(RyanDan -- Tears of an Angel)

Pov Percy Jackson

Eu não queria acreditar.

Eu não podia acreditar.

Mas uma vozinha insistente na minha mente gritava que não passava da verdade.

–Como assim... ela sumiu?- perguntei a Travis, ainda me recusando a acreditar.

–Eu não sei- ele disse, com a cabeça baixa.

–Vocês procuraram mesmo?- eu perguntei, aquela dor, aquele buraco aberto violentamente no meu peito me irritava, eu queria que alguém fizesse aquela dor passar, mas a única que podia fazer isso...

Tinha sumido.

–Nós a procuramos, Percy- disse Nathalia, seu rosto estava inchado, vermelho e cheio de lágrimas que insistiam em descer, já eu, eu não tinha forças nem pra chorar- mas nem Edward ou Alice conseguiram sentir o cheiro dela, Apolo não sentia sua presença, e eu e Travis viramos Volterra de ponta cabeça e não a encontramos!

–Ela não foi embora, não pode, nós éramos, nós somos, sua família, ela não foi embora- eu disse, tempando meus ouvidos e fechando meus olhos fortemente- alguém me diga que essas palavras são mentiras!

–Percy, eu... eu... eu sinto muito! Eu sei como dói- disse Nathalia , colocando a mão em meu ombro enquanto mais lágrimas caiam de seus olhos e iam parar no chão.

Me afastei do toque de sua mão.

Não era de conforto que eu precisava, pelo menos não do dela, eu precisava do meu coração!

Mas Bella tinha o levado embora com ela.

–Não Nathalia! Você não sabe! Você perdeu sua amiga, sua companheira, sua irmã, e Travis perdeu a dele! Mas vocês ainda tem um ao outro pra amortecer a dor! Eu não! A única pessoa que poderia me confortar, a única que podia me acalmar, não está aqui agora! Por minha culpa! Eu deveria ter insistido para ela não ir! Ou pelo menos deveria ter ido com ela! Mas não, eu a deixei sozinha, e isso está me matando! Eu quero ela! EU PRECISO DA MINHA BELLA AQUI, AGORA!!- berrei.

Eu saí correndo da Casa Grande, indo para o lugar que mais me lembrava dela.

Os campos de morangos, Bella tinha cheiro de morango, e sentir um cheiro parecido com o seu me acalmou um pouco.

Eu precisava me agarrar as minhas lembranças dela, se não elas acabariam indo embora também, afinal, a memória humana era apenas uma peneira.

Eu não podia me permitir esquecer.

Eu tinha que me lembrar, tinha que me apoiar nas lembranças que eu tinha dela, a cor de seus olhos, a maciez dos seus cabelos, o gosto de seus lábios, a textura de sua pele, o calor de seu sorriso, o tom de sua voz...

Tudo isso me daria força para prosseguir, e eu iria acha-la, nem que seja a última coisa que eu faça, eu iria procurar em cada canto desse mundo até acha-la!

E eu iria acha-la.

Pov Isabella Swan

Acordei com os raios de Sol batendo no meu rosto, verifiquei o lugar e constatei que eu estava em casa, okay, ótimo.

Olhei para meu corpo, ótimo, eu estava vestida e sem nenhum arranhão.

Mas tinha algo estranho no meu pulso, era uma corrente prateada, haviam três pingentes, um tridente, um coração e um raio.

Esquisito, pensei, mas não sentia vontade de tirar.

Olhei pra baixo sentindo que minha cama estava gelada de mais, ah ótimo, congelei a cama e a cobri de neve, de novo!

Fechei os olhos esperando dormir de novo, a festa ontem foi... cansativa.

Mas foi bom, afinal, minha mãe nunca me deixava ter contato com o mundo além dos muros do palácio (que por acaso foram erguidos em minha homenagem, pois minha mãe faz absolutamente tudo para me segurar dentro do castelo, as vezes, acho que ela até cederia a coroa e seu posto como rainha ao primeiro que aparecer só para me manter aqui, "segura"), ontem meio que fora minha, abre aspas, apresentação ao mundo exterior, fecha aspas.

A única pessoa que era minha conexão ao mundo exterior era David, meu melhor (e único) amigo, que por um acaso também é meu primo, um mês, sete dias, oito horas, dezesseis minutos e cinquenta e sete segungos mais novo.

Ele, apesar de ser mais novo, tinha total acesso ao mundo afora do castelo enquanto euzinha aqui, tinha que ficar o dia presa no meu querido e amado lar tendo minhas queridas e amadas aulas a maioria com minha querida e amada mãe e algumas com meus queridos e amados professores.

David não era feio, mas nem que eu tivesse que me submeter a torturas diárias terríveis eu sairia da zona da amizade com ele.

Ele herdara a pigmentação da minha tia, cabelos ruivos, olhos verdes e pele nem tão clara nem tão escura, mas, tirando isso, era a copia exata do meu tio.

E eu? Bom, sou parecida com a minha mãe, mas, tinha algumas coisas em mim que eu não reconhecia nela, como os olhos, apesar de ambos serem azuis, não são nem um pouco parecidos, os olhos de sua mãe eram calmos e serenos como o céu quando lentamente, flocos de neve caem dele, já os meus são mais agressivos, e parece que uma tempestade se agita dentro deles, tinham até raios, eu esperava ter herdado isso de meu pai.

Mamãe quase nunca fala dele, e quando eu insisto muito, ela só me dá informações escassas que só servem para me deixar mais confusa.

Mas nunca me importei muito com isso, eu tinha minha mãe, meus tios e meu primo/melhor amigo, um pai seria legal, mas assim já tá bom o suficiente, é possível sobreviver, não sou muito de fazer drama por coisas que eu não posso ter, quando eu quero alguma coisa de verdade, eu corro atrás.

Eu não precisava de um pai, eu só queria um tiquinho de liberdade.

Que eu consegui ontem, já que minha mãe me deixou fazer aquela festa para que eu conheça as pessoas da cidade e...

Ela me deixou estudar numa escola de verdade! Uhuuuuuu! Minha mãe é demais, minha mãe é demais, minha mãe é demais, minha mãe é demais...

E o Dev (David) também, já que ele me ajudou a convence-la.