Meu nome é Ann, hoje faço 18 anos. 3 anos após a sua partida, ainda lembro-me com dor e lágrimas nos olhos o verão de três anos atraz, que eu, em minha inocencia julguei, naquela época ser o melhor de minha vida.

Faltam duas horas para que a minha festa comece, meus familiares resolveram fazer uma comemoração temática, um baile de máscaras,com alguns amigos de despedida, já que o meu presente é uma viagem para Veneza.

Será uma grande festa, todos os seus conhecidos estarão lá, até aqueles que não são tão amigos assim, mas minha mãe, na tentativa de impressionar a todos com uma grande festa os convidou mesmo assim.

Neste exato momento, estou em meu quarto, escrevendo neste diário, usando um belo vestido, com um belo penteado e maquiagem impecável que exibo com um sorriso..Uma máscara, mais uma máscara na qual eu me escondo, escondo minha dor, meu real estado de espírito...meu estado deplorável...

O fim de um ciclo, hoje, deixo de ser adolescente e passo a ser considerada adulta, o fim.....o triste fim...tudo tem um fim, seja algo bom ou ruim, um dia acabará e em algumas circunstancias, o fim pode ser a melhor saida para algo que não passou de uma ilusão.

Ás vezes, sinto me sem voz, minhas palavras ao serem pronunciadas por minha boca são simplesmente levadas pelo vento para algum lugar distante onde ninguém mais as ouve, pergunto-me se eu escrever uma carta e em seguida desaparecer, se alguem sentirá minha falta ou se ao menos pararão para ler minhas ultimas palavras, escritas num pedido deseperado do meu coração, numa tentativa vã de que me compreendam e não me julguem pelo que fiz.

A unica pessoa, que, nesses 18 anos pareceu me ouvir foi ele...lembro-me de como ele apareceu por acaso em minha vida, o jeito como despertou em mim raiva e, em seguida o mais intenso e avassalador de todos os amores.

Em seus braços, senti-me segura, um lugar para onde retornar quando tudo desse errado, quando o mundo me virasse as costas, alguém com quem não precisei usar máscaras, alguém que no meu momento mais sublime, me deixou, fazendo-me cair em um penhasco escuro e desconhecido do qual não consegui mais sair.