– Eu realmente estou me arriscando muito esses dias. – Alison sorriu ao ver Rebekah com os olhos fixos na janela da casa dos DiLaurentis. – Jason está aqui, é tão arriscado para você quanto para mim.

– Eu apenas queria dizer adeus. – Ela virou-se para a outra loira com os olhos vermelhos e inchados de chorar. – Já falei com Logan e isso me destruiu, acho que você merecia saber que estou fora.

– O que quer dizer? – Alison aproximou-se dela. –Você não tem para onde ir. Eu te acolhi, Rebekah. É o meu dever te proteger.

– Sinto muito, mas às vezes temos que abrir mão de algumas coisas. – Ela falou sentando na cama com um papel em mãos. – Escrevi isso para sua mãe, não quero chorar na frente dela.

– Então você vai mesmo embora?

– Sim. – Elas se entreolharam. – Talvez seu pai ainda queira que eu volte para a casa dele.

– Tudo vai ficar bem. Eu garanto.

– Obrigada por não me odiar, Ali. – Rebekah estava chorando. – Mesmo eu sendo apenas uma bastarda você me acolheu como irmã.

– Nós somos irmãs, Bekah. – Alison sentou do lado dela na cama. – Não importa se somos irmãs apenas por parte de pai, nós temos uma conexão que nunca tive com mais ninguém.

– Ok! – Ela levantou-se afastando as lagrimas. – Você é Alison DiLaurentis, não seja sentimental.

– Como eu sempre digo, seja uma vadia fabulosa. – As duas se abraçaram. – Obrigada...

– Pelo que?

– Por ter se envolvido em tudo isso. Eu te coloquei em perigo enquanto devia apenas te proteger.

– Ali, tudo está bem agora.

– Não, não está. – Ela se segurou para não chorar junto. – Você está indo embora.

– Isso não quer dizer que não vamos manter contato. – Rebekah pegou sua bolsa. – Eu tenho mesmo que ir, Alison.

– Leve isso. – Alison entregou para ela o casaco vermelho. – Lá está frio nessa época.

– Obrigada. – Rebekah disse e logo depois sussurrou um “Eu te amo.” Para Alison que fingiu não escutar. – Até logo.

Depois que a meio irmã saiu do quarto ela passou alguns minutos olhando seu reflexo no espelho. Ela e Rebekah eram iguais fisicamente, mas a mais nova era sempre o oposto dela. Rebekah não devia fugir e sim encarar os problemas.

Alison desceu as escadas rezando para não ser vista por Jason que voltou para casa há uns dias, mas ao sair pela porta alguém bem pior a viu, alguém que não fez alarde nenhum apenas fotografou o rosto da grande lenda de Rosewood.

...

– Diga para o seu grupinho não mandar mais mensagens para Z. – CeCe entrou no carro de Mona e sentou-se no banco do carona. – Ele achou que eu estava no pé dele.

– Desculpe, não tenho controle sobre eles o tempo todo. – Mona sorriu e pensou em quem poderia ter mandado a mensagem... – Você ainda não pegou Alison?

– Não. – CeCe suspirou. – Aquela vadia não facilita.

– Ninguém disse que ela faria isso.

As duas ainda estavam conversando quando viram Rebekah passar com um casaco vermelho.

– Aquele casaco é o da Red Coat.

– Aquela é Rebekah, ela estuda no Rosewood High.

– Mona, isso não importa. – CeCe disse. – Olhe bem para ela.

– A semelhança com Alison? – Mona deu de ombros. – Já tinha reparado.

– Elas são completamente iguais... – A loira sorriu. – Talvez Alison seja essa tal Rebekah. - Quando CeCe voltou seu olhar para onde a loira com um casaco conhecido estava, ela havia sumido. - Sabe onde encontrá-la?

– Eu não. – E um segundo depois um sorriso surgiu em seu rosto. – Mas sei quem pode.

...

– Então vocês acham que Alison está mesmo escondendo algo de nós? – Hanna perguntou. – Então deveríamos ter cuidado até com o que contamos para Em.

– Esse é o ponto, Han. – Aria amassou o papel que tinha em mãos. – Precisamos fazer com que Emily perceba que Alison não está com a gente e sim contra a gente.

– Mas o problema é: Como? – Spencer disse firme enquanto observava um monte de anotações que tinha feito. – Temos varias coisas que apontam Alison como má, mas o amor de Emily por ela a cegou.

– Então assim como Jenna antes ela não pode nos ouvir? – A loira fez uma expressão de duvida fazendo com que as outras duas a encarasse. – O que? Jenna era cega e não nos ouvia.

– Hanna, quando vai aprender que os cegos não enxergam, mas podem ouvir? – Aria olhou com pena para a loira. – A menos claro que tenha algum problema auditivo.

– Eu prometo que vou colocar isso na minha cabeça.

As duas sorriram. Hanna sempre tinha frases engraçadas que faziam qualquer um rir até mesmo no seu pior dia.

– E então meninas? –Spencer falou. – Prontas para mostrar para Emily que Alison não mudou nada.

– Você tem um plano Hastings, Spence? – Hanna sorriu.

– Não esqueça uma coisa. – Disse ela se gabando. - Os Hastings sempre têm um plano.

– Às vezes um pouco tarde. – A mais baixa voltou a falar entre as duas. – Mas sempre os planos são bons.

– E esse não veio em um horário errado, Aria. – Spencer sorriu. – Veio em boa hora.

...

Já era quase noite, o céu estava nublado e o vento frio soprava cada vez mais forte fazendo as árvores produzirem um som familiar e assustador algumas vezes. Duncan e Logan estavam conversando na cozinha esperando Alison voltar de mais um passeio por Rosewood.

– Vou pegar um casaco. – O loiro disse saindo da mesa. – Estou começando a sentir frio.

Logan apenas concordou com um aceno e minutos depois que viu Duncan subir as escadas ouviu a campanhinha soar como se alguém desesperado estivesse esperando do outro lado.

Ao abrir a porta o garoto pálido foi surpreendido por alguém de capuz preto e com uma mascara de Alison que o imobilizou e colocou um saco de pano em sua cabeça fazendo tudo ficar escuro e então ele desmaiou devido a uma pancada na cabeça.

– Quem era, Logan? – Duncan desceu as escadas agora com um casaco. – Logan? Você está ai?

A porta aberta e a falta de respostas de Logan fizeram com que Duncan pegasse o seu celular e discasse impacientemente rápido o numero de Alison.

– Eu acho que pegaram o Logan.

– O que? – Alison perguntou assustada do outro lado da linha. – Do que está falando.

– Ele foi atender a porta e agora não está em lugar algum. – Duncan disse sem pausas para respirar direito. – Eu acho que –A o pegou.

– Tenta relaxar. – Ela apressou os passos e disse. – Eu chego em duas horas.

– O que? Ele pode está precisando de ajuda.

– Eu sei. – A loira falou seria. – Tranque as portas e tente ligar para o celular dele, vou resolver tudo.

Alison desligou o telefone e discou o numero de Aria.

– Alô?

– Logan precisa de nossa ajuda.

...

Logan abriu os olhos, estava assustado e com frio.

– Tem alguém ai? – Ele não sabia onde estava. – Alison? Duncan? – Ninguém o respondeu. - Onde vocês estão?

– Olá garotinho... – Alguém falou, mas o garoto não identificou a voz. – Por que você não volta a dormir?

Quando aquela pessoa com a voz grossa e desconhecida disse o corpo pálido dele foi ao chão frio. Algo tinha o acertado na cabeça e o deixou mais algum tempo desacordado.

– Olha o que você fez. – Agora era uma voz feminina. Mesmo com dor de cabeça Logan ainda podia ouvir claramente. – Ele tinha que ficar acordado para nos falar onde Rebekah está.

– Ele vai acordar, CeCe. – Outra voz feminina. – Relaxa.

– Faz um bom tempo que eu o acertei.

– Logo vamos ter Rebekah em mãos.

Logan até pensou que estava apenas imaginando aquele dialogo, mas não podia ser. Ele estava mesmo preso e nas mãos de –A.

Três membros do –A team para ser mais exato. O dilema agora era abrir os olhos e ser pressionado a entregar Rebekah ou fingir que ainda estava desmaiado.

– Quando acordar eu espero que não bata nele com esse taco de novo.

...

– Então você resolveu aparecer... – Spencer olhou Alison nos olhos. – Qual o motivo?

– Logan está em perigo.

– O que? – A mais baixa ficou assustada. – Então temos que ajudá-lo.

– Por isso estou aqui, Aria. – A loira segurou na mão da pequena. – Juntas nós podemos tirar eles das mãos de –A.

– Primeiro precisaríamos saber quem é –A.

– Não tente ser agressiva, Spencer. – Hanna levantou a voz. – O foco é salvar Logan.

– Então –A o pegou?

– Sim.

De repente a porta foi aberta e uma Emily extremamente preocupada entrou e nem percebeu a presença de Alison de tão aflita que estava.

– Eu vou arrancar a cabeça de quem estiver com ele.

– Pergunte para ela. – Spencer apontou para a loira. – Alison é a única que sabe quem é –A.

– Eu vim para pedir ajuda não para ser julgada. – Ela forçou um sorriso. – Se não podem eu faço sozinha.

– Eu vou com você. – Emily disse. – Logan é importante para mim.

– Para mim também. – Aria sorriu e apertou a mão de Alison. – Vamos juntas.

– Eu também vou. – Hanna sorriu. – Juntas como nos velhos tempos.

Alison olhou para Spencer que ficou em silencio, mas resolveu dar sua sentença.

– Pode contar comigo, mas se for uma armadilha não esqueça que estamos em numero maior.

...

Rebekah estava dirigindo rápido pela estrada. Lembrar do rosto de Logan chorando quando ela foi embora cortava o peito ela como uma faca.

Ela tentava cantar junto com as musicas que tocavam no radio para se distrair e não se lembrar de nada que faria com que ela tivesse vontade de voltar.

O telefone dela tocou e logo a loira clicou para ouvir a voz da meia irmã.

– O que? – Ela riu. – Não vou voltar, Ali.

– Não é sobre isso Rebekah. – Alison falou. – Logan foi pego.

– Como assim?

– Eles o pegaram. - Rebekah não disse nada. – -A está com Logan.

– Eu estou a caminho de casa. – Uma lagrima rolou pelo rosto dela. – Sinto muito.