ter que aguentar a Carmen me irritando mais ainda, as cocotas das suas fangirls e fanboys! Nós seremos tios e vou ter que aquentar um bebezinho tentando arrancar meus olhos, ainda tem todos os problemas com o Lucio que provavelmente não vai nos deixar em paz, e ainda tem o Senhor Sanir que eu ainda acho que é um assassino e quer nos matar...

– Alice.

– Sim.

– Cala a boca, minha lunática!


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada para você que leu a fic inteira! Isso é muito importante pra mim ^0^
Que venha a segunda temporada!!!