Um destino distante escrita por Laura Marie


Capítulo 7
Como se fosse realidade




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/441272/chapter/7

Já estava escurecendo quando Remy e Rebecca voltaram para a Mansão. Após o choque que tivera ao se deparar com sua própria sepultura (e o pior: ver a sepultura de sua amada e seus amigos), Remy já não sabia mais o que deveria fazer. Aliás, o Lucas ainda não tinha esclarecido toda a verdade a ele. Sendo assim, quando voltou à Mansão, Remy foi procurá-lo novamente.

– Teve uma tarde agradável, senhor LeBeau? – Disse Haller enquanto preparava uma xícara de chá.

Ouí... Quer dizer, foi maravilhoso conversar com a Rebecca...

– A senhorita LeBeau é realmente encantadora... Com todo o respeito, é claro!

– Ela é linda, doce, inteligente... Confesso que não estou acreditando que eu terei uma filha como ela!

– A sua filha também evoluiu muito com os seus poderes. Mas ela sempre sentiu a sua falta, assim como o seu filho.

– É, eu imagino... Rebecca me contou o que aconteceu entre nós dois.

De repente, um breve silêncio surgiu entre os dois. Remy parecia tão distante em seus pensamentos que até se esqueceu do assunto que tinha a tratar com o Lucas.

– O senhor está bem?

– É... estou – Disse Remy, que parecia ter sido despertado de um transe – Eu só ainda estou confuso com o que está acontecendo... Não só aqui, mas também no meu tempo, no passado...

– Sente falta de sua esposa?

Ouí... Vampira não é minha esposa, e nem sei se é minha namorada mais... Mas sim, eu sinto falta dela.

– Bem, eu sugiro que deixemos a nossa conversa para amanhã. O senhor já levou muitos sustos por hoje. É melhor descansar agora. O senhor pode ficar aqui, se quiser.

Remy não hesitou em aceitar o convite de Lucas. Sua cabeça estava pesada e cansada – afinal, ele nem sabia que seria realmente bem-vindo em seu antigo apartamento, agora ocupado pelo seu filho e os outros X-Command.

Sendo assim, Lucas pediu para que uma das governantas da Mansão levasse o visitante até um quarto de hóspedes. Chegando lá, Remy percebeu que o quarto estava muito bem arrumado, como se estivesse aguardando a sua chegada. No entanto, Remy não conseguia dormir. Era um sentimento estranho: ele estava em casa, mas sentia que não era o seu verdadeiro lar. E por mais que estivesse cansado, ele não parava de pensar nas coisas que descobriu sobre o seu futuro. Além disso, ele também pensava em Vampira. Afinal, eles realmente iriam reatar? Quando voltar ao passado, ele será capaz de consertar tudo e viver feliz com Vampira e sua futura família?

–---------------------------------------------------------------------------------------------------------

Já eram quase seis horas da manhã, e a fraca luz do dia já penetrava no quarto por trás das cortinas. Remy não conseguia mais ficar inquieto na cama. Sendo assim, ele resolveu se levantar.

A Mansão estava vazia – certamente todos ainda estavam dormindo. Enquanto isso, Remy traçava o caminho até à cozinha, mas parecia que ela não estava no mesmo lugar de antes. “Perdido em minha própria casa, ótimo!”, pensava ele. De repente, enquanto caminhava pelos corredores à procura da cozinha, ele viu Rebecca saindo de um quarto, só de camisola. Ela fechava a porta cuidadosamente, como se não quisesse fazer barulho (e também não ser vista por ninguém).

– Você sempre levanta cedo, chérie?

Rebecca levou um grande susto quando ouviu a voz do pai. Ela praticamente deu um pulo, e começou a tremer quando viu que tinha sido descoberta.

– O que você está fazendo aqui? Você me assustou!

Pardon, chérie! Eu não quis assustá-la... Mas por que você acordou tão cedo?

– Bem... Eu...Eu... Estava indo à cozinha beber um pouco de água...

– Ótimo! Então podemos ir juntos!

– Não! – Disse Rebecca em um tom alto – Quero dizer, eu tenho que me vestir e ir ao banheiro primeiro!

– Você está bem, chérie? – Disse Remy que, imediatamente, notou o estranhamento da filha.

– Sim, sim, eu estou bem! Você só me assustou!

Bon... Pensei que a ala do dormitório feminino ficasse em outro andar... – Disse Remy com um tom de desconfiança.

– Pai, eu tenho que ir agora, se não nós dois vamos acordar a Mansão inteira! Depois a gente se fala!

Rebecca saiu do corredor imediatamente. Remy não conseguiu compreender o comportamento da filha. Mas uma coisa ele tinha certeza: ela estava escondendo algo dele. Remy pensou em entrar naquele quarto para ver o que tinha lá, mas preferiu em não arriscar (aliás, poderia ser o quarto de alguém).

–---------------------------------------------------------------------------------------------------------

As horas foram se passando e já estava quase na hora do almoço. Enquanto Remy perambulava pelos corredores, ele avistou a sua filha conversando com um grupo de meninas.

– Hey, chérie! Me desculpe por interromper, mas você tem um tempinho?

– Aah... Claro! – Disse Rebecca que, em seguida, se despediu das amigas, às quais não tiravam os olhos do pai dela.

– Me desculpe pelo contra-tempo de hoje cedo...

– Tudo bem, pai! - Disse Rebecca enquanto desviava o olhar.

– Você tem aula hoje à tarde?

– Não... Por quê?

– Eu estava pensando em darmos uma volta pela cidade... Sei lá, passear no shopping ou coisas assim...

Rebecca apenas respondeu com um sorriso – o que relativamente significava um “sim”.

–---------------------------------------------------------------------------------------------------------

Sendo assim, Remy e Rebecca tiraram a tarde para ter um dia de “pai e filha”. Primeiro, eles foram assistir a um jogo de Hockey. Remy descobriu que sua filha era fanática pelo esporte, principalmente pelo time New York Rangers. Já ele não achava graça no Hockey, pois sempre preferiu o Futebol Americano, sendo um fiel torcedor do New Orleans Saints. No entanto, ele ficou feliz ao ver a filha sorrindo enquanto assistia e torcia pelo time.

Rebecca saiu do estádio sorrindo alegremente, pois o New York Rangers havia ganhado a partida. Após o jogo, os dois foram dar uma volta no shopping – assim como Remy tinha o costume de fazer com a Vampira. Rebecca parecia apreciar muito a presença do pai, tanto é que os dois andavam de braços dados por todos os lados. Em seguida, eles fizeram uma pausa para o lance.

– O Oliver sabe que você pegou a motocicleta dele? – Disse Rebecca após tomar um gole de seu Milk Shake.

– Digamos que eu peguei emprestado... Mas sem avisar!

– Então se prepare, Remy LeBeau. Pois o Oliver alma aquela moto mais do que a sua própria vida!

–Mas eu sou um ladrão, esqueceu? Já estou acostumado com estas situações de risco.

Rebecca riu. Pelo visto o seu pai sempre foi a mesma pessoa com suas piadas e sarcasmos.

– Sabe, nós não costumávamos fazer coisas assim...

– Como o quê? Passar o tempo juntos?

– Sim... Você sempre estava ocupado demais...

– Você me contou... Eu sinto muito, chérie. Espero poder me redimir agora.

– Você vai ficar aqui? – Disse Rebecca enquanto os seus olhos brilhavam ainda mais.

– Bem... Eu não sei... Talvez não, chérie... Eu ainda não sei, pois não conversei com o Lucas sobre isso.

Rebecca preferiu ficar em silêncio. Era evidente certa melancolia. Remy queria poder fazer alguma coisa, mas talvez nem suas palavras podiam ajudar. Era óbvio que Rebecca amava o pai, e finalmente os dois estavam tendo momentos que não foram capazes de os terem no passado. No entanto, em meio ao clima melancólico, Remy preferiu mudar (fugir) de assunto.

– E então... Você tem saído com alguém?

– Pai! De novo este assunto !? – Disse Rebecca com um tom irritado.

– O que foi? Eu só perguntei por perguntar!

– Tá legal! Antes que você me pergunte de novo: Sim, eu tenho saído com uma pessoa!

– Oh, é mesmo? - Disse Remy com um sorriso provocativo – Por acaso é alguém do Instituto?

– Agora você já está querendo saber demais, pai!

– Mas qual seria o problema em me contar? Não vai me dizer que você tem um namoradinho secreto?

– Pai, deixe de ser infantil, por favor! – Disse Rebecca ainda mais furiosa, empurrando o seu copo de Milk Shake para o lado.

– Você não estava saído do quarto dele hoje cedo, estava?

Os olhos de Rebecca se arregalaram quando ouviu tal pergunta. Ela definitivamente não era a melhor pessoa para contar mentiras.

– Pai! C-C-Claro que não...

– Então vocês dois já...?

– Pai, pelo amor de Deus! Eu não vou falar sobre sexo com você!

– Mas por que não?

– Porque é bizarro! Aliás, já está na hora de irmos embora. Vamos lá! – Disse Rebecca que, em seguida, se levantou bruscamente.

Remy riu. Enquanto Rebecca caminhava em sua frente, ele começou a perceber que, assim como a Vampira, Rebecca era uma péssima mentirosa.

–--------------------------------------------------------------------------------------------------------

Assim que voltaram à Mansão, Remy decidiu ter uma conversa definitiva com o Lucas. Quando ele estava se despedindo da Rebecca, ela o abraçou fortemente, e uma expressão de medo estava em seu olhar. Era óbvio que ela não queria que o pai fosse embora, mas ela também compreendia que o Remy deveria fazer o que ele achasse certo.

– Não se preocupe, chérie. Vai dar tudo certo!

Rebecca sorriu para o pai, mas ainda não estava convencida. Em seguida, Remy deu um beijo na testa da filha, e então, foi em direção ao escritório do Lucas.

–---------------------------------------------------------------------------------------------------------

Enquanto analisava alguns papéis, Lucas ouviu uma batida em sua porta.

– Sim, pode entrar!

Sendo assim, Remy entrou na sala, possuindo uma expressão nada agradável. Lucas percebeu que Remy estava muito sério e convicto em descobrir toda a verdade naquele momento.

Remy deu alguns passos à frente, ficando em frente à mesa de Lucas, encarando-o seriamente.

– Acho que agora nós precisamos ter uma séria conversa, diretor Lucas Haller!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um destino distante" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.