Um destino distante escrita por Laura Marie
Já estava escurecendo quando Remy e Rebecca voltaram para a Mansão. Após o choque que tivera ao se deparar com sua própria sepultura (e o pior: ver a sepultura de sua amada e seus amigos), Remy já não sabia mais o que deveria fazer. Aliás, o Lucas ainda não tinha esclarecido toda a verdade a ele. Sendo assim, quando voltou à Mansão, Remy foi procurá-lo novamente.
– Teve uma tarde agradável, senhor LeBeau? – Disse Haller enquanto preparava uma xícara de chá.
– Ouí... Quer dizer, foi maravilhoso conversar com a Rebecca...
– A senhorita LeBeau é realmente encantadora... Com todo o respeito, é claro!
– Ela é linda, doce, inteligente... Confesso que não estou acreditando que eu terei uma filha como ela!
– A sua filha também evoluiu muito com os seus poderes. Mas ela sempre sentiu a sua falta, assim como o seu filho.
– É, eu imagino... Rebecca me contou o que aconteceu entre nós dois.
De repente, um breve silêncio surgiu entre os dois. Remy parecia tão distante em seus pensamentos que até se esqueceu do assunto que tinha a tratar com o Lucas.
– O senhor está bem?
– É... estou – Disse Remy, que parecia ter sido despertado de um transe – Eu só ainda estou confuso com o que está acontecendo... Não só aqui, mas também no meu tempo, no passado...
– Sente falta de sua esposa?
– Ouí... Vampira não é minha esposa, e nem sei se é minha namorada mais... Mas sim, eu sinto falta dela.
– Bem, eu sugiro que deixemos a nossa conversa para amanhã. O senhor já levou muitos sustos por hoje. É melhor descansar agora. O senhor pode ficar aqui, se quiser.
Remy não hesitou em aceitar o convite de Lucas. Sua cabeça estava pesada e cansada – afinal, ele nem sabia que seria realmente bem-vindo em seu antigo apartamento, agora ocupado pelo seu filho e os outros X-Command.
Sendo assim, Lucas pediu para que uma das governantas da Mansão levasse o visitante até um quarto de hóspedes. Chegando lá, Remy percebeu que o quarto estava muito bem arrumado, como se estivesse aguardando a sua chegada. No entanto, Remy não conseguia dormir. Era um sentimento estranho: ele estava em casa, mas sentia que não era o seu verdadeiro lar. E por mais que estivesse cansado, ele não parava de pensar nas coisas que descobriu sobre o seu futuro. Além disso, ele também pensava em Vampira. Afinal, eles realmente iriam reatar? Quando voltar ao passado, ele será capaz de consertar tudo e viver feliz com Vampira e sua futura família?
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Já eram quase seis horas da manhã, e a fraca luz do dia já penetrava no quarto por trás das cortinas. Remy não conseguia mais ficar inquieto na cama. Sendo assim, ele resolveu se levantar.
A Mansão estava vazia – certamente todos ainda estavam dormindo. Enquanto isso, Remy traçava o caminho até à cozinha, mas parecia que ela não estava no mesmo lugar de antes. “Perdido em minha própria casa, ótimo!”, pensava ele. De repente, enquanto caminhava pelos corredores à procura da cozinha, ele viu Rebecca saindo de um quarto, só de camisola. Ela fechava a porta cuidadosamente, como se não quisesse fazer barulho (e também não ser vista por ninguém).
– Você sempre levanta cedo, chérie?
Rebecca levou um grande susto quando ouviu a voz do pai. Ela praticamente deu um pulo, e começou a tremer quando viu que tinha sido descoberta.
– O que você está fazendo aqui? Você me assustou!
– Pardon, chérie! Eu não quis assustá-la... Mas por que você acordou tão cedo?
– Bem... Eu...Eu... Estava indo à cozinha beber um pouco de água...
– Ótimo! Então podemos ir juntos!
– Não! – Disse Rebecca em um tom alto – Quero dizer, eu tenho que me vestir e ir ao banheiro primeiro!
– Você está bem, chérie? – Disse Remy que, imediatamente, notou o estranhamento da filha.
– Sim, sim, eu estou bem! Você só me assustou!
– Bon... Pensei que a ala do dormitório feminino ficasse em outro andar... – Disse Remy com um tom de desconfiança.
– Pai, eu tenho que ir agora, se não nós dois vamos acordar a Mansão inteira! Depois a gente se fala!
Rebecca saiu do corredor imediatamente. Remy não conseguiu compreender o comportamento da filha. Mas uma coisa ele tinha certeza: ela estava escondendo algo dele. Remy pensou em entrar naquele quarto para ver o que tinha lá, mas preferiu em não arriscar (aliás, poderia ser o quarto de alguém).
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As horas foram se passando e já estava quase na hora do almoço. Enquanto Remy perambulava pelos corredores, ele avistou a sua filha conversando com um grupo de meninas.
– Hey, chérie! Me desculpe por interromper, mas você tem um tempinho?
– Aah... Claro! – Disse Rebecca que, em seguida, se despediu das amigas, às quais não tiravam os olhos do pai dela.
– Me desculpe pelo contra-tempo de hoje cedo...
– Tudo bem, pai! - Disse Rebecca enquanto desviava o olhar.
– Você tem aula hoje à tarde?
– Não... Por quê?
– Eu estava pensando em darmos uma volta pela cidade... Sei lá, passear no shopping ou coisas assim...
Rebecca apenas respondeu com um sorriso – o que relativamente significava um “sim”.
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Sendo assim, Remy e Rebecca tiraram a tarde para ter um dia de “pai e filha”. Primeiro, eles foram assistir a um jogo de Hockey. Remy descobriu que sua filha era fanática pelo esporte, principalmente pelo time New York Rangers. Já ele não achava graça no Hockey, pois sempre preferiu o Futebol Americano, sendo um fiel torcedor do New Orleans Saints. No entanto, ele ficou feliz ao ver a filha sorrindo enquanto assistia e torcia pelo time.
Rebecca saiu do estádio sorrindo alegremente, pois o New York Rangers havia ganhado a partida. Após o jogo, os dois foram dar uma volta no shopping – assim como Remy tinha o costume de fazer com a Vampira. Rebecca parecia apreciar muito a presença do pai, tanto é que os dois andavam de braços dados por todos os lados. Em seguida, eles fizeram uma pausa para o lance.
– O Oliver sabe que você pegou a motocicleta dele? – Disse Rebecca após tomar um gole de seu Milk Shake.
– Digamos que eu peguei emprestado... Mas sem avisar!
– Então se prepare, Remy LeBeau. Pois o Oliver alma aquela moto mais do que a sua própria vida!
–Mas eu sou um ladrão, esqueceu? Já estou acostumado com estas situações de risco.
Rebecca riu. Pelo visto o seu pai sempre foi a mesma pessoa com suas piadas e sarcasmos.
– Sabe, nós não costumávamos fazer coisas assim...
– Como o quê? Passar o tempo juntos?
– Sim... Você sempre estava ocupado demais...
– Você me contou... Eu sinto muito, chérie. Espero poder me redimir agora.
– Você vai ficar aqui? – Disse Rebecca enquanto os seus olhos brilhavam ainda mais.
– Bem... Eu não sei... Talvez não, chérie... Eu ainda não sei, pois não conversei com o Lucas sobre isso.
Rebecca preferiu ficar em silêncio. Era evidente certa melancolia. Remy queria poder fazer alguma coisa, mas talvez nem suas palavras podiam ajudar. Era óbvio que Rebecca amava o pai, e finalmente os dois estavam tendo momentos que não foram capazes de os terem no passado. No entanto, em meio ao clima melancólico, Remy preferiu mudar (fugir) de assunto.
– E então... Você tem saído com alguém?
– Pai! De novo este assunto !? – Disse Rebecca com um tom irritado.
– O que foi? Eu só perguntei por perguntar!
– Tá legal! Antes que você me pergunte de novo: Sim, eu tenho saído com uma pessoa!
– Oh, é mesmo? - Disse Remy com um sorriso provocativo – Por acaso é alguém do Instituto?
– Agora você já está querendo saber demais, pai!
– Mas qual seria o problema em me contar? Não vai me dizer que você tem um namoradinho secreto?
– Pai, deixe de ser infantil, por favor! – Disse Rebecca ainda mais furiosa, empurrando o seu copo de Milk Shake para o lado.
– Você não estava saído do quarto dele hoje cedo, estava?
Os olhos de Rebecca se arregalaram quando ouviu tal pergunta. Ela definitivamente não era a melhor pessoa para contar mentiras.
– Pai! C-C-Claro que não...
– Então vocês dois já...?
– Pai, pelo amor de Deus! Eu não vou falar sobre sexo com você!
– Mas por que não?
– Porque é bizarro! Aliás, já está na hora de irmos embora. Vamos lá! – Disse Rebecca que, em seguida, se levantou bruscamente.
Remy riu. Enquanto Rebecca caminhava em sua frente, ele começou a perceber que, assim como a Vampira, Rebecca era uma péssima mentirosa.
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Assim que voltaram à Mansão, Remy decidiu ter uma conversa definitiva com o Lucas. Quando ele estava se despedindo da Rebecca, ela o abraçou fortemente, e uma expressão de medo estava em seu olhar. Era óbvio que ela não queria que o pai fosse embora, mas ela também compreendia que o Remy deveria fazer o que ele achasse certo.
– Não se preocupe, chérie. Vai dar tudo certo!
Rebecca sorriu para o pai, mas ainda não estava convencida. Em seguida, Remy deu um beijo na testa da filha, e então, foi em direção ao escritório do Lucas.
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Enquanto analisava alguns papéis, Lucas ouviu uma batida em sua porta.
– Sim, pode entrar!
Sendo assim, Remy entrou na sala, possuindo uma expressão nada agradável. Lucas percebeu que Remy estava muito sério e convicto em descobrir toda a verdade naquele momento.
Remy deu alguns passos à frente, ficando em frente à mesa de Lucas, encarando-o seriamente.
– Acho que agora nós precisamos ter uma séria conversa, diretor Lucas Haller!
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