Girl Light escrita por Nikoll Gardella


Capítulo 4
Bruce, My Favorite


Notas iniciais do capítulo

Hey!



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Acordei cedo e olhei em volta um pouco irritada, é eu tinha mesmo acordado de mau-humor. Me levantei cambaleando para a porta e saindo do quarto escorregando no chão molhado da área irritantemente clara e ensolarada, cai batendo o queixo no chão e me arrastei feito um vampiro desesperado para a sombra da área coberta. Aquela gargalhada maravilhosamente reconfortante invadiu meus ouvidos enquanto as mãos fortes dele me colocavam de pé de forma meio desajeitada.

– BRUCE! - gritei me lançando sobre ele num abraço caloroso e cheio de saudades. - Caralho, ninguém me avisou que você vinha!

– Que boca suja! Que feio uma menina falando assim! - ele ralhou me dando um tapão dolorosa na bunda. - Só para você lembrar que essa bunda é minha, bolha!

– URGH! NÃO ME CHAMA DE BOLHA! - eu gritei estapeando meu irmão branco, o deixado vermelho. O segurei pelos ombros o analisando calmamente. Branco, alto, musculoso, gostoso (se não fosse meu irmão eu pegava, ele é mesmo um tesão), os cabelos pretos um tanto curtos e mal cortados, os olhos caramelo quase verdes me fitando com ternura e aquele sorriso malandro e maroto mostrando seus dentes brancos e perfeitos.

– Eu chamo do que quiser, bolha! - ele repetiu o apelido lentamente e com uma voz irritante.

–Pronto, matei as saudades, pode ir embora, já ta me irritando! - eu ralhei me fingindo de brava.

– Que isso maninha, que atrevida! - ele gargalhou me dando um tapa na cabeça que eu retribui com um soco no ombro, fazer o que? É muito amor e carinho entre nós.

– Agora é serio Bruce, vai ficar quanto tempo? - perguntei o abraçando novamente enquanto nós entravamos em casa - Bom dia vó. - eu sorri para a velhinha descabelada a minha frente.

– Bom dia, e você dois parem de fazer barulho, sua biza já reclamou. - ela ralhou enquanto eu e Bruce nos olhamos cúmplices e gargalhamos. Ele me colocou sentada na bancada na pia da cozinha e ficou entre minhas pernas enquanto eu as enlacei envoltas da sua cintura o abraçando apertado. Senti falta desse mané.

– Acho que vou ficar uma semana dessa vez. - ele resmungou dando tapas doloridos em minhas coxas, finjo que não estou vendo. - E os namorados, bolha?

– Não tenho um, do que dirá "os" - sorriu sem jeito. - Para porra, ta doendo! - eu resmunguei segurando suas mãos.

– É para você lembrar de que quando estiver aos beijos por ai e o namorado vir com as mãozinhas bobas, esse monumento que você chama de bunda, coxa e peitinhos são meus! - ele fala dando um tapa menos forte em meus seios, mas doeu do mesmo jeito.

– Ai porra! - eu resmunguei socando ele. - Enquanto eu estiver aos beijos e nas mãozinhas bobas a última coisa que vou pensar vai ser no meu irmão né Bruce!

– Tá gorda hein bolha! - ele apertou minha barriga e eu o chutei para longe de mim rindo.

– Ok, vou emagrecer - sorri triste. Ele me olha em pânico, arregalando os olhos e gaguejando.

– Era brincadeira Lauren, tá ótima, não precisa emagrecer nadinha! - ele fala todo atrapalhado e apavorado. - Não faz mais aquelas sua dietas malucas, pelo amor de Deus.

– Relaxa Bruce! - eu falei rindo e segurando seu rosto que estava com uma barba rala. - Eu já parei com isso, calma.

– Eu sei que parou, mas eu não gosto Lauren. Isso pode fazer muito mal, até matar. E mesmo nossa mãe tendo te achado na lata de lixo, eu ainda te amo como uma irmã de verdade. - ele brinca falando sério [?] e me arrancando uma gargalhada.

– Seu mané - dei um tapa em sua testa -, o único que foi achado no lixo aqui em casa foi você! Olha só essa sua pele branca de lombriga! Eu e o Harry somos morenos, como nossa mãe, então, logo já se percebe quem é o adotado da família.

– Okay, se pensar assim te faz ficar menos traumatizada, pode continuar nas suas ilusões, não vai ser eu quem vai tirar o doce sonho da criança. - ele arregalou os olhos e dá um sorriso estilo lobo mal, hmm bem que eu gostaria de ser a chapeuzinho para ser devorada por ele... Ai credo!

Gargalhei com meus pensamentos inapropriados. Não que eu queira mesmo pegar meu irmão, na verdade só de pensar me dá nojo. Mas ele é um homem atraente, e gostoso, e eu vivo lendo fic de incesto e tals, não que eu queira ter uma relação incestuosa com um dos meus irmãos, longe disso. Mas é que eu sempre tive muita intimidade com eles, com Bruce principalmente que era de longe meu predileto.

– Tá rindo do que doida?

– Nada não.

– Tá com fome?

– Não.

Ele me olhou com cara feia.

– Não, mas eu vou comer - consertei rapidamente sorrindo amarelo.

Ele me colocou no chão e me pôs sentada no banco da mesa da cozinha, como se eu tivesse cinco anos e começou a preparar nosso café. Bacon, ovos, pães, suco, café, leite (já que ele é um bezerro e não vive sem leite), algumas frutas e não se esquecendo dos meus remédios. Logo esse mês ainda eu poderia para de tomá-los, mas por enquanto...

Peguei o comprimido e o joguei na boca engolindo em seco e depois de ele ficar entalado eu o obriguei a descer com um gole de suco de uva, o meu favorito.

– É por causa dessa merda que estou engordando tanto. - resmunguei fazendo cara feia para a caixa da droga na mesa.

– É por causa dessa merda que esta voltando a ficar saudável, - ele corrigiu me olhando sério - Lauren, você prometeu que iria parar, prometeu para mim.

– Eu prometi, vou cumprir, só porque você pediu obeso! - eu falo apontando para o tanquinho dele, ele fez uma terrível, e sexy, cara de indignado.

– Eu trabalho feito um pedreiro, me alimento super bem e ainda depois faço duas horas de academia e você me chama de obeso? - ele balançou a cabeça irritado, mas sorriu no final. - Eu sei que sou um tesão de tão gostoso.

– Ai que nojo! - eu finjo que estou vomitando e ele ficou sério, acho que fingir vomitar não foi uma boa idéia, sorri amarelo - e as namoradas?

– Ah, sabe como é né? Uma para cada dia da semana. - gargalhou, e o conhecendo bem sei que é verdade. Mas lá em Beauxguyns, uma cidade de floresta onde só se mora caçadores, garimpeiros, pedreiros, prostitutas aidéticas e traficantes, a maior parte da população tem aids ou é doida de pedra.

– Você tá capando esse seu pinto direito né, Bruce? - eu falei séria e intimidadora, ele gargalhou.

– Isso é jeito de falar? - Bruce arqueou uma sobrancelha - É claro que eu estou capando né maninha, primeiro, não quero ter aids, segundo não quero filho e terceiro... Sou inteligente!

Minha vez de cair na gargalhada.

– Estamos falando do mesmo Bruce? Porque o Bruce meu irmão é mais burro que uma porta, e é um irresponsável do cassete! - dou um tapa na cabeça do ser.

– Oh caralho, que boca suja para uma menina! - ele esbravejou. - Pelo menos eu tenho uma casa, dinheiro e independência, e você, o que tem?

– Casa, comida, roupa lavada e conforto - arqueio uma sobrancelha fazendo uma cara de “sou foda, você não ta com nada mané”. Ele bufou.

– Tá pensando que a vida é pão com ovos e bacon? - ironicamente eu estava quase colocando um pedaço de bacon na boca.

– E não é? - mastiguei meu precioso bacon, cara como eu amo bacon.

– Tem que estudar Lauren, ter um futuro. Só assim você pode ajudar os que você ama. - Iiih, começou o sermão. Bruce é assim. Brincalhão e gostoso, mas é mão de vaca e ama dar um de superior com seus sermões que duram horas se deixar.

– Tá Bruce, eu estou estudando, agora cala a boca e come. - eu joguei um pão nele.

– Você não devia estar na aula não?

– Não tenho dinheiro de passagem.

– Pede para o Harry te levar.

– O idiota do seu irmão não presta nem para isso, aquele frouxo. - resmunguei com rancor.

– Como assim?

– Ele me fez esperar quase duas horas na saída de ontem e mais cedo quando me levou deixou eu e minha mãe lá e foi embora, minha mãe teve que voltar andando de salto. - eu revirei os olhos e soquei meu pão com raiva.

– Você e sua mãe são muito complicadas. - ele resmungou pegando o MEU pão e o comendo.

– Cala boca - eu também resmunguei revirando os olhos e fazendo outro pão com ovos e bacon para mim e o emplastando de Ketchup. Para mim Ketchup é vida e não tem coisa melhor, como ele com tudo, desde arroz e feijão até batata frita.

– Gostou do vestido que te dei de natal? - ele perguntou de repente, olhei para ele desconfiada.

– Não, eu odeio rosa e babados, poderia ter gastado aqueles duzentos dólares com coisas mais úteis. - lembro-me do vestido ridículo que ele comprou numa butique carérrima daqui. - O primeiro presente que me dá na vida e eu odiei, para ver como são as coisas da vida.

Ele torce o nariz para mim.

– Era aquele tipo de vestido que você tinha que usar.

– Com babados e abaixo dos joelhos? Bruce, eu não sou uma boneca, estou longe disso. - coloquei meu pão no prato e o fitei.

– Mas parece uma. - ele sorriu fofamente para mim.

– E você parece um vampiro doidão com essa boca toda suja de Ketchup - ri enquanto aproximava meu rosto da boca dele a lambi, tirando o Ketchup dali.

– Ai que nojo sua cadela! - ele limpou os lábios babados, e eu só gargalhei dele.

– Temos o mesmo DNA, posso te babar a vontade! - eu sei que essa nossa relação é estranha e muitas pessoas vêm com maldade. Mas não é, juro que não é, tudo o que fazemos é na inocência.

– Deixa eu babar sua cara inteira para ver como você vai se sentir - ele me fuzilou.

– Eu não, não sei em que buracos você enfia essa sua língua. - eu sorri maliciosamente para ele.

– Aprendeu isso com quantos anos? - ele perguntou chocado com meu entendimento nas putarias.

– Por ai... - fiz careta.

– MÃE, EU VOU LEVAR A LAUREN NO GINECOLOGISTA AGORA! - ele berrou recebendo um olhar assassino de minha avó.

– Cala boca Bruce, eu... Ninguém fez oral em mim não, tampouco eu perdi a virgindade! - eu declarei envergonhada e rindo sem graça.

– Eu estava pensado em beijo na boca, mas... Então como... Pior do que eu imaginada..! - ele divagou chocado.

– Aula de educação sexual - eu falei corando de leve, na verdade estou muito corada. Não me importo de ler sobre isso, ou de ouvir, mas falar é um sério problema para mim. Eu sempre gaguejo e algumas coisas não consigo falar, e fico vermelha feito uma pimenta.

– Esse mundo está perdido, ensina isso nas escolas? - ele me olhou incrédulo - Agora é certeza de que vou te mandar para um convento.

Coitado, diz isso porque não sabe das coisas que já aprontei.

– Tem meninas que fazem pior do que ensina na escola. - dei de ombros, eu mesma já tive uma amiga que engravidou e abortou o bebê, uma coisa horrível a meu ver, aliás. - Apenas finja que não disse nada, ok? Morre assunto aqui, você me deixou constrangida.

– Ah, você manja nas putarias e eu é que te deixo “constrangida”? - ele usou um tom sacana comigo - Só me faça o favor de não sair por ai usando toda essa sua “sabedoria”.

– Claro que não, tá me achando com cara de que? – pergunto indignada..

– De bolha! - ele sacaneia mais uma vez, sorrindo marotamente para mim.

– Bruce seu... Mané. - eu estava vermelha, mas agora é de raiva. Odeio quando ele me chama de “bolha”, mas acho que se um dia ele para de me chamar assim vou entrar em depressão profunda e dessa vez me mato de verdade. Afinal, Bruce é meu predileto, sem ele eu não vivo, mesmo que ele não me conheça de verdade, mas que é que conhece não é mesmo?

''– Eu conheço. Até o mais profundo deu seu âmago. “O mais obscuro dos seus pensamentos, a sua mais torturante dor e por fim o seu mais agonizante medo” - o demônio sibila docemente para mim, quase sedutoramente, quase amigavelmente, em um tom de veludo que me fez arrepiar inteiramente... De medo.


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Notas finais do capítulo

Sei que estou postando pouco e demorando muito, mas agora mesmo a bateria do note esta acabando e eu juro que vou postar mais a partir do dia 29 valeu gente.