Turno: Autora

Casa do Loke, 18h20min

Uma típica tarde alaranjada. Lucy havia saído do hospital no final de semana, com todos os seus amigos a acompanhando. Hoje havia sido um dia bom para a loira pois todos festejaram a melhora da jovem no colégio.

Quem via, achava que aquele casal namorava a décadas. Loke enrolava uma mecha de cabelo de Lucy nos dedos, brincando. A loira parecia pensativa deitada com a cabeça no colo de seu amor, até que desembucha:

– Loke, aonde você pretende trabalhar agora?- Perguntou receosa.

– Consigo arranjar um trabalho de meio período talvez. Mas Lucy... Eu estava pensando Lucy... O ano já está acabando e você já está no 3° colegial. Queria saber se você estaria disposta para voltar á Beker comigo ano que vem.- Loke passou a língua entre os lábios.

– Mas eu tenho meus amigos aqui...E a Michelle...- Lucy abaixou os olhos.

– Eu entendo se não quiser ir, me desculpe...

– Não, não, eu vou... por você.- A loira agarrou a mão do ruivo, fazendo ele arquear as sobrancelhas surpreso.

– Lucy não quero que você faça algo que não queira.- Aproximou seu rosto da garota, mantendo sua expressão séria.

– Não, eu sei que quero. E vou.- Ela fechou os olhos serenamente, sorrindo docil e dando um curto selinho em Loke.

– Eu te amo, Lucy.- Afagou os cabelos da loira.

– Eu te amo mais...

Turno: Cana Alberona

Pátio do Colégio, 12h30min

Apertei os fones de ouvido quando uma das minhas músicas favoritas começara a tocar.

Nobody gonna love me better
I must stickwitu forever

Estava sentada em um canto do pátio, petiscando um salgadinho que comprei na cantina. Queria ficar sozinha pois hoje o dia estava estressante pra mim e todos sabem como eu fico quando estou estressada.

Amassei o saco vazio do salgadinho, arremessando na lata de lixo, porém errei por pouco, xingando baixo:

– Droga!- Apertei os lábios.

– Olá, morena.- Subo de seus pés a cabeça, vendo que jogara meu salgadinho no latão. Era Hibiki Layts, o próprio. Bufei. Aquele garoto fazia eu ter vontade de cair morta.

– Olá, Hibiki.- Respondi só por educação mas quando ele sentou ao meu lado o xinguei mentalmente, fazendo uma careta do outro lado.

– Posso te contar um segredo?- Ele beliscou de leve, na intenção de fazer eu tirar o fone de ouvido e olhá-lo.

Nobody gonna take me higher
I must stickwitu

– Vamos, conte.- Respondi cansada. Por que ele me fazia ficar tão desajeitada e nervosa assim?

Senti sua mão ir de encontro com a minha que estava no chão. Fiquei estática, sentindo ele bafejar próximo aos meus lábios e declarar, sussurrando em meu ouvido:

– Acho que estou apaixonado por você.- Havia um grande bolo se formando em minha garganta. Ele juntou meus dedos contra os dele. Batida do coração (tun tun)... Batida do coração (tun tun)...

– Eu ouço seu coração, Cana.- Mais uma vez aquela voz rouca me fizera despertar algo estranho em mim. Suspirei, o olhando pelo canto do olhos.

– O que quer de mim?- Fui direta. Ele só poderia estar de gozação com a minha cara.

– Você.- Virei totalmente meu rosto de encontro ao seu. Pude ver um brilho em seus olhos castanho e senti que ele estava dizendo a verdade mas...será?

– Não brinque com os meus sentimentos. Eu não fui machucada o suficiente para você...?- Abracei meus joelhos, escondendo meu rosto. Se você está se perguntando o por que de eu ter dito a segunda frase, te respondo: Já namorei por um ano e cinco meses com Hibiki. Nós éramos um casal diferente, todos adoravam a gente junto. Mas depois que eu fiquei sabendo dos rolos que Hibiki tinha com outras mulheres, enquanto namorávamos, terminei. Depois daquele dia nós começamos a nos olhar de outra forma.

You know how to appreciate me
I must stickwitu my baby

– Sei que fiz besteira. Sei que fui um babaca esse tempo toda. Mas meu maior erro foi ter feito aquilo com você, Cana. E isso não é da boca pra fora.- Eu não queria mais ouvir ele. Eu queria ele fora dali mais que qualquer outra pessoa.

– Como você pode querer que eu entenda que você não está mentindo pra mim de novo?- Levantei a cabeça novamente, fixando-me em seus olhos.

O silêncio parou por alguns segundos, o que pareceu décadas e a primeira coisa que senti foi seus lábios nos meus novamente. Aqueles lábios que tocava todo dia e os mesmo que eu tanto desejava depois daquele dia. Macios. Sempre foram. Aperto os olhos derramando uma lágrima levando embora consigo um sentimento triste. Sua mão afagava os meus cabelos, como ele sempre fazia antigamente. E aquilo era tão bom... Nossos lábios se colavam, e soltavam, selando novamente e novamente. Senti ele arfar junto de mim, abrindo os olhos.

– Ainda acha que eu estou mentindo?- O olhei com olhos nostálgicos, querendo o abraçar como nunca.

– Acho que nunca deixei de te amar...- O abracei, fechando serenamente os olhos e mantendo um sorriso satisfeitíssimo no rosto.

– Digo o mesmo.- Acariciou minhas costas com os dedos, fazendo círculos. Como aguentei esse tempo todo sem você? Mas bem, você mesmo disse um dia: "A Alberona é uma mulher forte. Ela é dura na queda".

Nobody ever made me feel this way
I must stick with you