Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 10
Eu morreria por você


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capitulo, rs
Obrigado pela linda recomendação Tarci :)) Adoro você Fã nº 1
Beijinhos, quero reviews, rs



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Ela caminhou até Derek e o beijou. Constrangida e de certa forma incomodada, virei o rosto, sentindo meu peito afundar.

Mason pigarreou, fazendo com que a mulher soltasse Derek, que corado fitava o chão.

Nossos olhos se encontraram e um calafrio percorreu meu corpo.

– Erin?

Confusa assenti enquanto a estranha Emmily me abraçava.

– Não sabia que acordou, Derek não mencionou nada... – deixei de ouvir o que ela dizia quando Mason passou seu braço por minha cintura, puxando-me para ele. Não reclamei ou me afastei, seu corpo era quente e não importava...

Bu?

A voz dele me fez recobrar o juízo.

– Sim?

Mason estudava-me com seus belos e intensos olhos escuros.

– Você pode respirar agora.

Demorei a perceber que de certa forma prendia o ar desde que ele havia me tocado. Mason se afastou. Decepcionada quis protestar, dizer que sua proximidade me confortava mas... Mas? Tinha de ser racional agora que sabia a verdade.

Levantei o olhar mais uma vez e estudei os ferimentos dele. Mason precisava ir ao hospital.

– Precisamos ir ao hospital.

– Por que? Você esta bem? Esta sentindo alguma coi...

Era engraçada a forma como ele me olhava e se preocupava comigo, quando na verdade quem precisava de cuidados era ele.

– Não Mase, você precisa de alguns pontos. – disse enquanto tocava sua bochecha delicadamente. Então engoli em seco e virei-me para Derek e Emmily que nos observavam. – Vou com ele ao hospital, não contem nada a Claire por favor.

Tomando a mão de Mason na minha, seguimos até seu Mustang GT. O possante preto era lindo, tão rustico quanto seu dono. De súbito a vontade de dirigi-lo era tão grande.

– Mase?

Surpreendi-me quando Mason jogou as chaves dele para mim.

– Ela é toda sua querida. Literalmente. – ela?

Dirigir um carro era mais uma daquelas coisas estranhas que eu sabia fazer, mas desconhecia como.

Girei a chave e quando o motor ganhou vida arranquei. O Mustang era simplesmente perfeito, seu ronco fazia com que momentaneamente eu esquecesse tudo, porem algo me intrigava.

– O que quis dizer com literalmente?

Mason parecia perdido em pensamentos enquanto fitava a paisagem fora da janela sem realmente vê-la.

– Ela é sua. A reformei, foi a minha maneira de mantê-la comigo.

– Esta dizendo que... que...

– Sim, você caiu com ela na ponte.

– Sally. – como um click o nome me veio a cabeça.

– Sim, sua Sally, ano 1967, linda não? – a melancolia em sua voz parecia pressionar meu peito.

Liguei o som e deixei-me levar pela melodia. Durante o restante do trajeto ele apenas indicava o hospital, ainda podia sentir os olhos dele em mim.

Como eu acreditava Mason precisava de pontos, apenas 5, mas ainda sim pontos. A enfermeira que nos atendeu parecia intrigada com minha presença, assim como todos no hospital, alguns até mesmo chegaram a me cumprimentar.

Mason e Barbara pareciam se conhecer, e isso por alguma razão me deixou inquieta.

– Mase? Preciso de café. Gostaria de alguma coisa?

– Não. Obrigado Bu.

Deixei a sala e as risadas de Barbara. Aliviada fui até a cantina, café sempre me acalmava. Por que tudo era sempre tão complicado para mim? Por que não podia ser Blair? Só Blair? Todos os dias acordava em busca de respostas, o que não sabia era que estas machucam, que ferem. O vazio que sentia agora era imenso, assim como tamanha era minha confusão.

Não sei ao certo quando tempo se passou até ouvir a voz dele, sempre tirando-me de meus devaneios. Era sempre tão fácil refugiar-me em minha cabeça com meus pensamentos e ignorar tudo ao meu redor.

– Erin?

– Sim?

– Não tem que ser forte o tempo todo pequena – não notei estar chorando até ele estar afastando minhas lágrimas delicadamente com as pontas de seus dedos.

– Por que tudo tem que ser tão complicado, tão doloroso?

A compreensão em seus olhos dizia que Mason era um homem que conhecia o complicado e o doloroso do mundo.

– Eu não sei pequena. Tudo o que sei é que as coisas são assim, desde... sempre eu acho. Nós lutamos pelas coisas que acreditamos, sofremos por coisas banais, complicamos o que é simples e morremos por aqueles que amamos.

Mason me abraçou e isso bastou. Ficamos assim pelo que me pareceram horas.

– Gostaria de vê-la?

Eu sabia ao que, ou melhor a quem ele se referia.

Assenti e ele me guiou até ela, como se conhecesse o caminho perfeitamente.

Paramos em frente a uma porta branca, como todas as outras que vi no caminho.

– Pronta?

Mais uma vez balancei a cabeça afirmativamente e segurei sua mão. Adentramos o quarto e logo a vi, era impossível não notar seu cabelo cor de fogo em meio a todo aquele braço. Assim como o meu ele era liso e espesso. A semelhança entre nos era assustadora, mesmo ali, desacordada e ligada a tantos tubos e aparelhos que apitavam, Blair era perfeita, parecia estar apenas dormindo profundamente. A toquei e assustei-me com a frieza de sua pele.

– Sinto muito – me aproximei, beijei-a a testa e deixei o quarto seguida de perto por Mason.

Deixamos o hospital e quando chegávamos ao carro percebi que não sabia o que fazer, pela primeira vez desde que acordara a quase um mês atrás, senti-me sozinha, perdida.

– Não sei o que fazer – suspirei ao encostar-me em Sally.

– Ei – Mason segurava meu rosto fazendo com que eu o olhasse nos olhos, ou em apenas um deles, já que seu olho esquerdo estava apenas parcialmente aberto. – Seja lá o que vier estarei com você, não espero que volte a me amar ou algo do tipo. Éramos amigos muito antes de tudo isso, sempre fomos e sempre seremos não importa o que aconteça.

Mais uma vez naquele dia, o abracei, sentindo seu cheiro másculo e amadeirado.

– Obrigado Mase. – sussurrei enquanto Mason Evans amorosamente beijava minha testa.

– Disponha gata. Preciso passar em casa para pegar umas...

– Posso ficar com você esta noite? – as palavras simplesmente me escapuliram. Correi.

– É claro boneca. Podemos pedir alguma coisa para comer e assistir algum filme, você esta um pouco desatualizada e...

Durante todo o caminho para seu apartamento Mason tentou me por a par das atualidades, como se eu tivesse dormido por séculos e não 6 anos. Ao que parece a onda do momento eram Vampiros, Homossexuais, e livros sobre sexo. É, o mundo evoluiu.

O apartamento de Mason era tão...tão Mason! Escuro ,rusticamente decorado com muita madeira escura e muito, muito luxo.

– Preciso de um banho gata, por que não se senta ai e procura algum cardápio na cozinha, peça o que quiser menos...

– Comida mexicana, você odeia e... – parei de sorrir quando levantei os olhos e vi sua expressão - O que foi? – perguntei.

– Você é muito estranha Erin Everly. E nada de comida mexicana por favor. – dizendo isso Mason me beijou a bochecha direita e deixou a sala.

Como ele havia sugerido fui até a cozinha para encontrar os tais cardápios quando um quadro gigantesco na sala de jantar chamou minha atenção. A paisagem era maravilhosa, o que parecia uma ilha estendia-se pela pintura, a água do mar era quase transparente e a areia era branca. Tudo parecia tão puro e sereno naquela imagem, o sol parecia brilhar de maneira diferente, até mesmo a cor do céu era impossível de se precisar*. E então eu soube, eu havia pintado aquele quadro, embora fosse tão diferente de minhas outras obras sombrias, aquela parecia a obra de uma Erin amada.

Aproximando-me do quadro, pude ler em seu canto direito “Erin Everly, Julho de 2007”

“- Erin? Vai pintar ou ficar ai babando? – até mesmo o som de sua voz me parecia diferente agora.

– Não estava babando idiota. – respondi rindo para o homem divinamente nu a minha frente.

– Então vamos pequena, não tenho o dia todo....”

– Sinto falta daqueles dias.

Seja lá o que fora aquele pequeno flash ele se fora tão rápido quanto chegara com a voz de Mason.

No fundo eu também sentia, mas como explicar algo de que não recordo?

– Mason? – era embaraçoso apenas pensar nisso – Alguma vez eu...ahn, o pintei nu?

A gargalhada que explodiu dele me fez corar até os dedões do pé, eu com certeza poderia estar da cor de meus cabelos.

– Sim boneca, como sabe? Lembrou-se de algo mais? – eu podia senti-la, a esperança em suas palavras.

– Não, apenas isso, por hora. – respondi sorrindo timidamente.

Por fim pedimos comida chinesa, Mason pareceu não se importar com minha escolha, disse que gostava de tudo que não fosse mexicano.

Tomei um banho e vesti uma de suas muitas camisetas de banda e também uma de suas cuecas, que mais ficou parecendo um shorts de dormir. Voltei para sala quando ele colocava um filme.

– Eram os seus preferidos.

– Harry Potter – falei já sabendo a resposta.

– É. – mais uma vez ele parecia surpreso exibindo um de seus lindos sorrisos de garoto.

Antes mesmo do meio do filme adormeci aconchegada a Mason. Só acordei quando senti que estávamos nos movendo.

– Mase?

– Shii! Você teve um dia muito cheio. – a nossa frente estava uma bela porta, a qual ele abriu e rumou direção a grande cama no centro do cômodo.

Cuidadosamente ele depositou-me sobre ela.

– Durma bem Bu.– como havia feito mais cedo, Mason beijou minha testa e virou-se para deixar o quarto.

– Fique. – sussurrei.

Ele voltou-se para mim, mas não pude ver sua expressão, a escuridão no quarto não permitia.

Fui para o outro lado da cama, dando espaço a ele para que se deitasse. Mason parecia hesitante, mas o fez mesmo assim.

Quando já estava deitado ao meu lado, aproximei-me até estar tão perto quanto podia sem toca-lo.

– Durma bem Mase. Obrigado por me deixar ficar. – meus olhos estavam pesados e o sonho entorpecia-me, então deixei-me levar, não antes de ouvir suas palavras.

– Sempre. Eu morreria por você Bu.

“- Eu não sei pequena. Tudo o que sei é que as coisas são assim, desde... sempre eu acho. Nós lutamos pelas coisas que acreditamos, sofremos por coisas banais, complicamos o que é simples e morremos por aqueles que amamos.”

Adormeci pensando nas palavras de Mason Evans, meu antigo amigo e amante.


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Notas finais do capítulo

Também estão se apaixonando pelo Mason?