Sombras de Infelicidade escrita por noemi_angel


Capítulo 2
Ao som da meia noite




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  Minha mãe bate a porta. 

  -Querida, todos a esperam lá em baixo.

  -Já vou. Olho-me no espelho uma última vez. As habituais olheiras cobertas por várias camadas de maquiagem colocadas com todo o cuidado em meu rosto. Outra máscara. Como sejá não bastasse a minha própria face esconder o que sinto, algo é colocado sobre ela para que a minha farça pareça ainda mais real, para que ninguém precise se culpar ou se preocupar como motivo de uma aniversariante de boa família, na primavera de seus 18 anos manteria um estado de espírito diferente do de contentamento extremo.   

  Desço as escadas lentamente. Há flashes, luzes e olhos atentos em minha direção. Como já era de se esperar, um enorme circo, cuja recepção de minha parte deve ser a mais impecável possível. São pessoas importantes para os negócios da família, senhoras que vêm conferir o quão perfeita é nossa vida para planejar formas de contradizer, afirmando serem as suas as vidas repletas de perfeição.

  -Meu anjo! Como está linda! Enche-me de orgulho vê-la assim!- Diz meu pai, posando ao meu lado para as câmeras que gravavam o momento.

  -Obrigada... -Meu amor, porque não cumprimeta alguns amigos de seu pai, todos vieram especialmente para prestigiá-la nesta noite.- E ele me leva até alguns senhores que conversavam em um dos cantos do enorme salão. Cumprimento a todos, escapando de lá o mais rápido possível.

   Minha fuga não foi bem sucedida. Logo minha mãe encontrou-me e me arrastou para perto de suas amigas. Amigas...Prefiro a minha solidão a esse tipo de amigos. A música me tirou de meus devaneios. Um senhor pede a todos para irem até o centro do salão, com suas máscaras, pois o baile teria início. Pede também que o pai da aniversariante a conduza para o centro, sob uma espécie de holoforte, para dançarem uma valsa. Epa, essa ultima parte é para mim...

  Minha mãe entrgou-me uma máscara dourada, com detalhes em rosa, que combinava com o vestido. Coloquei-a, pois meu pai me estendia a mão, apressando-me com o olhar para irmos dançar. Começamos a dançar e novamente todos voltam a nos encarar, comentando algu de bom ou ruim (não havia como saber) com alguma pessoa ao lado. A música foi lenta, longa e meu pai fez com que executássemos os passos com perfeição.

  Logo a segunda música começou e os outros convidados se juntaram a nós na pista de dança. Continuamos a dançar pelo salão até que um moço, alto, cabelos negros e curtos que contrastavam com sua pele alva se aproximou de nós e pediu a meu pai para dançar comigo. Minha mão foi cedida e começamos a dançar.

  Ele usava uma máscara prateada ao redor dos olhos, que pela pouca iluminação não pude identificar de que cor eram. Seus braços seguravam-me com força, conduzindo de forma muito bem ensaiada cada um dos passos que a dança exigia.

  Deixava-me conduzir, sem muito prestar atenção ao ritmo da música, enquanto o misterioso cavalheiro, se entretia me observando.


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