Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 11
O meu maior erro


Notas iniciais do capítulo

Hoje é meu aniversário e decidi presentéa-las com mais um capitulo.
Espero que gostem e me presentei-em com Reviews, rs
Amo vcs, bj bj



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Pela primeira vez desde, sempre eu acho, dormi por uma noite inteira sem acordar no meio da noite, também pela primeira vez me permiti acordar com os raios de sol, não antes deles como sempre fiz. Não sei se isso se deve ao fato de que os braços de Mason estavam ao meu redor, mantendo-me junto dele, fazendo-me não querer abrir os olhos. Apenas permanecer ali, tanto tempo quando pude, deitada em seu peito.

– Ei dorminhoca.

Apenas o som da voz dele fazia com que eu nunca quisesse partir. Aconchegando-me ainda mais a Mason, respondi: - Podemos ficar aqui, para sempre?

– Infelizmente não Bu, tenho que ir ao estúdio, o que acha de vir comigo?

– Claro.

1 hora depois adentrávamos um prédio muito peculiar. Todos ali pareciam conhecer Mason, que aproposito não havia soltado minha mão desde que deixamos o carro. Um sorriso bobo estava estampado em meu rosto.

Pegamos o elevador e depois partimos para uma sala esquisita.

– Aqui é onde gravamos Bu. – Mason também sorria muito hoje – Tenho algumas canções para gravar hoje, espero que não se importe.

– Adoraria vê-lo cantar.

E foi o que fiz pelas próximas três horas. Mason era incrível e sua voz era divina, máscula e sexy ao mesmo tempo em que era suave também. Não era difícil descobrir por que me apaixonara por ele um dia.

Quando achei que todas as canções estavam prontas, me surpreendi com a pergunta dele.

– Ei Erin, venha aqui, eu gostaria de tentar algo.

Assenti e fui até o piano onde Mason estava sentado graciosamente.

– A alguns anos atrás nos criávamos canções como você sabe, e achei que talvez você gostaria de...

– Eu adoraria Mase.

– Serio? Vai gravar comigo?

– Sim. Espero não ter esquecido as músicas também.

E eu não havia de fato as esquecido. Por mais uma hora Mason e eu tocamos e cantamos, e foi mais que perfeito. No fim de tudo, Mase tinha 6 novas músicas, e duas delas eram nossas.

Quando finalmente deixamos o estúdio já passava da hora do almoço e eu estava faminta.

– O que acha de comida italiana hoje Bu?

Assenti sorrindo.

Depois de almoçarmos e pararmos para comprar sorvete, finalmente voltamos para seu apartamento.

Enquanto tomava banho, lutava para não pensar em Derek e Claire. Não sabia como iria encara-los novamente, mesmo que sentisse falta dos dois.

Sai do chuveiro, mas uma vez vestindo-me com uma blusa extremamente grande de Mason e uma de suas cuecas.

– Erin? – sua voz parecia vir da sala.

– Sim?

– Pedi pizza para o jantar.

– Ok. – gritei de volta, enquanto terminava de secar o cabelo.

Deixei o quarto e de fato o encontrei na sala, assistindo algum filme.

Já passava das 22:00 quando a pizza chegou a comemos enquanto terminávamos nosso segundo filme.

– Sorvete?

– Cara você comeu 6 pedaços de pizza e ainda quer sorvete?

– Esta zombando de mim Erin Everly? – Mason me encarava com seu soriso de garoto, fazendo aquela coisa estranha com meu estomago.

– Na verdade estou sim. – respondi empinando o nariz.

– Pois não devia. – Mason avançou para mim, me pegando em seu ombro esquerdo e me deixando de ponta cabeça. Eu ria tanto que lágrimas escorriam de meus olhos.

– Mase se não me soltar agora vou....

– Vai o que Bu? Não acho que ninguém vá escutar os seus gritos... – sua risada maléfica me fez gargalhar ainda mais.

– Pare.

Ele obedeceu, ou mais ou menos, já que me atirou no sofá e começou a fazer cócegas em mim.

– Mase, por favor. Vou fazer xixi...

– Você vai o que Bu?

– Você entendeu idiota.

– Erin Everly, xingando?

Eu ia responder, queria manda-lo a merda, mas quanto olhei eu seus olhos escuros fiquei hipnotizada, eles eram tão sutis e profundos e ....

– Erin?

– Sim?

Seus lábios estavam tão próximos dos meus que não pude evitar, o envolvi com minhas pernas e trouxe para mim, devorando seus lábios.

Um gemido escapou dele enquanto nos levantava do sofá e caminhava até seu quarto.

Tirei sua camiseta e parei. Deus? O que eu estava fazendo? Eu o queria, sim, mas também acreditava estar apaixonada por Derek.

– Ei? Não temos de fazer isso Erin.

As palavras dele me trouxeram a tona.

– Preciso de você Mase.

– Deus como senti a sua falta Bu. – disse ele enquanto tirava sua camiseta que eu usava.

Não fiquei envergonhada como achei que ficaria, na verdade estar com Mason era natural, era correto.

Nos livramos dos restantes de nossas roupas e nos deitamos.

– 6 anos tem sido um longo tempo Erin, tem certeza?

Assenti e trouxe seus lábios para mim.

Mais uma vez acordei com os raios de sol entrando pela janela do quarto de Mason. Lembranças da noite passada inundavam-me e um sorriso surgiu em meu rosto, um que acreditei que nunca iria deixar-me.

“ – Sempre amei você Bu, e sempre irei amar.

– Eu... – tentei dizer alguma coisa mais ele me interrompeu.

– Shh, não diga nada. Tudo o que tenho a dizer é que tenho medo Erin, medo de que me quebre novamente, medo de que me deixe. Não sei se posso suportar perde-la outra vez.

– Você não vai, eu estou aqui Mase, não pretendo ir a lugar algum.

Então ele me beijou e nos amamos novamente.”

Mas nada que é bom dura tempo suficiente não é mesmo? O som do telefone tocando nos obrigou a abrir os olhos. Mason apenas esticou-se até meu lado para pegar o maldito aparelho no criado mudo, roçando-se em mim no processo, fazendo meu coração palpitar.

– Alô? – Mason ainda me olhava nos olhos, fazendo com que meu fudido coração protestasse – Sim Derek.... São 8 da manhã cara.... Quando ela quiser.... A pelo amor de Deus, não use Car como desculpa.... Tenha um bom dia – Mason apertava bruscamente o aparelho em suas mãos antes de suspirar e jogar-se na cama.

– Era o D...- tentei perguntar, sendo cortada por ele.

– Sim. Ele a quer em casa, como se tivesse alguma porra de controle sobre você.

Mason parecia extremamente chateado, ferido. Não era justo com ele, nunca fora. Eu era estupidamente egoísta, não devia estar aqui desfrutando do calor de seus braços e sua hospitalidade.

– Acho que devo ir. – por fim disse, deixando a cama, ainda que relutantemente.

– É sempre assim, não é mesmo? Ele a chama e você corre até ele.

Não pude argumentar, a magoa em sua voz me deixou sem palavras.

– Vai Erin. Corre, é isso o que você sempre faz, fugir, de tudo e de todos sempre que se sente querida ou amada.

– Mase... – tentei me aproximar, mas, ele me cortou.

– Não! Eu me recuso a cometer o mesmo erro outra vez. Você foi o meu maior erro Bu. Eu era jovem e estupidamente apaixonado por uma garota que nunca iria me amar, e sabia disso o tempo todo. Fico feliz por Blair nunca ter tido a infelicidade de descobrir sobre suas merdas Erin, ela não merecia nada disso – apenas fechei os olhos, sentindo a magnitude de sua magoa - Sinto muito, mas não poso, simplesmente não posso...

Suas palavras feriam-me, e doía, doía tanto. Um soluço escapou de mim e tão longo as lágrimas vieram também.

– Vá, por favor. Não posso Erin, não posso deixa-la entrar apenas para que me quebre outra vez. Leve a Sally com você – Mason também tinha lágrimas nos olhos e me olhava como se estivesse lutando consigo mesmo. – Por favor...

Frustrada e extremamente quebrada, vesti meu vestido novamente e deixei o quarto dele, sua casa, e sua vida.

Como se refletisse meu estado, uma tempestade aproximava-se. Eu sempre as amara, mas não hoje. Hoje eu sentia frio, não aquele que antes me acolhia, hoje eu estava só, vazia e com medo, muito medo.

Entrei em Sally antes dos primeiros pingos de chuva, relâmpagos exibiam-se no horizonte. Arranquei e segui para a costa.

Estacionando no mesmo lugar onde antes Mason havia deixado Sally, desci do carro. A chuva logo me atingiu, de um jeito diferente, novo, como nunca fizera. Antes ela era minha droga, meu entorpecente, mas agora? Agora ela machucava, feria com toda a sua frieza.

Corri para a areia, e deixei-me desabar sobre ela. Toda a dor e frustração abateu-me.

“ – Eu, sinto muito, não sei quem sou. – admiti.

– Blair. – o homem loiro sabia meu nome, mas apenas isso?

– Não entendo.

– Eu... você, sofreu um acidente.”

[...]

“– Como se chama? – ela era mesmo adorável, acho que devia ter 5 ou 6 anos.

– Blair – respondi ainda confusa.

– Blair? Só Blair?

– Sim, só Blair. – ela parecia tão confusa quanto eu.”

[...]

“Sam está morrendo.”

[...]

“– Blair, por que ele não acorda? - ela era tão pequenina e adorável vestida de bailarina. Meu coração doía mais e mais a cada palavra dela.

– Ele esta dodói.

– Não, Sammy nunca fica dodói Blair, ele é um super cão, também tem medo de injeções, uma vez agente foi ao medico de cachorros e...

– Claire, por favor, me escute................

– Sammy não pode mais ficar conosco amor, ele esta dodói e vai se juntar a Erin, lá no céu.

– Não, ele prometeu pai, prometeu que nunca ia me deixar, por que esta contando mentiras? Isso é feio. – Claire dizia, embora no fundo soubesse a verdade pois derramava lágrimas silenciosamente. – Ele prometeu!”

[...]

“– Derek não sabe que estamos aqui, ele não apoia, não compreende o que eu compreendo. Ele... ele... droga como ele pode não reconhecer você Bu? – Mason acariciava minha bochecha o que me fazia perder o raciocínio, ele tinha me chamado de Bu? Mas Erin era...

– Vocês são tão diferentes, não consigo entender como ele pode não ver. São idênticas fisicamente, mas quanto ao resto... Talvez ele não queira, não queira deixa-la ir.

[...]

“1, fevereiro, 2005 15:17

Ele é um fofo, seu nome é Derek Campbell......”

[...]

“– Não posso dormir sem ele só Blair. – a apertei quando minhas lágrimas também vieram. – Não quero ficar sozinha.”

[...]

“Algo aconteceu, algo inesperado, algo errado. Derek me beijou. A sensação de seus lábios nos meus foi perfeitamente certa e errada.”

[...]

“ Preciso de você aqui droga... Sim, febre... Emmily só largue a porra do trabalho... tenho...tem algo que você precisa saber... não, não posso falar pelo telefone Ems. Só venha para casa por favor.”

[...]

“Mason repousou um dedo em meus lábios, antes de se aproximar e sela-los com um beijo suave.”

[...]

Não acordou na casa de um estranho, acordou na casa de Derek Campbell o ex-marido de sua irmã, Blair Everly Campbell, a verdadeira mãe de Claire, sua irmã gêmea.”

[...]

“- Eu não sei pequena. Tudo o que sei é que as coisas são assim, desde... sempre eu acho. Nós lutamos pelas coisas que acreditamos, sofremos por coisas banais, complicamos o que é simples e morremos por aqueles que amamos.”

– Sempre amei você Bu, e sempre irei amar.”

Todas as vozes, todas elas gritavam em minha cabeça, e aquilo doía, doía tanto. As malditas lembranças, Deus!

Levantei os olhos tentando enxergar o mar, as águas, mas era difícil ver um palmo a minha frente, então levantei e caminhei até ele com a chuva castigando minha pele a cada pingo dirigido a mim, talvez se estivesse mais perto, perto o suficiente para ver, para.....

Um choque percorreu-me quando senti a água em meus pés, tão gélida. Era perfeito! A chuva já não me ajudava, talvez adentrar no mar me faria sentir melhor.

A agitação das gigantescas ondas não me assustou ou desestimulou-me, pouco importava o resto, tudo o que queria era deixar de sentir, deixar de pensar. Então mergulhei como gostaria de ter mergulhado no abismo de meu sonho, e deixei de pensar, mesmo quando a água causava dormência em todo o meu corpo, mesmo quando o sono me tomou, decidi que era hora de render-me a ele e a todo o resto.


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Notas finais do capítulo

E aí, curiosas?