Basket Case escrita por schristinef


Capítulo 5
No one knows


Notas iniciais do capítulo

I don't want to cause no harm, But sometimes my actions hurt, Is there something I should find...



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Uma semana depois...

Agora os hematomas estão em tons de verde claro e também azuis e marrons. Consigo me mover. Sinto-me melhor. Acho que na quarta, eu fui treinar novamente e lutei também. Todos lá eram contra, mas eu insisti. E foram sorteadas as duplas. Meu oponente foi o Matthew, e eu acabei com ele. Não fui cruel como ele. Mas vamos dizer que ele saiu bem ferrado. E posso dizer que os conselhos do Capitão América me ajudaram. Tenho que agradecê-lo.

Então... Hoje vou passar o dia com meu pai, isso depois que ele leve a Pepper e o Chase ao aeroporto. Os heróis foram chamados pela S.H.I.E.L.D. para ver o novo projeto, meu pai, é claro, já sabe. E como eu não quis ir viajar com a Pepper e meu irmão, vou ficar com o Sr. Stark.

Ele ainda não chegou. Foi... Bem, eu não sei onde ele foi e o J.A.R.V.I.S. também não me fala. Resolvo conhecer a Torre, até agora não tinha saído do ultimo andar. Desci alguns andares, não contei quantos. Mas estava entre os dez últimos. Se não me engano são uns noventa andares ao todo. Quando a porta do elevador se abre, noto que não há ninguém. Aproveito a situação e dou uma olhada, é uma sala de projetos. Vejo projetos das armaduras do meu pai. Projetos de armas? Pelo que soube a S.H.I.E.L.D. não desenvolveria mais esse tipo de armas. Já que não possuem mais o cubo.

Eles devem ter encontrado outro meio. Dou uma olhada nos outros projetos. Eu já os vi em algum lugar. Não consigo acreditar! São os projetos que vendi para o governo! Como ele os conseguiu? Todos, os vendidos para NASA, exército, marinha, aeronáutica.

Até as novas tecnologias de computação, vendidas para IBM, Google, Microsoft, Cisco, e muitas outras. Eu não consigo acreditar! Bem... Eu sei que isso poderia acontecer, mas não acreditava que a S.H.I.E.L.D. conseguiria tê-los. Sim, eu já sabia da existência dela. Passo meu tempo hackeando os sistemas do governo. Contudo, é somente para saber se estão fazendo tudo de acordo com o combinado.

Achei umas anotações. Melhor, achei uma agenda. E QUE MERDA! Eles trouxeram o cubo. Mas para que? Eles sabem que vão ferrar tudo! M-E-R-D-A.

– Filha? O que você está fazendo aqui? – Diz Stark surpreso.

– O que é isso? Não. O que você faz com isso aqui?

– Você já deve imaginar! – Fala meio exaltado. Ele está com olheiras bem profundas. Parece exausto. Mesmo assim não baixo a guarda.

– Realmente eu não sei! Como os conseguiu? – Digo.

– Isso você sabe! Só os tenho, pois Loki voltou a Terra. E não sabemos como será. Então é melhor que a gente se previna. – Diz ele. – Por favor, não me pergunte mais nada. Hoje.

– Tudo bem. Mas você terá que me contar! – Falo. – E o que vamos fazer?

– Pensei em irmos almoçar primeiro. Quer comer o que? Ou aonde?

– Eu não conheço direito a cidade, só alguns lugares. Então o que acha de fazermos o almoço? Uma macarronada? – Pergunto.

– Hum... Pode ser. E você não acha que deveria me explicar o porquê da venda dos projetos? E por que os criou? – Alega.

– Bom, eu posso lhe contar sim.

– Então? – Ele questiona.

– Eu não queria o dinheiro do meu padrasto. E nem o da minha mãe, que dá na mesma, já que ela não trabalhava. Então, como sou bem inteligente, – Solto um risinho. – decidi fazer alguns projetos. De inicio eram projetos arquitetônicos. Daí, criei aplicativos, tanto para celulares quanto para a internet. Depois, que vi que nenhum rendia, resolvi montar armas muito mais avançadas que as de hoje. E os vendi. Eles pagaram um preço bem alto pelos projetos. Mas só fiz estes. Nunca mais criei nenhum.

– Interessante. Realmente, os projetos são brilhantes. O mais intrigante é que você os fez de forma que só fosse utilizada energia limpa. Em armas! – Diz com certo sentimento, seria ele orgulho?

– Sim pesquisei muito sobre isso. Não sei se você lembra, mas eu já tinha conversado com você só que através de e-mails.

– Então era você! Você me hackeou pilantrinha. Só por que eu não a respondia. – Diz ele rindo, se aproxima de mim e me abraça.

Ficamos assim um longo período de tempo. E isso é ótimo. Dirigimo-nos a cozinha.

– Então, pegue as panelas. – Digo a ele.

– Ok. – Ele pega-as, eu encho a maior com água e coloco no fogão. – Sabe, eu queria passar mais tempo com você briguenta. Eu gosto de conversar com você. Ultimamente não consigo conversar com ninguém. E o Picolé não sai de cima de mim. Parece um cão no cio.

Ele estremece. Pelo jeito por causa da comparação.

– Por quê? – Coloco o sal e o óleo na água. Pego o resto dos ingredientes. E começo a cortar os tomates e a cebola. Ele me observa.

– Acho que é toda a situação com o Loki. Ou por sua casa. – Suspira ele.

– Minha causa? – Enrubesço. Pego a frigideira; coloco óleo e margarina, deixo aquecendo. Ele ainda me observa.

– Sim. Acho que se sente culpado. Ainda. – Dá de ombros.

Pego a panela menor. Coloco a cebola mexo um pouco. Ponho o tomate, mexo um tempo, desligo a boca onde está a frigideira e deixo esfriar. Coloco o macarrão na água. Meu pai começa a assobiar e pega o liquidificador. Enquanto bato o molho, ele escorre o macarrão. Tiro o molho e ponho novamente no fogo, acrescento milho e ervilha. Meu pai vem pertinho de mim com o macarrão, e começa a refogá-lo. Dá-me um beijo na testa e eu dou um em sua bochecha. Ele sorri e eu também. Nunca pensei que eu amaria uma pessoa em tão pouco tempo.

Pegamos tudo e colocamos numa vasilha. Colocamos queijo. E levamos ao forno. Esperamos uns quinze minutos. Arrumamos a mesa. Tudo em silencio absoluto. Eu me sento e ele pega o macarrão. Depois vai a geladeira e pega um suco.

Ele me serve primeiro, depois se serve. Ele começa a devorar a comida e eu fico olhando ele.

– O que? – Diz ele de boca cheia.

– Nada. Só que... É muito bom fazer esse tipo de coisa novamente. Depois que minha mãe se casou a gente nunca mais fez essas coisas.

– Imagino. Eu nunca fiz questão de fazer uma coisa dessas. Mas, com você eu não me importo. – Diz sorrindo, ele está com a boca toda lambuzada.

Eu rio, ele também. É um clima leve, mesmo depois de eu ter estourado com ele. Começo a comer. Depois vamos à sala e eu conto sobre minha infância. Pois ele perguntou.

Ele começa a debochar de mim. E isso é ótimo, já que ele aparenta estar muito mal.

Depois de umas três horas, o Rogers entra na sala. Bem apressado e aflito.

– O que você faz aqui Rogers? – Pergunta meu pai.

– Eu preciso me afastar do Fury, ele está me deixando louco. Quer que eu treine uns agentes novos. E eu não agüento mais. Tudo isso é uma porcaria.

– Hum. Tá só não nos incomode. – Diz o meu pai irritado.

– Pai...

– Não. É sério! O único dia que nós podemos conversar, sem ninguém atrapalhando, o Picolé aparece.

– Calma Stark, eu já vou para o meu quarto. – Diz isso e se retira.

Assistimos, ou melhor, rimos de um filme ridículo de terror. E quando estava no meio do segundo cai no sono. Meu pai estava deitado e eu deitei a cabeça na barriga dele. Acordei na cama dele.

Dirigi-me ao meu quarto. Novamente esqueci a porta aberta. Comecei a me trocar, mas dessa vez não tive problemas. Coloquei um short e uma regata branca. Peguei um chinelo e fui para sala. Eram dez horas da manhã.

Vejo meu pai, ele parece frágil. Nunca o vi tão mal. Sei que não deveria fazer isso com ele, mas mesmo assim o faço.

– Pai, agora eu quero saber sobre os projetos. – Digo, e meu estomago aperta.

– Ah... Bom dia briguenta! – Ele tenta esboçar um sorriso, mas parece uma careta de dor. – Hum... Eu achei que tínhamos resolvido isso...

– Não pai, não resolvemos. Diga-me, por que o Thor trouxe o Tesseract?

– Porque fizemos um acordo. E estamos tentando rastrear o Loki. Não que o Tesseract seja para isso. Mas é para as armas. – E ele solta um suspiro longo e demorado.

– Hum. – Digo, sei que não é completamente errado o que eles estão fazendo. Mas, também, não parece certo. Toda essa situação aparenta só trazer problemas.

– Mais alguma pergunta? – Diz.

– Por que você está sempre tão cansado?

– O que? Eu? Cansado? – Ele se aproxima e dá um beijo na minha testa. – Não se preocupe meu amor. É só que... Isso exige de mais da minha inteligência e complexidade. E como sou uma pessoa muito profunda e de muuuuito conhecimento, eles complicam as coisas que eu faço. – Debocha.

– E que bom que o senhor é modesto, não? – Falo.

– Sim, modesto... Humilde. Só mais algumas de minhas competências. E o senhor está no céu. Ok? Nunca mais me chame assim.

– Mas eu não sou a primeira a te falar isso, papaizinho. – Falo.

E começo a me dirigir ao sofá.

– Certamente. Mas, você é minha filhinha querida e deve me obedecer. Senão eu desço a porrada, compreendeu?

– Certamente, Senhor!

E nós dois começamos a rir. Quando vou me sentar, não noto que alguém estava ali deitado, me sento nas pernas dessa pessoa. Eu solto um grito involuntário. Meu pai ri. Vejo quem está ali, e é óbvio que era ao Capitão.

Ele está com um sorrisinho estampado no rosto. Se senta e me convida para sentar ao seu lado. Eu me sento. Um pouco perto demais. Ele põe o braço nas costas do sofá. Meu pai se senta perto.

– E os outros quando irão chegar? – Pergunto

– Logo. Provavelmente hoje à noite. – Diz o Capitão, depois pergunta:

–Uma coisa que me intriga, por você ser filha do Stark e por ele ser quem é, você não deveria fechar a porta quando vai se trocar?

– Merda. – Solto e tampo a boca rapidamente. Acho que estou ficando vermelha, espero que não de para notar.

Eles riem. E falam ao mesmo tempo:

– É adorável. Olha só, você está toda vermelha!

E depois se olham, estreitam os olhos e me fitam. E por mais incrível que seja, meu pai não me falou nada, ele não me repreendeu.

– Vão se danar! Quer saber vou treinar hoje! Não me esperem!

E saio, ouço-os rindo. Isso me deixa furiosa.

Quando chego à academia, sou recebida com um abraço mortal. Não sei o que esperar hoje, tenho treinado, mas até agora não vi Matthew aqui. Acho que devo desculpas a ele. O vejo a alguns metros, ele está melhor e sem hematomas.

– Oi, Matthew. Viu, eu só queria me desculpar. Não devia ter exagerado, eu só estava com muita raiva.

– Hum... Ok. Sem problemas. – Diz secamente. Mas quando estou começando a me afastar, ele agarra meu braço e me deixa perto de mais dele. – Eu também gostaria que você me desculpasse. Mas pelo jeito você já o fez. E eu ERA um cretino, e a surra que você me deu mostrou que cretino eu ERA. Acho que eu só fiquei...

– Atraído? Intimidado? Envergonhado?Apaixonado? Desisto e aí? – Digo, sem respirar entre as perguntas, e ele ri. É... Ele é muito bonito. E parece ter realmente mudado.

– Atraído com certeza. Nunca tive relacionamentos agradáveis com mulheres, e simplesmente não sei lidar com elas, vocês.

– Você nunca teve relacionamentos bons? Por quê?

– Na verdade é porque, quando mais novo, eu era aqueles meninos nerds, que usava óculos e não tinha nada de musculatura, era só pele e osso.

– Isso é que não dá pra acreditar.

Ele sorri.

– É eu sei. E fiquei com raiva, pois agora que eu tenho um físico bom, elas caem em cima de mim. Mesmo eu sendo um cretino com elas. E isso só contribuiu para a situação. – Diz dando um sorrisinho sem graça. – E quando você não agiu da maneira que eu esperava, acho que deu erro no meu cérebro e eu piorei as coisas.

– Hum... Agora eu entendi tudo. – E rio.

– Obrigado. – Diz ele.

– Por nada.

Comecei o aquecimento. Não pedi, mas ele me ajudou em tudo. É... É uma grande mudança. Hoje treinamos até as dez e meia da noite. Mas não fizemos lutas corpo a corpo. Só treinamos com os sacos de pancadas.

No final ele me pergunta:

– Eu e o treinador vamos jantar, quer vir conosco? – Pergunto e noto a esperança na voz dele.

– Eu não sei... Acho que...

Meu celular vibra. Uma mensagem diz na tela. É do meu pai, ele quer que eu volte agora para casa.

– Vou sim. – Digo. Pelo jeito o Fury descobriu que eu sei sobre as armas. Não estou a fim de ouvir sermão hoje.


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Notas finais do capítulo

E aí?