Basket Case escrita por schristinef


Capítulo 4
Loss Of Control


Notas iniciais do capítulo

I'm taking down all my enemies 'cause they're all so fucking useless, A bunch of shit-talking drama queens and they're all filled with excuses



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Passou uma semana. E meu pai está me enchendo por que quer que eu volte a estudar. Mas eu não preciso, uma vez que eu já fiz cinco cursos de graduação em Princeton. Fiz Artes Visuais, B.S.C. em Arquitetura e Engenharia, Antropologia, Matemática e Física. Acho que não preciso voltar a estudar, mas ele insiste. E eu irei persistir.

Depois do acidente daquele jantar eu não vi o Capitão. Disseram que ele saiu para resolver uns problemas com o Fury e que sempre voltava perto das três da manhã. Quando soube era como se algo murchasse em mim. E isso é estranho.

Fui procurar um cara que dá aulas de boxe. Eu sempre disse que não tinha amigos, o que é mentira eu tenho um amigo e ele mora aqui em New York. Só que ele se mudou de Princeton por que se casou e a mulher não queria sair daqui. Mas eles se divorciaram há pouco tempo e ele não quis mais sair daqui.

Achei o lugar na internet. Só falta conversar com meu pai.

– Pai vou fazer boxe! – Digo.

– Nem sonhando, é um esporte muito violento. – Diz ele com aspecto sério.

– Tá, mas como eu sou sua filha, eu deveria aprender algum tipo de defesa! E não diga que eu estou falando merda, pois eu não estou! – Digo antes que ele me interrompa.

– Tá! Mas eu lhe darei as aulas. – Diz.

– Não, assim não tem graça. E você não vai deixar me baterem. Eu já achei a academia de boxe e me inscrevi. O professor é um amigo meu. E sim eu tenho um amigo.

– Ok. Boa sorte! Dependendo do lugar só terá homens lutando. Acho que você vai desistir logo. – Diz ele convicto, mas eu não canso tão fácil.

– Muito obrigada. – Digo e lhe dou um beijo na bochecha.

– Mais uma coisinha. Qual do nome dessa academia?

– KB. – Respondo.

– Seu irmão faz umas aulas lá. Ele vai gostar disso. Soube que vocês conversaram bastante essa semana. Acho isso maravilhoso. – Diz depois solta um suspiro. Não tinha notado que ele estava cansado.

Abraço ele e saio. Pego meu carro e vou o mais rápido que consigo para chegar lá. Eu já sabia que meu irmão treinava lá, ele me falou também que só homens treinam lá. Mas isso não será um problema.

Entrando lá, sou observada por vários pares de olhos. Não me incomodo. Respiro fundo e procuro o Dwayne. Ele está ajudando um garoto, loiro e de olhos azuis. Mais um garoto bonito, acho que a decisão de vir pra New York foi à melhor que tomei em minha vida inteira.

– Vamos Sumpter, mais força! Bate nisso com vontade, porra! VAI, MAIS FORÇA! – Incentiva.

Limpo a garganta e ele vira. Abre um largo sorriso e me abraça, levantando-me do chão. Sempre gostei de abraçá-lo. Sorrio também.

– Então a aluna nova é você! Bem que eu reconheci o nome, mas não conseguia me lembrar de onde! Que bom! Só que você vai ser a única garota treinando aqui. Você tem certeza que quer ter aulas aqui? – Diz ele, com um que de preocupação no final.

Odeio que tenham dó ou pena de mim. Sei que eu sou pequena, afinal eu tenho um metro e sessenta e seis, e sou muito magra. Mas eu já arrebentei a cara de garotos bem maiores do que eu.

– Sim eu tenho certeza. E você sabe que eu não sou fraca.

– Ok. Bem, vamos ao treino.

– Ô Jonhson! Onde você pôs as minhas luvas? Eu as esqueci aqui. – Diz um homem loiro.

– Eu coloquei em uma gaveta no balcão, McConaughey. – Responde o Dwayne.

– Certo obrigado. – Diz McConaughey. Ele está caminhando em minha direção, e dá um sorrisinho torto. – E quem é essa?

Quando ele chega perto de mim, fica apenas a alguns centímetros de distancia. Isso me incomoda.

– É uma aluna nova. O nome dela é Emma. E não é para o seu bico, Matthew. – Diz o treinador, com frustração. Pelo jeito o Matthew é sempre um cretino.

– Ok. – Diz e quando sai aperta minha bunda. Eu seguro o pulso dele, ele se vira e dou-lhe um soco do nariz.

Ele tenta revidar, mas o treinador não o deixa.

– Vadia! Você me paga!

– Ok, agora vai treinar McConaughey! E pare de agir como cretino. Mantenha o foco no treino. – Berra o treinador.

Ficamos umas duas horas treinando os golpes. Fizemos um aquecimento e daí ele me colocou para lutar. Jonhson faz um sorteio para não influenciar na luta. O problema é que a minha é com, nada mais nada menos que, Matthew MacConaughey.

Nossa luta é a primeira. O treino foi pesado, mas não me sinto cansada. Sinto-me como se tivesse levado uma injeção de adrenalina.

– Você vai se arrepender! – Diz ele me fuzilando com os olhos.

Eu rio, não consigo me conter. Acho que eu pedi para morrer. Meu irmão não teve como vir conversar comigo, por causa do Dwayne, e agora me olha como seu eu fosse morrer. Matthew é dezesseis centímetros mais alto e três vezes mais largo, além de estar com raiva de mim. Bom, vai ser interessante!

Estamos nos encarando e por trás dos ombros do cretino, consigo ver o Capitão ao lado da porta. Ele faz um bico com a boca, como se tivesse comido algo azedo. Um segundo depois, as mãos de MacConaughey já estão armadas e seus cotovelos dobrados. Tento um direto, para minar a defesa dele, mas baixo a guarda e ele me atinge um soco no meio do peito. Perco o fôlego, e acabo desequilibrando-me. Minhas costas se chocam contra o chão, mas me levanto desconjuntada. Tento novamente acertá-lo, porém ele é bem maior que eu, em todos os sentidos. E uma pontada de dor atinge meu queixo e se espalha pelo meu rosto, fazendo com que as bordas de minha visão se escureçam e meus ouvidos chiem.

Pisco os olhos e sou lançada para o lado com o gancho dele, sentindo a sala desabar e balançar ao meu redor, continuo de pé. Não me lembro de ver seu punho vir em minha direção. Estou desequilibrada demais para fazer qualquer coisa, mas me afasto dele. Ele se lança sobre mim com golpes repetitivos em minha barriga com força. Ele força o ar para fora dos meus pulmões e dói, tanto que não consigo respirar. Desabo. Preciso levantar. Ele já me alcançou. Levanta-me brutalmente e soca meu nariz. Continuo em pé. Tento socá-lo e ele dá um uppercut, assim acertando meu queixo. Me soca novamente na barriga. Acho que estou suja de sangue, mas não tenho tempo para olhar.

Ele atinge minhas costelas e quase desabo outra vez. Soco algo tenro e ele nem chega a gemer. Depois soca meu ouvido esquerdo com um jab. Ele ri. Pisco, minha visão está manchada de pontos negros. Vejo que o Capitão está saindo, sinto meu estomago revirar com a cena. Meus joelhos cedem. Não berro, não me daria esse luxo, mas eu não conseguiria mesmo se quisesse. A última coisa que lembro é do treinador me levantando, acho que durante a luta ele falou alguma coisa, mas eu não consegui entender. Acho que ele gritou com o Matthew.

Sou uma boa lutadora, mas dessa vez quem estava determinado era ele e não eu. Já tinha lutado com pessoas maiores que eu, porém nunca alguém que fosse tão motivado e impulsionado pela raiva. Essa luta era impossível.

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Ainda não sinto quase nada, acho que por que não me atrevi a mexer meu corpo. Só consigo abrir um olho. Barton e Thor estão sentados à minha esquerda. Estou no meu quarto. Minha cara parece ter duas vezes seu tamanho.

– Bom dia dorminhoca! Está se sentindo bem? – Diz Barton com um sorrisinho fofo.

– Estou. Eu acho. – Tento me sentar, mas isso só faz com que eu sinta pontadas agudas na barriga.

– Calma, eu te ajudo. –Diz Thor de forma afetuosa.

Sentada consigo me ver no espelho. Meu queixo e o olho esquerdo estão quase pretos de tão roxo. Meus lábios estão inchados e em meu nariz está um esparadrapo. Estou horrível.

– Bem, pelo menos continua linda. – Diz Barton afagando meus cabelos.

Rio, mas não se parece com um riso e sim com um engasgo. Ou coisa do tipo.

– E o Capitão América? O meu irmão? Meu pai apareceu? Ele vai me matar. Merda! Nunca apanhei tanto.

– Respondendo suas perguntas. Primeira: Ele não está, nem veio te ver. Mas foi ele que chamou seu pai. Segunda: Ele está dormindo ainda, já que são cinco da manhã. Mas ele está preocupado. Terceira: Sim, ele apareceu. – Barton suspira e continua. – E ele quer te matar. Além de querer matar o tal Matthew. Sim, ele já sabe quem te espancou. – Ele solta uma risadinha. – E só para constar, você estava apagada por três dias. Quer comer algo? Ou beber?

– Não, estou sem fome. Meu Deus três dias! – Exclamo.

– Acho melhor você comer algo senhorita. –Diz uma voz.

– Quem disse isso? – Pergunto.

– Foi o J.A.R.V.I.S. – Diz Thor.

– Bem sou um software multifuncional criado por seu pai, para gerir alguns assuntos para ele. Seu pai gostaria de estar presente quando acordasse, contudo ele teve que sair para resolver uns assuntos para a S.H.I.E.L.D. E me pediu para avisar-lhe que a senhorita deve comer algo.

– Hum... Bem, é bom te conhecer J.A.R.V.I.S. e daqui a pouco eu como algo. Tudo bem?

– Sim, senhorita Stark. E ele me pediu para comunicar-lhe, também, que já mudou seu nome de batismo e refez seus documentos.

– Muito obrigada, gostei de você! Vai ser interessante. Se meu pai chegar você me avisa?

– É claro. – Diz J.A.R.V.I.S.

– Então... Vocês irão continuar aqui? – Pergunto aos heróis.

– Sim. – Respondem em uníssono.

– Acho que eu vou voltar a dormir. Vocês podem fazer outra coisa. – Digo suspirando.

– Não vamos sair. Até por que não temos muito que fazer hoje. Então durma e quando acordar iremos trazer algo para você comer. Tudo bem? – Fala Thor, e vejo que não vou conseguir fazê-lo mudar de idéia.

– Tudo bem.

E durmo. Acordo somente às sete da noite. Meu quarto está escuro, tento me levantar a dor é angustiante. Todavia consigo me levantar, a dor persiste e eu caio fazendo muito barulho. Quando olho para cima vejo somente vultos. Não consigo distingui-los, mesmo com as luzes ligadas.

Um deles se aproxima. E fala:

– Ô briguenta, vê se volta para caminha. Você ainda está bem ruinzinha. – Ele fala debochando de mim, claro meu pai, mesmo não parecendo sua voz. Ele ri.

E eu faço uma cara de desaprovação, que pelo jeito não deu certo, pois todos começaram a rir.

– Vamos, – Diz uma voz. A pessoa me pega no colo e me coloca na cama de novo. – você ainda não está forte para andar. E ainda não comeu nada.

– Eu estou bem sim. Só me ajude a levantar. – Digo, todo corpo está em um estado penoso.

– Se você precisa de ajuda quer dizer que ainda não está bem. Descanse, por favor! – Diz outra voz. Dessa vez de um vulto menor, creio ser o meu irmão.

Meu ouvido esquerdo está latejando.

– Ok, mas saiam daqui. E, não, eu não vou comer nada.

– Então eu vou empurrar a comida goela a baixo. – Diz a segunda voz. Estou começando a enxergar as pessoas. O vulto é o Capitão.

– Vai sonhando. – Digo, estou começando a me irritar.

– De todos, a única pessoa que está totalmente ferrada é você. E se você não comer por bem, vai comer por mal. Entendido? – Diz ele.

– Entendido Capitão. – Digo com o máximo de raiva possível. E ele faz uma careta, ficando vermelho.

Como eu me recusei terminantemente a comer, ele forçou a comida pela minha garganta. Só que depois que ele terminou eu vomitei tudo. Ele só não me xingou, por que eu devia estar com um aspecto horrível, mas não só depois que toda a comida voltou, também quando ele me fazia comer.

Quando terminei, ele limpou tudo. Estávamos a sós. Ele se sentou ao meu lado e continuou lá, quieto. De vez em quando, meus olhos se voltam para ele. Não sei bem o que espero ver, se é que quero ver algo nele realmente. Contudo, acabo prendendo meu olhar automaticamente nele, sem pensar no que faço. Ele não olha para mim, o que me deixa tensa, mas ao mesmo tempo aliviada.

Me olho no espelho novamente, estou muito pálida. E pelo jeito vou continuar assim até melhorar. O Capitão se levanta. Franze as sobrancelhas, olha alguns dos meus hematomas e encosta no meu olho roxo. Jogo minha cabeça para trás, ele não tira a mão. Só inclina sua cabeça para trás e solta um suspiro.

– Você deveria aprender a atacar primeiro, assim se sairia melhor. – Diz, ele continua se mostrando cansado.

– Eu sei atacar. Mas ele estava bem determinado a me matar. – Digo, ele acaricia a ferida, eu estreito os olhos. Essa demonstração de afeto é suspeita. – E você diz isso como se eu não soubesse lutar.

Ele solta uma gargalhada.

– Eu sei que você luta, e muito bem. Mas como você é pequena pode se movimentar com mais rapidez. Por isso se atacar antes que eles compreendam o que está fazendo, teria mais chances de vencer. – Ele continua com a mão ali.

– Hum... E por que você saiu de lá?

– Não agüentaria ver aquilo. – Diz ele. Mais uma vez suspeito.

Ficamos em silencio. É constrangedor. Ele limpa a garganta e tira a mão do meu rosto. Sinto a pressão de sua mão mesmo depois que ele a afastou.

– Bem... Eu vou continuar aqui, pois você tem falado e se debatido enquanto dormia. E seu pai está preocupado. Ele gostaria de ficar aqui, mas prometeu à Pepper que a levaria para jantar. Ela disse a ele que não precisava, mas seu pai gosta de cumprir o que promete. Então eu ficarei aqui. – Se explica.

– E ele concordou com você ficar aqui comigo? Depois do chilique de quando nos conhecemos. E ainda acho que ele xingou muito você e meu irmão, já que os dois estavam lá e não fizeram nada. Sabe, eu ainda não vejo por que você ou qualquer outro têm que ficar aqui comigo. – Digo, essa situação é frustrante e completamente desnecessária. É ridículo.

– Olha, eu não precisava estar aqui, mas os outros não podem e só sobrou a mim, ok? – Ele se levanta e extravia suas emoções. – Sim ele xingou muito seu irmão e eu. Estou aqui por que estou me sentindo culpado e por que me preocupo com você. Você vê toda essa situação como se nós tivéssemos dó de você. Mas sabe, nem sempre parecer frágil quer dizer que a pessoa realmente é. Nós estamos assim por que nos importamos com você, mesmo tendo a conhecido por pouco tempo. Não significa que achamos você fraca. Agora durma. Por favor, durma.

– Primeiro, sim eu odeio que olhem para mim como se eu fosse incapaz de fazer qualquer coisa. Sei que sou pequena, em qualquer percepção. Segundo, você; eu e qualquer outra pessoa sabe que o Jonhson não ia deixar você parar a luta. Mesmo ele, também, não agüentando assistir a cena. – Digo da maneira mais calma possível. – E sei que se importam comigo, mas vocês estão entendendo esse fato como uma forma de... Nem sei mais o que dizer. Dane-se.

– Ok. Agora, durma! – Diz ele, e mais uma vez está se contendo.

– Sabe por que eu fiz, agora, toda essa cena?

– Não, eu não sei! – Grita ele. – Vá D-O-R-M-I-R, POR FAVOR!

– Porque eu queria que você perdesse o controle. Nem sempre é bom guardar tudo o que sente. Agora se sente melhor?

– Sinceramente? – Ele fala. –Não.

– Então... Onde você vai dormir?

– Aqui nessa cadeira. – E aponta para a cadeira estofada, mas muito pequena para ele dormir confortavelmente.

– Hum... E por que não dorme aqui comigo? Ali não parece muito confortável.

– Por que não. Durma.

– Eu insisto. – E sorrio.

– Você é uma sarna! É pior que seu pai. Meu Deus!

– E então? – E dou uma batidinha no espaço ao meu lado.

Ele me encara, eu não desvio o olhar. Ele bufa e finalmente se deita, meu estomago revira. O Capitão me dá um beijo na testa e fala:

– Tenha uma boa noite.

Me puxa para perto. Eu encosto minha cabeça na dele. As luzes são desligadas. E durmo quase instantaneamente. Um sono tranqüilo e sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

Não sei o que dizer hahaha. Gostaram??