A Hard Love escrita por Raiane C Soares, Isa Lopes


Capítulo 1
Meeting Her


Notas iniciais do capítulo

Oi! A ideia veio em minha mente brilhante e não pude deixar de postar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/441554/chapter/1

Eu não gostava dela, na verdade a odiava. Rachel Berry era a garota mais odiada na escola. O que ela fazia? Não sei exatamente. Ela não tinha amigos, isso era perceptível, até porque, qualquer um que tentava se aproximar dela, recebia um tapa em troca. Ela era estranha ao olhar de todos. Era difícil conhecer ela realmente.

A vi passando no mesmo corredor do meu armário. Sempre andando de cabeça baixa, abraçando seus livros na altura dos seus seios. Uma garota passou por ela e recebeu um empurro da mesma. Seus lábios e testa estão franzidos, o olhar baixo. Ela nunca olha nos olhos das pessoas. Muitos julgam pessoas assim como falsas. Talvez Rachel seja realmente falsa.

– Rachel! – uma garota a chamou, que logo a ignorou. – Rachel, seu livro!

Eu precisava chamar a atenção dela. Talvez estivesse distraída com algo, por isso não ouviu. Parei em sua frente, a olhava nos olhos, mas a mesma olhava para o meu queixo. Ela era mais baixa que eu.

– Não está ouvindo? Estão lhe chamando. – eu disse.

A garota se aproximou e lhe entregou o livro, ela pegou e rapidamente continuou andando.

– Obrigada, Santana. – a garota disse.

– Que seja.

Peguei meu livro para a próxima aula, fui para a sala de aula e a vi sentada, olhando fixamente para seu caderno. Rachel era estranha mesmo. Nunca tentou se dar bem com os outros, apenas os professores falavam com ela, que raramente respondia. Me sentei na carteira atrás dela, olhei para uma garota que cantava perto de mim, ela olhou para mim e se calou, me fazendo sorrir. A professora entrou e logo começou a anotar coisas no quadro branco, abri meu caderno e comecei a copiar, até ver Rachel começar a bater o pé no chão. Aquele barulho estava me irritando, eu precisava fazer algo, mas ela logo parou, levantando o braço.

– Sim, Rachel. – a professora disse.

– Xixi.

Todos riram do jeito que ela falou, o que a fez olhar para todos com os lábios franzidos.

– Pode ir, Rachel.

Ela se levantou rapidamente e correu para fora, eu tinha algo em mente, precisava me divertir um pouco, então levantei minha mão.

– O que foi, Santana?

– Posso ir até meu armário? Esqueci de pegar minha borracha.

– Pode sim, mas vá rápido.

– Sim senhora.

Me levantei e corri até o banheiro, Rachel estava dentro de uma cabine. Me olhei no espelho, peguei meu gloss e comecei a passá-lo nos lábios. Rachel saiu da cabine e olhou para mim, mas como sempre, não olhou nos meus olhos, se aproximou e olhou para o meu gloss. Eu estranhei, pois ela o olhava fixamente. Me virei de frente para ela e lentamente lhe entreguei meu gloss, ela pegou e esboçou um sorriso, o acariciou e saiu do banheiro. Ainda estava confusa, saí do banheiro e voltei rapidamente para a sala de aula, a vendo sentada, olhando para o gloss.

Assim que a aula terminou, ela se levantou e saiu, eu me levantei rapidamente e segurei seu braço.

– Hey, devolva meu gloss!

Ela não se virou, apenas soltou um pequeno gemido de irritação.

– Rachel, isso é meu. Você tem que devolver!

Eu ainda segurava seu braço, ela me deu uma cotovelada e correu, gritando como uma louca. Não liguei para a próxima aula, apenas corri atrás dela, deixando meus livros caídos no chão. Ela entrou na sala da orientadora, me aproximei da porta, olhei pela pequena brecha que tinha e a vi gritando e chorando.

– Se acalme, Rachel. Alguém lhe machucou? – ouvi a orientadora.

Rachel ainda gritava e chorava, mas não largava meu gloss. A orientadora se aproximou dela, esticou a mão e continuou olhando para ela.

– Posso ver o que você tem nas mãos? Eu prometo lhe devolver.

Ela entregou meu gloss, mas logo pegou de volta.

– Você pegou isso de alguém?

Rachel parou de gritar e afirmou com a cabeça, eu bati na porta e a orientadora a abriu.

– Santana? Não devia estar na sala de aula?

– Eu vim atrás dela. – respondi apontando para Rachel, que permanecia calada.

– Está maltratando ela, Santana?

– Não. Ela pegou meu gloss e não quer devolver.

Nós olhamos para ela, que começou a brincar com meu gloss.

– Rachel, você gostou dele? – a orientadora perguntou, recebendo uma confirmação com a cabeça.

– Mas é meu! É meu preferido.

– Santana, não seja egoísta. Deixe o gloss com Rachel por algumas horas, depois ela devolve.

– Quem garante que ela vai devolver?

– Eu garanto.

Bufei e cruzei os braços. Rachel sempre conseguia tudo, sem fazer absolutamente nada.

– Agora vá para a sala de aula.

– Não. Eu quero meu gloss e essa estranha está com ele.

– Estranha... – Rachel imitou.

A orientadora me puxou para fora e fechou a porta, eu a olhei confusa.

– Olha, quando a aula terminar, passe aqui. Rachel lhe devolverá o gloss, está bem?

– Qual é o problema dela? – perguntei, quase gritando.

– Autismo. – ela respondeu com naturalidade.

– O que?

– Rachel é autista.

Minha expressão de confusa foi para assustada. Eu já tinha ouvido sobre isso, mas nunca imaginei conhecer uma pessoa autista.

– Novamente. Quando a aula terminar, Rachel vai lhe devolver o gloss. Agora vá.

– Espere! Me explique isso. Por que nunca falaram isso?

– Foi melhor para ela e para todos.

– Melhor para todos? Ela bate nas pessoas que se aproximam. Ela tem problema!

– Santana, não discuta comigo. Vá para a sala de aula, depois passe aqui e conversaremos.

Revirei meus olhos, ela abriu a porta e vimos Rachel encarar o gloss, eu soltei uma pequena risada, que não devia ter saído, me virei e fui para a sala.

***

Ao bater na porta da orientadora, depois da aula, ela abriu e eu vi Rachel parada em frente à janela, olhando para fora, meu gloss estava em cima da mesa. Entrei, peguei meu gloss e a orientadora sentou em sua cadeira.

– Sente-se. – ela disse.

Me sentei à sua frente, olhei novamente para Rachel, que ainda olhava para fora e voltei a olhar para a orientadora.

– O que ela está fazendo?

– Não sei.

Olhei para Rachel, me levantei e me aproximei dela, olhando para fora.

– O que está olhando? – perguntei.

– Ela não vai lhe responder. – a orientadora disse. – Eu já perguntei isso, ela apenas continua olhando.

– Por quê?

– Algo chamou sua atenção, então ela está olhando.

– Joaninha. – Rachel disse.

Olhei par fora, mas não consegui ver nenhuma joaninha.

– Santana, sente-se.

Me sentei, Rachel soltou um grito e sentou na cadeira ao lado.

– Rachel, você conhece a Santana?

Ela afirmou com a cabeça, eu fiquei olhando para ela, tinha a boca bonita, mesmo sempre estando franzida.

– Quer conversar com ela?

– Conversar. – Rachel repetiu.

A orientadora olhou para mim, eu a olhei confusa, ela sorriu.

– Fale com ela, Santana.

– Falar o que?

– Não sei. Ela quer conversar com você.

Olhei para Rachel, que olhava para seus dedos.

– Hum... Rachel. Você gostou do meu gloss? – perguntei, me matando por dentro. Quem perguntaria isso?

– Gloss. – ela disse.

– Ela só sabe repetir? – perguntei, olhando para a orientadora.

– É o que ela consegue fazer para responder.

– Joaninha. – Rachel disse.

– Rachel, diga para a Santana. Qual sua cor preferida?

– Cor. – ela repetiu.

Ela não iria responder, com certeza, pois só repetia as palavras.

– Rosa. – ela sussurrou.

Olhei para meu gloss, era da cor rosa. Olhei novamente para Rachel e lhe entreguei meu gloss.

– Santana, tem certeza? – a orientadora perguntou.

– Ela gosta, não gosta?

Rachel pegou o gloss rapidamente, se levantou e caminhou até a janela.

– Rosa.

Eu sorri, olhei para a orientadora, que também sorria.

– Todos os dias, recebo reclamações sobre ela.

– Ela bate nas pessoas todos os dias.

– É apenas uma forma de proteção. Outro dia ela cuspiu no rosto de uma das professoras.

– E o que ela fez?

– Nada. Sabemos que isso é errado, mas ela não sabe.

Olhamos para Rachel, que ainda brincava com o gloss.

– Rachel parece ser legal.

– Ela é, mas não é compreendida por todos.

Me levantei, caminhei até ela e aproximei minha mão de seu braço.

– Não toque nela.

– Por que não?

– Ela não gosta. Tem que ser no tempo dela.

Olhei para seu rosto, seus olhos brilhavam.

– Rachel, quer ficar com meu gloss?

– Gloss.

– Sim, meu gloss.

– Meu gloss.

Eu sorri, olhei para fora e uma borboleta voando no jardim.

– Olhe Rachel, uma borboleta. – eu disse, apontando.

– Joaninha.

– Não, é uma borboleta.

– Joaninha! – ela gritou.

– Está bem.

A orientadora se levantou e se aproximou.

– Está na hora de você ir, Santana.

– E ela?

– Sua mãe virá lhe buscar.

Peguei minha mochila que havia deixado no chão perto da porta, olhei para Rachel e sorri.

– Até amanhã, Rachel.

– Amanhã. – ela respondeu, voltando a se sentar.

Assim que me aproximei do jardim, olhei para a borboleta, ela pousou em uma flor, me aproximei e vi uma joaninha, sorri e fui para casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É o seguinte. Postei esse cap. agora, mas não sei quando postarei o próx. então.. tenham paciência. Obrigada. Esperam que tenham gostado.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Hard Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.