O ano passava rápido parecia que o universo gostava de conspirar contra eles favorecendo o crescimento de Claire, a empolgação por vê-la dando os primeiros passos e ouvir as primeiras palavras concretas era algo que jamais sairia da cabeça dos dois que mimavam aquela menina assim como todos os outros. A torre Stark estava praticamente terminada, faltando apenas alguns acabamentos por fora o que não impediria seu funcionamento, depois de ter finalmente feito a última coisa que faltava para que a torre espalhasse seu esplendor por Nova Iorque, Tony e Pepper foram comemorar, mas não durou muito graças a aparição do agente Coulson e seu aviso de um possível colapso mundial, Pepper adiantou sua viagem pra Washington e Tony ficou na torre tentando entender tudo o que tinha visto naquele "simplório" arquivo.

– Mãe, eu não vou poder ir hoje na verdade eu estou indo agora para Washington, a senhora poderia ficar com a bolinha?
– E você ainda pergunta Virginia, claro que fico, mas o que houve você e Anthony brigaram?
– Não, é que ele tem que trabalhar e como eu queria adiantar o serviço resolvi fazer tudo isso agora, tem certeza que não tem problema em ficar com ela?
– Se você mim perguntar isso de novo eu vou dar um jeito de lhe dar um cascudo via telefone.
– Está bem mãe, te amo.
– Também te amo.- Pepper desligou a chamada e embarcou no jato da empresa, acabou cochilando no avião e quando chegou no hotel não conseguiu dormir, seu pensamento ia direto pra Tony e por diversas vezes cogitou a opção de ligar pra ele, mas achava que ia atrapalhar, passou o resto da noite com esse pensamento que lhe tirava o sono, com a agitação da manhã a sua cabeça foi sendo ocupada, mas ainda sim o pensamento de preocupação persistia, encerrou todas as suas atividades acabando de vez com todo e qualquer compromisso que envolvesse a torre Stark, a viagem de volta foi cercada de elogios por algumas pessoas que acompanharam naquela manhã de negócios, tudo estava tranquilo até ela ligar a tevê.
– O bilionário Tony Stark está enfrentando junto com pessoas de identidade desconhecida, uma invasão alienígena.- ela mudava os canais e todos falavam a mesma coisa, a câmera focava em um buraco enorme que estava no céu de Nova Iorque, minutos depois de ter começado a ver aquela inacreditável batalha ela viu Tony surgir nas câmeras carregando um míssil e entrando naquele buraco, ela encarava a tela perplexa e voltando a si percebeu que Tony não voltava e já caia em lágrimas, ao pegar o celular viu a ligação perdida e seu coração diminuiu imediatamente retornou a ligação.
– Por favor Tony volta pra mim.- ela repetia isso como um mantra ao tentar completar a ligação, ela chorava fitando o chão enquanto ouvia sua voz na gravação do correio de voz.
– Você ligou para Tony Stark se tem esse número é por que eu te conheço, já sabe o que fazer fale pois não sou adivinho.
– Sra. Stark, olhe.- ela levantou a cabeça e viu algo caindo com toda a força em um determinado momento um monstro verde gigante o pegou e depois não deu mais pra vê-lo, uma viagem tão perto e que já estava no meio do caminho de repente parecia muito longa, ao chegar em Nova Iorque pegou o carro e dirigiu como podia, mas como havia alguns pontos obstruídos ela estacionou e foi a pé, ao chegar a torre o coração acelerou e como se não bastasse toda a desinformação ainda teria de aguentar a demora da subida.
– J.A.R.V.I.S, como ele está?
– Segundo minha analise o Sr. Stark está bem.- Pepper suspirou aliviada, mas ainda sim precisava ver para crer, a porta se abriu e ela viu Tony de pé, porém estava de costa.
– Tony!- ele se virou e ela sorriu fraco apressou seus passos e quando chegou perto dele o beijou e era um beijo tão cheio de angústia e medo.- Seu cachorro, canalha, idiota!- ela batia em seu peito e chorava e ele ainda tinha em seu rosto aquele sorriso provocador.- Você sabe como eu fiquei quando te vi entrando naquele buraco? Por que porra você entrou naquele buraco?! Eu deveria te matar Tony, deveria arrancar esse reator do seu peito, eu vou terminar morrendo de um enfarto por culpa sua! Você tá querendo o que, me matar, me deixar viúva, deixar sua filha órfã?
– Já acabou?
– Já.
– Se sente mais aliviada?
– Sim.- ele a beijou e ela se derreteu toda pra ele, os dois estavam perdidos no beijo quando ouviram um pigarrear, ao quebrar o beijo e olhar ao redor percebeu que tinha uma plateia os assistindo.
– Ah sim, pessoal essa é minha esposa Pepper Potts... Stark, Pepper esses são os Vingadores os super heróis mais poderosos da terra coisa e tal.
– Olá Sra. Stark, como vai?
– Me chame de Pepper, Natasha, e eu vou bem. Bom, vocês poderiam se apresentar já que o senhor meu marido não vai fazer isso.
– Eu sou Thor Odisson, filho de Odin o pai de todos.- ele beijou a mão de Pepper e Tony entortou o rosto.- Sua senhora é muito bonita homem de metal, muitos Asgardianos inclusive eu a disputaria em uma luta até a morte.
– Poupe-me Shakespeare, pelo que eu sei você gosta da filha adotiva do Selving.
– Sim, Jane é a mulher que eu amo.
– Sou Bruce Banner...
– Aquele monstro verde raivoso.- ele sorriu sem graça com descrição feita por Tony e Pepper o cumprimentou.
– Clint Barton, sou um espião da S.H.I.E.L.D.
– E eu sou Steve Rogers, muito prazer em conhecê-la.- Steve repetiu o gesto de Thor e depois se afastou.
– Sra. Stark, os seus pais a aguardam no térreo.
– Está bem, obrigado J.A.R.V.I.S.- Pepper desceu novamente, enquanto Tony conversava com seus novos amigos, ao subir novamente ela trouxe consigo Claire que tinha um rosto inchado e os olhos vermelhos causados pelo choro.- Tony, alguém quer te ver.- a menina sorriu amplamente ao ver o pai e ele a pegou no colo.
– Por que ela estava chorando?
– Pelo mesmo motivo que eu, você.
– Estava preocupada com o papai?- a menina confirmou.- Por que não tá falando?
– Medo.- ela disse fungando no pescoço de Tony.
– Não tem por que ter medo.- ele aninhava a menina enquanto o resto dos Vingadores o observava principalmente Steve que não achava que ele era capaz de ter tal sentimento.- Vou te mostrar umas pessoas. Pessoal, essa daqui é minha filha Claire.
– É uma linda menina, Tony.- Bruce falou e arriscou um carinho na menina que não se incomodou com o toque.
– Bolinha, esses são: Rapunzel, Bela adormecida, Robin Hood, Shrek e Fiona.
– Tony!
– O que? Você queria que eu dissesse Thor, Capitão, Gavião, Banner e Natasha?
– Sim.
– Do jeito que eu disse fica mais fácil volta e meia ela assiste esses desenhos, assim toda vez que ela assistir vai lembrar deles.
– Você papai?
– O que tem eu?
– O que é?
– Sou o Homem de Ferro.- ela sorriu e ele a beijou.- Amor, leva ela pra casa dos seus pais, preciso resolver umas coisas depois eu passo lá.
– Vamos princesa, papai precisa trabalhar.- ela beijou a bochecha do pai e saltou para os braços de sua mãe.
– Shueque.
– É você Banner.
– Eu?- ela confirmou e com suas pequenas mãozinhas o chamou, ele se aproximou dela que deu um beijo em sua bochecha, sem esperar pelo gesto apenas sorriu.- Tchau Claire, espero te ver de novo.- a menina assentiu e saiu carregada por sua mãe, quando Tony voltou já era noite Claire brincava com seu avô enquanto Pepper ajudava Beth com o jantar.
– Não era esse tipo de estreia que se passava em minha cabeça.
– Nem na minha.
– Anthony, como você está?
– Estou bem, mas preciso de um banho.- ele subiu, tomou seu banho e desceu para jantar, a conversa foi toda falando sobre o que tinha acontecido pois definitivamente aquele dia jamais seria esquecido.- O cara mais chato é o Steve.
– Tony, não é por que ele é novo que tem que ser igual a você.
– Quem te disse que ele é novo? Ele é mais velho que o teu pai, ele era amigo do meu pai, a bela adormecida ali tem 90 anos.
– 90 anos? E é lindo daquele jeito.- Tony fez uma careta e ela sorriu.- Mas por que ele tem aquela aparência?
– Ele caiu com o avião e ficou congelado igual a um picolé por 70 anos.- eles terminaram o jantar e cada um foi para seu quarto, mas nenhum dos dois conseguia dormir ele por ainda estar agitado com tudo e ela por conta das preocupações.- Amor, tá acordada?
– Estou.- ela se virou para ele que estava deitado fitando o teto.- O que você tem?
– Nada, acho que é adrenalina que não me deixa dormir e você?
– Preocupação. Te ver entrando naquele buraco foi tão angustiante, eu pensei que o pior era você sair em uma missão e não te ver, mas me dei conta de que ver o que você passa é bem pior, fiquei com medo de nunca mais te ver.
– Eu também.
– O que você ia me dizer naquela ligação?
– Eu não sei, eu só pensava em você, na Claire, na minha vida em tudo que eu fiz e faço, eu pensava em salvar as pessoas inocentes que iam morrer seus pais, nossa filha...
– Vamos parar Tony, essa conversa tá tomando um rumo ruim.
– É, vamos mudar de assunto.
– O que você e seus amigos vão fazer?
– Vamos nos despedir da cachinhos dourados e do irmão dele que causou toda essa confusão e lá no planeta deles eles se resolvem.
– E agora?
– E agora o que?
– Como o mundo vai ficar?
– Não sei Pepper.- eles conversaram até boa parte da madrugada que foi quando eles finalmente se renderam ao sono. Com o passar dos dias eles foram retomando sua vida, a torre Stark estava sendo reformada e também passava por alguns ajustes depois de pronta irá se tornar a sede dos Vingadores o que consolidava ainda mais a união deles.

...

Arnold observava tudo todos os noticiários ainda falavam do trunfo dos super heróis, o principal era Tony pois era o único que se tinha a certeza de quem era e de onde vivia.

– Em um dia você é apenas um bilionário playboy e no outro você é a pessoa mais ovacionada do mundo, não entendo essas pessoas.
– Euforia pelo momento daqui a pouco todos esquecem.- os dois saíram do elevador e marcharam em direção a sala de Pepper que já os aguardava.
–... Não se preocupe senhor meu marido... vou chegar cedo ou pelo menos tentar... está bem não esqueça de ir busca-la na escolinha... também te amo, tchau.
– Eu sei que não é da minha conta Pepper, mas senhor meu marido? Ele te faz chama-lo assim?- ela sorriu e não se incomodou com a pergunta.
– É uma brincadeira nossa Arno, eu o chamo de senhor meu marido e ele me chama de senhora minha esposa.
– Ah sim e como está Claire?
– Muito bem obrigado por perguntar, mas vamos falar de negócios.- a conversa sobre os interesses das empresas era constante e mesmo sendo a empresa dele sendo apenas mais um objeto de aproximação ele lucrava bastante, Charlie como já sabia saiu da sala com a desculpa de ter que fazer uma ligação importante.
– Nunca encontrei uma mulher firme nos negócios.
– Sempre tem uma mulher com pulso firme o problema é quando outra pessoa leva os créditos por ela, vou lhe dar um exemplo de mulher com pulso firme.
– Você.
– Não, a Louise, ela é uma mulher de fibra sabe se destacar em qualquer coisa que faz, se um dia você ou seu pai não quiserem mais a presidência da empresa eu lhe diria pra coloca-la no comando. Vocês dois tem alguma coisa?- a pergunta o surpreendeu, mas despertou em sua mente a possibilidade de que Pepper estava com ciúmes dele.
– Não, somos apenas amigos.
– É que vocês dois às vezes me lembra eu e Tony, a diferença é que você não é o maior galinha da América, tenho que dizer que fariam um belo casal.
– Não vejo futuro em nós dois.
– Eu também não via em mim e Tony e olha onde acabamos, casados e com uma filha, esse pode ser o futuro de vocês.
– Até poderia se eu já não fosse apaixonado por outra.
– Eu a conheço?
– Creio que não, mas até que vocês são parecidas, ela é linda, inteligente, carismática, intrigante e dona de um corpo muito belo.
– Bonito essa sua devoção ao falar dela, vou te dar um conselho vai atrás, não deixa ela escapar se não o tempo passa e depois você se arrepende.
– Já estou movendo meus pauzinhos pra poder tê-la.
– Que bom, fico feliz por você.
– Tenho que ir.- ele pegou a mão de Pepper e beijou carinhosamente.
– Tchau Arnold e boa sorte com sua garota espero poder conhecê-la.
– Você irá.- disse ele ao se virar com um sorriso malicioso e maquiavélico para uma Pepper completamente inocente de seus atos.

...

5 meses depois dos ataques Tony começou a desenvolver algumas armaduras sua maior obsessão era proteger a quem ele amava e não importava o quanto custasse, apesar de tudo fazia qualquer coisa pra não ficar em casa encarava projetos e missões da S.H.I.E.L.D o que ocupava sua barulhenta mente, passava cada vez mais tempo na oficina se acordando de madrugada para beber e trabalhar, brigas entre ele e Pepper acontecia com mais frequência que antes o que preocupava os dois, ele bebia em casa quando ouviu o choro de Claire o que o irritou profundamente.

– Alguém faz essa menina calar a boca! Eu não aguento mais os berros dela pela casa!- Marta que o estranhava cada vez mais o observava surpresa assim como Pepper que tinha acabado de chegar.
– Papai.
– O que é?! Tudo é papai, papai, se você tem boca é pra falar e não pra ficar ai repetindo uma palavra igual a um gravador velho.
– Papai chato.
– Gente, ela sabe falar outra palavra que coisa linda! Gravou esse momento J.A.R.V.I.S?
– Sim senhor.
– Chato.
– Sou chato, insuportável e um monte de outras coisas e você é uma pirralha que não me deixa em paz, parece um grude só quer viver comigo, vou criar uma máquina de encolhimento e te encolher pra botar no meu bolso assim eu não vou ter que ficar te ouvindo me chamar, garota irritante!
– Já chega!- Tony se virou para Pepper e com os gritos que cada um dava ela se assustou e começou a chorar.- Marta, você poderia leva-la ao quarto?
– Claro, vem Claire a vovó Marta vai te contar uma história.- a menina ainda chorando a acompanhou sem hesitar e depois de se certificar de que ela não iria mais ouvir a discussão se voltou para Tony que ainda tinha uma garrafa em mãos.
– O que te deu pra trata-la desse jeito?
– Raiva, irritação, eu não aguento mais vê-la chorando, eu não aguento mais ouvi-la me chamando, eu tô de saco cheio.
– E por que não saiu?
– Por que eu tô na minha casa, se alguém tem que sair que seja ela.
– Tony, você tem noção do que tá falando? Você tá expulsando sua filha, uma criança de 1 ano e 8 meses.- ele fez pouco caso e tomou mais um gole.- Me dê essa garrafa.
– Pra que? Vai beber também?
– Vou.- ele lhe entregou a garrafa e sem se importar com o carpete o despejou todo no chão.
– Você acabou de jogar fora um dos melhores e mais velho uísque da minha adega, mas não tem problema eu pego outro.
– Se você for aquela adega de novo nosso casamento acaba aqui.- ele colocou a mão no peito e baixou a cabeça.
– Ai meu Deus, não, tudo menos isso! É o apocalipse!- ele ria descontrolado e Pepper se irritava.- Meu casamento, por que senhor, por que?- ele engasgava a cada palavra dita e depois de rir o tanto que queria voltou a si.- Grande porcaria.- ele lhe deu as costas e desceu rumo a adega, Pepper deixou escapar algumas lágrimas e após enxuga-las subiu para o quarto de sua filha que ainda chorava nos braços de Marta.
– Bolinha, nós vamos embora.- a menina levantou a cabeça e mesmo sem entender o significado das palavras concordou com a mãe, depois de acalma-la Pepper e Marta começaram a arrumar uma bolsa.
– Tem certeza disso Virginia?
– Tenho, você viu ele não ajuda, praticamente brigamos todos os dias, só não brigamos quando ele está sóbrio o que agora é muito raro ou quando eu estou dormindo, eu não sei o que é mais encontra-lo na cama dormindo ou o que é conversar com ele, tem momentos que parecemos dois desconhecidos que divide a mesma cama e sobrenome.- ela terminou de arrumar a bolsa da menina e após deixa-la brincando com sua casinha de brinquedo foi arrumar suas coisas.
– Se quiserem pode ficar na minha casa.
– Eu agradeço Marta, mas eu mantenho um apartamento já para ter pra onde ir em situações como essa, mas não se preocupe não vou afasta-la de você.- Pepper procurou uma mala e jogou as roupas em cima da cama.- Marta, você poderia ir jogando essas roupas ai dentro enquanto eu vou colocar a cadeirinha dela no carro?
– Posso.- Pepper saiu mais na esperança de que ele tivesse voltado no que na intenção de colocar a cadeirinha no carro, mas quando chegou encontrou a sala vazia, arriscando resolveu descer para a oficina e o encontrou deitado no sofá e bebendo o que restava de uma garrafa, subiu decepcionada e fez o que disse que ia fazer retirou a cadeirinha do carro dele e colocou no seu, voltou para a mansão e quando ia subir Marta vinha descendo.- Sua mala está arrumada, não queria que o casamento de vocês acabasse ainda mais assim.
– Eu também.- ela abraçou Marta que retribuiu o abraço e depois foi embora, ela subiu pegou sua mala e antes de sair retirou sua aliança e a colocou em cima do criado mudo, saiu do seu quarto pegou Claire e a pequena mala dela e mesmo com o coração doendo e lágrimas querendo escapar foi embora.