A Second Change For Us escrita por fanstalk


Capítulo 36
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas!

Confesso, demorei pq não queria dar adeus, mas talvez esse seja um "até daqui a pouco".

Ai, meus deuses! Isso continua doendo!

Preparem os lencinhos!


Aproveitem!!

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!



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11 ANOS DEPOIS...

— Faz o seguinte, Pipes, sua apresentação é a quarta, ou seja, um pouco antes do almoço ser servido, então fique com seus amigos até lá, mas quando eu lhe chamar, por favor, venha. Thomas vai entrar com você no palco hoje? — meu empresário falou.

— Ele não pode.

— Algo grave com nosso garotão?

Fiz que não com a cabeça.

— Ele só fica com dor de cabeça depois de subir ao palco. O pediatra disse que ele pode estar com medo do palco ou estar muito exposto ao som lá, então hoje eu preferi não arriscar.

Ele assentiu.

— Dê um beijo nele por mim, minha esposa precisa da minha ajuda lá em casa, volto apenas para te chamar, querida. Feliz Natal.

— Feliz Natal, Hermes.

Peguei Thomas no colo depois de o ver correndo por entre as cadeiras, fazia frio em Nova York e eu queria um abraço de meu filho.

Thomas era um garotinho de cinco anos com profundas covinhas, seus olhos eram castanho-esverdeados o que combinava com o cabelo castanho escuro e cacheado. Ele era um garotinho órfão de Louisiana, mas eu o adotara no último inverno e desde então era eu e ele contra o mundo.

Minha vida mudou depois de eu participar de uma franquia de sucesso sobre uma caçadora de charadas que jurava encontrar uma coexistência entre duas dimensões. Eu fora a coadjuvante, estava no filme apenas porque minha música estava no meio. A diretora simplesmente puxara uma ficha minha e ao ver que eu tinha talento para atriz quase me fez faturar um Oscar. Quase, mas o suficiente para ser a Gata Do Ano em quase todas as revistas adolescentes. Reyna se tornou escritora e juntas conseguimos escrever um Best-Seller que ficou na lista do New York Times por um mês seguido com apenas um tweet meu, enquanto isso Leo conseguiu se estabelecer fixamente sendo o cenógrafo mais requisitado de toda Hollywood acabando por arriscar como diretor e cantor aqui e ali.

— Beauty Queen! – Leo gritou vindo em minha direção me pegando desprevenida em um abraço apertado – Feliz natal. Onde está Tom?

Ri baixo de sua fala. Leo Valdez estava convicto de atuar com o papel de pai/tio/melhor amigo de Tom para que não “acabasse como uma sem-infância como você e Reyna”, como ele mesmo citara uma vez.

— Ele estava com o meu pai, disseram que iriam pegar uma bebida quente há alguns minutos. – menti descaradamente e rindo histericamente ao notar a face decepcionada de meu melhor amigo.

Tom saiu de trás de minhas pernas rindo gostoso e correu até as pernas de Leo.

— Estou aqui! Estou aqui! – gritou animado. Suas mãozinhas rodeavam as pernas de Leo e seus olhos se fechavam à medida que seu sorriso aumentava. Ele era a coisa mais preciosa pra mim naquele momento.

— Estou vendo, garotão! – Leo sorriu – E então? O que vai cantar para nós hoje?

O meu menino balançou seus cachos negando a afirmação de Valdez. O fato era que eu gostava que Tom ficasse perto de mim nas apresentações, eu gostava de sentir que ele não iria se perder no meio de cada show podendo ser separado de mim em qualquer hipótese resultando em um desencontro que o faria chorar por se sentir abandonado novamente. Meu bebê era extremamente frágil e ficando perto de mim era um favor mútuo que fazíamos a nós dois. Eu não era nada sem Tom e creio que Tom não era nada sem mim.

— Mami disse que Tom vai ficar com tia Rey e você hoje porque Tom... – ele deu um pequena pausa para tossir rápido, porém fortemente me fazendo franzir preocupada... Eu deveria ter dado a ele um dose extra de vitamina C antes de sair de casa! Eu sabia! Silena gritara que não precisava e saiu arrastando meu bebê pro carro antes que eu pudesse me opor! – Tom está dodói.

Leo o abraçou forte e lhe deu um beijo na bochecha, murmurando algo em seu ouvido que o fez sorrir mostrando suas covinhas e seus dentes de leite. Meu pequeno tesouro era meu maior tesouro.

— Quem vai querer um chocolate quente antes de eu entrar? – perguntei animada.

Vi Thomas levantar o braço esquerdo e pular gritando várias vezes “Tom quer! Tom quer!” até segurar em minha mão e seguirmos para o balcão de bebidas do local.

O Festival Ho Ho Ho, promovido pela maior rádio de Nova York e seus patrocinadores, estava sendo festejado pela primeira vez ali e eu e mais alguns amigos do ramo musical fomos convidados à participar. Basicamente, o Ho Ho Ho era ao ar livre, bem ao lado do Central Park, o que me fez pensar em todas as coisas ruins que poderiam acontecer a Thomas quando eu estivesse distraída... Ele seria um pequeno ser que dormiria nos frios bancos do parque esta noite apenas porque se perdera de mim? Não, não, não, não, eu não podia imaginar coisas assim. Minha cota de negativismo já deveria ter ido para o espaço há tempos!

Sacudi a cabeça tentando não pensar mais nisso e, por fim, coloquei Thomas numa cadeira alta que o fazia rir porque “ela também gira, mami!”, como afirmara alegremente.

— Boa tarde, em que posso ajuda-los? – Uma garçonete morena veio nos atender, sua cabeça estava baixa, mas pude notar os cachinhos que pareciam ter sido feitos com um babyliss antigo que mal conseguia dar conta do trabalho.

Olhei pra Thomas e o vi sorrir, o que me fez sorrir também, então fiz o sinal para que ele pedisse. Thomas estava aprendendo a ler e ás vezes eu o deixava fazer alguns pedidos para ler o cardápio. Comida era um ótimo motivo para incentiva-lo a ler.

— Tom vai querer um chocolate quente e a mami e o tio Leo também, Tom também quer... Mi-mis-mix-mist-misto! Isso! Misto cuen-te e bo...lin...ho... Bolinho! Bolinho de chocolate para tia Rey e mami. Tio Leo vai querer to...tor..tor-ta.. torta! Torta de li..ma..Limão! Torta de limão! Thomas quer isso tudo! – falou sorridente.

A atendente murmurou algo bem baixinho, algo como resmungo, mas não dava para notar eficientemente.

— Hm.. Dicupa, Tommy não entendeu você, tia. – ele falou inocente.

A mulher bufou.

— Eu não entendi nadinha. Você vai ter que repetir, garotinho. – ela falou tão ríspida que nem mesmo a cadeira alta e “girante” impediu meu Tommy de se encolher com medo. Ninguém fazia isso com o meu filho!  Quem é essa infeliz?

— Meu filho já irá repetir, mas antes peça desculpas a ele! – disse controlando minha raiva – Você foi grossa com ele sem motivos! Ele é uma criança ainda e está aprendendo a fazer pedidos, poderia ser mais profissional?

A garota me era levemente familiar. O rosto com detalhes asiáticos, a pele parcialmente morena, cachos mal feitos e um ar de “sou a melhor”. Eu tentava me lembrar dela, mas era familiar e vago ao mesmo tempo, como se tivesse passado por diversas cirurgias plásticas mal sucedidas. Em seu crachá lia-se “Drew”... UH...Drew Tanaka!

— McLean? – ela perguntou tentando soar desafiadora, mas claramente parecia constrangida com a situação... Diria que o estrelato que ela sonhou alcançar nunca se tornou realidade.

— Oh, Drew! – falei – Quanto tempo, não? Colegial, né?

Ela assentiu. Seus olhos faiscaram de ódio.

— Sim. – respondeu entredentes.

— Okay! Então, sobre o pedido... Eu mesmo faço, mas primeiro peça desculpas para o meu filho. Você o amedrontou.

Ela riu alto.

— Seu filho? Já vi de onde puxou a beleza podre. – e riu em escárnio. Isso foi baixo. Olhei para Tommy e ele chorava silenciosamente agarrado a Leo, seus olhos estavam cristalinos e ele soluçava um pouco. Quem diz a uma criança de 5 anos que ela é feia?!

Essazinha já havia passado do limite quando pediu para meu filho repetir o pedido, mas quando o chamou de “feio” - oh não!— aí ela já estava cavando a própria cova. Definitivamente estava!

— Meu filho é lindo, ganhou prêmio como mister simpatia de 2025, e já foi capa de várias revistas importantes, mas tudo o que você tem é babyliss de mil anos atrás no cabelo e amargura por seu sonho não ter se realizado. Sabe o porquê ele não se realizou? Porque você quebrou tantos sonhos e autoestimas que não foi merecedora do sucesso. “A gente colhe o que planta”, já ouviu falar? – falei num só fôlego e me virei para meu filho — Tommy, sabia que nos bastidores onde a mami vai cantar tem um bar só pra gente? Ouvi dizer que lá eles tem bolo de nutella, um grandão e bem melhor que os daqui, quer?

Thomas sorriu mostrando as covinhas profundas e com os olhos brilhantes pura e inocentemente. Leo o pegou no colo e gritou que ele era o Homem de Ferro, o que fez Tommy gargalhar e dizer “Jarbas!” animado enquanto simulava um voo nos braços do tio. Os vi em disparada na minha frente entrando pelos fundos com seus passes de acompanhante.

Virei para Drew antes de ir. Ela estava atrás do balcão, seu patrão a chamava atenção por ter perdido um venda tão importante quanto a minha e puxando a serrinha de unha que ela usava numa tentativa de ser “superior” e a trocando por um pano úmido e puído apontando as mesas sujas. Ela suspirou e começou a limpar migalhas da mesa, e quando me viu, seu olhar tentava mostrar ódio e superioridade, mas eu já não me afetava mais.

O mundo é justo, não totalmente, não completamente, não com parcialidade, mas nem tudo na vida são flores e só de ver Drew lidando com a vida e sentindo a humilhação – que só ela sentia por trabalhar em algo digno – e que fora injetada em todas as suas vítimas até ali, bem, era melhor que ter sujado minhas mãos seguindo o exemplo dela.

Voltei-me para a porta do estabelecimento e saí orgulhosa de mim mesma por ter seguido em frente e por nunca ter descido o nível, era disso que uma pessoa se lembrava no fim do dia. Sorri, realmente estava sendo um ótimo dia pra mim.

— Senhorita McLean, você entra em 5 minutos, sua estilista está lhe chamando pra colocar seu cachecol e Tommy lhe trouxe uma surpresinha. – Denia, a contrarregra do evento, me avisava. Éramos amigas íntimas para quase todas as situações — Boa sorte no show, Pipes! Você vai arrasar!

— Obrigada, Den, onde é o camarim? – Denia apontou para segunda porta à esquerda e eu sorri agradecendo.

Entrei no camarim e Kath, minha estilista, me ajudou com o cachecol em tons avermelhados e as botas escuras por cima do vestido de tecido grosso, me jogou um casaco vinho e complementou com brincos de penas e a famosa trança do lado. Aquela era a minha marca. Tommy ficou sentado no cantinho olhando tudo e depois ficou feliz em dividir um chesseburguer comigo, ele me desestressou contando como ia aprender a tocar piano pela internet e complementando com beijo e abraço pra “dar sorte”.

Peguei meu violão e o joguei nas costas enquanto entrava com um microfone na mão. Hora do show de abertura. Sim, eu era a abertura e ficava grata com essa mudança de última hora – 20 minutos depois que meu empresário disse que não seria a abertura.

— E aí, Manhattan? – gritei animada e recebi vários gritos de volta – Pra quem não se lembra de mim... Oi, eu sou a Piper, mas podem me chamar de Pipes.... É preferível. – e pisquei pra câmera 2 que me filmava – Ouvi dizer que a cidade que nunca dorme está sonolenta hoje, acho que não ouvi vocês!

E mais uma vez a plateia gritou alto o suficiente para meu coração bater mais rápido.

— Sabe, esse dia de sol realmente estragou meu dia, sabem porquê? – questionei e me aproximei da plateia colocando o microfone na frente de uma fã bem na hora que ela ia perguntar, e seu “por que?” foi ouvido por todo o terreno — Porque eu ia cantar Rainy Days, alguém ainda se lembra dessa música?

Mais um grito e eu vi um cartaz neon sair do meio da multidão sendo passado de mão em mão até mim. Peguei o cartaz e o li animada pra mim mesma. Era um poema fajuto sobre rainy days, uma piada do fandom então decidi ler:

— Piper Pig descobriu que os melhores dias são os dias de chuva porque... GOSTA DE ROLAR NA LAMA DE NUTELLA! – li e virei o cartaz para que a multidão visse uma montagem minha no corpo da Peppa Pig — Obrigada, pessoal, Tommy também vai adorar!

E, em um reflexo, todos chamam por Thomas, algo que eu tento evitar, e quando já estou quase pedindo desculpas, Tommy aparece segurando um guarda-chuva aberto na mão correndo em minha direção para um abraço e eu o realizo em meio a tantos “awnn”.

— Pra quê esse guarda-chuva, filho? — perguntei. Sério, o que ele estava fazendo de guarda-chuvas se estava nublado e quase sol?

Tom pega o microfone da minha mão fofamente e abaixa o volume da voz como se fosse um sussurro.

— Pra chamar a chuva, mami! Os melhores dias são os de chuva.

Oh! Que garotinho impossível! Ele veio até aqui só pra me ajudar no palco e sua fofura encantou todos. Peguei meu violão e o sentar no meu banquinho esperando que eu começasse a cantar sua música favorita. Ajeitei o instrumento no meu corpo, mas antes do primeiro acorde, Tommy prendeu as cordas com os dedinhos gordos e reclamou um “sem violão!” que fez a plateia toda pedir pra ser sem violão.

Assenti.

— Espero que gostem dessa música, ela é nova e exclusiva. Bem, mais ou menos, Tommy já ouviu, não é, filho? Estou devendo ela a vocês faz um tempo. – e ele assentiu alegre — Vamos lá, então.

 

                                 (Dê PLAY!)

The thunder scares me

Dark shine from the clouds

And cold passing my bones

I see all it for the window, I say goodbye to my school

Runaway to the drops, but

 

I discover that rainy days are the best days

Best days

 

Tommy sorriu e começou a rodar a parte de cima do guarda-chuva como se fosse um cata-vento e girava junto. Sua dancinha fazia o mesmo ritmo da música em minha cabeça.

 

You find me and protect me with your umbrella

You hug me, tell me “I care you”

 

Nessa parte, meu pequeno menino realmente me protegeu do fino respingo que começara a cair e me abraçava dando gritinhos felizes de “Eu me importo com você, mami! Me importo, me importo, me importo!” que eram captados pelo microfone sem querer.

 

Alone in the world

You can find me

You said me “I’m here for you”

And I know you will find me ‘coz I’m your little girl

 

And I discover that rainy days are the best days

Best Days

 

You never give me up

‘Coz we fell in love

And I discover that best days are the rainy days

Rainy days

 

And I discover that rainy days are the best days

Best days

 

And I discover that rainy days are the best days

Best days

 

O público explodiu em gritos de histeria e alegria, eu já tinha gravado essa música para meu segundo álbum, porém ainda não foi liberada pela Apollus, o canal oficial de músicas e clipes do Youtube/website da internet, ou seja, eu acabara de debutar a música em a capella para todos que assistiam ao show.

— Vocês gostaram? – a plateia gritou novamente, alto o bastante para que eu não tivesse que pedir mais uma vez — Bom, a próxima música é um cover de um dos álbuns em grupo mais viciantes do momento. Espero que curtam “Work from Home” tanto quanto eu gosto!

Um DJ surgiu atrás de mim e dessa vez Tom foi para os bastidores, o som ia ficar alto demais para um bebê sem proteção auditiva. Esperei a batida começar e quando ouvi a intro para cantar, Denia sussurra algo no ouvido do DJ. O que está acontecendo?

Penso em sair do palco, mas as mãos de Tommy com o polegar pra cima me faz acreditar que não há nada de errado. Respiro fundo e ouço o início de “Give Your Heart A Break” da Demi Lovato, okay... Tem alguma coisa errada por aqui! Procuro tentar me comunicar com meu público sobre uma possível mudança de música e percebo que desligaram meu microfone.

“Socorro!”, é tudo que a minha mente parecer gritar dentro de mim.

The day I first met you
You told me you'd never fall in love
Now that I get you
I know fear is what it really was

Meus deuses!” foi a segunda coisa que começou a gritar dentro do meu cérebro. Eu lembrava dessa voz, de como era rouca e lembrava muito a mistura de um Billie Joe com Niall Horan. Jason estava no show, estava cantando a primeira música que eu cantei pra ele na Academia 11 anos depois.

Procurei por ele pelos telões e na plateia, onde está o loiro de olhos azuis totalmente rebelde e fofo que me deixou 11 anos atrás com um coração partido antes que eu me declarasse pra ele?

Sinto sua respiração atrás de mim, em meu gorro de lã, olho pro telão e vejo como continua lindo. E como eu pareço extremamente surpresa e corada aqui em cima.

Now here we are, so close
Yet so far, haven't I passed the test
When will you realize

E, durante esse pequeno intervalo pra recuperar o fôlego, eu puxei pra mim o seu microfone e lhe olhei sincera. Eu iria manda a mensagem através da música de novo, em homenagem aos velhos tempo, e seria franca e direta no meu objetivo...Mantendo a classe obviamente:

Baby, I'm not like the rest

Seus olhos azuis eram calorosos, era como pular na piscina ao meio-dia e encontrar a água morna, se eu ainda estava com medo dessa terceira vez? Muito, mas aí eu olhei pra plateia. Vi dezenas de adolescentes cantando e dançando, eu estava ainda com adrenalina zumbindo em meu ouvido.

Jason me deu um beijo na bochecha como se dissesse “eu estou aqui, eu voltei e não vou embora”. Oh, como eu queria que fosse pra valer! O loiro retomou com o microfone e fez questão de cantar isso no pé do meu ouvido também:

Don't wanna break your heart
Wanna give your heart a break
I know you're scared it's wrong
Like you might make a mistake
There's just one life to live

And theres no time to waste, to waste

 

“Não desperdice mais uma chance! Continue o que pararam 11 anos atrás”, minha consciência dizia, mas quando a minha consciência realmente me ajudou? Meu coração mal havia se curado da quebra e ele simplesmente me cantava mais uma vez “Dê uma folga ao seu coração”.

Olhei para Tommy nos bastidores ao lado de Rey e Leo, os três acenavam positivamente, queriam que eu aceitasse a oferta. Tommy o conhecia? Tommy gostava dele?

O pequeno ser que ilumina minha vida parecia feliz em ver Jason comigo e parecia se dar bem com Jason... Eu ainda quero Jason, coração?

Durante esses pensamentos compilados em 2 segundos, Jason segura meu queixo e olha dentro dos meus olhos, posso ver seu azul se condensando com os meus multicolor. Paz, saudade e nostalgia. Eu ainda queria ele, então por que meu coração doía?

 

So let me give your heart a break
Give your heart a break
Let me give your heart a break, your heart a break

Oh, yeah, yeah!

 

On Sunday, you went home alone
There were tears in your eyes
I called your cellphone, my love
But you did not reply — eu cantei, o lembrei de quando eu também partira seu coração no nosso último encontro. Se ele se lembrava, duvido que continue. Se ele se importa e não quer sentir essa dor novamente, não vai insistir.

Minha indireta pareceu não afetá-lo, seu sorriso mandava claramente uma mensagem de “não me importo”... Ele queria mesmo arriscar?

The world is ours if we want it
We can take it, if you just take my hand
Theres no turn back now
Baby, try to understand

Don't wanna break your heart
Wanna give your heart a break
I know you're scared it's wrong
Like you might make a mistake
There's just one life to live
And there's no time to waste, to waste
So let me give your heart a break
Give your heart a break,

Let me give your heart a break, your heart a break
There's just so much you can take
Give your heart a break
Let me give your heart a break, your heart a break

 

Oh! Deuses! Eu estava no meio de uma confusão interna! Todos os argumentos dele estavam em uma música e ele parecia disposto a arriscar tudo se necessário. O que eu faço? O que eu consigo fazer agora?

 

Oh, yeah, yeah! — e essa foi a única coisa que eu consegui fazer.

Jason pegou minha mão, milhões de pessoas estavam nos assistindo e ele me fazia sentir como se estivéssemos apenas nós dois ali. E aí veio seu último argumento:

When your lips are on my lips
Then our hearts beat as one
But you slip out of my fingertips
Everytime you run

Don't wanna break your heart
Wanna give your heart a break
I know you're scared it's wrong
Like you might make a mistake
There's just one life to live
And theres no time to waste, to waste
So let me give your heart a break
'Cause you've been hurt before
I can see it in your eyes
You try to smile it away
Some things you can't disguise
Don't wanna break your heart
Maybe I can ease the ache, the ache
So let me give your heart a break
Give your heart a break
Let me give your heart a break, your heart a break,
There's just so much you can take
Give your heart a break
Let me give your heart a break, your heart a break

 

E então veio todo o refluxo esquecido do passado, tudo que nós passamos na minha cabeça foi nada pra ele. Burra! Burra, burra, burra! Foi recíproco esse tempo todo!

Ele ainda se importava e sempre se importou, eu havia ganhado duas vezes na loteria, três se contasse com aquela. Há mais possibilidades de ficar rico com apostas do que encontrar seu verdadeiro amor, por que eu estava resistindo ainda?

Puxei o microfone dele e cantei a última parte pra ter certeza da sua resposta:

The day I first met you
You told me you'd never fall in love

 

O instrumental acabou e Jason simplesmente me puxou pela cintura juntando nossos lábios sem aviso prévio, como sempre fazia. Eu ouvia as pessoas gritarem em alegria e esperava que Reyna estivesse tampando os olhos de Tom, mas eu não me importava muito. Estava presa em uma dimensão alternativa junto com Jason, onde a língua dele nunca entraria na minha boca pra não haver censuras, mas que massageava meus lábios tão bem e que deixava tudo com seu cheiro do seu perfume amadeirado. Estávamos presos em um beijo de língua sem língua e nunca me senti tão bem.

Nos separamos lentamente. Tentei usar o microfone que eu cantara na primeira música pra falar, queria ter provas do que perguntaria aqui. Pelos deuses, tem que estar funcionando!

— Por que esperou 11 anos pra voltar? Por que quer tentar de novo? A gente já se machucou o suficiente. – eu falei para o microfone que havia sido religado.

Ele sorriu. Juro que senti tudo ao meu redor se iluminar.

— Já tentou viver sem ar? Foi assim durante 11 anos e eu fiquei cego demais achando que seria melhor estar longe de você, o problema era que perto de você tudo em mim grita “viver” e longe é “sobreviver”. – ele falou pelo microfone – Eu ainda lembro de todas as memórias ao seu lado e sei de tudo o que acontece ao seu redor porque eu quero ser aquele que vai te abraçar no fim do dia e ouvir suas risadas. Eu te amo.

Respirei fundo.

— Não me ilude de novo, Grace. – avisei.

— Eu quero você do meu lado, pra sempre. – ele responde – Quero que seja minha até depois de morrer.

— Quer me pedir em namoro? – falei segurando as lágrimas.

Ele balançou a cabeça em negação e se ajoelhou enquanto olhava pra mim. De seu bolso sai uma caixinha... Deuses, estou pensando certo?

— Nós já namoramos duas vezes, já fomos separados pelo destino tempo demais... Pipes, aceita se casar comigo?

Gritos escandalosos dos espectadores preencheram o lugar, mas depois senti todas as câmeras se direcionando pra mim e... Silêncio.

Meu rosto se banhou em lágrimas e eu soluçava ao encara-lo ali. Ele estava de volta, eu tinha Tommy, ele e meus amigos... Tudo ficaria bem agora?

Me joguei em seus braços assentindo com a cabeça e o beijando sem pudores ou restrições. Era o momento mais feliz de toda a minha vida, eu me sentia completa.

Thomas correu até nós em segundos e eu o peguei no colo, Jason e eu ficamos em pé novamente com Thomas apoiado em nossos ombros. Ele sorria feliz e perguntou num sussurro falho que foi captado pelo microfone e compartilhado com todos que nos assistiam:

— Titio Jay vai ser meu papai, mami? — uma chuva de “awwwn” se propagou em camadas sonoras e eu afirmo positivamente pra ele.

Tom abraça Jason, eu abraço Tommy e Jason abraça a nós dois. Tudo estava do jeito que deveria estar. Todos felizes no fim.

Pego o microfone e me viro pra plateia sem conseguir tirar o sorriso bobo dos lábios, eu estou feliz como nunca havia estado antes e isso é ótimo!

— New York! – chamo a atenção de todos – Não sei quantos de vocês sabiam dessa surpresa, mas muito obrigada por testemunhar o primeiro dia de muitos maravilhosos a partir de agora! Se essa foi a abertura do show, esperem só pro que vem ainda! One Direction, Justin Bieber, Fifth Harmony, Tove Lo, Nick Jonas, Troye Sivan e muitos outros! Divirtam-se!

Todos gritam alto o bastante pra quase estourar meus tímpanos e com Thomas no meu colo e Jason me guiando para fora do palco pela cintura eu chego aos bastidores. Palmas é o som que me é oferecido assim que eu estou oficialmente nos bastidores do Festival Ho Ho Ho.

Vários amigos e conhecidos que estão ali nos parabenizam com “felicidades”, abraços e tapinhas nas costas, Reyna e Leo nos congratulam mais empolgados que o normal, e mesmo que eu os fuzile com o olhar com uma ameaça silenciosa de quero saber como planejaram aquilo, fico agradecida por levarem Thomas para passear. Ao ver que vão embora puxo Jason para meu camarim, nos beijamos na porta e entramos aos beijos sabendo que teremos privacidade ali. Não passará de beijos, nós dois sabemos disso, não nos importamos, só queremos matar a saudade dos lábios um do outro.

Sentamos no sofá de 2 lugares como se fosse uma cama, minha cabeça está apoiada no peitoral de Jason e posso ouvir seu coração batendo tão rápido quanto o meu. Pensei tanto em como ia ser se não desse certo que não percebi que já estamos dando certo. Sempre daríamos certo.

Constatar isso é tão aliviante depois de ter passado por tantos sufocos.

— No que está pensando? – ele me pergunta. Seu sorriso não escapa de seus lábios assim como o meu.

— Pensando que estamos finalmente juntos. Sabe, não tem mais nenhum obstáculo na nossa frente. – sussurro.

Ele ri.

— seria brincadeira com a nossa cara se tivesse. De qualquer forma, eu sempre estarei aqui com você. Eu sou tão sortudo!

Rio da sua exclamação e apoiando a mão em seu peito eu olho pra ele divertidamente.

— Como assim?

— Eu estou formando a família que sempre quis ter: a mulher da minha vida... Amigos leais, minha irmã como apoio e... Nossa!... Eu vou ser pai do Thomas! Todos os meus sonhos estão realizados. Até mesmo o emprego! Como alguém consegue ser produtor musical, acionista majoritário da própria gravadora e lotar estádios em shows?

Assobiei surpresa refletindo sobre tudo.

— Realmente!

Ele me abraçou mais contra ele e cheirou meu cabelo dando um beijo carinhoso ali.

— Obrigado. – murmurou a mim.

— Pelo quê?

— Se você não tivesse falado todas as verdades naquela noite, se não tivesse ido embora, bem... Você me fez ver que se tem que lutar por tudo o que acredita. Você foi a coisa que eu lutei mais e a conquista de estar ao seu lado é maravilhosa.

— Isso parece um sonho. – suspirei.

— Então não deixe que nos acorde antes do casamento. – seus lábios chamaram pelos meus e os desfrutaram com delicadeza. Sua mão começou a fazer carinho em meu rosto e mesmo com a plena certeza de que seus lábios estavam nos meus, eu o ouvia chamar por mim lentamente... Quê? — Pipe-er... Pipes... Pipes, meu amor... Pipes....

.

.

.

Meus olhos se abriram devagar sofrendo com a luz da fresta da janela que atingia meus olhos. Cocei-os tentando me acostumar com a luz claríssima, e eu me deparei com Jason de pijama sorrindo pra mim. Seus lábios pressionaram os meus em um selinho rápido de bom dia.

— Bom dia, meu amor, acho que você dormiu um pouco demais. -  e riu.

Abracei ele pelo pescoço mergulhando em seus olhos. Como era bom acordar todo dia ao lado dele.

— Foi por uma boa causa. – falei misteriosa. Beijava seu pescoço como se não houvesse fim.

— É?

— Uhum... Lembrei de quando me pediu em casamento. Até hoje não entendi como conseguiram arquitetar tudo aquilo pelo celular. Através de mensagens de texto.

— Somos profissionais, amor! – isso me fez rir.

Jason me puxou pela cintura, sentei em seu colo e ali nos abraçamos tão preguiçosamente na cama que eu nunca gostaria de sair dela, mesmo que tivesse passado a noite anterior nela me entregando a Jason em diversos cenários de amor. O tempo nunca afetou o amor entre nós.

— 20 anos. – ele sussurrou — Obrigado por ter me feito o homem mais feliz durante todo esse tempo. Você é maravilhosa, querida.

Ri contra seu pescoço.

— De nada.

Nos beijamos mais uma vez e ele esperou que eu me arrumasse par que nós começássemos uma nova aventura: conhecer Troy, o novo namorado de Thomas. Aceitar que meu filho era gay foi simplesmente agradável, pior seria entregar nosso bem mais precioso à um desconhecido. Pelo menos a família terá mais um membro.

E, de mãos dadas, Jason e eu chegamos ao restaurante no centro de Los Angeles onde havíamos combinado, logo vendo Tom selar os lábios do meu “genro” que cora furiosamente enquanto o olhar tímido e completamente apaixonado a julgar pelo brilho em seus olhos. Eles parecem se dar bem.

E se não... Eu e Jason vamos ajuda-lo, afinal, história de amor mais complicada que a nossa nunca haverá.

 

FIM

 

 * * * * * * * *

 

** RAINY DAYS foi escrita por mim

** Esse é o THOMAS, que na vida real acho que se chama Troy

** Essa é a SURPRESA de vocês

** ONESHORT Jasiper com hot explícito

 

Foi maior capítulo que eu já fiz na fanfic porque NÃO VAI TER 2a TEMPORADA! Sorry :( 


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Notas finais do capítulo

Segunda-feira é um dia em que planejamos a nossa semana e eu tinha que postar esse capítulo.

ASCFU foi algo tão bom na minha vida que eu não tenho nem palavras! 196 comentários, 4 recomendações, 99 acompanhamentos, mais de 10.000 visualizações... Quando isso começou a ser algo tão grande?

Obrigada por todos esses 3 anos! Eu provavelmente também terminarei BYH esse ano, me concentrarei só em BC e respondendo MP's mesmo que eu não tenha tantas.

VEJAM A SURPRESA DE VOCÊS LINKADA NO CAPÍTULO!!

Xx

Laísm dizendo "até"... Câmbio e desligo.

P.s. TT: @jacestastico



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