O Deus Sem Nome e o Deus Perdido escrita por Luiza


Capítulo 8
...Ou não


Notas iniciais do capítulo

Gentalhaaa! Que saudades (quase dois meses, que vergonha! SHAME ON ME!)... Bom, é que eu estava TOTALMENTE sem cabeça pra DSN porque (não me matem), eu meio que comecei a escrever outra coisa - vocês sabem como eu sou, eu não me contento.

É uma original, eu acho que está bem interessante, então se alguém quiser dar uma olhada: http://fanfiction.com.br/historia/484160/Os_Olhos_do_Corvo/

É sobre piratas e sereias, se vocês se interessarem, mas não se preocupem, eu não vou demorar tanto assim para postar novamente, e muito menos abandonarei a fic (que é o meu nenezinho lindo, amor da minha vida).

Por favor, não me matem pela demora, e sim pelo capítulo torturante que eu escrevi (foi mal). Deixem também uma pergunta ou pedido lá no melrosing, que tá parado há um tempão. Porém, por motivos desse capítulo, o Tanner não responderá nenhuma pergunta (MUAHAHAHAHA)...

Capítulo dedicado à linda da Carol Chase, que fez umas imagens lindas dos personagens (que estão lá no blog). NÃO ME ODEIE!

Comentem, e boa leitura!

~Lu



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Quando me acordei - ou melhor, fui acordada - no meio da noite de meu primeiro beijo, meu relógio de cabeceira marcava quatro e pouco da madrugada. Meu primeiro instinto quando vi que era Valerie, a irmã brutamontes do Tan, quem me sacudia foi sacar a espada, que eu guardava de baixo da cama. Porém, desisti do movimento assim que vi as lágrimas escorrendo por seu rosto. Estranhei, pois a primeira (e talvez única) regra do chalé cinco era que filhos de Ares não choravam, e todos levavam isso muito a sério.

Olhei em volta do chalé sete. Nenhum de meus irmãos estavam lá, mas eu sabia que haviam estado, pois suas camas estavam desarrumadas. Eu não queria perguntar. Já tinha uma ideia da resposta, mas era horrível de mais para acreditar que estava mesmo acontecendo.

— O que houve?— indaguei, apesar do receio, pois, ao que parecia, se eu não a questionasse, ela não me diria.

— É o Tanner.— disse com um sussurro que mesmo assim soou alto em meio a tando silêncio. Nada mais precisava ser dito. Levantei da cama em um pulo e deixei o chalé de pijamas, mesmo.

Valerie foi na frente, me guiando até a enfermaria. A cada passo que eu dava, meu coração ficava mais pesado, e o ar, mais quente. Era difícil de respirar. Adentramos a saleta na Casa Grande. Em torno de doze ou treze pessoas se espalhavam ao redor de uma única maca. Todos os meus irmãos, Will, Joonie, Quíron e alguns filhos de Ares que eu nem conseguia citar os nomes. Todos direcionaram os olhares para mim, suas expressões cheias de algo que parecia pena.

Joonie e Will tentaram fazer uma barreira na frente do corpo estendido na maca, conectado a um incontável número de máquinas e fios que zumbiam e apitavam, incluindo um monitor cardíaco que fazia um "pi pi pi" constante.

— Rose, você tem que ficar calma.— disse a menina com os olhos inchados. Ela também esteve chorando.

Eu não conseguia dizer nada. Não estava assimilando o que estava acontecendo. Daniel estava próximo a mim, usando um jaleco por cima do pijama, com um estetoscópio ao redor do pescoço e segurava algumas imagens do que parecia uma Ressonância Magnética . A falta dos dois dedos que haviam sido acidentalmente amputados no verão anterior não parecia lhe fazer diferença.

Nem percebi quando comecei a chorar, apenas sei que tentei abrir espaço entre todos para chegar até ele, e que me seguraram para trás. Eu tentei me desprender de seus braços, inclusive implorei com os olhos para Todd, que ventilava os pulmões de Tanner com uma bolsa ambu amarela, que me ajudasse. Ele abaixou a cabeça lentamente como que se desculpando e continuou seu trabalho.

— Me soltem!— pedi, suplicante— Por favor.

Mas eles não soltaram. Pelo menos não até que eu me acalmasse, ou ficasse cansada de mais para continuar insistindo. Assim que isso aconteceu, afrouxaram as mãos em meus braços e eu caí no chão de madeira, desolada e soluçando. Acho que fiquei algum tempo deitada ali antes que David me erguesse e me sentasse em uma cadeira de rodas que estava perto da porta, e Quíron me trouxesse um copo d'água. Lentamente, minha respiração voltava ao normal e eu dava espaço para que me explicassem o que estava acontecendo.

— Rosie,— murmurou Dan para mim, com uma voz suave, abaixando-se para me olhar nos olhos, mas eu não ergui a cabeça— o Tan está em coma. Não sabemos como aconteceu. Não sabemos de nada, até agora. Valerie disse que ele chegou tarde no chalé, ela o estava esperando, mas assim que colocou os pés lá dentro, ele perdeu a consciência. Eu disse a ela que você também chegou tarde. Vocês estavam juntos?

O ambiente pareceu ainda mais quente. Minha respiração era pesada e lenta, e toda vez que eu inspirava parecia que ácido estava tomando conta de meus pulmões.

Assenti.

— Estávamos juntos.— consegui dizer entre as lágrimas que não paravam de escorrer, embaçando minha visão— Ele estava bem.Nós estávamos bem.

— Bem?— perguntou Valerie, limpando as lágrimas com raiva como se não soubesse o que eram— Não se falavam a alguns dias, eu pude ver. Você o tirou da mesa antes de terminar a janta, é a última que o viu antes de ele ficar assim!

— Não está sugerindo que eu fiz isso, está? Porque já estou cheia de todo mundo me acusando de coisas que não fiz!— lancei um breve olhar de desgosto para Aria, Todd e Bridget quando disse isso.

— Eu não sei o que estou sugerindo, Leonards, só quero saber o que aconteceu com o meu irmão. Então, se puder colaborar e me dizer o que estavam fazendo que era tão importante para perderem a janta, a fogueira e o caça a bandeira, eu ficaria muito agradecida.

— Ótimo! Quer saber o que era mais importante do que essas coisas? Nós mesmos. Estávamos juntos durante todas as atividades porque Tan terminou com a Ruby para ficar comigo.

Minhas palavras ecoaram pela sala, e o silêncio tomou conta de tudo, a atmosfera sendo preenchida apenas com os apitos do monitor cardíaco e com o som rouco das lufadas de ar que entravam e saiam artificialmente dos pulmões de Tanner.

Os outros filhos de Ares me encararam com certa repulsa, mas os olhos de Joonie se encheram novamente de água enquanto ela trocava olhares com Will.

— Ah, Rose.— grunhiu ela, triste— Eu sinto muito.

Mais lágrimas vieram enquanto eu me aproximava de seu corpo esparramado na maca com lençóis brancos de linho. Senti-me levemente tonta quando segurei sua mão e percebi que estava mais fria que um cubo de gelo. Ele estava sempre tão quente, como alguém pode ficar assim de uma hora para a outra?

Uma pequena exclamação movimentou a enfermaria lotada quando eu, suavemente, beijei seus lábios pálidos. Não entendi o porquê do alvoroço até que me afastei e percebi que os olhos de Tanner faziam um pequeno esforço para se abrirem, mas isso logo passou e ele voltou a ficar tão imóvel quanto uma montanha.

— Rose, como fez isso?— perguntou David, tirando o estetoscópio do pescoço do irmão - que parecia abismado de mais para se mover - e andando até onde eu estava. Ele posicionou o instrumento no peito de Tan com a maior naturalidade e franziu o cenho, o colocando no próprio pescoço logo em seguida. Todos esperavam uma resposta de minha parte, mas tudo que consegui fazer foi encolher os ombros.

— Eu não sei.— respondi, tão chocada quento todos, cada vez mais lágrimas escorrendo por minhas bochechas.

O monitor cardíaco bipou mais rápido por um tempo, antes de diminuir novamente a velocidade. Foi impressão minha ou depois disso os batimentos ficaram ainda mais fracos do que antes?

— O que está acontecendo?— indagou um dos irmãos de Tanner— Ninguém entra em coma de uma hora pra outra, certo?

— Não, Ross.— respondeu Quíron— Não, a não ser que tenha sido provocado.

— Mas provocado pelo que?— perguntei— Você não está achando que...? Você acha que Dárion fez isso?

O centauro encolheu os ombros.

— Isso não faz nenhum sentido.— disse Will, se pronunciando pela primeira vez— O que ele ganha com isso?

— Ele não tem que ganhar nada— murmurou Joonie. Agora ela parecia estar querendo se atracar no pescoço de alguém— Mas isso desestabiliza o emocional da Rose. Se precisasse lutar, ela não estaria cem por cento focada. Seria uma vitória fácil.

Suas palavras me atingiram como um tapa. De certa forma, era culpa minha. Aquilo só tinha sentido porque eu ficaria mais fraca, mais indefesa, e assim Dárion poderia finalmente ter sua vingança. Se me matasse a profecia não faria mais sentido e ele estaria livre para dominar o Olimpo.

Minha garganta apertou mais, mas eu não deixaria as lágrimas saírem. Não deixaria porque sabia que ele estava assistindo a tudo aquilo, e eu não daria a ele o prazer de me ver sofrer em suas mãos.

— Isso significa que ele está planejando alguma coisa.— constatei— Ele precisa que eu não esteja me sentindo bem, para poder me matar.

Tudo que eu havia sentido na noite anterior foi por água abaixo. Se era me desestabilizar que ele queria... Bom, detesto admitir, mas havia conseguido.

______________

Dan subia e descia até o porão para pegar resultados de exames, mas nenhum deles mostrava nada incomum.

— Não tem mais nada que possa fazer?— perguntou Valerie um tanto quanto irritada. Eu estava surpresa com a preocupação que ela estava demonstrando com o estado do irmão. Assim como eu, não havia saído do lado de seu leito um segundo sequer.

— Eu não quero apressar nada.— respondeu meu irmão, analisando mais uma imagem confusa do cérebro de Tanner— Mas como todos os testes estão voltando limpos, suponho que possamos fazer uma biópsia.

— Uma biópsia?— indagou Joonie. Ela podia ser namorada do Dan, mas tinha tanto conhecimento sobre medicina quanto qualquer um dos filhos de Ares ali presentes.

— Isso. Eu acredito que, seja lá qual for o problema, está no cérebro. Eu podia fazer uma incisão pequena na cabeça dele para poder dar uma olhada.

— Cirurgia cerebral?— exclamou Valerie, confusa— Por que ele precisaria de cirurgia se vocês nem sabem o que ele tem?

— É exatamente para isso que serve a biópsia, para vermos se encontramos algo que os exames não detectam.

— Não vejo o ponto.— murmurei com a voz rouca— Se Dárion fez isso existe uma grande possibilidade de ser alguma magia, talvez nem tenha cura!

Por mais que as palavras doessem em mim eu tinha que dizê-las. Era uma possibilidade, e precisávamos considerá-la. Antes que alguém pudesse reagir ao que eu dissera, uma voz apavorada veio da porta.

— Por Hades!— exclamou Jake ao se deparar com a cena. Leona, ao seu lado, levou as mãos aos lábios, descrente— O que aconteceu?

A manhã já havia chegado, e nós não havíamos percebido. Os filhos de Hades adentraram a enfermaria e começaram a fazer intermináveis perguntas, que eu parei de ouvir não muito tempo depois.

Perdi a conta de quantas pessoas foram até lá, e de quantas tentaram me consolar, obviamente, sem sucesso nenhum. Eu não as ouvia, não conseguia, tudo que em conseguia pensar era que o estado de Tanner era culpa minha. A única visita com a qual me importei foi a de Ruby, dois dias depois.

Meus irmãos haviam decidido não seguir com a cirurgia. Esperariam mais alguns dias para ver se ele acordaria, mas minhas esperanças já tinham há muito se esvaído.

— Você sabe que a culpa é sua, não sabe?— perguntou a filha de Afrodite enquanto se dirigia até o leito. Eu permiti. Não a odiava, não de verdade.

— Sim.— respondi com simplicidade. Ela passou a mão no rosto de Tan. Ele parecia adormecido, totalmente em paz.

— Ele é bom. Não merece passar pelo que passa com você.

— Eu sei.— minha voz estava seca pela falta de comida e água. Durante quanto tempo não me alimentei?

Ruby olhou para mim, os olhos dourados brilhando com uma mistura de raiva, tristeza e divertimento.

— Isso é só o começo de um tempo de escuridão, Rose. Dárion agirá em breve, e Tanner não estará aqui para ajudá-la. Estará totalmente sozinha.

Uma ou duas lágrimas escorreram por minhas bochechas. Eu assenti de leve, e ela deixou a sala sem mais palavras. Eu sabia que ela estava certa: Dárion agiria e, pela primeira vez, eu teria de me virar sem a ajuda de Tanner.

Porém, eu não sabia - não tinha como saber - que a escuridão aproximava-se com uma velocidade inimaginável, e que não teria escapatória. Eu a enfrentaria de frente muito em breve.


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEEM, PLEASE, EU SOU JOVEM DE MAIS PARA MORRER NAS SUAS MÃOS! Hahahaha, comentem!

~Lu



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