¬ Mãe!!

Acordou aos gritos, soando e com lagrimas nos olhos. Já havia duas noites que Yuna tinha tido o mesmo sonho; começava sozinha em seu antigo quarto e tudo parecia bem como se nada nunca tivesse mudado, mas então ouvia gritos no andar de baixo, corria em direção a eles e ao alcança-los via sua mãe se contorcendo no chão em agonia enquanto gritava o nome de seu marido recém-falecido, deste ponto o sonho mudava, se via correndo pela rua enquanto era seguida por uma criatura que chamava seu nome com uma voz que lembrava sua mãe, mas tinha certeza que não era ela, não podia ser... então a criatura a encurralava em uma parede e mostrava o rosto da mulher em prantos, yuna só podia gritar e chorar até que um garoto aparece, ele à abraça e tudo acaba.

Após a captura de Tanori nada fazia além de esperar, chorar e as vezes conversar com ele através de pensamentos rápidos, não entendia como isso funcionava, mas funcionava e nada mais importava enquanto estivesse ali naquela casa. Enquanto estava lá descobriu que a senhora que tinha salvado os dois na noite em que conheceu Tanori se chamava Elinor e, embora misteriosa em muitos casos , era uma velinha divertida, como passavam muito tempo juntas elas conversavam sobre muitas coisas, mas quando se referiam por qualquer motivo a noite do acidente Elinor se fechava e mudava de assunto, Yuna acreditava que apesar de não demonstrar ela também estava assustada com tudo oque viu. Um dia estavam as duas sentadas à mesa, a dona da casa havia preparado um chá e ambas permaneciam em silencio.

¬ Vou procura-lo. ¬ Yuna mantinha os olhos na xícara enquanto falava.

¬ Eu imaginava que diria isso alguma hora querida. ¬ Elinor tinha um sorriso acolhedor que sempre acalmava Yuna ¬ Preparei uma coisa pra você.

As duas desceram juntas até o porão, lá havia uma pequena caixinha de musica. Ainda sorrindo, Elinor a entregou.

¬ É bem simples, você só tem que abrir a caixa e pensar na pessoa que quer encontrar enquanto a musica estiver tocando, quando parar um portal se abre, você atravessa e em um instante estará junto dele.

¬ Isso é impossível. ¬ Yuna estendeu o presente para devolve-lo.

¬ Criança nós duas já vimos coisas suficientes para saber que nada é impossível, apenas faça ou se preferir voltamos a tomar chá lá em cima.

¬ Tudo bem...

Abriu a caixa, a melodia era doce e envolvente, fechou os olhos e se concentrou, só agora havia percebido que na verdade não sabia o nome do garoto que queria encontrar na noite em que se conheceram ele não teve tempo de dizer, então dirigiu seus pensamentos para a lembrança do rosto dele, era tudo que tinha. A musica parou.

“Por favor, funcione.”. Por um segundo não acreditou que seria possível, mas então a sua frente um circulo escuro surgiu.

¬ Obrigado por tudo.

¬ Vai logo você não vai querer que a passagem se feche, só se lembre de voltar aqui quando as coisas melhorarem ainda temos um chá pra terminar.

Yuna sorriu e atravessou o portal.