Um destino distante escrita por Laura Marie
– Vá com calma, mon ami! – Disse Remy assim que se deparou com Louis segurando a sua filha fortemente pelo braço.
Louis e Rebecca se assustaram com a chegada repentina do Cajun. Sendo assim, Louis sem querer deu uma brecha, fazendo com que Rebecca conseguisse se soltar.
– Remy, eu acho melhor você ficar fora disto! – Disse Louis.
– O que você pensa que está fazendo? Eu ouvi vocês dois discutindo, e quando chego aqui, vejo você agarrando a minha filha à força! Afinal, o que está acontecendo aqui?
Um silêncio surgiu entre eles. Até mesmo a Rebecca, que aparentemente era a vítima naquela situação, abaixou a cabeça e preferiu não responder.
– Vamos! Estou esperando a resposta! – Disse Remy, que já estava irritado com aquele silêncio.
Sendo assim, Rebecca não teve outra escolha a não ser se aproximar do pai e lhe dizer a primeira coisa que veio à cabeça.
– Não é nada, pai! Louis é sempre assim. Ele nunca se conformou com o fim de nosso namoro.
– Oras, não seja ridícula! – Disse Louis em um impulso.
Com o protesto de Louis, Remy imediatamente deduziu que a filha estava mentindo para proteger o intruso.
– Sinto muito, chérie. Mas eu vou perguntar só mais uma vez, o que está acontecendo aqui?
– Pra mim chega! – Disse Louis – Rebecca, se você não quiser vir, ótimo! Eu já cansei de me importar com você a troco de nada! Fique com o seu diretorzinho aí, e encare sozinha as conseqüências!
Em seguida, Louis foi embora rapidamente e com uma expressão irritada, mas também desiludida. Rebecca tentou o impedir de ir embora, mas foi em vão. Era evidente que ela não queria que o rapaz fosse embora dali naquele estado.
– Então é o Haller?
– O quê? – Rebecca se virou rapidamente para o pai assim que ouviu tal pergunta.
– O seu namoradinho secreto é o diretor Lucas Haller, não é?
– Pai, não é o que você está pensando...
– Por que você não me contou? – Disse Remy, que parecia não aprovar muito a verdade.
– Pai... Não é pessoal, mas é como se fosse um segredo...
– Segredo? Agora tudo faz sentido quando o Oliver disse que você tinha os seus motivos por ter ficado aqui no Instituto. Aliás, você estava saindo era do quarto dele, não é?
– Ah, fala sério! Não me diga que você está bolado por causa disso?
– Você mentiu pra mim, Rebecca!
– Eu não menti! Eu só omiti os fatos...
– E isso é a mesma coisa que mentir! – Remy estava furioso, mas assim que se deu conta do olhar assustado da filha, ele tentou se acalmar – Olha, eu só estou preocupado, eu não confio muito neste cara.
– Mas eu confio nele! – Disse Rebecca em um tom mais alto – Eu sempre fui apaixonada pelo Lucas e ele por mim! Nós só mantemos o nosso namoro em segredo porque namorar uma das alunas poderia ser ruim para a imagem dele como diretor.
– Então é isso o que você quer? Viver uma vida em segredo?
– Se for viver com Lucas, por mim, isso não tem problema.
– E eu por acaso sabia desse romance?
– Não, porque você nunca se importou com a minha vida!
As palavras da filha bateram fortemente dentro de Remy. Ele percebeu que realmente não tinha sido um pai cuidadoso no passado, que mal pôde acompanhar a vida dos filhos - o que, inclusive, gerou um grande rancor no coração de seu filho mais velho.
– Désolé, chérie...
Rebecca se surpreendeu com as palavras do pai. Aliás, ele não tinha feito nada de errado para se desculpar. Ela sabia muito bem que um pai deveria proteger os filhos a qualquer custo - ainda mais as filhas, com quem os pais costumam ser mais ciumentos. No entanto, Remy, infelizmente, nunca foi capaz de expressar esses sentimentos por ela quando ainda estava vivo.
– Tudo bem... – Disse ela que, em seguida, foi embora apressadamente, impedindo que aquela discussão se prolongasse mais.
Remy a deixou ir. Ele sentia uma sensação estranha: um arrependimento por coisas que ele não se lembrava de tê-las feito. Então lá estava ele: um mutante perdido no tempo, um pai fracassado. Naquele momento, ele também começou a se perguntar se ele também tinha sido um péssimo marido para a Vampira.
– Está tudo bem? – Disse Melissa, a outra filha de Remy, que acabara de chegar ao local.
– Ouí...
– Isso não soa como um “sim” tão convincente – Disse Melissa, tentando reanimar o pai – Eu senti que havia um intruso no Instituto. Então quando estava vindo para cá, eu ouvi toda a discussão.
– Eu sou pior do que eu imaginava. Por que eu fiz essas coisas? Eu acredito que eu tenha sido um péssimo pai para você também, non?
– Bem, falando francamente, você se transformou em um homem muito concentrado no trabalho. E você se transformou nisso por minha causa, porque eu não pude conciliar os dois clãs. Acho que é por isso que a Rebecca me odeia...
– Você não tem culpa de nada, chérie. Eu tentei ajudar você, e eu decidi voltar para o clã por espontânea vontade – Disse Remy – E a Rebecca não te odeia. Ela só tem ciúmes de você comigo.
– Na verdade... Não é só você que ela sente ciúmes...
– Como assim?
– Ela senti muito ciúmes de mim com o Lucas – Disse Melissa – Eu sou a vice-diretora do Instituto, por isso nós dois estamos sempre juntos. Além disso, nossos poderes são semelhantes, e o Lucas precisa de minha ajuda para controlar os poderes.
– Então você sabia sobre o romance dos dois?
– Acho que é difícil guardar segredos de uma telepata – Disse Melissa em um tom de brincadeira –Mas, por favor, não se culpe! Nem mesmo você, que sempre foi muito esperto, descobriria isso.
– Obrigado por tentar me fazer sentir melhor, chérie. Mas já era de se imaginar que aquela coisa de “senhor Haller” pra cá e “senhorita LeBeau” pra lá era tudo fachada!
– O Lucas é um homem muito discreto, pai. Eu acredito que ele tenha boas intenções com ela.
– Bon, se ele é tão seu amigo assim, acho que eu devo confiar no que você diz.
Melissa sorriu para o pai. Mas não demorou muito para que o seu ar de alegria e tranqüilidade desse espaço para uma expressão séria.
– Pai, eu também tenho que te contar outra coisa.
– Hum? Não me diga que você também tem um namorado!? – Brincou Remy.
– Oh, não! – Disse Melissa em um tom meio envergonhado - É sobre o motivo do Louis ter vindo até aqui.
– Por mais que seja muito estranho, acho que devo acreditar no que a Rebecca disse. Aquele garoto é realmente um ex-namorado inconformado.
–De certa forma, isso é verdade. Mas ele veio até aqui por outro motivo...
– O que é, então?
– Ele estava tentando tirar a Rebecca do Instituto.
– Bon, isso eu percebi, mas por quê?
– Porque os X-Command vão invadir o Instituto amanhã à noite!
– O que? – Remy se assustou quando ouviu tal informação.
– Eu li a mente dele assim que ele entrou no território do Instituto. O meu irmão veio aqui para proteger a Rebecca.
– E por que ela não me contou isso? Por que ela mentiu para mim de novo?
– Por mais que ela tenha fama de traidora, Rebecca é ainda leal ao irmão e seus amigos. Foi uma decisão difícil para ela, mas ela escolheu protegê-los e impedi-los sozinha quando chegasse à hora.
– Isso seria loucura!
– Sim – Disse Melissa – Por mais que ela seja uma mutante forte, ela nunca seria capaz de parar a todos sozinha!
Remy começou a andar pelos lados preocupado. Afinal, a sua mente já estava confusa demais por ter descoberto que sua filha é loucamente apaixonada pelo homem que o assassinou. De qualquer forma, como X-Men, e também como pai, ele deveria tomar alguma atitude para proteger a todos.
Sendo assim, parece que uma idéia veio à sua mente quando ele parou de caminhar. Finalmente, aquela poderia ser a hora em que ele poderia agir como pai.
– Para onde você vai? – Disse Melissa assim que o pai se virou e começou a caminhar para fora do jardim.
– Fique aqui, chérie. Acho que eu sei como impedir isso!
Melissa entendeu o que pai queria dizer, então preferiu obedecê-lo. Logo, não demorou muito para que ela o escutasse arrancando a motocicleta a toda velocidade, a fim de colocar o seu plano em ação.
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