Capítulo 28 – To An Unforgettable Night!

“Á Uma Noite Inesquecível!”

– Violet – 12 de fevereiro de 1996 - segunda

Novamente acordei decidida aquela manhã, tinha que descobrir tudo que pudesse sobre Morgana Pendragon. Peguei uma autorização com o professor Flitwick e, dessa vez sozinha, entrei na Seção Reservada e procurei pelo mesmo livro da última vez. Folheei página por página até encontrar a família Pendragon, não tinha muita coisa sobre ela, mas o que tinha foi o suficiente para me deixar com ainda mais raiva.

Morgana Pendragon

Última descendente dos Pendragon, Morgana frequentou a Academia Beauxbatons entre os anos de 1950 a 1957. Aluna exemplar e com aptidões para magia das trevas, a bruxa de olhos verdes e cabelos negros era conhecida por sua habilidade de metamorfomaga, porém, não há registros de que seja verídico.

Morgana possuía muitas aptidões e grande sede por poder, sendo sua marca registrada a hipnose: tinha o dom de hipnotizar qualquer ser humano apenas em olhá-lo. Persuasiva ao extremo, foi mandada à Azkaban durante a Primeira Guerra Bruxa após aliar-se aos Comensais da Morte e recebeu o beijo do dementador dois anos depois.

– Hipnose?! – surpreendi-me

Droga, por isso que não consigo dizer sobre ela a ninguém, ela me hipnotizou!

– Isso não é nada bom... – engoli em seco.

Muitas perguntas invadiam minha mente... Como ela fora mandada para Azkaban e recebeu o beijo o dementador se está aqui em Hogwarts, bem viva e saudável?! E por quê ela voltou como irmã do meu pai e se aproximou tanto de mim?

– Violet você é uma idiota! É óbvio que ela voltou a servir Voldemort e quer me recrutar...

“Não é isso que o Lorde Das Trevas quer para você? – falou apertando meu pescoço. – Dar a imortalidade... Uma chance de ser invencível! Mas você recusa... Mesmo sabendo que minhas mãos podem quebrar os ossos de seu pescoço a qualquer momento, você se nega à pertencer ao círculo da morte...”

Voldemort mandou-a para Hogwarts para que ela se aproximasse de mim, ganhasse minha confiança e assim conseguisse me convencer a me juntar aos Comensais... É óbvio que uma tia seria a desculpa perfeita para me seguir...

– Mas e meu pai? Por que concordou?

“tinha o dom de hipnotizar qualquer ser humano apenas em olhá-lo.”

“Meu pai não vai gostar de saber que você me matou...

– Ele não tem que gostar... – sorriu passando a outra mão em meu rosto carinhosamente – Sou bem persuasiva quando quero... E também mais forte que ele.”

É claro! Ela o hipnotizou para que ele fizesse o que ela quisesse, inclusive mentir dizendo que tinha uma irmã! Por isso que cada vez que eu o interrogava sobre ela ele falava algo e me encarava como se esperasse algo... Ele me deu dicas sutis de que estava mentindo e queria que eu descobrisse a verdade!

Cada vez mais minha raiva aflorava. Sentia raiva por Morgana manipular a todos tão facilmente, sentia raiva por Voldemort tentar me persuadir de uma forma tão baixa, sentia raiva pela Umbridge a ter colocado no castelo...

Espera... Foi a Umbridge que a trouxe como professora... Será que... Droga, o buraco é mais fundo do que eu pensava... Não é possível que a Morgana tenha conseguido hipnotizar o Ministério e a escola toda!

– Se ela pode hipnotizar alguém, por que ainda não me obrigou a me juntar a eles? Ela pode me hipnotizar a qualquer momento para eu tornar Comensal e eu nem vou reclamar! – murmurei assustada.

“era conhecida por sua habilidade de metamorfomaga, porém, não há registros de que seja verídico.”

Metamorfomaga... Agora faz sentido!

– Tem algum animal atacando os unicórnios... Já encontrei vários deles mortos ao amanhecer...

– Que tipo de animal? – perguntei temerosa

– Não sei, mas com certeza tem garras e presas afiadas... – respondeu.

Os olhos amarelos, os unicórnios mortos...

“Se quiser saber quem ela realmente é, deve procurá-la na floresta à noite. Tenha cuidado, pode ser perigoso... N.B.”

Seja lá quem for esse NB, conhece Morgana e sabe o quão perigosa ela pode ser... De alguma forma essa pessoa está me ajudando e quer que eu descubra a verdade...

Mas a pergunta agora é: Como eu a impeço?

– 15 de fevereiro de 1996 - quinta-feira

– Violet, já decidiu qual máscara vai usar? – perguntou Sophie

– Não tive muito tempo para decidir...

– É claro que não, há três dias você passa a tarde toda na biblioteca estudando sobre hipnose e transmorfos... – disse Alessa – Por quê está tão interessada nesse assunto?

– Por que é interessante...

– E perigoso – completou Mary – Espero que não existam essas pessoas capazes de hipnotizar outras, já pensaram se a Umbridge pudesse?

– Vira essa boca pra lá... – reclamou a ruiva – Mas que tal nós esquecermos um pouco esse assunto hein? Violet, o baile é depois de amanhã e você precisa decidir logo qual máscara vai usar...

– Draco já me perguntou isso umas três vezes hoje... E nem almoçamos ainda! – disse Sophie.

– Vocês dois estão bem próximos não é? – disse Alessa maliciosamente.

– Não começa Alessa...

– Dessa vez eu concordo com ela... O que há entre vocês dois Srta. Seyfried? – perguntou Mary sorrindo.

– N-nada – respondeu vermelha.

– Nada? Isso não me parece “nada”... - completei

– Olha quem fala... – ironizou a loira.

– Tá bom, se não quer minha opinião estou indo... – falei rindo. – Até depois meninas!

Assim que saí do quarto e deixei o Salão Comunal, encontrei com Draco no pé da escada.

– Violet, já decidiu a Máscara? – perguntou

– Bom dia para você também... – ironizei – E não se preocupe, até a hora do baile estará tudo pronto...

– Matthew está me deixando louco! Ele já me procurou duas vezes ontem para perguntar sobre a roupa, falou que preciso usar um sapato confortável, que tenho que escolher o chapéu perfeito e usar todo o meu poder de sedução e blá-bla-blá...

– Se você fosse uma borboleta não estaria nessa situação... – gargalhei enquanto entrávamos no Salão Principal

– Eu estou falando sério!

– Eu também! – ri – Draquinho querido, minha situação é bem pior que a sua!

– Duvido...

– Você só tem que colocar uma cara de safado sem vergonha no rosto, ou seja, ser você mesmo...

– Ei! – reclamou

– Eu tenho que escolher um vestido perfeito que eu possa usar sem que certas pessoas o levantem ou rasguem, tenho que dançar sobre um par de saltos mortais, pedir a Merlin para que você não me derrube como nos ensaios e ainda aguentar as maluquices da Sirena... –falei sentado-me ao seu lado no costumeiro lugar – Acredite, ela é pior que o Matt...

– Eu sonhei com ele essa noite... Foi assustador...

– Own!!! Que lindo Draco! – exclamei rindo e apertando sua bochecha – Já estão nesse nível?

– Para de boiolice garota! – reclamou sério – Eu sonhei com ele gritando o tempo todo: “sobe a mão Sr Malfoy, postura Sr. Malfoy, não a derrube Sr. Malfoy!” – imitou ele – Sr. Malfoy isso, Sr. Malfoy aquilo... Não aguento mais ouvir meu nome...

– Sr. Malfoy, isso é inédito... – ri

– Para com isso! – reclamou empurrando-me levemente.

– Desculpe Sr. Malfoy... – respondi prendendo o riso.

– Srta Snape, pode me acompanhar por favor?

Logo cedo?

– Claro, professora Snape... – assenti fechando as mãos em punho – Te vejo depois Draco – falei levantando-me rapidamente e seguindo Morgana logo em seguida.

– Espero que não fique com essa cara fechada sempre que nos encontrarmos querida... – falou abrindo a porta de sua sala.

– É a única que eu tenho. – respondi

Com um baque a porta foi fechada, fazendo-me engolir em seco.

– Sabe Violet, você me pegou de surpresa a três noites atrás... Eu estava tão concentrada que isolei meu lado “animal”... – disse atrás de mim – Eu não tinha a intenção de machucá-la ou tentar matá-la...

– O que ele diria? – comecei – Voldemort, o que ele faria se descobrisse que você me matou?

– Como é?

– Ele provavelmente mandaria a Nagini atrás de você... Ou iria te torturar um pouco, mas na melhor das hipóteses, lançaria a Maldição da Morte...

– O que pensa que está falando garota? – perguntou elevando o tom de voz

– Voldemort me quer ao lado dele, e se você o impedisse de realizar esse...sonho, estaria a sete palmos debaixo da terra nesse exato momento... Você teve sorte que Hagrid apareceu...

– Você não sabe de nada... – rosnou.

– Sabe o que eu descobri esses dias? – provoquei – Morgana Pendragon está viva! Mas a pergunta é: como?! Como conseguiu escapar de Azkaban? Todos pensam que recebeu o beijo dos dementadores...

– Você é esperta... – falou estreitando os olhos – Mas não mais que eu. Eu sei que está jogando para ver se eu falo alguma coisa... Temo ter que desapontá-la... – riu.

– O que você quer?

– Que pare de me evitar nos corredores – rosnou aproximando-se rapidamente e ameaçadoramente – Que pare de deixar claro a qualquer um que me odeia! Poxa Violet, sou sua tia!

– Não! – gritei

– Sim! – rebateu ainda mais alto – E pare de falar essas besteiras! Todos pensam que sou sua tia e continuarão pensando! Mas eu não te chamei aqui só para isso... – falou abaixando o tom da voz e dirigindo-se à mesa. – Eu tenho um presente para você...

– Eu não quero nada de você.

– Você não tem que querer... – falou rispidamente – Aqui está... abra. – disse entregando-me uma pequena caixa preta de veludo.

– Não quero.

– Abra – mandou.

A contra gosto peguei a pequena caixa em minhas mãos e abri, surpreendendo-me com o que tinha dentro.

– Não vou usar isso...

– Ah vai... – sorriu – Olhe para mim Violet... – disse encarando-me fixamente – Você vai tirar o pingente de sua avó e guardar, vai colocar esse em seu pescoço e não o tirará por nada... Se alguém perguntar, é um presente de sua amada tia...

Por mais que eu soubesse que ela estava me hipnotizando novamente, não conseguia desviar meus olhos dos dela.

– Mas não se preocupe, não a obrigarei a usá-lo durante o baile, mas assim que ele terminar quero ver esse colar em seu pescoço... – mandou – Estamos entendidas?

– Sim

– Ótimo! – sorriu - Agora pode ir, tenho certeza que tem muito o que preparar para o Baile.

– Tudo bem... – respondi dirigindo-me até a porta.

– E não se esqueça de nosso combinado, querida... – falou antes de eu deixar sua sala.

Minha raiva era tanta que apertei minhas mãos em punho fortemente, chegando até a machucar e sangrar a palma das mesmas com as unhas.

Preciso descobrir uma forma de me livrar desse poder que ela tem... Hipnose não pode ser invencível... Tem que ter um jeito!

– Violet? Está tudo bem? – perguntou Luna assim que cheguei aos jardins de Hogwarts. – Você parece zangada...

– Estou bem sim Luna, só um pouco...tensa... – respondi – Já está tudo pronto para o Baile?

– Sim, tudinho! – respondeu entusiasmada. – E você?

– Quase... Só falta uma coisa.

– O quê?

– Minha detenção. Tenho uma surpresinha para a Umbridge amanhã... – respondi sorrindo.

– O que você está aprontando?

– Nada de mais... – falei inocentemente.

– Tá, vou fingir que acredito... – riu.

O restante da manhã foi calmo e tranquilo, e como o Baile era em um dia, todos estavam eufóricos e ansiosos, não se falava em outra coisa a não ser a decoração, os vestidos, as danças, os convidados...

Será que Minerva vem?

– 16 de fevereiro de 1996 - sexta-feira

– ACORDA, ACORDA, ACORDA, ACORDA!!! – gritou Sophie pulando na minha cama.

– Sophie, por favor, me deixa dormir... – pedi colocando o travesseiro sobre a cabeça.

– Nem pensar! São 10 horas e temos muito o que fazer até a hora do Baile... – respondeu – Vamos Violet, levanta logo!! – mandou puxando minhas cobertas – Se não estivéssemos debaixo d’água eu abriria a janela... O dia está tão lindo!!

– PARA DE GRITAR LORA! – gritou Alessa.

– Agora até eu fiquei surda... – reclamou Mary.

– VIOLET EILEEN EVANS PRINCE SNAPE KRUM, levante-se agora!! – gritou Alessa ao meu lado.

– Tá! Tá bom, tá bom, já levantei! – respondi sentando-me rapidamente – E meu nome termina no Snape, Srta. Chambers!

– Por enquanto... – comentou Mary rindo.

– Do que está rindo? – perguntei bocejando.

– Do seu cabelo... Parece um monte de feno! – gargalhou.

– Engraçadinha... O meu cabelo nunca fica... – comecei passando a mão no meu cabelo -...assim! Sophie o que você fez?! – gritei ao perceber que ele realmente estava armado e áspero.

– Você não acordava!

– E por isso resolveu fazer sabe-se lá o que no meu cabelo?! – exclamei levantando-me rapidamente e indo até o banheiro, porém, como tenho muita sorte, a porta estava fechada e eu não vi. Conclusão: trombei e caí de costas no chão. – Ai...

– Viu? É nisso que dá levantar tarde... – gargalhou Alessa.

– Essa vai entrar para a história! – riu Mary.

– Isso, vão rindo... Vocês são péssimas amigas de manhã... – reclamei levantando-me e, calmamente, entrando no banheiro.

Assim que olhei no espelho percebi a calamidade em que estava, logo, a única solução era tomar um longo e demorado banho. Como se eu não fosse fazer isso.

Passei a manhã e a tarde inteiras no quarto com as meninas. Arrumamos nossos cabelos, preparamos a maquiagem e as roupas, comemos algumas coisas que Dobby nos trouxe e logo em seguida voltamos para o ritual de beleza que Sophie insistia em nos fazer passar.

Quando eram 18:15 só faltava vestirmos os vestidos e estaríamos prontas para o Baile, que começaria às 19. Draco mandava recados de cinco em cinco minutos para se certificar de que eu não fugiria e Silena apareceu de surpresa no quarto para nos ajudar com os vestidos até que, uma a uma, ficamos totalmente prontas.

– Meninas, vocês estão lindas! – exclamou Silena – Verdadeiras princesas...

– Você também não está nada mal... – comentei.

– Não vou com esse vestido... – respondeu – Ele está me esperando graciosamente no quarto ao lado... – riu.

– Sendo assim, acho que já podemos subir não é? – disse Sophie.

– Com certeza. – respondeu Silena – Violet, Draco está te esperando na porta do Salão Principal com Matt, vou te acompanhar até lá, então, me espere... – falou saindo do quarto rapidamente.

– Alessa, não se esqueça de avisar ao Vitor...

– É claro, Patrick combinou de me esperar com o Vitor na porta do Salão, e enquanto você e o Draco dançam a Sophie pode fazer companhia a ele... – disse ela maliciosamente.

– Certo, então vamos meninas? – disse Mary entusiasmada – Estou louca para ver meus pais e para dançar!

– Espero que o Draco aguente dançar a noite toda... – sorriu Sophie.

– Meninas, peguem uma taça, precisamos brindar... – riu Alessa.

Silena havia trazido uma garrafa de champagne e cinco taças para tomarmos enquanto nos arrumávamos, então, por que não aproveitar?

– Então lá vamos nós... – comecei levantando minha taça. – Essa noite será inesquecível!

– Á uma noite inesquecível! – gritaram Sophie, Mary e Alessa em uníssono levantando suas taças.