Um destino distante escrita por Laura Marie
Oliver e Louis desceram até à garagem do prédio para se prepararem para sair. Mas, de repente, Oliver parou em meio à garagem, e começou a olhar ao seu redor, como se alguma coisa estivesse faltando naquele local.
– O que foi? – Disse Louis ao perceber o estranhamento do amigo.
– Onde está a minha moto?
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Não tão distante do antigo prédio, Gambit chegara ao Instituto Xavier (ou aquilo que aparentava ser), montado em uma motocicleta. Gambit tirou o seu capacete, e entre as grades do portão, avistou uma grande e estranha mansão. Definitivamente ela não se parecia nada como era antigamente.
Após admirar a imensa casa, Gambit desceu da moto e se aproximou mais do portão. Tratando-se de um ladrão, ele poderia facilmente entrar. No entanto, ele preferiu arriscar, utilizando o método tradicional de se entrar no Instituto: Gambit colocou a sua mão no identificador de digitais, e para a sua surpresa, funcionou.
– “Bem-Vindo ao Instituto Charles Xavier, Senhor LeBeau!”, disse uma voz por trás do interfone enquanto os portões se abriam.
Mesmo com a reconstrução da Mansão, os dados de Gambit ainda permaneceram lá. Sendo assim, após os portões se abrirem, ele não perdeu tempo para entrar. Tudo parecia maior do que era antes – havia mais prédios, como se fossem uma espécie de vários dormitórios. No entanto, o campus parecia vazio – mas poderia ser pelo fato que era dia de domingo.
Gambit se sentia estranho ao caminhar pelo terreno de sua própria casa. Afinal, aquele lugar não parecia ser o seu lar. Assim que avistou a entrada da Mansão principal, Gambit se hesitou em entrar. Não era medo, mas ele não sabia o que poderia esperar de lá de dentro. No entanto, ele não podia perder mais tempo. Gambit suspirou fundo e entrou.
A Mansão era ainda maior do que aparentava ser do lado de fora. “Agora sim eu me sinto perdido”, pensou Gambit. Ele definitivamente não fazia ideia para onde ia. Certamente a sala da direção não estava mais no mesmo lugar. No entanto, Gambit avistou quatro meninas caminhando em sua direção.
– Com licença, Mademoiselles! – Disse Gambit assim que as meninas chegaram até ele – Eu estou procurando por Lucas Haller. Vocês poderiam me dizer onde fica a diretoria?
As meninas ficaram sem ar quando aquele belo e estranho visitante falou com elas. No entanto, uma das garotas passou à frente.
– Eu posso te levar até lá!
– Merci, chérie!
Enquanto caminhavam pelos corredores, a garota discretamente flertava o estranho. Gambit também não deixava de olhar para ela, mas, por incrível que pareça, ele não tinha segundas intenções. O Cajun estranhou o fato de que a garota não tinha o reconhecido – apesar que ele também não a conhecia.
– Você é novo aqui? – Perguntou a garota.
– Bon... Podemos dizer que sim...
– Qual é o seu nome?
Antes que o Cajun pudesse a responder, um homem alto, de cabelos e barba escura, apareceu em sua frente.
– Seja Bem-Vindo ao Instituto Xavier, Remy LeBeau!
– Você??
Remy imediatamente reconheceu aquela voz. Ele não conhecia aquele homem, mas a sua voz sim. Foi aquela voz que ele tinha ouvido na Mansão antes de viajar para o futuro.
– Muito obrigado por guiar o nosso visitante! – Disse o homem à garota – Mas se você não se importa, eu e o senhor LeBeau precisamos conversar à sós agora.
– C-Claro...! – A menina foi embora, mas ainda olhava para Remy. Mas, desta vez, ela estranhou a surpresa do estranho ao encarar o seu diretor.
– Você é Lucas Haller?
– Sim. E eu acredito que você veio até aqui atrás de respostas.
– Ouí!
– Então acho melhor entrarmos em meu escritório.
Sendo assim, Lucas abriu uma porta naquele corredor, e juntos entraram no escritório. Era uma sala bem maior do que a que Xavier e a Tempestade costumavam ficar. Em seguida, Lucas se sentou em sua cadeira.
– Por favor, sente-se.
– Non. Eu prefiro ficar em pé – Disse Remy em um tom rude – Quero que seja direto: o que você quer de mim?
– Imagino que você já sabe como veio parar até aqui...
– Mais ou menos. Eu só sei que você é quem foi que me trouxe aqui. Eu só não sei como e por quê.
– Bem, eu sugiro que nós nos apresentemos primeiro, apesar que nós já nos conhecemos no passado – Lucas disse humoradamente – O meu nome é Lucas Haller e há alguns anos eu descobri que era filho de Charles Xavier.
– Isso já sei!
– Sim. E também sabe que eu vim para cá para poder ocupar o lugar do meu pai.
– Mas pelo visto você meteu os pés pelas mãos, digamos! – Remy disse sarcasticamente.
Ao ouvir tal provocação, Lucas sentiu um calafrio. Certamente sentira remorso pelas suas ações passadas.
– Podemos dizer que sim. Eu confesso que não queria começar esta conversa lamentando pela sua morte. Mas pelo visto você não me deixa escolha. É difícil de se acreditar, mas o resposável pela sua morte, da sua esposa e de seus amigos não foi eu.
– Como assim? A história que eu ouvi era diferente!
– Você não me conhece, Remy – Disse Lucas em um tom mais sério – Os meus poderes, eles é que foram os responsáveis por aquela tragédia.
– S'il vous plaît, não banque a vítima!
– Eu vou contar a minha história, senhor LeBeau. Então aconselho que você se sente, pois será uma longa conversa.
Sendo assim, Gambit prefiriu não hesitar. Ele finalmente se sentou, à espera do que aquele estranho tinha a dizer.
– Como sabe, eu sou filho de Charles Xavier, o fundador dos X-Men, e minha mãe se chama... se chamava Gabrielle Haller, uma israelense e embaixadora da Grã-Bretanha. Os meus pais se conheceram e tiveram um caso em Israel, mas quando Xavier partiu, não sabia que minha mãe estava grávida de um filho seu. Ela sempre me escondeu de Xavier.
– Então ele morreu sem saber de sua existência? – Gambit o interrompeu com sua curiosidade.
– Não. Ele me descobriu alguns anos antes de morrer, mas nunca revelou isto a ninguém, nem mesmo para seus melhores amigos. Mas continuando, eu e a minha mãe vivíamos nos mudando de um lugar para o outro devido à sua profissão. No entanto, quando estávamos morando em Paris, fomos atacados por um grupo terrorista que matava cada judeu que pudesse encontrar – Um clima de melancolia tomou conta do tom de Lucas – Eles mataram o meu padrinho bem diante de meus olhos. Eu só tinha 13 anos. Com tanto terror diante de mim, os meus poderes telepáticos despertaram, e assim eu incinerei os cérebros dos assassinos.
– Incinerou?
– Sim. A Pirocinese é o meu ponto forte. No entanto, eu senti os pensamentos e emoções daquelas pessoas morrendo. Todo este horror traumatizou a minha mente, eu fiquei sem reação, era uma dor insuportável! Nisto, a consciência do líder dos terroristas, Jemail Karami, foi absorvida em minha mente, fundindo, então, em duas mentes.
Gambit começava a entender o que Lucas queria dizer ao contar aquela história.
– Para resumir a história, posso dizer que as primeiras pessoas que eu matei vivem dentro da minha mente.
– Assim como a...a Vampira?
– Sim, mais ou menos. Porém, Karami, assim como mais duas pessoas que vivem dentro de mim, consegue assumir o controle da minha mente. Sendo assim, eles também controlam minha personalidade e os meus poderes...
– Então o que aconteceu foi que este tal de Karami assumiu o controle e destruiu a Mansão usando o seu corpo e seus poderes? – Concluiu Remy.
– Não só o Karami, mas também o Jack e a Cyndi, que são as outras duas pessoas. Karami tem o poder de telepatia, capaz de ler mentes e projetar seus pensamentos nas mentes dos outros. Jack é capaz de levitar objetos e criar campos protetores de força impenetráveis ao redor de si. E Cyndi, com seu poder de pirocinésia, é capaz de "criar" fogo. Quando estas três personalidades se unem, o resultado é catastrófico!
– E foi exatamente isso que aconteceu, não é?
– Exato...
Remy parou para refletir. Era muita informação por si só. Ele sentiu que Lucas estava sendo verdadeiro, apesar de ser uma história muito complexa.
– E o que aconteceu depois? Quero dizer, como você conseguiu se controlar depois que destruiu tudo e a todos?
Antes que Lucas pudesse o responder, uma inesperada pessoa chegara à sala.
– Quanto tempo, Remy LeBeau! – Disse uma voz feminina.
Remy se levantou e se virou imediatamente, e em seguida, avistou uma mulher loira e de olhos azuis, e que aparentava ter aproximadamente uns 30 anos.
– Melissa ?!
A mulher realmente era a sua filha que tinha conhecido alguns meses atrás. Assim que ouviu o seu nome sendo pronunciado pelo pai, Melissa foi até ele e o abraçou.
– Fico tão feliz por você ter me reconhecido!
Remy ficou ainda mais confuso. Ele ficou feliz em revê-la, mesmo estando mais velha.
– Eu também fico feliz em te ver, chérie! Mas eu fico surpreso por você não estar surpresa!
– Não se preocupe, pai! Você vai entender tudo em breve! – Disse Melissa com um sorriso. Em seguida, ela foi até o Lucas e ficou ao seu lado.
– A Melissa é a resposta para a sua pergunta, senhor LeBeau – Disse Lucas.
– Ela ?!
– Sim. Melissa é uma telepata poderosa, podendo até mesmo me confrontar.
Enquanto Lucas explicava, Remy admirava a bela e poderosa mulher que sua filha mais velha havia se tornado.
– Apesar de ter sido tarde demais, Melissa conseguiu me controlar, suprimindo as três personalidades no interior da minha mente.
– Há quanto tempo você está aqui? Quero dizer, desde quando você é uma X-Men?
– Um tempo antes do Lucas vir para cá... – Disse Melissa. No entanto, era possível notar um tom de melancolia em sua fala. Parecia que ela carregava certo fardo por não ter conseguido salvar o seu pai há tempo no passado.
– Bon... Você me contou esta história toda, e apesar de eu ainda não estar totalmente conformado, você ainda não respondeu a minha pergunta – Remy voltou com o seu tom sério – Por que me trouxe aqui?
Novamente, antes que Lucas pudesse o responder, outra repentina pessoa chegara ao local.
– Me chamou, senhor Haller? – Disse uma doce e delicada voz feminina.
Remy, que estava de costas à tal pessoa, se assustou quando ouviu aquela voz - apesar que ele não fazia ideia sobre quem ela seria...
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