Se você ainda não leu as notas iniciais...

VAI LER ISSO AGORA!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Pov Cascão

Estava sonhando com Cascuda.

Ela estava no avião, dormindo completamente tranquila.

De repente o avião começou a tremer e ela acordou assustada.

Minha visão saiu do campo de visão dela e foi para o lado de fora do avião onde estava acontecendo uma tempestade torrencial. Os raios cortavam ruidosamente o céu e pude me sentir suando frio.

Um dos raios acertou uma turbina e o avião começou a cair.

De longe eu apenas assistia a cena. Não me vi lá.

Me senti completamente inútil. Não podia fazer nada! Nada!

Enquanto o avião caia na imensidão azul do Oceano Atlântico...

– Foooooooooooooooooooooooooon!!!!!!!

– Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Buzina?! Sério?!

Buzina!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Qual é!!!! Acordar com uma buzina já é sacanagem!!!!!

Acabamos dormindo na varanda ontem à noite, depois de toda aquela história de nossas vidas.

Olhei para o horizonte pela porta de vidro da varanda e ainda estava completamente escuro! Nenhum sinal de sol!

– Peraí! Que horas são? – perguntei apontando para a janela.

Eu estava falando com o resto do pessoal, mas para a minha surpresa quem respondeu foi uma garota loira de olhos negros e roupas como um uniforme da mesma cor.

– 5 horas da manhã!

– O que?! – gritamos todos em choque.

– Como vocês têm a ousadia de nos acordar às 5 horas da matina? – gritou Merida.

– E porque com uma buzina? – gritou Cebola indignado.

– Precisavam ver a cara de vocês! – falou uma garota de olhos e cabelos castanhos entre risos.

– Bom... Você tinha outra sugestão de como acordar vocês? – perguntou a loira.

– Há... Que tal com um balde de água fria na cara? – indagou Jack sendo irônico.

– Huuuuuuuu! – exclamou uma morena. – Isso vai ser interessante!

– Vamos providenciar! – avisou uma garota de cabelo roxo com uma franja que cobria seu olho esquerdo.

– Um apito, uma buzina, água fria... – reclamou Cebola. – O que mais vocês vão inventar?

– Eu estava pensando em colocar vocês em botes no meio da água e depois acordá-los com um grito. – respondeu a loira.

Elas soltaram uns risinhos.

– Isso seria demais! – falou a de cabelo castanho.

Olhamos incrédulos pra elas.

– Primeiro. Quem são vocês? – perguntou Rapunzel.

– Eu sou Bia. – falou a loira.

– Eu sou Anna. – se apresentou a garota de cabelos castanhos.

– Eu sou a Manuela. – falou uma morena. – Mas por favor! Me chamem de Manu.

– Eu sou Alice. – falou a ruiva.

– Eu sou Lizandra. – falou a do cabelo roxo, a de franja.

– Li... Li-li... – murmurou Karine dando passos para trás. Suas pupilas estavam dilatadas e seus olhos brilhando incessantemente. – Li-li...

– Como descobriu meu apelido? – ela perguntou inclinando a cabeça para o lado fazendo a franja cair ainda mais sobre seu rosto.

– Lizandra?! – gritou Karine dando um pulo.

– Hã... É. – ela respondeu olhando em volta confusa. – Mas prefiro que me chamem de Lili.

– Você parece gótica... – observou Cebola. – Como pode preferir um apelido tão meigo?

Ela abaixou os olhos pensando. Piscou algumas vezes e sussurrou:

– É complicado...

– Somos as 5 assistentes do grupo 3. – explicou Bia quebrando aquele clima. – Se considerem honrados. São poucos os que tem oportunidade de ter assistentes.

– Não acho que acordar com uma buzina seja uma honra... – falou Soluço ironicamente.

Bia pegou uma faca que estava em um cinto na sua cintura e atirou na direção dele.

Por um milímetro a lâmina não acertou o dedo dele. Ela ficou presa no chão entre o polegar e o indicador do mesmo.

– Você é louca?! – ele gritou assustado.

– Eu acabei de atirar uma faca na sua direção. – ela falou com uma cara de que ele fez uma pergunta estupida. – A resposta para a sua pergunta é meio óbvia, né?

– Você é atiradora de facas? – perguntou Karine com os olhos brilhando.

– Um número comum de circo... – ironizou Cebola.

– Acordar com a cabeça empalhada na parede de uma casa no meio da floresta não seria algo interessante. – ela ameaçou. – Para você...

Ele se afastou um pouco, assustado. Assim como nós.

– Eu sou uma boa pessoa. E posso ajuda-los em um nível inimaginável! – ela falou se acalmando. – Mas só com quem merece...

– Além disso acordamos vocês às 5 da matina para algo especial. – afirmou a de cabelos castanhos, Anna.

– E o que é tão importante assim? – perguntei.

– Vistam suas roupas e se arrumem. Estaremos esperando vocês na porta. – avisou Alice.

Elas saíram e fomos nos arrumar. Conforme a sugestão da Vanessa, roupas de campo.

Meia hora depois saímos. Todo mundo estava de calça jeans, tênis e camisetas de manga curta, apenas algumas coisas mudavam. As encontramos sentadas na parede ao lado da porta.

– Então... – falou Manu se levantando. – Vamos?

– Vamos!

Seguimos elas para a floresta.

Andamos em direção a uma trilha íngreme cercada por várias árvores que a escondia no meio da floresta.

Tudo lá tinha um ar livre, verde, vivo!

Respirei fundo e senti uma sensação agradável quando o ar úmido e gélido entrou pelo meu nariz e cruzou minha garganta dando a sensação de que alguma coisa estava me cortando por dentro. Parece estranho, mas na verdade é bem legal!

– Lugarzinho interessante... – elogiei enquanto subia em uma parte cheia de troncos formando uma escada.

– Obrigada. – disse Anna sorrindo. – Mas tem alguns perigos... – avisou virando para frente e continuando a puxar a fila.

Na ordem estava Anna, Bia, Merida, Soluço, Violetta, Willbur, Manu, Karine, Bryan, Mônica, Rapunzel, Jack, Alice, Lili, Eu, Magali e Cebola.

Chegamos a uma área mais escorregadia. O chão estava coberto por lama, lodo e folhas soltas molhadas. Uma combinação maravilhosa para cair e se esborrachar no chão!

– Cuidado para não...

Alice foi interrompida pelo grito da Magali que caiu atrás de mim se segurando em uma árvore que estava ao seu lado.

– Caírem... – completou encarando Magali.

– Esse troço é liso! – ela reclamou se levantando.

– Sabemos disso. – afirmou Alice. – Mas é um caminho secreto para um lugar muito especial...

– Olha... – falou Merida chamando nossa atenção. – Não que eu ache que essa caminhada vai ser um desastre total... Longe disso! Mas vamos fazer alguma coisa útil!

– Tipo o que? – gritou Bia que estava mais à frente.

– Por que não falam sobre vocês... – sugeriu Rapunzel. – Pelo visto vamos ter que conviver também com vocês por dois meses.

– Ô tortura! – reclamou Cebola.

Vi um raio de luz atravessar meus olhos, por apenas um segundo. E logo depois um grito de pavor encheu meus ouvidos.

Não foi um grito normal. Na verdade ele foi bem fino. Como se fosse da Magali. Só que mais fino ainda!

Quem foi o ser que soltou esse grito?!

– Eu hein?! – falou Karine. – Humilhou legal a Magali e a Rapunzel!

– Todas vocês atiram facas é isso?! – gritou Cebola que estava atrás da Magali no fim da fila.

Desviei um pouco o olhar e vi uma faca cravada no tronco de uma árvore.

Peraí! Aquele grito foi dele????????????

– Não estou me simpatizando com você... – avisou Lili.

– Hiiiii... – gemeu Bia. – Tenha cuidado, meu caro! E não fique perto dela no refeitório...

– Você sabe que eu também posso conseguir uma faca de cozinha reserva com a cozinheira, né? – ela perguntou encarando a loira. – Somos muitos chegadas...

– Sei... – murmurou Alice.

– Sabe... – interrompi. – A conversa tá interessante e tal... Mas ainda não sabemos nada sobre vocês!

– Olha... – começou Anna. – Vamos começar com o básico!

– Os assistentes são um grupo de jovens da mesma idade de vocês que foram escolhidos a dedo pelo grupo de pessoas que organiza o acampamento. – explicou Bia sendo interrompida por Soluço.

– Quer dizer o povo da faculdade que cedeu as vagas?

– Exatamente. – confirmou Lili.

– E quem são eles? – perguntou Rapunzel.

– Boa pergunta! – exclamou Anna parando a fila. – Também gostaria de saber como eles acharam a gente e como convenceram nossos pais de nos trazer para cá!

– Nem vocês sabem? – preguntei receoso.

– Não... – suspirou Bia.

– Que acampamento mais cheio de segredos é esse? – murmurou Merida.

– Bom... – continuou Manu. – Somos escolhidos pelas nossas habilidades e eles nos mandam para cá para acompanhar, incentivar, apoiar, ajudar e ensinar vocês.

– Poucos grupos conseguem ter assistentes. – completou Lili. – Mas se você tiver já tem 50% de chances de se dar bem nos desafios. E se os assistentes forem bons, 80% de chance de sair ileso daqui.

– Ileso? – perguntou Jack estranhando a palavra.

– Os desafios não são 100% seguros... – sussurrou Manu.

– Mudando de assunto. – chamou Alice. – Vocês vão nos conhecer e nos entender melhor ao longo dessa semana enquanto estivermos ajudando vocês nas aulas e nos desafios...

– E o lado positivo da nossa pequena caminhada é que ela não foi tão chata, chegamos, e por acaso bem a tempo de ver a cena na sua forma mais linda. – anunciou Anna.

Ela abriu espaço entre alguns galhos e cipós caídos e entrou em algum lugar sumindo do meu campo de visão.

Aos poucos nós íamos atravessando a parede de cipós. Ela dava em uma caverna escura e fria. Ela era estreita e pude ver que pequenos grãos reluziam no seu teto quando encontravam algum fragmento de luz. A visão era linda.

– Isso é incrível! – sussurrou Karine olhando para o teto.

Alice soltou uma risada e olhou para o teto.

– Apenas uma amostra grátis do que está por vir...

A caverna chegou ao fim. Quando atravessamos outra parede de cipós precisei de um tempo para que minha visão se acostumasse novamente com a luz.

Mas tenho que admitir que o que vi compensou toda a caminhada!

E aquela foi a cena mais linda que já vi em toda a minha vida!