No canto do salão Isabella observa emburrada, o modo carinhosamente exagerado de como Edward e Tanya se cumprimentam.

As mãos dela nele, e as dele nela. Chega a ter ânsia. É obvio que ela o quer, seu olhar revela muito. Aliás, revela tudo.

Mulherzinha mais nojenta. Bufa desviando o olhar.

–Bella..- Alice surge ao seu lado, um semblante assustado demarca sua face.

–Alice, oque foi?- indaga preocupada. Você está pálida!-

–Óh theós..- exclama com a voz entrecortada. Tenho que lhe contar algo, pode me acompanhar até ali fora?- as mãos tremulas e gélidas seguram as suas ansiosas.

–Claro, vamos.- as duas caminham de modo apressado para fora do salão. O que ouve?- a questiona de imediato, sentindo a brisa fria percorrer seus braços desnudos.

A Cullen suspira visivelmente nervosa.

–Alice, me diga... Está me preocupando.- com a mão esquerda afaga o ombro da cunhada.

–Emmet e eu...- diz em meio a um soluço. Nós... Nos beijamos.- completa.

A morena prende o lábio entre os dentes, desde o começo percebera que o envolvimento entre eles ia além do amor fraternal.

–Acho que isso não é assunto pra tratarmos aqui.- diz olhando ao redor. Alguém pode nos ouvir e...-

–Não Bella, agora não importa mais.- a corta com o timbre tremulo.

–Como assim Alice? Não vai me dizer que...- os olhos negros se arregala, quando Alice afirma com um aceno.

–Sim Bella, Emmet e eu estamos juntos e Adele nos viu.- a baixinha se rompe em lágrimas com soluços desalentos.

–Oh meu Deus!- Isabella exclama cobrindo a boca com as mãos. Sua avó?! E... O que ela disse?- indaga ainda engasgada pela surpresa.

–Nada, apenas nos olhos feio e saiu... Ain Bella, se ela contar a Esme e Carlisle eu.. Eu não sei o que vai acontecer!- compadecida com o sofrimento da jovem Bella a abraça, acomodando o pequeno corpo trêmulo pelo choro sôfrego.

–Calma Alie, vem vamos sair daqui..- com cuidado a Swan conduz Alice até o elevador. O caminho até o quarto nunca fora tão longo, ainda mais com tantos pares de olhos voltados as duas.

Assim que instaladas dentro da suíte, a caçula do Clã Cullen narrara toda a historia para a Swan, entre lágrimas e soluços sôfregos.

–Eu não sei o que eu vou fazer Bella...- com o choro a maquiagem antes perfeita, já ficara borrada e manchada no rosto delicado.

–Onde está Emmet?- indaga afagando a mão da jovem que treme constantemente.

Ela funga alto, e limpa as duas gotas na bochecha com a mão.

–Disse que ia conversar com giagiá (vovó), e tentar explicar mas... Eu duvido que ela o escute.-

–Acha que se... Ela dizer a seus pais eles irão ficar bravos?-

–Bravos, decepcionados... Eu sei que a reação dos dois não será a melhor. Mas o pior não é isso.. O pior..- soluça. É eles quererem me afastar de Emmet... Eu não quero me afastar dele Bella.- as palavras sentidas tocam o coração de Bella que percebe o amor nelas.

–Você o ama?- pergunta mesmo já sabendo da resposta.

–Muito.- por breves segundos Alice exibe um sorriso fraco. Desde que Esme e Carlisle me adotaram.- funga novamente, sentando-se eretamente. Não sei o que foi, talvez o modo carinhoso, o jeito brincalhão dele... Não sei te falar, só sei que, quando percebi já estava completamente apaixonada.-

A morena sorri, pensando que se envolvera do mesmo modo com Edward.

–E não pense que eu não tentei me afastar dele, pois eu tentei. Tentei enxergar ele como um irmão amá-lo como amo Edward, mas a gente não escolhe por quem se apaixona. Antes eu achava idiotice as pessoas falarem, isso, mas é a pura verdade.-

–Eu sei Alice, entendo você.- a abraça. Escute, você pode contar comigo para o que precisar ouviu. E se vocês se amam, não podem desistir disso.-

–Mas não é certo Bella... Pelo menos não é certo pra eles. Ninguém vai me dar razões.- responde a cunhada, já mais calma.

–Alice, você não precisa de razões para as coisas que faz você só tem que fazer o que quer. E, às vezes, o que parece errado para todo mundo é o que é certo para você. Você tem que fazer e não se envergonhar.- aconselha firmemente.

–Não é tão simples assim..- três batidas na porta interrompem a fala da Cullen. Quem será?- indaga com os olhos arregalados.

–Se acalme...- pede sussurrando. Quem é?- questiona após pigarrear.

–Sou eu Bella, Emmet.- um suspiro de alívio é emitido pela baixinha.

–Ah Emmet, um momento. - a britânica se põe de pé e caminha até a porta, o cartão magnético a destranca e em segundos o grandão adentra no quarto indo até Alice.

Os dois se abraçam com veemência como se aquela fosse a ultima oportunidade de fazê-lo.

–Falou com ela?- a voz de Alice sai abafada, porém compreensível.

–Sim, falei.- o tom pouco animador de Emmet faz a tensão do quarto apenas aumentar.

–E então?- volta a perguntar num fio de voz.

–Como esperávamos, ela não reagiu nada bem. Disse palavras duras e foi fria.-
Sem jeito Isabella se afasta do casal, indo até a sala de estar pequena, tentando dar a eles privacidade.

As vozes saem um pouco mais baixas, todavia a jovem conseguira com exatidão ouvir a conversa.

Longos minutos depois, o casal se aproxima da cunhada, as mãos entrelaçadas.

–Bella, tenho que te agradecer por acalmar Alice e tirá-la do salão.- o irmão de Edward a agradece um pouco envergonhado.

–Imagina, já disse a ela que pode contar comigo.- responde arrumando o tecido dourado do vestido.

–Bom de agora em diante sua ajuda será crucial.- a voz rouca murmura. Estamos encrencados.-

Os três dão rizadas, mais descontraídos.

–Estou a disposição.- deixando a tensão de lado, Isabella bate continência.

–Bella sabe que Edward pode ficar irritado com você por isso e...-

–Xii Alice...- corta a moça. Deixe que eu me acerte com Edward. Estou do lado de vocês, acho que os dois tem todo o direito de se amarem e serem felizes.-

–Olha eu nem sei como te agradecer, do fundo do meu coração, muito obrigada Bella.- as duas se abraçam apertado.

–Não precisa agradecer, Alie.-

–Só por isso você será madrinha do nosso casamento.- Emmet volta a brincar.

–Com prazer.- sorri grandemente, olhando os dois a sua frente. Alice não passa nem do ombro de Emmet e o contraste de corpo é realmente impressionante. Mas mesmo com tantos empecilhos, e diferenças os dois se amam.

[...]

A água quente escorre pelo corpo bem moldado de Isabella. É incrível como um banho pode ser relaxante!

No entanto sua cabeça esta totalmente ao contrário do corpo, dando voltar fervilhantes. Tanta coisa acontecendo no mesmo espaço de tempo, chega a ser sufocante.

De um lado, quer se entregar a Edward e esquecer toda a história que os envolve. Mas, por outro se lembra do que ele fizera se lembra de Charlie.

E quanto a Emmet e Alice, quer e vai ajuda-los, somente as consequências que a assustam.

Desliga o chuveiro, com uma vontade enorme de gritar, mediante aos problemas. Quando foi que sua vida virara esse novelo de lã, todo embaraçado?

A resposta é simples, quando aquele grego entrara em sua vida. Sorri de canto.

Há quase um mês atrás suas únicas preocupações eram em arranjar emprego, e tirar o pai daquele maldito vício.

Mas agora, eram tantas as coisas... Esfrega a mão no rosto, aflita.

Olha-se no espelho, a maquiagem e penteado antes perfeitos, agora totalmente desfeitos.

Nos olhos ainda existem resíduos do lápis negro, o contornando. E a boca ainda tem sua cor rosada.

Apoia-se no balcão da pia, as madeixas encharcadas pingando na madeira caramelo. Em sete dias, será ano novo.

Um ano longo, onde ela não tem ao menos um plano. Nada. Suas datas estão todas em branco, prontas para serem preenchidas.

Estaria ela junto de Edward, na Grécia? Mas e Charlie?

Chacoalha a cabeça, vestindo o roupão negro e macio. Com veemência, enxuga os fios longos com uma toalha, antes de sair do imenso banheiro.

O quarto ainda permanece na penumbra da noite, apenas dois abajures acesos.

Bufa com uma leve irritação. Edward provavelmente continua na festa. Com Tanya.

Cerra os dentes. É tão nítida a atração que a loira sente pelo seu grego, quanto à cor azulada do céu.

Com passos firmes vai até o closet, pega a primeira camisola que encontra.

A veste ainda emburrada, sentindo a preta renda escorrer opor seu corpo até o joelho. Arruma as alcinhas finas no ombro, e volta pro quarto.

–De todas as cores, a preta é a que se destaca mais em você, theá mou (minha deusa).- ofega assustada ao ouvir a voz macia do Cullen, sem abandonar, é claro, as reações que seu timbre rouco causa em seus membros.

Pigarra baixinho, ainda de costas para ele segue até a cama.

–Hunrum.- apenas resmunga, puxando os tantos lençóis da grande cama.

No carpete de madeira, os passos do grego soam alto. Uma, dois, três vezes, até a morena sentir dois toques quentes em sua cintura.

Morde os lábios fechando os olhos. Um arrepio lhe toma o corpo, quando suas costas se colam ao peito musculoso e forte de Edward.

–Porque sumiu do salão, melachriní̱ mou (minha morena)?- a indaga, num tom baixo, pondo o rosto no pescoço perfumado da Swan, que tenta mentalmente se conter.

–Fiquei...- toma folego. Entediada.- responde tremulamente.

–Hm, e por que não me chamou?- de modo provocatório, o loiro passa o nariz pelo pescoço seu pescoço lhe deixando atordoada. As mãos apertam o lençol bege com uma força tremenda.

–Você... Você estava... Ocu- Ocupado. - gagueja bobamente ao sentir leves beijos em sua pele alva.

–Ouça agápi̱ mou (meu amor), eu nunca estou ocupado pra você.- responde galanteador.

Um suspiro escapa dos lábios de Isabella, então em sua mente surge a lembrança do Cullen com a prima Denali.

Rapidamente se afasta dele, e enciumada vai até a sacada, as mãos se apoiam na grade negra batendo os dedos ritmicamente.

–Ao menos quando está perto de Tanya, ai sim está ocupado não é?- o tom amargo na voz da jovem faz o Cullen rir.

O ciúme e raiva fervilham dentro dela.

–Do que está rindo, Edward? Não há nenhuma graça.- se vira de frente a ele, o encarando de nariz em pé.

–Ora, mas é claro que há!- exclama a olhando, um sorriso torto estampado nos lábios finos. Você com ciúmes, prinkípissa fica uma graça, realmente encantadora.- os dedos longos do grego, alisam a pele macia do rosto corado da Swan.

Nervosa a britânica range os dentes.

–Que absurdo! De onde tirou que estou com ciúmes?- cruza os braços e bate o pé firmemente.

–Do seu jeito de falar, de agir...- murmura se aproximando cada vez mais. Mas inclusive do seu olhar.- a morena sente seu queixo ser levantado de modo delicado pela mão de Edward. Seus olhos são cristalinos, prinkípissa, impossível não enxergar através deles.-

Sem ter como negar, Bella engole seco.

–Admita Bella, sente ciúmes de Tanya não é?-

–Apenas não... Gosto dela.- assume, sentindo as carícias provocantes do homem em seu ombro e pescoço.

Uma rizada sai abafada de Edward, que beija a pele branca repetidas vezes.

–Não precisa se preocupar mikró mou (minha pequena), só há uma mulher que consiga chamar minha atenção, e provocar reações intensas em mim e, essa mulher é você.- seus olhares se encontram e ambos ofegam arrepiados.

Vagarosamente suas bocas se encontram se encaixando uma na outra antes de começarem a se mover em sincronia.

As mãos fortes do loiro, presas na cintura fina da Swan que mantém os dedos emaranhados nas madeixas claras.

Por longos minutos os dois se beijam, trocando carinhos com os lábios e as línguas.

O ar faltante os obriga a se afastarem. Isabella toma folego, deitando a cabeça no peito de Edward que a abraça protetoramente.

–Ela gosta de você.- sussurra de olhos fechados.

–O que?- sem entender o moço a questiona.

–Tanya, Edward.- sibila levantando o rosto para fita-lo. Ela gosta de você. Não como uma prima deveria gostar de um primo, mas como uma mulher gosta de um homem.- morde o lábio inferior sem desconectar seus olhos dos dele.

–O Ángelós mou (meu anjo), não ponha coisas nessa cabecinha linda.- carinhosamente ele deposita um beijo em sua testa. O modo que Tanya gosta de mim, não é importante. Aliás, ela não é importante. Você sim é a pessoa de mais importância na minha vida, nesse momento, então esqueça isso, ok?-

Emocionada com as palavras do Cullen, a jovem apenas consente.

–Olhe como o céu está lindo, agápi mou.- a voz rouca soa macia.

Com um suspiro encara a imensidão azulada. As estrelas brilham com intensidade ao redor da lua prateada.

–Sim está perfeito.- concorda se aconchegando contra seu noivo. Você acredita no amor Edward?- questiona hesitante.

O grego respira fundo, antes de proferir.

–Acho que o amor não é pra ser acreditado, Bella e sim sentido. Existem pessoas que sentem, outras que não.- as palavras dele ressoam em sua mente.

–Mas e você?-

–Eu o que?-

–Já sentiu amor por alguém?- sua voz sai meio hesitante.

–Eu não sei como é amar alguém.- suas palavras ardem-lhe os olhos, com lágrimas querendo cair. Já desejei uma pessoa, já senti paixão por uma pessoa. Mas amar, nunca.- sente sua garganta se fechar em um nó, e se controla para não chorar. Ele não a ama! Por isso que o que sinto por você me assusta.-

–Hãm?- o encara sem entender.

–Esse sentimento Isabella. É tão intenso, chega a doer.- explica. É como se eu precisasse te ter ao meu lado pra ser feliz, e quando você está eu sou muito mais feliz. Me sinto completo com você, e sinto que eu posso ser eu mesmo. Você despertou reações em mim, que antes eu desconhecia e só o simples pensamento de ter longe, me deixa agoniado.- completa passando a mão pelo cabelo curto. Fármaco (droga), agora estou falando como Alice!-

–Você... Me ama?-

–Se isso não for amor é loucura.- responde suspirando. Mas é sim. Eu amo você Isabella. Acho que desde a primeira vez que te vi, com os cabelos bagunçados e roupa despojada. Desde então você me domou completamente.-

Um sorriso gigante aparece nos lábios da britânica, e sem esperar se lança novamente nos braços de Edward.

Sua boca se encontra com a dele, o tomando em um beijo voraz. As pequenas mãos acariciando a nuca dele, que a segura com firmeza.

Não pode estar mais feliz! Seu coração praticamente salta em seu peito.

Ele a ama! Edward lhe ama!

As bocas se afastam, e o casal busca por folego juntos.

–Eu te amo, agápi̱ mou (meu amor).- ele se declara novamente, roçando os lábios nos dela.

Puxa o ar profundamente.

–Eu também.- sorri deixando as lágrimas finalmente caírem de seus olhos. Eu também te amo.-

Os dois se beijam mais uma vez. E mais outra. E outra.

Quase que sem perceber os dois adentram no quarto, achando com facilidade a cama.

Bella sente seu corpo repousar no colchão e o de Edward vir por cima.

As mãos pequenas e delicadas se infiltram dentro da camisa branca social, percorrendo as costas larga e musculosa.

Os toques continuam cada vez mais provocantes e quentes. Aos poucos a jovem ajuda o loiro a se livrar das peças de roupas.

A camisa é a primeira a se esticar no chão, logo a calça cinza se junta a ela.

Friccionando seu corpo contra o de seu noivo, a morena sente o quanto ele está excitado, e isso a deixa em chamas.

Um gemido alto escapa garganta da moça ao sentir as mãos de Edward adentrarem na camisola.

Morde o lábio e arranha os ombros do Cullen, que fica estático.

–O que aconteceu?- quase sem voz pergunta ao homem que lhe encara fixamente.

–Você tem certeza que quer isso?- ele é direto em sua pergunta. Ela sorri ainda mais encantada e apaixonada pelo seu grego.

–Tenho Edward. Eu te quero, agora.- as poucas palavras soam intensas no ouvido do Cullen que sem mais restrições, a beija.

A camisola rendada se junta a peças de roupas, ao ser retirada de Bella, por Edward que se perde com beijos e adulações pelo corpo da garota. Percorrendo com os lábios por toda a extensão das curvas bem moldadas, e jovem se revira no colchão soltando gemidos e mais gemido.

Edward se sente a cada segundo mais ouriçado ao perceber como sua morena está entregue a ele.

Seus lábios voltam a se encontrarem, e mais um eu te amo, é trocado antes de se unirem em um só.

Ambos gemem com o contato, se deliciando de prazer. As investidas são lentas, porém fortes, fazendo Isabella delirar de prazer, deixando marcar de unhas por todo o corpo do loiro.

Completamente sincronizados o casal alcança o ápice. Ambos se deleitando no maior dos prazeres.

Os corações batem freneticamente, e as respirações se encontram descompassadas. Ainda ofegantes e conectados, se encaram. A imensidão azulada se perdendo na amarronzada.

E como se planejado, sorriem juntos. O amor os rodeia.

Com facilidade viram na cama, e se abraçam se recompondo para poderem curtir mais daquela, mágica e perfeita noite de amor.