Eternit escrita por Uma Jujuba Azul


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Gente mil desculpas pela demora mas ai ta capítulo e ele é dedicada a Secrets!!! Espero que gostem!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/437577/chapter/11

“Porque você é um céu, um céu cheio de estrelas, eu quero morrer em seus braços, porque você começa mais leve, quanto mais você escurece, vou dar-lhe meu coração. Eu não me importo, vá em frente e me resgar, eu não me importo se você fizer, porque em um céu, um céu cheio de estrelas, eu acho que te vejo...”.

A Sky Full Of Stars – Coldplay

A minha vontade de viver estava se tornando cada vez menor, sabe, quando se tem uma vida como a minha você fica pensando: vale a pena viver? Eu realmente não sei se vale, às vezes é preciso um motivo que te faça seguir em frente, e eu não tenho nenhum motivo para continuar. Ser fria e calculista, se mostrar forte e decida na frente de todos, está se tornando cada vez mais difícil. E para piorar ainda tem o Di Ângelo, eu não falo com ele desde o dia em que fui buscar minha correntinha no seu apartamento e eu sai batendo a porta furiosa. Eu continuo indo até o terraço que ele me mostrou naquela noite chuvosa em que ele me salvou de ser atropelada, se bem que eu acho que teria sido melhor se eu tivesse morrido atropelada naquele dia mesmo, mas quando eu vou até o terraço sempre tomo o cuidado de ir durante a madrugada, lá pelas quatro da manhã, quando tenho certeza que ele não estará lá. E o pior de tudo é que ele está sempre lá, presente em meus pensamentos, como se uma parte de mim simplesmente não aceitasse o fato de não ter ele por perto. Mas que merda de parte de mim é essa?!

Depois de tentar (só tentar mesmo porque eu não consegui) organizar meus pensamentos, eu resolvi me levantar, afinal eu iria me atrasar mais que o de costume para a aula. Me arrumei rapidamente, peguei minha mochila e sai de casa sem nem ao menos falar com a minha mãe que estava sentada na sala. Antes de sair de dentro do apartamento eu sou Thalia Grace, a garota que tem uma vida complicada, pensamentos confusos e uma expressão triste no rosto, após fechar a porta do apartamento eu sou Thalia Grace, a punk fria e calculista, que não se importa com os outros e que mantém sempre o modo“foda-se o mundo” ligado.

E mais um dia de aulas chatas e estupidas se passou. Hoje era sexta feira e pela noite haveria uma festa na casa do tal de Jackson para a qual a escola roda estava convidada, inclusive eu. Então voltando para casa eu resolvi que iria nesta festa já que eu não tinha nada para fazer a não ser chorar no meu quarto e já fazia tempo que eu não ia até uma festa e me divertia um pouco.

Fui para casa me arrumar, mas antes passei numa farmácia e comprei uma tinta azul para retocar minhas mechas azuis. Tomei um banho me arrumei e quando me dei por conta já eram 21h 30min, beleza a festa começava as nove e como a casa do Jackson não era muito longe da minha eu chegaria em uns quinze minutinhos lá. Sai de casa enquanto minha mãe estava tomando banho e não dei a mínima satisfação para ela.

Depois de alguns minutos eu já estava na frente da casa do Jackson e via que a festa já tinha começado, a música alta, luzes coloridas, pessoas bebendo e se pegando nos cantos e alguns dançando. Entrei e fui direto no bar pedir uma cerveja, cumprimentei algumas pessoas e até bati um papão com uma loira chamada Annabeth, uma loira bem bonita, mas depois ela foi se agarrar com o Jackson e eu fui dançar um pouco. Acho que já devia ser meia noite quando eu me sentei num sofá vazio que estava num canto e olhei para o outro canto da sala, vi Nico se agarrando com uma ruiva azeda, quase vomitei quando vi a cena e sena e senti meus olhos arderem. Merda.

– Ooi – fui tirada dos meus devaneios por um garoto loiro e alto, bonito também e até que parecia bem gostoso.

– Oi – respondi.

– Você está sozinha?

– Ainda não deu pra perceber?! – respondi meio grossa.

– Calma gatinha...Thalia não é?

– Sim, e você é?

– Luke, Luke Castellan – disse ele com um sorriso de lado – E ai vamos beber alguma coisa?

– Claro – respondi e fomos até o bar.

Depois de bebermos um pouco, ou um pouco de mais, tudo é uma questão de ponto de vista, e depois fomos dançar. Do meio da pista de dança eu observava um certo canto da sala e nele via uma ruiva e um Di Ângelo ainda se agarrando, quando eles finalmente se desgrudaram a ruiva se escorou no peito dele e Nico pareceu ter me notado e me fitou por um longo tempo. Seus olhos negros me olhavam de uma maneira estranha, como se neles estivessem um mistura de magoa, decepção, raiva e, é claro, desorientação que provavelmente fora causada pela bebida. Eu agarrei Luke e lhe tasquei um beijo de faltar o ar, tendo a certeza de que Nico me observava atentamente em quanto eu o fazia. Quando me separei de Luke por não ter mais ar para respirar vi que Nico ainda me encarava, então ele puxou a ruiva e a beijou novamente. Depois disto voltei para o bar e bebi mais um pouco junto com Luke. Minha visão começou a ficar meio embaçada e depois disto só me lembro de escadas, cabelos loiros, calor e som de gemidos.

Acordei sem saber muito bem o que estava acontecendo, olhei para os lados e vi que eu estava em uma espécie de sala, eu estava deitada num sofá de três lugares, tinha uma lareira e um pouco mais ao lado uma poltrona onde um loiro dormia sem roupa nenhuma. Foi ai que eu me lembrei do que aconteceu na noite passada: eu fiquei com este loiro, Luke se eu não me engano, porque estava com raiva de Nico que estava se agarrando com uma ruiva nojenta, ai bebemos um pouco de mais e, merda, nós transamos numa sala estranha da casa do Jackson.

Resolvi sair de fininho daquele cômodo, juntei minhas roupas e as vesti silenciosamente para não acordar o garoto que roncava na poltrona, tirei meu celular do bolso do meu short e vi que ainda eras madrugada, 4h47min para ser mais exata, então percebi que ainda havia música tocando lá embaixo, o que significava que a festa ainda não havia terminado. Sai do quarto e fechei a porta, coloquei meus sapatos e resolvi procurar um banheiro para me ajeitar um pouco, pois devia estar totalmente descabelada. Caramba aquele corredor estava mais para corredor de motel que para corredor de casa. Tinha pessoas se agarrando pelo meio do corredor e se escutava gemidos tão altos que acho que tinha alguém sendo estuprada. Vi uma porta clara que parecia ser o banheiro, caminhei até ela e me arrependi de ter aberto aquela maldita porta no mesmo instante que olhei para dentro do realmente era um banheira, mas que tinha um casal se comendo em cima da pia.

– AAAhh...sai da qui ahhh, garotaaa, não que, aaaah vai gato vai, ta atraplhanpo porra aaaaah isso ahh – disse a garota em meio aos gemidos.

Depois de ter meus olhos queimados pela visão que tive achei melhor ajeitar meu cabelo usando o reflexo do celular mesmo. Sim, meu cabelo realmente estava uma coisa. Desci as escadas e passei pelo meio da festa indo até a porta, sai da casa com a intenção de ir para casa, mas do nada alguém puxou meu braço com força, mãos geladas rodaram minha cintura e eu me vi grudada em Nico di Ângelo. Merda.

– O que você pensa que está fazendo? – perguntei gritando.

– Você transou com aquele loiro não transou Thalia? – perguntou ele friamente com um olhar penetrante e que dava medo, mas é claro que eu não demonstraria tal sensação.

– Desde quando eu te devo satisfação do que eu faço ou deixo de fazer?! – falei puxando o meu braço e tentando me desvencilhar dele, mas ele era bem mais forte que eu. – E porque você pode pegar a vadia que você quiser e eu não poderia transar com quem eu quero?! – Nico riu, e uma coisa era certa, ele dava mais medo sorrindo desta maneira sarcástica do que quando estava com raiva.

– Você não entende mesmo não é Grace? – eu não fazia a mínima ideia do que ele estava falando então puxei novamente meu braço com força e consegui me soltar dele.

Sai rápido em direção à rua e caminhai quase correndo até meu prédio que não ficava muito longe dali. Entrei no elevador e tirei meus sapatos, cheguei no meu andar e olhei para fora do elevador até que a porta se fechou e eu fiquei encarando ela. Apertei o botão 13 e depois subi até o terraço. Lá me sentei na beira do prédio e me fiquei observando a noite estrelada de Nova York, isto me trouxe a lembrança da primeira noite que vim até aqui, quando Nico me trouxe, me lembrei de me sentir bem quando ele me abraçou e melhor ainda quando ele me beijou. Sou sorriso me veio a cabeça, seus olhos negros e misteriosos. E olhando para aquele céu, um céu cheio de estrelas, eu acho que vejo ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?? No próximo eu revelo o que o Nico preparou para a Thalia e também vamos ter uma pasagem de tempo e muitos acontecimentos importantes, então comentem que eu posto mais rápido!!!