Um destino distante escrita por Laura Marie


Capítulo 1
Desvios


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal!

Como prometido, aqui está a terceira temporada da série de fics "Destino".
Sendo assim, para quem ainda não leu a minha fic anterior, eu aconselho que a leia para um melhor entendimento desta nova jornada!

Espero que gostem!
Boa leitura!
;-)



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Era uma madrugada quente de verão. Todos que residiam ali, naquela curiosa Mansão para “humanos super dotados”, estavam dormindo, apesar da alta empolgação para a festa do dia seguinte. No entanto, uma moradora em particular ainda estava acordada. A mutante de mechas brancas estava lá, sozinha na cozinha, enquanto encarava a sua tigela de cereal – porém, a festa não era o motivo de sua insônia.

Ela parecia estar longe em seus pensamentos enquanto olhava para a sua refeição. Parecia que ela não estava com fome, pois apenas encarava a tigela e brincava com a colher. Além disso, um olhar melancólico era eminente. Vampira não sabia mais como seria o curso de sua vida. Na verdade, nem mesmo ela sabia o que queria em sua vida. No entanto, uma decisão rápida e correta era muito necessária para o momento. Agora, ela teria que pensar por dois.

Enquanto estava mergulhada em suas dúvidas, Vampira tocou em sua barriga. Ela sorria ao pensar que estava carregando uma vida dentro de si – dentro de um corpo que ela mesma temia. Uma vida estava sendo milagrosamente gerada dentro de um ser intocável e mortal. Algo que era impossível para Vampira acabou se tornando possível. Sendo assim, Vampira se sentia mais humana. No entanto, ela ainda sentia um vazio dentro de si.

A sua vida ainda não estava completa - o vazio em seu coração era a prova disso. Ela não podia negar para si mesma que o que ela mais queria era perdoar o homem que amava. No entanto, a raiva e a tristeza criaram um bloqueio mais poderoso que os seus poderes, que fizeram afastar o homem de sua vida.

Vampira não estava relativamente sozinha. Apesar de estarem separados, Remy sempre estava próximo a ela. Sempre estava preocupado se ela e seu bebê estavam bem ou se precisavam de alguma coisa. Além disso, também era evidente que o que o Cajun mais queria era reatar com a amada, para que, juntos, pudessem formar uma família.

Voltando àquela madrugada, Vampira se despertou de seu transe quando ouviu os passos de alguém se aproximando.

- Você está bem? – Disse Remy assim que chegou à porta da cozinha.

- Uhum... Está tudo bem.

Um silêncio permaneceu entre os dois. Remy havia acabado de chegar à Mansão. Apesar de não ser uma época propícia, ele gostava de sair à noite (como sempre) para tentar esvaziar a sua mente.

- Você tem uma consulta com o Hank hoje, non?

- Bem, na verdade, isso aconteceu ontem...

- O quê? – Remy se assustou.

- Eu fui ao médico na cidade ontem. Não se preocupe, está tudo bem!

Remy não sabia mais o que dizer. Era evidente que ele não aprovou tal atitude de Vampira.

- Vampira, você não me avisou sobre isso. Na verdade você nunca me avisa nada! Eu, como pai, tenho a obrigação de acompanhar a sua gravidez!

Vampira preferiu não responder. Ela voltou a encarar a sua tigela de cabeça baixa. Ela sabia que estava errada ao tentar afastar o Remy de seu filho. No entanto, o que ela pretendia fazer era tentar se desapegar a ele.

- E quanto ao Hank?

- Eu desmarquei com ele... – Vampira o respondeu sem olhar para ele.

- Olha, Vampira, eu sei que você sabe o que é melhor, mas eu sugiro que a melhor opção seja o Hank. Os outros médicos não têm muitas experiências com mutantes, principalmente com um caso delicado.

- Você está dizendo que a minha gravidez é um caso delicado? – Vampira finalmente olhou para ele, mas com uma expressão séria.

- Bem... A sua mutação é um caso especial, Vampira...

- Eu sei o que você está tentando dizer, Remy. Você quer dizer que eu posso ser um perigo para o meu próprio filho!

- Não! Eu não quis dizer isso, Vampira!

- Sim, você pensa exatamente isso! Assim como todo mundo da Mansão pensa! – Vampira, em seguida, se levantou e foi embora da cozinha apressadamente.

Já Remy ficou lá, decepcionado com o curso que as coisas estavam tomando. Ele e Vampira discutiam cada vez mais. Remy jamais queria aquilo. Agora, tudo o que queria era viajar no tempo para poder consertar o seu erro. No entanto, tudo parecia ser tarde demais.

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Na noite do dia seguinte, todos estavam muito animados com a festa de início das férias de Verão. O salão da casa estava lindamente decorado, e boa música e comida colaboravam com o espírito do ambiente. No entanto, nem todos os mutantes estavam na festa.

Vampira, como de costume, estava sozinha em seu quarto, viajando em seus pensamentos enquanto abraçava um travesseiro. Mas, de repente, uma batida na porta lhe chamou atenção.

- Ei, Vampira! Somos nós, Jubileu e Kitty!

Vampira sabia exatamente o que as duas amigas estavam fazendo ali. E por mais que ela quisesse fugir, acabou atendendo o chamado.

- Podem entrar!

- O que você está fazendo? – Disse Jubileu assim que avistou a amiga deitada na cama.

- Como assim?

- Vampira, por favor! Era para você está arrumada! A festa já está bombando lá embaixo!

- Sem chance, Jubileu! Não tenho condições de ir a esta festa e você sabe porque!

- Dá um tempo, Vampira! – Disse Kitty, que se sentou na beira da cama – Gravidez não é doença, e há apenas um mês! Nem dá pra perceber!

- Mas não é isso, Kitty. Eu só não estou em clima de festa.

- Ah por favor, Vampira! Anime-se!

Vampira ficou em silêncio. Ela queria perguntar sobre uma coisa, mas não sabia se era o certo a fazer. No entanto, para não permanecer na dúvida, ela decidiu arriscar:

- O Remy está lá?

- Não, ainda não.

- Eu acho que o vi sair hoje mais cedo – Disse Jubileu.

- É sempre assim. Ele sai e nem se importa com nada! – Vampira alterou o seu tom quando ouviu tal informação – E ainda por cima ele tenta bancar o “pai do ano”!

- Vampira, por favor, se acalme!

- E isso não vem ao caso agora! – Disse Kitty – O que importa agora é que você deve sair deste quarto e aproveitar a vida lá fora!

- Quer saber? Tem razão! – Disse Vampira que, em seguida, pulou da cama – Eu também tenho o direito de me divertir. Mas, por favor, meninas! Preciso da ajuda de vocês para eu me arrumar rápido!

- É isso aí, Vampira!

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Sendo assim, após se arrumar, Vampira desceu com as amigas para o salão da festa. Como sempre, Vampira estava encantadora. Ela usava um vestido preto um pouco formal, pouco decotado, e sua saia ia quase até aos joelhos. Com a ajuda de Jubileu, Vampira fez uma trança em seu cabelo, deixando suas mechas brancas soltas, ressaltando ainda mais o seu lindo rosto.

Assim que chegou lá, Vampira recebeu os cumprimentos de seus companheiros da Mansão, que estranhamente não os via por um bom tempo. No entanto, quando conversava com seus amigos, seus olhos estavam à procura de alguém. Era óbvio que ela estava lá para provocar o Gambit. Mas até o momento, ela não conseguiu avistar o seu alvo.

No entanto, Remy finalmente surgiu pela porta da Mansão. Ele parecia estar com uma expressão ótima enquanto permanecia parado na porta. Vampira até sorriu levemente quando o viu, pois se lembrou de quando o convidou pela primeira vez para uma festa no Instituto. Porém, a sua felicidade em vê-lo não foi duradora. De repente, apareceu uma mulher atrás de Remy, e juntos entraram na festa conversando e sorrindo.

Vampira sentiu o seu corpo gelar quando viu aquela acompanhante de seu ex-namorado. Ela não a conhecia, era uma mulher alta, de cabelos castanhos e olhos azuis, e aparentava ter aproximadamente uns 30 anos. Vampira ficou sem reação, mas ela imediatamente se virou para esconder a sua frustração. No entanto, Kitty, que estava ao seu lado, percebeu o que estava acontecendo.

- Vampira... Você está bem?

- Quem é ela? – Disse Vampira sem ao menos olhar para a amiga.

- Eu não sei. Eu nunca a vi por aqui.

- Já era de se esperar isso!

- Vampira, eu acho melhor nós...

- Não! – Vampira a interrompeu – Está tudo bem, Kitty! Vamos aproveitar a festa!

Vampira se virou novamente e tentou disfarçar a sua decepção com um sorriso. Enquanto isso, Remy e a mulher caminhavam pelo salão. Parecia que nada estava acontecendo entre eles. Remy apenas apresentava a mulher aos seus amigos do Instituto sem fazer cerimônia. Até que, de repente, Vampira e Kitty perceberam que os dois estavam indo em sua direção.

- Bonjour, mademoiselles!

- Oi, Remy!

- Oi... – Disse Vampira sem olhar para ele.

- Eu quero lhes apresentar a Dra. Leslie Marverick.

- Olá! Muito prazer em conhecer vocês! – Disse a mulher que esticou o seu braço para cumprimentar a Kitty.

No entanto, quando ela foi cumprimentar a Vampira, Leslie não foi correspondida. Vampira possuía uma expressão de raiva, mostrando que aquela estranha não era bem-vinda ali.

- Oi! – Disse duramente. Em seguida, Vampira olhou rapidamente para Remy e se retirou do local.

Todos ali ficaram pasmos com a atitude de Vampira, especialmente o Remy. Sendo assim, Remy achou melhor pedir licença às amigas para poder ir atrás dela.

Vampira caminhava apressadamente pelos corredores enquanto Remy corria atrás dela, chamando o seu nome. Vampira fingia que não ouvia. Apenas continuava andando apressadamente de cabeça erguida, até que Remy conseguiu alcançá-la.

- Ei! Vampira! Vampira! – Disse Remy que, em seguida, a segurou pelo braço – Ei! O que aconteceu lá embaixo?

- Você é muito cara de pau mesmo, Remy! – Disse ela após conseguir se soltar – Eu é que lhe pergunto o que aconteceu!

- Não precisava ter sido tão grossa com a Leslie!

- Remy, eu sei que estamos separados e você tem o direito de sair com quem bem quiser, mas eu estou esperando um filho seu e você pelo menos podia fingir que me respeita!

- Mas o que você está dizendo?

- O que eu estou dizendo? – Vampira ficava furiosa cada vez mais – Remy, você trouxe aquela mulher para cá só para me provocar!

- Isso não é verdade, Vampira! A Leslie é só uma amiga que eu conheci há uma semana.

- Só uma amiga? Por favor, Remy, me poupe!

- Acredite ou não, Vampira, mas a Leslie é a única pessoa que tem me ouvido ultimamente, e achei que não seria nada demais convidá-la para a festa.

- Ah, então além de você estar saindo com ela, você tem falado sobre a minha vida para ela, não é?

- Mas é claro que ela sabe quem você é! Você está grávida de um filho meu!

- Então eu me pergunto o que ela não deve saber sobre mim! – Disse Vampira que, em seguida, se virou para ir embora. No entanto, antes que pudesse dar o primeiro passo, Remy a segurou novamente.

- Olha aqui, Vampira! Também não tem sido nada fácil pra mim! Eu também precisava de alguém para conversar!

- E sair com outra mulher foi a solução?

- Eu já lhe disse que não aconteceu nada!

- Escute aqui, Remy! – Vampira aumentou o seu tom de voz e se afastou – Enquanto estou trancada naquele quarto, suspirando lamentações ao vento, você está por aí, tentando esquecer o que está acontecendo com outra mulher! Isto é uma questão de respeito, Remy! Só que você não tem nenhum respeito por mim e nem pelo seu próprio filho!

- Vampira...

- Chega, Remy! – Gritou Vampira – Deixe-me em paz! Eu...Eu...Eu te odeio!

Vampira saiu correndo em direção ao seu quarto enquanto escondia as lágrimas em seu rosto. Já Remy não conseguiu fazer nada, pois ficou em choque quando ouviu tais horríveis palavras. Ele, mesmo sem querer, errou novamente: fez a mulher que amava o odiar.

Remy caminhava pelos corredores decepcionado, enquanto imaginava que Vampira jamais o perdoaria. A partir daquele momento, ele também odiava a si mesmo. Remy caminhava sem rumo pelo Instituto, não fazia idéia para onde estava indo. Tudo o que ele queria era poder mudar aquela situação. Mas, de repente, ele encostou-se a uma parede e se sentou no chão. Ele definitivamente não tinha mais forças para continuar.

No entanto, de repente, Remy levantou a sua cabeça e olhou para uma estranha porta no fim do corredor. Ele finalmente se deu conta que jamais estivera naquele local da Mansão. Ele estava tão atordoado que nem percebeu para onde estava caminhando. Mas já que era um exímio curioso, Remy se levantou e foi em direção à porta.

- “Continue!” – Disse uma estranha voz.

Remy se assustou. Ele olhou para os lados, mas não viu ninguém por perto. Talvez pudesse ter sido a sua imaginação, já que ele não estava em seu melhor momento. No entanto, já que agora não tinha nada a perder, ele continuou caminhando até à porta.

Chegando lá, Remy viu que a porta possuía uma segurança muito reforçada. Certamente o que estava por trás daquela porta seria muito precioso. No entanto, antes que ele pudesse tocar no scanner de retina, a porta misteriosamente se abriu. Remy achou aquilo muito estranho. Ele olhou para trás e ainda não havia ninguém. Sendo assim, ele preferiu arriscar novamente.

A sala era pouco iluminada, parecia que ninguém ia lá há anos. Remy observava atentamente o lugar, e teve certeza que jamais estivera naquele local. E enquanto caminhava, a porta rapidamente se fechou. Remy se assustou e correu até ela, mas não conseguia a abrir.

- Ei! Abra a porta! Abra a porta! – Gritava ele enquanto batia fortemente.

- “Por aqui!” – Disse a voz misteriosa novamente.

- Quem está aí?

- “Por aqui! Siga em frente!”

Tudo parecia muito estranho, mas Remy não teve outra escolha a não ser em seguir aquela voz. Remy se virou e começou a seguir em frente, mas preparado caso acontecesse alguma coisa. De repente, em meio à escuridão, Remy bateu em alguma coisa. Um painel à sua frente ligou e iluminou toda a sala.

Remy observava atentamente aquele misterioso painel. Ele jamais havia visto algo parecido. E, de repente, um estranho objeto lhe chamou a atenção: um estranho capacete, também iluminado, estava ao seu lado.

- “Sente-se!”

- Quem é você e o que quer?

- “Apenas sente-se e use o capacete”

- Para quê? – Insistia Remy.

- “Obedeça e verá!”

Já que Remy estava trancado em uma sala, ele não tinha outra escolha. Sendo assim, ainda desconfiado, ele se sentou em uma cadeira próxima ao painel e colocou o capacete.

- “Feche os olhos”

- O que? – Remy estranhou o pedido – O que você pretende fazer?

- “Feche os olhos. Pode ser um pouco desconfortante”.

Remy se assustou com a última fala. Mas antes que pudesse reagir, ele sentiu uma forte dor em sua cabeça. Ele começou a gritar desesperadamente. Jamais havia sentido uma dor tão forte como aquela. Parecia que sua cabeça ia explodir enquanto ele se definhava em dor.

No entanto, quando Remy estava prestes a retirar o capacete e fugir daquela dor infernal, um forte clarão surgiu à sua frente.


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Notas finais do capítulo

Então galera, espero que vocês tenham curtido este primeiro capítulo! ;-)
Farei o possível para mantê-la atualizada o mais rápido possível!
E quem quiser conferir mais novidades sobre esta nova jornada, e também ter mais contato comigo, aqui está a minha página do Facebook: https://www.facebook.com/LauraMarieFics - Lembrando que os novos personagens que aparecerão por aqui já estão por lá ;-)

Obrigada pela leitura!
Abraços e até à próxima!
:*



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