Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 7
Mason Evans


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, voltei com um presentinho especial para vocês, estarei postando mais um capitulo apos este aqui. Espero que gostem e quero reviews ok?
Sei que a história esta super confusa, mas peço que sejam pacientes e não deixem de acompanha-la.
Beijinhos pra vcs.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/436066/chapter/7

Encontramos Claire no banco em frente a fonte, agarrada a Brubs em meio a tempestade, exatamente onde eu estava horas mais cedo. A sensação de perda e culpa em mim era tanta enquanto corria para ela. Absorta em pensamentos e com os olhos vidrados Car não nos viu chegar, ela estava extremamente gelada e seus lábios estavam em um tom estranho de roxo. Ela parecia não nos notar, mesmo quando a tomei nos braços e corri para a segurança e o calor de sua casa.

Derek me seguia enquanto a levava para meu quarto. Chegando lá a pus na banheira na esperança de que um banho quente ajudasse. Quando a água quente colidiu com sua pele fria, Car deixou um gemido escapar. A banhei delicadamente, depois a levei para minha cama enquanto Derek ligava para um amigo que era medico.

Claire não chorava, não nos olhava nos olhos, não esboçava reação alguma além de seu gemido na banheira. Derek voltou ao quarto vestido com roupas secas, aproveitei para me trocar também. Vesti um moletom e voltei para cama com minha pequena.

– Jorge não pode vir, a chuva derrubou algumas árvores.

– Posso ficar com ela hoje, se não se importar é claro.

– Me chame se precisar. - dizendo isso ele deixou a sala, muito preocupado.

Durante todo o dia fiquei com Claire, assistindo-a dormir, Derek nos visitava constantemente. No almoço ele nos trouxe uma sopa, Car mal a tocou, assim como eu. A noite um caldo nos foi servido.

Após o jantar Claire voltou a dormir, então peguei nossos pratos e levantei para leva-los a cozinha quando ouvi a voz de Derek. Cuidadosamente abri a porta e o vi no corredor, falando ao celular.

“ Preciso de você aqui droga... Sim, febre... Emmily só largue a porra do trabalho... tenho...tem algo que você precisa saber... não, não posso falar pelo telefone Ems. Só venha para casa por favor.”

Mais uma vez aquela dorzinha se instalou em meu peito. Emmily, essa era a mãe de Claire, mulher de Derek. Deixando os pratos em cima da cômoda me enfiei sob as cobertas. Alguns minutos depois ouvi a porta sendo aberta e senti quando Derek deitou na cama ao lado de Claire. Depois do que pareceram horas a respiração dele suavizou-se, lentamente deixei a cama e fui para o quarto de Car, onde adormeci em sua cama com dossel.

“ O abismo a minha frente era tão grande e tão belo ao mesmo tempo. Todo aquele verde a minha volta não tinha vida, para mim tudo era tão seco e cinza. Pássaros voavam para o longe, queria ser como eles, livres, queria poder voar para longe de tudo e de todos. O abismo ao mesmo tempo verde, cinza e seco me chamava, hipnotizava-me com toda a sua imensidão, então caminhei até estar tão próxima a ele quanto pude. Parei a apenas um passo de cair. E se eu caísse? Não era tola ao ponto de pensar que voaria como um pássaro, mas cair parecia tão certo que não pude evitar, com apenas um passo fugi de tudo e de todos a minha maneira, com um passo senti-me livre.”

Acordei ofegante, o sonho mais parecido com um pesadelo ainda vivido em minha mente, se fecha-se os olhos ainda podia ver o abismo.

Ainda não tinha amanhecido e chovia muito enquanto caminhava até a estufa. Comecei uma nova pintura, a cena de meu pesadelo, O abismo. Os tons cinzentos da imagem me faziam pensar em dor, pois apesar desta ser linda era ao mesmo tempo tão triste, tão seca.

Em 20 dias eu havia pintado 7 quadros. Todos eram muito confusos, com exceção de um deles, uma pintura de Claire, Sammy e Derek na praia. O restante deles eram apenas paisagens, desenhos de rosas, ou cavalos. Em 20 dias tudo o que descobri foi que me chamo Blair, só Blair, que posso estar me apaixonando pelo cara da casa azul com uma filha adorável; que amei um cão e não tenho ideia de como ou quando isso começou, e agora tenho de lidar com sua morte e isso me machuca tanto; que sinto falta de coisas que nem mesmo conheço; que tenho talentos que desconhecia; e que me identifico com uma garota de diários que encontrei no assoalho de meu quarto.

Horas mais tarde quando o sol já se exibia, voltei a casa, por fim a chuva havia cessado. Derek descia as escadas carregando Claire. Caminhamos até a mesa onde Martha já havia servido o café. Claire quase não comia, tossia bastante e estava meio esverdeada. Eu também não sentia fome.

– Vocês acham que vamos ver Sammy outra vez? – a dor em sua voz trouxe lágrimas aos meus olhos. Olhei para Derek sem saber o que dizer.

– Talvez um dia Car. – ele parecia tão cansado.

Claire apenas assentiu, levantou-se e deixou a sala. Fiz menção de levantar e segui-la mas a mão de Derek me deteve.

– Fique. Ela precisa de um tempo sozinha.

Suspirei e voltei a me sentar, ignorando o formigamento em meu braço onde ele havia me tocado. Ele parecia nervoso.

– Blair, você precisa saber que...

Derek não terminou sua frase pois um homem alto, cheio de tatuagens e piercings vestindo muito couro entrou na sala. Ele era lindo, simplesmente parecia um deus do rock ou algo do tipo. Seus olhos eram tão negros quanto seu cabelo e contrastavam com sua pele clara, eles caíram sobre mim e um choque percorreu meu corpo quando o vi vindo em minha direção. O homem com sorriso de menino tomou-me nos braços me abraçando fortemente. Era estranho o quanto esse abraço me parecia familiar e até mesmo seu cheiro, relaxei em seus braços, devolvendo o abraço.

– Senti tanto a sua falta. – também queria dizer que senti a falta dele, mas afinal, quem era ele? Então ele me soltou e seus olhos caíram sobre mim, me avaliando. Suas sobrancelhas se juntaram como se ele tivesse chegado a uma conclusão. – Ela não se lembra. – o deus do rock olhava-me com tamanha intensidade como se tentasse entender algo. Sua mão esquerda acariciou minha bochecha, seu toque era quente, seus olhos nunca deixavam os meus. Mas uma vez tive a sensação de que ele tentava ver muito mais do que podia enxergar apenas com os olhos.

– Não Mason.

Mason! Então este era Mason Evans.

– Mas como? Er.... – era hipnotizante a maneira como ele me olhava, quase majestosa.

– Preciso que me acompanhe. – Mason ainda não tinha tirado os olhos de mim. Ele apenas assentiu, inclinou-se e me beijou as bochechas me fazendo corar e deixou a sala com Derek.

Confusa levantei e deixei o cômodo, ir até a biblioteca e ler alguma coisa ajudaria. Quando caminhava pelo corredor ouvi uma melodia, a mais triste que já ouvira.

Segui o som até a sala de estar onde Claire tocava em seu piano de calda. Me aproximei e sentei-me ao lado dela.

– Ei baixinha. – ela não parou, mas voltou sua atenção para mim, dando um meio sorriso que não alcançou seus olhos.

Não sei como, ou por que mas meus dedos como se tivessem vontade própria se dirigiram ao piado. Nós tocamos pelo que pareceram horas, por incrível que parece eu era habilidosa, conhecia todas as notas e até tentei cantar, eu não era nada mal, assim como Claire, que sorria um pouco mais agora. Ela conhecia muitas canções, as quais cantávamos graciosamente mesmo não sabendo como eu as conhecia.

Pareciam horas desde que havia me sentado aqui. A sensação era maravilhosa, quase tão prazerosa quanto a de pintar. Estávamos cantando sobre um amor não correspondido quando a voz dele soou atrás de mim.

– Tão bom quanto me lembrava.

Assustada com sua aparição repentina no cômodo, deixei de correr os dedos pelo teclado.

– Tio Mason. – Claire praticamente pulou do banco quando viu o homem. Ele agora estava vestido casualmente, usava uma camiseta preta com a estampa de uma banda que não conhecia e jens surrados, estava descalço, parecia tão relaxado e confortável parado no batente da porta abraçando Car.

– Ei Bu, você cresceu no último mês. – Mason a beijou na testa.

– Sammy... – Claire começou a dizer mais foi cortada ao ser apertada carinhosamente pelo grande homem.

– Eu sei Bu, sinto muito. Todos o amávamos muito boneca, ele esta com Er... – no fim da frase seus olhos se voltaram para mim e ele a deixou morrer, parecia confuso novamente, então pigarreou e continuou, agora com sua atenção voltada para Car. – Estou muito orgulhoso Claire, você é muito parecida com el... , vejo que aprendeu a tocar “Shadows”.

– Blair me ajudou. Ela também canta Mason. – seus olhinhos brilhavam enquanto fitava o homem que a tinha nos braços com adoração.

Mason mais uma vez olhou para mim. – Eu sei querida. – ele suspirou, parecendo triste.

– O nome dela é só Blair sabe, ela também pinta e gosta de ir a praia. Uma vez Sammy...

Aproveitei o momento de distração que Claire criara, deixei a sala. Abalada e tristonha fui tomar banho. A água fria sempre me ajudava a pensar. Depois de me secar, vesti uma blusa preta extremamente grande, uma calcinha e deitei na cama, ainda com os cabelos molhados, levando comigo o último diário de Erin.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Continuem lendo garanto que vocês vão se surpreender, rs O proximo capitulo nos conta mais sobre a vida de Erin e Mason.