Capítulo 8 – The Hogwarts High Inquisitor

“A Alta Inquisitora de Hogwarts”

– Violet –

– Violet, chegou um envelope para você... – disse Sophie entregando-me um pergaminho lacrado durante o jantar.

“Soube que é a nova monitora da Sonserina, parabéns! – N.B.”

– Quem é N.B.? Já é o segundo bilhete que me mandam... – concluí irritada – Custa assinar o próprio nome?

– Vai ver é algum admirador... – apostou Mary.

– Deixa o Vitor saber disso... – debochou Alessa.

– Snape. – chamou Draco logo atrás de mim.

– Já sei Malfoy. Te encontro em meia hora. – falei

– Não se atrase. – avisou voltando para o lugar.

– Quem diria... Malfoy e Snape trabalhando juntos... – brincou Sophie.

Nos próximos quinze minutos todos os alunos foram mandados para os dormitórios e, exatamente meia hora depois, desci as escadas e esperei pelo Draco.

– Está atrasado Draco. – falei vitoriosa assim que ele apareceu.

– Você chegou atrasada ontem, eu tinha que me prevenir caso acontecesse hoje novamente. – respondeu – Vamos logo...

Nos próximos dez minutos vistoriamos todos os corredores da masmorra e até mesmo o pátio de entrada. Felizmente, Draco não falou ou provocou um segundo sequer, o que foi um grande alívio.

Os dias se passaram e as perseguições da Umbridge ficaram mais intensas, parecia que ela estava sempre atenta para qualquer deslize meu.

– Violet... Olha isso... – falou Sophie entregando-me uma edição do Profeta Diário pela manhã.

– Isso não é bom... Não é nada bom... – comentou Alessa

Na primeira página estava uma grande foto da “bruxa cor-de-rosa” sob a manchete.

MINISTÉRIO VISA REFORMA EDUCACIONAL

Dolores Umbridge aprovada como Alta Inquisitora

Num movimento surpreendente na noite passada o Ministério da Magia aprovou nova legislação dando a si um nível de controle sem precedentes sobre a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. ‘O Ministério está ficando preocupado com o que vem acontecendo em Hogwarts’, disse o Assistente Junior do Ministro, Percy Weasley. ‘Ele está agora respondendo à inquietação proclamada por pais ansiosos, que sentem que a escola esteja indo em uma direção que eles não aprovam’.

Essa não é a primeira vez nas últimas semanas que o Ministro, Cornélio Fudge, tem usado novas leis para executar melhorias na escola de magia. Em 30 de agosto o Decreto Educacional número 22 foi aprovado para assegurar que, caso o atual diretor não possa colocar um candidato para o posto de professor, o Ministério deve selecionar uma pessoa apropriada. ‘Foi assim que Dolores Umbridge foi apontada para o corpo de professores de Hogwarts’, disse Weasley na noite passada. ‘Dumbledore não consegue encontrar alguém então o Ministério colocou Umbridge e, lógico, ela está sendo um sucesso imediato’. Revolucionou totalmente o ensino de Defesa Contra as Artes das Trevas e providencia ao Ministério um relatório completo sobre o que realmente acontece em Hogwarts.

É a última função que o Ministro formalizou com a aprovação do Decreto Educacional número 23, que cria a nova posição de Alto Inquisitor de Hogwarts. ‘É uma excitante nova fase no plano do Ministro para identificar o que alguns chamam de decaimento moral em Hogwarts’, disse Weasley. ‘O inquisitor terá poderes para investigar seus companheiros educadores e ter certeza que não oferecerá riscos. Foi oferecida essa posição a professora Umbridge em adição ao seu posto de educadora e estamos felizes de saber que ela aceitou’.

As últimas cartadas do Ministério receberam apoio de pais de estudantes de Hogwarts. ‘Eu estou muito tranquilo agora que sei que Dumbledore está sendo sujeito a uma avaliação justa e objetiva’, disse Lucio Malfoy de sua mansão na noite passada. ‘Muitos de nós, visando o melhor interesse de nossas crianças, estamos a par de algumas decisões excêntricas de Dumbledore nos últimos anos e estamos satisfeitos de saber que o Ministério está sendo mais vigilante’.

Junto a decisões excêntricas está sem dúvida alguma indicação controversa de alguns professores previamente descritas nesse jornal, que inclui o emprego do lobisomem Remo Lupin, do meio-gigante Rúbeo Hagrid e do ex-auror ‘Olho-Tonto’ Moody.

Rumores dizem, é claro, que Alvo Dumbledore, anteriormente Bruxo Chefe Cacique Supremo Confederação Internacional de Bruxos, não é mais apto para dirigir a prestigiada escola de Hogwarts. ‘Eu acho que a indicação do Inquisitor é o primeiro passo para assegurar que Hogwarts tenha um diretor em que possamos confiar’, disse o Ministro noite passada.

Membros da Confederação Internacional de Bruxos, Griselda Marchbanks e Tibério Ogden, renunciaram em protesto à introdução do posto de Inquisitor em Hogwarts. ‘Hogwarts é uma escola, não um posto avançado do escritório de Cornélio Fudge’, disse Madame Marchbanks. ‘Isso é um absurdo, nojenta maneira de desacreditar Alvo Dumbledore’

– Então é por isso que estamos aturando a Umbridge? Fudge aprovou esse “Decreto Educacional” e agora ela tem o poder de inspecionar os outros professores?! Isso é ridículo! – comentou Alessa.

– Eu mal posso esperar para a inspeção na aula da McGonagall... – riu Sophie – Ela obviamente tem aversão à “bruxa cor-de-rosa”...

– Vamos logo meninas, temos aulas! – falei levantando-me – E a primeira é com a Trelawney...

– Essa é uma que certamente não passaria na “inspeção”... – debochou Mary.

Ela estava certa.

Assim que Umbridge entrou na sala de Adivinhação, Sibila ficou imediatamente tensa, o que resultou em vários erros na explicação.

– Há quanto tempo você ocupa esse posto exatamente?

– Quase dezesseis anos – respondeu ressentida

– Já é um bom tempo... – disse Umbridge, tomando nota em seu bloco – Foi o professor Dumbledore quem indicou você?

– Isso mesmo.

Outra anotação.

– E você é tataraneta da famosa vidente Cassandra Trelawney?

– Sim.

– Mas eu acho, corrija-me se estiver errada, que você é a primeira na sua família desde Cassandra a possuir Visão Interior?

– Essas coisas costumam pular...hmm... Três gerações.

– Claro – disse ela fazendo outra anotação – Bem, gostaria de saber se você pode predizer alguma coisa para mim, sim? – disse maliciosamente, ainda sorrindo.

– Eu não entendi...

– Gostaria que fizesse uma previsão para mim – repetiu Umbridge claramente.

– O Olho-Interior não vê sob pressão! – disse ela em tom escandalizado

– Que pena... – disse Umbridge fazendo outra anotação.

– Eu... Espere! – disse Trelawney de repente – Eu... Eu acho que estou vendo algo... Algo a seu respeito... Sinto algo... Algo obscuro... Algo grave... – falou apontando um dedo trêmulo para Umbridge – Acho que... Acho que você corre grande perigo! – finalizou dramaticamente.

Grande novidade! De acordo com ela todos aqui correm perigo...

– Certo... – respondeu Umbridge após uma pausa e voltando a fazer anotações – Bem, se é o melhor que pode fazer...

O resto da aula foi totalmente incômodo. O tempo todo Umbridge seguia Sibila pela sala, que passou a gaguejar com o nervosismo. Assim que a sineta tocou a “bruxa cor-de-rosa” deixou a sala.

– Apesar de tudo, senti pena da professora... É óbvio que a Umbridge não gostou muito dela... – comentou Sophie.- Será que ela vai inspecionar mais alguém hoje?

Até meu pai não escapou.

– Você se candidatou primeiro à vaga de Defesa Contra as Artes das Trevas não é?

– Sim. – respondeu frio encarando alguns alunos.

– E não obteve sucesso? – perguntou com uma expressão extremamente divertida.

– É óbvio não? – respondeu deixando-a sem graça.

Infelizmente Rony riu da cena, o que gerou uma bela cadernada em sua cabeça.

Apesar disso, o restante do dia foi tranquilo e, após Umbridge medir a altura do professor Flitwick com uma fita métrica, a aula que mais aguardávamos era a de Transfiguração, onde ela certamente teria o que merecia.

Assim que entramos na sala da McGonagall Umbridge já estava sentada num banquinho no fundo da sala, acompanhada por seu inseparável caderninho. Minerva entrou rapidamente para dentro da sala sem ao menos dar sinais de que tinha notado a mulher cor-de-rosa.

– Isso vai servir – disse ela e o silencio apareceu imediatamente – Sr. Finnigan, venha cá e devolva os deveres de casa. Srta. Brown, por favor, pegue aquela caixa de ratos. Não seja boba menina, eles não vã lhe morder! E dê um para cada estudante...

– Hum, hum... – disse a Profª Umbridge, usando a mesma tossida idiota que usou para interromper Dumbledore na primeira noite, porém, McGonagall ignorou-a.

– Muito bem, escutem todos com atenção. Dino Thomas, se você fizer isso com esse rato de novo vou colocá-lo em detenção! A maioria de vocês já fez desaparecer com sucesso seus caracóis e mesmo aqueles que deixaram um pouco da concha visível pegaram o jeito. Hoje, nós devemos...

– Hum, hum – interrompeu Umbridge novamente.

– Sim? – perguntou Minerva severamente virando-se

– Eu estava imaginando, professora, se você recebeu minha nota dizendo a data e a hora de sua inspeç...

– Obviamente eu recebi ou teria perguntado o que a senhora está fazendo aqui – disse McGonagall, virando firmemente as costas para Umbridge.

McGonagall 1 x 0 Umbridge

– Como eu dizia, hoje nós praticaremos um desaparecimento mais difícil, o de ratos. Agora, o Feitiço do Desaparecimento...

– Hum, hum...

– Eu estava pensando – disse Minerva com uma fúria gelada virando-se ameaçadoramente – como a senhora espera ter uma ideia de meu método de ensino usual se continuar a me interromper? Geralmente não permito que as pessoas falem enquanto eu falo.

McGonagall 2 x 0 Umbridge

Aquilo foi como um tapa na cara para Umbridge, que não falou mais nada e passou a escrever furiosamente no pergaminho.

Depois falam que eu sou igual ao Snape... Alastor é quase pior que ele e McGonagall é especialista em “dar patadas elegantemente”!

Umbridge não seguiu Minerva pela sala como fez com Sibila, certamente percebeu que a diretora da grifinória não daria chance. Logo ao final da aula, quando todos os alunos foram dispensados, Umbridge aproximou-se da mesa da professora com seu caderninho em mãos.

Como eu gostaria de jogar esse caderninho pela janela!

– Há quanto tempo você ensina em Hogwarts? – perguntou

– Fará 29 anos em dezembro. – respondeu Minerva bruscamente

– Muito bem. Você receberá os resultados de sua inspeção em dez dias...

– Mal posso esperar – ironizou Minerva num tom frio e indiferente, saindo pela porta.

McGonagall 3 x 0 Umbridge

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– Isso foi muito bom! McGonagall é incrível!! – comentou Sophie enquanto andávamos em direção ao Salão Principal.

– Depois vocês dizem que eu é que sou estourada... Mas vejam as influencias que tive: Snape, Alastor e Minerva... – e Bellatrix– Juntos acho que conseguem derrotar qualquer um com argumentos e um belo de um mal olhado! – debochei.

– Hmm... Violet... Você tem detenção hoje de novo, não tem? – perguntou Alessa

– Assim como o resto do mês... – falei desanimadamente. – É melhor eu ir para a sala dela... Já está quase na hora...

– Se ela fizer aquilo novamente, conte à McGonagall... Ela ficaria louca se descobrisse... – disse Sophie

Como Alta Inquisitora, Umbridge poderia facilmente tirar algum dos professores da escola com qualquer desculpa para o Ministério... Inclusive a Minerva.

Durante aquela noite e as próximas que se seguiram, exatamente às 21h, eu entrava em sua sala e escrevia inúmeras vezes aquela maldita frase: “Não devo contar mentiras”. Cada linha escrita era uma cicatriz em meu punho, mas se o que ela queria era me ver sofrer, esperaria sentada.

Dentro da sala, em cada noite, aguentei o máximo que pude com a expressão vazia e distante, mas assim que cruzava o corredor finalmente parava para examinar os danos. Minhas mãos voltavam sangrando sempre e a cicatriz ficava cada vez mais visível, logo, não poderia esconder por muito tempo.

Uma solução que me pareceu plausível foi usar luvas. Muitos alunos usavam e eu aderi à “moda”, conseguindo esconder qualquer marca.

– Você precisa contar ao Dumbledore! – insistia Mary

– Todos do Ministério acham que ele é louco e está fora de seus julgamentos perfeitos. Em quem vocês acham que vão acreditar? Na Alta Inquisitora enviada pelo Ministério ou no “velho diretor excêntrico” e sua aluna sonserina do quinto ano que diz ter visto Voldemort? – ironizei enquanto fazia os curativos necessários em minhas mãos – Mas não se preocupem, farei de tudo para infernizar a “estadia” da professora Umbridge em Hogwarts... Ela não perde por esperar!

– Minha mãe disse que o Fudge está com medo de nos treinar em combate... – disse Sophie

– O que ele pensa? Que vamos criar um exercito? – perguntou Alessa

– Exatamente. Ele pensa que nós estamos criando um exército para tomar o ministério...

– Isso é ridículo, até para ele! - respondi

– Ainda bem que temos visita à Hogsmead esse final de semana... Assim você consegue comprar alguns remédios sem ter que pedir ao seu pai... – disse Mary

– Sem contar que é uma boa distração de tudo que está acontecendo... – completou Sophie.

– É... Uma bela distração... – insinuou Alessa.

– O que quer dizer Alessa? – perguntei desconfiada

– Nada... – respondeu inocentemente.