Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem do capitulo, rs
Obrigado pela linda recomendação Tarci :)) Adoro você Fã nº 1
Beijinhos, quero reviews, rs
Ela caminhou até Derek e o beijou. Constrangida e de certa forma incomodada, virei o rosto, sentindo meu peito afundar.
Mason pigarreou, fazendo com que a mulher soltasse Derek, que corado fitava o chão.
Nossos olhos se encontraram e um calafrio percorreu meu corpo.
– Erin?
Confusa assenti enquanto a estranha Emmily me abraçava.
– Não sabia que acordou, Derek não mencionou nada... – deixei de ouvir o que ela dizia quando Mason passou seu braço por minha cintura, puxando-me para ele. Não reclamei ou me afastei, seu corpo era quente e não importava...
– Bu?
A voz dele me fez recobrar o juízo.
– Sim?
Mason estudava-me com seus belos e intensos olhos escuros.
– Você pode respirar agora.
Demorei a perceber que de certa forma prendia o ar desde que ele havia me tocado. Mason se afastou. Decepcionada quis protestar, dizer que sua proximidade me confortava mas... Mas? Tinha de ser racional agora que sabia a verdade.
Levantei o olhar mais uma vez e estudei os ferimentos dele. Mason precisava ir ao hospital.
– Precisamos ir ao hospital.
– Por que? Você esta bem? Esta sentindo alguma coi...
Era engraçada a forma como ele me olhava e se preocupava comigo, quando na verdade quem precisava de cuidados era ele.
– Não Mase, você precisa de alguns pontos. – disse enquanto tocava sua bochecha delicadamente. Então engoli em seco e virei-me para Derek e Emmily que nos observavam. – Vou com ele ao hospital, não contem nada a Claire por favor.
Tomando a mão de Mason na minha, seguimos até seu Mustang GT. O possante preto era lindo, tão rustico quanto seu dono. De súbito a vontade de dirigi-lo era tão grande.
– Mase?
Surpreendi-me quando Mason jogou as chaves dele para mim.
– Ela é toda sua querida. Literalmente. – ela?
Dirigir um carro era mais uma daquelas coisas estranhas que eu sabia fazer, mas desconhecia como.
Girei a chave e quando o motor ganhou vida arranquei. O Mustang era simplesmente perfeito, seu ronco fazia com que momentaneamente eu esquecesse tudo, porem algo me intrigava.
– O que quis dizer com literalmente?
Mason parecia perdido em pensamentos enquanto fitava a paisagem fora da janela sem realmente vê-la.
– Ela é sua. A reformei, foi a minha maneira de mantê-la comigo.
– Esta dizendo que... que...
– Sim, você caiu com ela na ponte.
– Sally. – como um click o nome me veio a cabeça.
– Sim, sua Sally, ano 1967, linda não? – a melancolia em sua voz parecia pressionar meu peito.
Liguei o som e deixei-me levar pela melodia. Durante o restante do trajeto ele apenas indicava o hospital, ainda podia sentir os olhos dele em mim.
Como eu acreditava Mason precisava de pontos, apenas 5, mas ainda sim pontos. A enfermeira que nos atendeu parecia intrigada com minha presença, assim como todos no hospital, alguns até mesmo chegaram a me cumprimentar.
Mason e Barbara pareciam se conhecer, e isso por alguma razão me deixou inquieta.
– Mase? Preciso de café. Gostaria de alguma coisa?
– Não. Obrigado Bu.
Deixei a sala e as risadas de Barbara. Aliviada fui até a cantina, café sempre me acalmava. Por que tudo era sempre tão complicado para mim? Por que não podia ser Blair? Só Blair? Todos os dias acordava em busca de respostas, o que não sabia era que estas machucam, que ferem. O vazio que sentia agora era imenso, assim como tamanha era minha confusão.
Não sei ao certo quando tempo se passou até ouvir a voz dele, sempre tirando-me de meus devaneios. Era sempre tão fácil refugiar-me em minha cabeça com meus pensamentos e ignorar tudo ao meu redor.
– Erin?
– Sim?
– Não tem que ser forte o tempo todo pequena – não notei estar chorando até ele estar afastando minhas lágrimas delicadamente com as pontas de seus dedos.
– Por que tudo tem que ser tão complicado, tão doloroso?
A compreensão em seus olhos dizia que Mason era um homem que conhecia o complicado e o doloroso do mundo.
– Eu não sei pequena. Tudo o que sei é que as coisas são assim, desde... sempre eu acho. Nós lutamos pelas coisas que acreditamos, sofremos por coisas banais, complicamos o que é simples e morremos por aqueles que amamos.
Mason me abraçou e isso bastou. Ficamos assim pelo que me pareceram horas.
– Gostaria de vê-la?
Eu sabia ao que, ou melhor a quem ele se referia.
Assenti e ele me guiou até ela, como se conhecesse o caminho perfeitamente.
Paramos em frente a uma porta branca, como todas as outras que vi no caminho.
– Pronta?
Mais uma vez balancei a cabeça afirmativamente e segurei sua mão. Adentramos o quarto e logo a vi, era impossível não notar seu cabelo cor de fogo em meio a todo aquele braço. Assim como o meu ele era liso e espesso. A semelhança entre nos era assustadora, mesmo ali, desacordada e ligada a tantos tubos e aparelhos que apitavam, Blair era perfeita, parecia estar apenas dormindo profundamente. A toquei e assustei-me com a frieza de sua pele.
– Sinto muito – me aproximei, beijei-a a testa e deixei o quarto seguida de perto por Mason.
Deixamos o hospital e quando chegávamos ao carro percebi que não sabia o que fazer, pela primeira vez desde que acordara a quase um mês atrás, senti-me sozinha, perdida.
– Não sei o que fazer – suspirei ao encostar-me em Sally.
– Ei – Mason segurava meu rosto fazendo com que eu o olhasse nos olhos, ou em apenas um deles, já que seu olho esquerdo estava apenas parcialmente aberto. – Seja lá o que vier estarei com você, não espero que volte a me amar ou algo do tipo. Éramos amigos muito antes de tudo isso, sempre fomos e sempre seremos não importa o que aconteça.
Mais uma vez naquele dia, o abracei, sentindo seu cheiro másculo e amadeirado.
– Obrigado Mase. – sussurrei enquanto Mason Evans amorosamente beijava minha testa.
– Disponha gata. Preciso passar em casa para pegar umas...
– Posso ficar com você esta noite? – as palavras simplesmente me escapuliram. Correi.
– É claro boneca. Podemos pedir alguma coisa para comer e assistir algum filme, você esta um pouco desatualizada e...
Durante todo o caminho para seu apartamento Mason tentou me por a par das atualidades, como se eu tivesse dormido por séculos e não 6 anos. Ao que parece a onda do momento eram Vampiros, Homossexuais, e livros sobre sexo. É, o mundo evoluiu.
O apartamento de Mason era tão...tão Mason! Escuro ,rusticamente decorado com muita madeira escura e muito, muito luxo.
– Preciso de um banho gata, por que não se senta ai e procura algum cardápio na cozinha, peça o que quiser menos...
– Comida mexicana, você odeia e... – parei de sorrir quando levantei os olhos e vi sua expressão - O que foi? – perguntei.
– Você é muito estranha Erin Everly. E nada de comida mexicana por favor. – dizendo isso Mason me beijou a bochecha direita e deixou a sala.
Como ele havia sugerido fui até a cozinha para encontrar os tais cardápios quando um quadro gigantesco na sala de jantar chamou minha atenção. A paisagem era maravilhosa, o que parecia uma ilha estendia-se pela pintura, a água do mar era quase transparente e a areia era branca. Tudo parecia tão puro e sereno naquela imagem, o sol parecia brilhar de maneira diferente, até mesmo a cor do céu era impossível de se precisar*. E então eu soube, eu havia pintado aquele quadro, embora fosse tão diferente de minhas outras obras sombrias, aquela parecia a obra de uma Erin amada.
Aproximando-me do quadro, pude ler em seu canto direito “Erin Everly, Julho de 2007”
“- Erin? Vai pintar ou ficar ai babando? – até mesmo o som de sua voz me parecia diferente agora.
– Não estava babando idiota. – respondi rindo para o homem divinamente nu a minha frente.
– Então vamos pequena, não tenho o dia todo....”
– Sinto falta daqueles dias.
Seja lá o que fora aquele pequeno flash ele se fora tão rápido quanto chegara com a voz de Mason.
No fundo eu também sentia, mas como explicar algo de que não recordo?
– Mason? – era embaraçoso apenas pensar nisso – Alguma vez eu...ahn, o pintei nu?
A gargalhada que explodiu dele me fez corar até os dedões do pé, eu com certeza poderia estar da cor de meus cabelos.
– Sim boneca, como sabe? Lembrou-se de algo mais? – eu podia senti-la, a esperança em suas palavras.
– Não, apenas isso, por hora. – respondi sorrindo timidamente.
Por fim pedimos comida chinesa, Mason pareceu não se importar com minha escolha, disse que gostava de tudo que não fosse mexicano.
Tomei um banho e vesti uma de suas muitas camisetas de banda e também uma de suas cuecas, que mais ficou parecendo um shorts de dormir. Voltei para sala quando ele colocava um filme.
– Eram os seus preferidos.
– Harry Potter – falei já sabendo a resposta.
– É. – mais uma vez ele parecia surpreso exibindo um de seus lindos sorrisos de garoto.
Antes mesmo do meio do filme adormeci aconchegada a Mason. Só acordei quando senti que estávamos nos movendo.
– Mase?
– Shii! Você teve um dia muito cheio. – a nossa frente estava uma bela porta, a qual ele abriu e rumou direção a grande cama no centro do cômodo.
Cuidadosamente ele depositou-me sobre ela.
– Durma bem Bu.– como havia feito mais cedo, Mason beijou minha testa e virou-se para deixar o quarto.
– Fique. – sussurrei.
Ele voltou-se para mim, mas não pude ver sua expressão, a escuridão no quarto não permitia.
Fui para o outro lado da cama, dando espaço a ele para que se deitasse. Mason parecia hesitante, mas o fez mesmo assim.
Quando já estava deitado ao meu lado, aproximei-me até estar tão perto quanto podia sem toca-lo.
– Durma bem Mase. Obrigado por me deixar ficar. – meus olhos estavam pesados e o sonho entorpecia-me, então deixei-me levar, não antes de ouvir suas palavras.
– Sempre. Eu morreria por você Bu.
“- Eu não sei pequena. Tudo o que sei é que as coisas são assim, desde... sempre eu acho. Nós lutamos pelas coisas que acreditamos, sofremos por coisas banais, complicamos o que é simples e morremos por aqueles que amamos.”
Adormeci pensando nas palavras de Mason Evans, meu antigo amigo e amante.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Também estão se apaixonando pelo Mason?