Heavens Warriors escrita por Shyohako


Capítulo 4
Control


Notas iniciais do capítulo

Olá povo!
Pois é parece uma eternidade desde a última vez que postei XD
Ai está o cap 4 /o/ e vou tentar postar o 5 até o final da semana



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Lillian não pensou duas vezes e correu para dentro de sua casa como o amigo havia lhe pedido, mas, para a surpresa dos dois, o demônio surgiu do chão entre a garota e sua casa. A criatura era totalmente coberta por uma capa esfarrapada. Onde deveriam estar os pés havia algo que lembrava uma lâmina curva e vermelha. Ela flutuava a poucos centímetros do chão.
Por baixo da capa, o monstro levantou seu braço coberto por uma carapaça vermelha. A extremidade do membro era uma ponta afiada que brilhou quando o monstro apontou-a para Lillian. A luz ficou mais intensa e a ponta se esticou rapidamente para perfurar sua vítima.
Clay correu o mais rápido que pôde e empurrou Lillian para longe do perigo. O ataque pegou de raspão no ombro esquerdo dele. O local atingido começou a ficar dormente. A criatura passou a rodear o garoto.
– Clay! Você ‘tá bem?! – inquiriu preocupada.
– ‘Tô sim, agora saia daqui! – o mais importante para ele naquele momento era a segurança da amiga.
O demônio finalmente parou de rodeá-lo e preparou um novo ataque para atingir as costas de Clay. Este saltou para frente a fim de desviar do ataque. Fechou os olhos por um instante, eles ficaram vermelhos. Assim que tocou o chão, ele começou um contra-ataque.
Virou-se rapidamente na direção do inimigo e começou a correr.
“Pegue fogo!”
Desta vez, sua mão direita entrou em chamas no exato momento em que ele ordenou. Sorriu em satisfação. Quando estava próximo o bastante, desferiu um soco.
“Acertei!”
Ele havia se enganado. Tanto o golpe quanto seu corpo atravessaram o monstro sem causar-lhe dano algum. Clay ficou perplexo, mas, antes que pudesse pensar em outra forma de atingir a criatura, ele sentiu seu sangue quente escorrer sobre sua perna. Fora atingido novamente e agora não podia se mover. Sua perna não o obedecia, era como se ele tivesse perdido os movimentos daquele membro. Caiu de joelhos.
A criatura começou a flutuar mais alto e parou sobre Clay. Balançava sua lâmina vermelha como se fosse desferir um golpe final. O coração do humano disparou. A lâmina estava a menos de trinta centímetros do pescoço de Clay e se aproximava cada vez mais.
– Clay!! – Lillian desesperou-se
De repente, ele foi envolvido por chamas, suas unhas cresceram e ficaram pontiagudas como garras e seus caninos ficaram como presas. Ele parou a lâmina com a mão nua. Sua pele estava dura como escamas de dragão.
– Hahaha! – uma voz grave e monstruosa saía junto com a voz de Clay. – Como se eu fosse deixar o meu hospedeiro morrer assim tão facilmente!
Tanto o ombro cortado quanto a perna perfurada foram curados pelas chamas. Ele segurou a lâmina com mais força. Chamas envolveram o monstro totalmente, transformando-o em cinzas.
– Clay? – ela lembrou-se da noite no colégio e começou a se afastar por instinto. – É você mesmo, Clay?
– Ah! Se não é aquela menina do dia em que eu acordei... Acredito que temos assuntos pendentes – ele começou a se aproximar.
– Quem é você?! Afaste-se de mim! – correu tentando entrar em sua casa.
O espírito riu em deboche. Chamas o envolveram por completo e, logo depois, uma labareda surgiu na frente de Lillian e dela saiu Clay. Ele a encarava com seus olhos rubis. Ela dava passos inseguros para se afastar.
O espírito levantou o braço do garoto para enforcar sua amiga, mas, antes que pudesse sequer chegar perto da garota, Clay o impediu internamente.
“Não pense em machucar minha amiga, seu espírito maldito!”
– Há! Quem vai me impedir? Você não tem força nem para controlar o meu poder! O que te faz pensar que pode me impedir, garoto?
Lillian estranhou, mas depois percebeu que o espírito estava falando com Clay.
“Posso não saber controlar o seu poder, mas EU sou o dono desse corpo!”
Ele concentrou toda sua força interior e tentou suprimir o espírito de Guinevere.
– Hahaha! Você realmente acha que é capaz me expulsar?
– Clay! Tenha força, eu sei que você consegue!
Ele caiu de joelhos e apoiou-se com o punho no chão. Ela ficou sem saber quem estava no controle. Aproximou-se lentamente. Tocou o ombro do amigo.
– Clay você ‘tá bem?
– Estou muito bem, obrigado! – a voz de Guinevere ainda acompanhava a de Clay.
Ele deu um forte tapa com as costas da mão. Acertou-a no rosto. Ela caiu desacordada no chão o sangue escorria pelo canto de sua boca.
“Lillian! Maldito! Agora você foi longe demais!”
– E o que você vai fazer? Tentar me expulsar com aquela sua força ridícula? – debochou.
“Não me subestime!”
Ele lembrou que seu poder era bloqueado pelo medo e então se concentrou repetindo pra si que era mais forte do que Guinevere e que podia derrotá-la se usasse toda sua força. A energia interior de Clay começou a aumentar consideravelmente enquanto ele ficava mais confiante.
– O que está fazendo, garoto?
     Quando atingiu o máximo de poder que podia suportar, ele liberou toda sua força para expulsar o espírito que controlava seu corpo. Tudo ficou branco por um instante e, quando recobrou a visão, ele se encontrou em um campo totalmente queimado. As poucas árvores que sobravam de pé estavam completamente secas e com os troncos negros e o céu estava vermelho. A primeira coisa que passou pela sua mente foi: ”eu queimei tudo a minha volta”.
Uma mulher alta e de longos cabelos ruivos apareceu diante dele. Ela trajava uma armadura prata com detalhes dourados nas extremidades e, em seu peito, havia duas asas douradas de dragão com um rubi oval entre elas. De seu cinto pendia uma espada longa prateada com rubis cravados na proteção do punho e na bainha.
– Você realmente achou que eu iria sair de seu corpo com tanta facilidade, garoto? – sua voz era firme e muito atraente e Clay ficou surpreso com sua beleza. – O que foi, garoto? Achou que eu era um monstro terrível ou algo assim?
Ela afastou a capa vermelha e desembainhou a espada. Apontou-a para o Clay, em desafio.
– Se realmente quer se livrar de mim, derrote-me em um duelo!
– Mas eu não possuo armas! – recuou um passo quando ela avançou outro.
– A vida não é justa! Então pare de reclamar e defenda-se!
Ela avançou, rápida, cortando verticalmente. Ele desviou para o lado por pouco. Após o primeiro golpe, a Guinevere lançou vários outros, sempre rápidos e precisos. Clay desviou-se de vários, cada golpe que seguia chegava mais perto que o anterior. Até que ela tentou estocar seu inimigo no coração. Ele sabia que não conseguiria desviar daquele ataque e, então, começou a pensar repetidamente “tenho que me defender”, cruzou os braços a frente do peito e por um instante fechou os olhos em hesitação. Sentiu calor nos braços e quando abriu os olhos novamente viu um escudo de fogo protegendo-o do ataque de Guinevere.
Os dois combatentes se surpreenderam e se afastaram. Ele ainda estava perplexo. Ela, por outro lado, já pensava em uma nova estratégia de combate.
“Bem, se eu posso me defender dessa forma, também devo poder atacar!”
Ele se concentrou um pouco mais e levantou a mão direita. Abaixou-a rapidamente e, durante este movimento, uma espada flamejante e disforme foi criada. Ele sorriu confiante.
– Só por que você aprendeu um novo truque não quer dizer que pode me derrotar!
– Eu não teria tanta certeza disso se fosse você!
Sua confiança o deixava mais forte, e ele podia sentir isso. Desta vez, o garoto foi quem avançou. Atacou sem técnica alguma e, por isso, ela pôde prever facilmente o lugar a ser atingido e posicionou para a defesa, mas, quando as espadas deveriam se chocar, a de Clay atravessou a de sua adversária. Ela se surpreendeu, mas rapidamente tirou seu ombro do caminho das chamas. Ele não deixou espaço para um contra-ataque e logo voltou a desferir golpes contra ela. Sua única chance era desviar das investidas dele. E foi o que Guinevere fez. E, quando ele abriu uma brecha, ela girou por trás de Clay e, com o impulso do giro, desferiu um golpe horizontal para acertá-lo nas costas. Ele virou-se rapidamente e abriu a mão direita. Sua espada tomou a forma de um escudo e bloqueou o ataque de Guinevere. Ela se afastou novamente. Ambos ofegavam, estavam lutando por mais de dez minutos sem interrupção.
– Bom, mas isso não será o bastante, garoto!
Ela avançou novamente. Desta vez segurava sua espada com as duas mãos. Clay não deu muita importância para isso e se preparou para defender. Formou um escudo na mão esquerda e uma espada na direita. Avançou também, ele pretendia defender o ataque de sua oponente e logo depois contra-atacar. Mas o simples fato de empunhar a espada com as duas mãos fez com que a força do golpe de Guinevere aumentasse consideravelmente. Quando espada e escudo se chocaram, Clay não pôde suportar o ataque com apenas uma mão e então desfez a espada para fortalecer o escudo fornecendo energia com as duas.
– O que foi? Não estava tão confiante agora há pouco? – zombou.
– Não me subestime, sua psicopata pré-histórica!
Ele colocou mais energia e o fogo envolveu a espada de Guinevere por completo. A arma esquentou a ponto de queimar as mãos da guerreira. Ela se afastou, suas mãos ardiam e sua espada estava jogada ao chão ainda incandescente.
– Você pode ter me derrotado, mas lembre-se que eu vou sempre estar aqui. Basta um pequeno deslize e tomarei conta de seu corpo! – ela desapareceu e então ficou tudo escuro.

– Ei, garoto! Você está bem? – um policial perguntou enquanto checava o pulso de Clay.
Sua visão ainda estava embaçada, mas ele pôde ver Ryan conversando com outro policial a alguns passos dali.
– E vocês chamam isso de um bairro seguro?! – gritava enquanto apontava para Clay e Lillian. – Nossos garotos sendo roubados na frente de casa! Isso é um absurdo!
– Senhor, por favor, acalme-se. Nós já estamos investigando o caso e vamos encontrar o culpado...
– E você pretende fazer isso enquanto fica aqui parado sem fazer nada? Francamente...
O policial chamou seu parceiro e se retirou, dizendo que iriam fazer uma busca nos arredores, pois o ladrão poderia estar por perto. Assim que eles saíram, Ryan voltou-se para seu aprendiz.
– Você está bem? O que aconteceu aqui?
– Cadê a Lilly? Ela está bem?
Ele se levantou rapidamente e foi ao encontro dela, que estava sentada na escada na frente da própria casa. Ele hesitou antes de falar algo. Ela percebeu e então falou primeiro.
– ‘Tá tudo bem comigo, não precisa se preocupar.
– O seu rosto está inchado... Me descul...
– Você sabe que não foi culpa sua. Além do mais, se o tal espírito não tivesse tomado conta, você provavelmente estaria morto. – ela não olhava para ele, talvez para ficar mais fácil de falar o que precisava.
– Mas, se você está aqui conversando conosco, quer dizer que foi capaz de superar Guinevere, não é? – Ryan se aproximou
– Isso vai parecer estranho, mas eu lutei contra ela, num campo totalmente queimado. Ela disse que por agora iria se retirar, mas que a qualquer momento poderia tomar conta de meu corpo novamente.
– Isso só irá acontecer se você estiver correndo risco de vida.
– Como você sabe tanto disso, Ryan? – a menina perguntou.
– Por que eu já passei por isso. Como vocês dois já estão seguros, eu vou me retirar. – acrescentou antes de qualquer comentário.
– Como assim você já passou por isso? – Clay tentou impedi-lo.
– Isso é um assunto para outro dia. – foi embora sem dar atenção para o que o garoto falava.
Lillian se levantou e ficou ao lado de Clay.
– Será que isso é hereditário?
– Ele não é meu pai, Lilly.
– Mas e aquela foto que você achou?
– Ele não é meu pai e pronto.
A Sra. Summers estacionou o carro de qualquer jeito na calçada e saiu apressada. Correu para abraçar sua filha.
– Oh meu Deus, eu vim o mais rápido que pude. O que aconteceu? – perguntou preocupada.
– Um cara tentou me roubar logo depois que o Clay entrou na casa dele. Aí eu gritei e ele me bateu, mandando-me calar a boca.
– Foi quando eu saí. A Lilly ‘tava no chão. Na hora, eu não pensei direito e avancei nele, mas ele apontou uma faca para ela e disse que, se eu não a quisesse morta, era pra passar todo o meu dinheiro.
– Ai, Senhor, como pôde isso acontecer?
– Mas um cara passou na rua bem quando eu ‘tava chegando perto e o ladrão saiu correndo. Depois o homem ligou pra polícia.
– E sua mãe ficou sabendo, Clay?
– Parece que deu um problema no trabalho e ela vai ter que ficar em Nova Iorque por mais uma semana. E eu não quero deixá-la preocupada, então depois eu conto pra ela.
Ele foi para sua casa. Tentou dar sentido para o que acontecera em sua mente durante um longo banho, mas não pareceu adiantar.
Assim que desligou o chuveiro, um som estridente tomou conta de sua mente. Era tão intenso que a cabeça de Clay parecia estar prestes a explodir.
Mal podia andar, sua cabeça pesava. Tentou se apoiar na pia, mas tudo o que conseguiu foi derrubar os fracos que se encontravam ali.
Ryan apareceu de repente na porta do banheiro.
– Clay!! Você está bem? – correu para ajudar o outro a se levantar.
– Você não está escutando?! – gritava.
– Escutando o quê?
– Como você não escuta um barulho agudo desses?!
Ryan estranhou por um instante, mas logo percebeu.
– Isso só pode significar uma coisa... Um outro espírito está se manifestando!

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Deixem seu review... Não doi nada e faz um autor feliz hahahahahha

enfim até a prox o/