Fazia dez anos que Eric e Harry os gêmeos Potter foram deixados na frente da porta da casa dos tios, Harry por mais comportado que fosse e por mais que fingisse muitas vezes não existir, era protegido de apanhar de Duda pelo irmão Eric, apesar de gêmeos eram diferentes, um ruivo outro com cabelos pretos, mas sempre eram unidos e nunca brigavam entre si, apesar de Eric ser o total oposto do irmão. Harry acordou sentindo um peso em cima dele, ele olhou a forma embaçada, já que estava sem óculos e logo reconheceu o pé do irmão em cima dele, empurrou para o lado e escutou uma risadinha:

– Você faz isso de propósito. – disse ele pegando os óculos.

– Que quer que faça isso quando? Na escola? – Eric se mantinha deitado como o irmão, o armário estava ficando pequeno para os dois.

Tia Petúnia não demorou em bater na porta, gritando para que ambos acordassem:

– Já dormimos no armário, ainda vai derrubar a porta? – perguntou Eric mantendo o lado de dentro trancado.

– O que disse?! – gritou sua tia.

– Estamos indo tia Petúnia. – disse Harry rápido.

Escutaram a tia ir para a cozinha e Harry logo notou que seu irmão estava exibindo a coleção de respostas mal criadas logo cedo, então um estrondo na escada, pulos e gritos, Duda estava mandando que os dois acordassem:

– Um dia desses, esse filhote de hipopótamo com peruca acaba é caindo em cima de nós. – disse Eric irritado olhando para cima como se seu olhar pudesse atravessar o teto do armário que era a escada e perfurar o traseiro gordo do primo.

Harry e Eric logo estavam na cozinha fazendo suas tarefas do café da manhã, Harry cozinhava, pois tio Valter uma vez viu o olhar de ódio de Eric e pensou que ele colocaria veneno na comida da família, não que Eric uma vez não tivesse sem querer deixado um pouco de laxante cair no café e ver rindo tio Valter e Duda brigando para quem entraria no banheiro cinco minutos depois, ele acabou apanhando bastante do tio, mas isso não acabava com a memória feliz e sempre que sorria era porque pensava nisso. Duda agora reclamava dos presentes que foram menos que ano passado:

– Isso quer dizer que a cada ano que passa gostam menos de você. – Eric deu um pequeno sorriso puxando o canto da boca. – mas eu tenho um pra você. – ele correu para fora da cozinha.

Harry via tio Valter começar a ficar vermelho e se perguntava se era uma boa ideia correr agora e se trancar com Eric no armário, mas infelizmente assim como ele Eric era rápido e voltou com uma caixa pequena de um dos relógios que Duda ganhou ano passado e colocou na mesa:

– Eu não tinha dinheiro, mas é de coração. – disse ele mortalmente serio.

Essa face seria já dava alerta vermelho a Harry, na vez do laxante Eric apanhou tanto que quebrou o braço, mas estranhamente tio Valter não conseguiu destrancar o armário para chegar até ele, ele olhou para Duda abrindo a caixa e viu o primo cair para trás junto com a cadeia, enquanto uma grande aranha de jardim saia com calma da caixa:

– Eu também não sabia o que dar, mas lembro que sempre quis um bicho de estimação, mas não teve muita sorte com eles, então eu peguei essa aranha no jardim, você nem precisa cuidar dela, ela se vira sozinha, solte ela no seu quarto acaba com moscas e insetos pequenos, Harry e eu convivemos com varias no armário e nenhuma delas faz mal.

– POTTER! – tio Valter pulou em pé pronto para agarrar Eric.

Felizmente o telefone tocou e todos pararam para escutar e ver tia Petúnia atender, ela parecia uma múmia após a chamada:

– Arabela quebrou a perna. – disse ela. – e não vai poder cuidar deles.

Harry olhou para o irmão que o olhou em retorno, eles estavam com pena da senhora Figg e a perna quebrada, mas era bom não ir a casa dela e conviver com os gatos ou bolos velhos, a única coisa boa mesmo lá era a TV, ela deixava eles assistirem a vontade, no fim ambos estavam sorrindo, iriam ao zoológico.